Читать книгу O Segredo Do Relojoeiro - Jack Benton - Страница 10

5

Оглавление

O Crown & Lion, o pub solitário que ficava bem na orla de Penleven, separado por um grupo de árvores da propriedade mais próxima como um vizinho rejeitado, nunca parecera mais convidativo. Do único ponto de ônibus do vilarejo, Slim não teve escolha a não ser passar por ele para chegar à hospedaria, e embora ele frequentemente jantasse em seu quarto familiar surrado com pouco desejo pela bebida que apagaria os últimos três meses de recuperação em um piscar de olhos, esta noite ele sentiu muito da velha tensão, a inquietação nervosa que sempre o levava ao limite. As pessoas diziam que uma vez alcoólatra, sempre alcoólatra, e embora Slim tivesse esperanças de um dia desfrutar de uma cerveja tranquilamente de vez em quando, aqueles dias de controle e contentamento livres de demônios estavam muito distantes. Ele deu uma única olhada ansiosa nas luzes da janela do pub, então apressou o passo e seguiu em frente.

A hospedaria estava silenciosa quando ele voltou, mas por uma porta fechada veio o som abafado de uma televisão com o volume baixo. Slim abriu a porta e viu a Sra. Greyson dormindo em sua cadeira em frente a uma lareira elétrica. O controle remoto da televisão repousava no braço da cadeira ao lado dela, como se ela tivesse tido a premeditação de diminuir o som antes de cochilar.

Slim subiu as escadas. Ele colocou o relógio em sua cama e saiu. A oitocentos metros na estrada, em frente à única loja da vila, Slim encontrou um telefone público.

Ele ligou para um amigo em Lancashire. Kay Skelton era um especialista em linguística e tradução que Slim conhecia desde os tempos de exército e com quem já havia trabalhado. Slim explicou sobre a velha carta encontrada dentro do relógio.

"Preciso saber o que está escrito nela, se houver alguma coisa," disse Slim.

"Mande para mim pelo correio," disse Kay. "Não é algo que eu possa fazer, mas tenho um amigo que pode ajudar."

Depois de encerrar a ligação, Slim ficou surpreso ao descobrir que a loja ainda estava aberta, mesmo às quase seis e quinze.

"Estou fechando," foi a saudação ríspida da lojista, uma senhora idosa com um rosto tão azedo que Slim duvidou que ela conseguisse sorrir se tentasse.

"Só vou demorar um minuto," disse Slim.

"Ah, todos dizem isso, não é?" disse ela com um sorriso e uma risada sarcásticos que deixaram Slim sem saber se ela estava fazendo uma piada ou sendo rude.

Depois de comprar um envelope, Slim descobriu que, sim, a loja também funcionava como um correio local, mas, embora pudesse providenciar uma entrega especial de correspondência, era necessário pagar uma sobretaxa para envios fora do horário comercial.

"Trelee fica longe?" ele perguntou, enquanto a lojista não tão sutilmente o conduzia em direção à porta.

"Por que você quer ir lá? Não há muito para turistas."

"Ouvi dizer que existe um certo mistério nesse lugar."

A lojista revirou os olhos. "Ah, você quer dizer Amos Birch, o relojoeiro. Achei que isso já fosse passado. Por que você se importa com o desaparecimento de um velho?"

"Eu sou um investigador particular. A história despertou meu interesse."

"Porque? Há muito pouco para contar. Alguém te contratou?"

Tanto desprezo foi colocado na palavra "contratar" que Slim se perguntou se a lojista teve alguma experiência ruim com investigadores particulares no passado.

"Estou de férias," disse ele. "Mas você sabe o que dizem: uma vez policial, sempre policial."

"Dizem isso, é?"

"Então... para a esquerda ou direita ao sair da aldeia?"

A lojista revirou os olhos de novo. "Ao norte pela velha estrada de Camelford. Talvez você veja uma placa — costumava haver uma, mas o conselho já não corta o mato como antes. Cerca de dez minutos de carro."

"E a pé?"

"Uma hora. Um pouco mais, talvez. Se você conhece o caminho, pode cortar pela orla de Bodmin Moor e ganhar tempo, mas tenha cuidado. Costumava ser uma área de minas."

"Obrigado."

"E leve algo para comer. Esta aqui é a única loja daqui até o posto Shell na A39, perto de Camelford."

Slim assentiu. "Obrigado pela informação."

A lojista deu de ombros. "Se você quer meu conselho, eu não me daria ao trabalho. Não há muito para ver, além de uma velha casa de fazenda, e nem muito para saber. Quando Amos Birch desapareceu, ele garantiu que nunca seria encontrado."

O Segredo Do Relojoeiro

Подняться наверх