Читать книгу A Noite Escura Da Alma - Aldivan Teixeira Torres, Daniele Giuffre' - Страница 7

Pós-gruta

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Oi, leitor, há quanto tempo! Já faz aproximadamente um ano que entrei na gruta do desespero e realizei o meu sonho de iniciar a carreira de escritor e de quebra me tornei o vidente, um ser superdotado de dons. Agora, sinto-me preparado para prosseguir em meus sonhos. Antes disso, porém, contarei resumidamente o que se passou comigo no período pós-gruta. Um tempo depois de subir a montanha do Ororubá, conhecer a guardiã, a jovem, o menino e ainda encarar o fantasma e os desafios, voltei a casa dos meus pais, confiante, vitorioso, feliz e disposto a retomar a vidinha de antes. Foi isso exatamente o que eu fiz e com dedicação no trabalho e nos estudos terminei o ensino superior e tive novas ideias para continuar minha carreira. Este foi um momento necessário e importante, que trouxe para mim muita satisfação, pois meus esforços foram recompensados. Apesar disso, eu ainda não estava completamente realizado, pois ainda não alcancei a concretização do sonho maior: Ver minha série “O vidente” no topo da literatura. Pode ser que seja muita pretensão, mas é assim que me sinto, afinal, sou um vidente transformado pelos poderes miraculosos da gruta do desespero, a gruta mais perigosa do mundo. Bem, deixemos o destino decidir.

Com o sucesso da primeira empreitada que foi reunir as “Forças opostas”, controlá-las e ajudar alguém a se encontrar, posso dizer que me sinto preparado para uma próxima aventura. Pensando nisso, tomo a seguinte decisão: Retornar ao solo sagrado da montanha do Ororubá e encontrar a guardiã para que ela me auxilie no meu maior objetivo neste livro, que é entender a perigosa e misteriosa “Noite escura da alma”.

Tomada a decisão, começo a arrumar as minhas malas, separando os objetos de primeira necessidade: Algumas roupas, meu crucifixo, minha Bíblia, relógio de bolso, um diário de anotações, itens de higiene essenciais e livros para me distrair na viagem e depois dela. Depois que organizei tudo, dirijo-me á cozinha com o intuito de me despedir dos meus familiares. Encontrando minha mãe, abraço-a e inicio o difícil diálogo:

– Querida mãe, vim anunciar que decidi retornar ao povoado de Mimoso a fim de realizar a segunda etapa do meu aperfeiçoamento crítico, espiritual, moral e humano. É uma viagem estritamente necessária para que eu possa enfim entender o que se passou comigo há um tempo, minha noite escura da alma, e isto é uma situação comum entre todos os mortais.

– Outra viagem para Mimoso? Será que não se dá conta de que tudo isso é loucura, meu filho? O seu lugar é aqui, junto de mim. Por que essa noite escura é tão importante a ponto de você querer me abandonar?

– Eu vou a Mimoso em busca dos meus sonhos. A primeira etapa foi cumprida, mas isso já passou e agora procuro novos desafios. Acredito que as respostas devem estar na montanha e por isso vou até lá. Entenda mamãe, a senhora me criou para o mundo e não para si. Lembre-se que sou o vidente, o único ser humano que sobreviveu a gruta do desespero, e tenho minhas responsabilidades junto aos leitores e ao mundo. Em vez de tentar me convencer a não ir, devia me incentivar, pois minha decisão está tomada. De qualquer forma, quis encontrá-la para lhe dar um abraço.

Dito isto, aproximei-me de minha mãe e nos abraçamos. Este gesto, terno e vigoroso, recuperou minhas forças, e era exatamente disso que eu precisava para encarar os próximos desafios, inclusive o atual. Depois do abraço, despedi-me finalmente de minha mãe e caminho para a porta com lágrimas nos olhos. Neste ínterim, analiso mentalmente os meus planos para a viagem. O que será que me espera? Eu não tinha a mínima ideia. Só tinha certeza de que seriam experiências revigorantes e instigantes. Continuemos juntos, leitor.

A Noite Escura Da Alma

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