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Capítulo 3

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A boca de Leonidas estava na dela e não parecia capaz de recuperar daquele choque doce. Beijava-a várias vezes e a única coisa que Susannah podia fazer era render-se àquela sensação épica. Como se tivesse passado todos aqueles anos a dar tombos na escuridão e o sabor daquele homem fosse finalmente a luz.

Devia parar. Susannah sabia. Devia recuar e criar certos limites. Exigir que parasse de fingir que não se lembrava dela, para começar. Não acreditava na amnésia. Não conseguia acreditar que alguém como Leonidas, tão audaz, valente e brilhante, pudesse desaparecer.

No entanto, sempre fora o máximo para ela. Conhecia-o desde criança e, quando os pais lhe tinham dito que ia casar-se com ele, ficara emocionada. O dia do seu casamento parecera-lhe uma estrela brilhante e uma parte dela recusava-se a acreditar que um homem tão poderoso podia apagar-se tão depressa.

E antes de ter a oportunidade de lhe tocar assim, do modo que imaginara com tanto ardor antes do casamento…

Tinha de parar. Precisava de se reafirmar. Precisava de o fazer saber que a menina com quem se casara morrera no mesmo dia que ele e que, agora, era muito mais segura e poderosa do que então.

Contudo, não fez nada do que achava que devia fazer. Quando Leonidas a beijou, retribuiu o beijo, inexperiente e desesperada. Não parou para lhe explicar que tinha pouca experiência com os homens. Rendeu-se e limitou-se a saboreá-lo.

Quando Leonidas pegou nela ao colo, pareceu-lhe que era uma oportunidade excelente para fazer… alguma coisa. Fosse o que fosse. Contudo, enquanto a transportava, não parava de a beijar e Susannah percebeu que mentira a si mesma durante muito tempo.

Mal conseguia recordar a adolescente parva que fora no dia do seu casamento depois de tudo o que acontecera. Sabia que estava protegida, do mesmo modo que sabia que o pai era um banqueiro de alto nível e que a mãe alemã odiava viver em Inglaterra. No entanto, saber que estava resguardada e lidar com as ramificações da sua própria ingenuidade eram duas coisas muito diferentes. E Susannah estivera a lidar com as consequências do modo como a tinham educado, já para não mencionar as aspirações dos pais para a única filha. Com tanta pressão durante tanto tempo, era fácil esquecer a verdade das coisas.

Fora por isso que se entusiasmara com a perspetiva de se casar com Leonidas, em vez de se sentir horrorizada. Leonidas era muito bonito. Era mais velho do que ela, mas já o conhecia e, sempre que se tinham encontrado, tratara-a com muita paciência.

Susannah esqueceu tudo aquilo. Leonidas defraudara-a na noite do seu casamento e, depois, morrera, portanto, ela esquecera. Perdera-se nos escândalos e intrigas da Corporação Betancur e no drama familiar e esquecera por completo que, no que dizia respeito a Leonidas, sempre fora uma criança tola.

E, agora, voltava a sê-lo. Estava claro. Obrigou-se a dizer alguma coisa. Mas, então, deitou-a na cama do quarto do lado e seguiu-a para cima do colchão. E Susannah não se importou de ser tola. Tinham-lhe prometido uma noite de núpcias. Há quatro anos, esperava entregar a sua inocência ao homem que se tornara o seu marido, mas ficara sozinha e viúva num mar de inimigos, embora nem todos fossem assim.

Não conseguia recordar a quantidade de homens que tinham tentado seduzi-la ao longo dos anos, muitos relacionados com Leonidas, mas ela sempre se mantivera firme. Era a viúva Betancur e estava de luto. Aquela pequena ficção protegera-a quando mais nada podia fazê-lo.

– Isto atrasou-se quatro anos – murmurou Leonidas, num tom rouco, pondo-se em cima dela no colchão.

Susannah não fez nada para apoiar os pés no chão. Deixou que Leonidas a possuísse com uma alegria fervorosa que devia tê-la preocupado se fosse capaz de pensar com clareza. Mas não o fez. O que fez foi beijá-lo.

Passou-lhe os dedos pelo cabelo, puxando suavemente até lhe desfazer o coque em que o apanhara. Murmurou alguma coisa que Susannah não entendeu, mas não se importou, pois estava a beijá-la sem parar.

Quando afastou a boca da sua para lhe deixar um rasto de beijos no pescoço, ela gemeu. Depois, puxou-lhe o casaco de caxemira e Susannah endireitou-se para que pudesse tirar-lho do corpo. Leonidas fez o mesmo com o vestido, puxando-o e tirando-lho pela cabeça. Portanto, ficou deitada por baixo dele, vestida unicamente com cuecas e sutiã e as botas até aos joelhos. E o olhar de Leonidas era… selvagem.

Fez com que Susannah tremesse um pouco. Porque se sentia bela. Selvagem. E viva. Como se, depois de todo aquele tempo, fosse mais do que a mortalha que usara a modo de armadura durante tantos anos. Como se não fosse a criança com quem se casara, mas a mulher que desejava ser na sua mente.

– É o presente perfeito – declarou, como se realmente não conseguisse recordar quem era. Como se todo aquele jogo da amnésia fosse real e acreditasse realmente que era um deus local escondido no bosque.

No entanto, Susannah não conseguia pensar em nada daquilo porque Leonidas estava a tocar nela. Usava a boca e as mãos. Procurou os seios e cobriu-os com as palmas. Depois, inclinou a cabeça para brincar primeiro com um mamilo e, depois, com o outro. Através do tecido do sutiã, Susannah sentiu a sua boca quente, tão chocante que se arqueou na cama. Não soube se para se afastar dele ou para se aproximar mais.

Leonidas tirou-lhe o sutiã e, depois, repetiu o mesmo gesto, mas, daquela vez, sem que houvesse tecido entre a sucção da sua boca e a pele. Susannah nunca sentira algo parecido. Sentia-se… aberta, exposta e quente com o excesso de sensações.

Abanou a cabeça no colchão que tinha por baixo. Agarrou-o onde conseguia, puxando a túnica branca que flutuava e sem se importar de emitir gemidos e suspiros.

Então, Leonidas deslizou mais. Lambeu-lhe o umbigo com a língua e rodeou-lhe as ancas com as mãos grandes. E não perguntou. Nem sequer lhe tirou as cuecas. Leonidas inclinou a cabeça e deleitou-se com a boca no ponto onde mais desejo ardia nela.

Susannah achou que ia explodir. Cada sucção que fazia entre as pernas fazia com que se sentisse como se se quebrasse e, depois, voltasse a unir-se.

Sentiu um puxão leve na anca, ouviu um barulho e entendeu vagamente que estava a arrancar-lhe as cuecas do corpo. E, quando Leonidas voltou a baixar a cabeça, tudo mudou. Se o de antes fora uma loucura, aquilo era magia.

Leonidas lambeu-a por dentro, saboreando-a. E, depois, Susannah sentiu os seus dedos a percorrer o calor dentro dela, compridos, duros e decididamente masculinos.

– Meu Deus… – sussurrou Susannah, deitando a cabeça para trás com os olhos bem fechados. Pensou que ia morrer devido ao excesso da sensação. Era demasiado. Partiu-se em pedaços, mas a onda continuou.

E continuava a dar voltas quando Leonidas se afastou dela. Conseguiu abrir os olhos e fixá-los nele, observando, enjoada, como tirava finalmente aquela camisa branca. Susannah não pôde evitar suster a respiração quando finalmente o viu.

Tinha os músculos suaves e fortes e o corpo coberto de cicatrizes. Cobriam-lhe o peito e chegavam mais abaixo da cintura.

– Tens muitas cicatrizes.

Leonidas ficou paralisado. E ela não conseguiu suportá-lo. Esticou o braço e percorreu as cicatrizes a que chegava com os dedos. No peito plano. Na barriga gloriosa. Por um lado, era um espécime perfeito de macho, magro e forte. Por outro, tinha consigo a prova daquele acidente de avioneta a que todos diziam que era impossível que tivesse sobrevivido.

Leonidas respirou fundo.

– As cicatrizes transformam-me num monstro? – perguntou, num tom rouco.

Susannah abriu a boca para o negar… Mas, então, viu como lhe brilhavam os olhos. E recordou. Aquele era o homem que se considerava uma espécie de deus, mesmo antes de sofrer um acidente aéreo no meio das Montanhas Rochosas e de encontrar uns seguidores que estavam de acordo com aquela ideia.

Não pensava que fosse um monstro. E tinha a certeza de que ele também não. Susannah franziu o nariz.

– E se for assim? Não gostarias de te gabar de ser um monstro, para além de um homem?

E ele riu-se. Deitou a cabeça para trás e riu-se sem parar. Algo atravessou Susannah, medo e reconhecimento. E algo mais que não foi capaz de identificar.

Pensou que se devia a ser muito bonito. Isso não podia negar-se. Com aquele cabelo preto espesso com algum reflexo dourado e muito mais comprido do que antes. Aqueles olhos escuros e leoninos que ardiam e derretiam ao mesmo tempo. A sua altura e a sua força, que eram evidentes em tudo o que fazia, mesmo estando sentado num trono caseiro numa sala branca.

Mas havia algo mais, algo relacionado com a perfeição sensual do seu rosto. O modo como as suas feições pareciam esculpidas com precisão, unidas como uma amálgama. A mãe grega. O pai espanhol. Os avós brasileiros por um lado e franceses e persas por outro.

Parecia um deus. E, quando se riu, Susannah sentiu-se tentada a acreditar.

– Tens toda a razão – concedeu Leonidas, depois de um longo instante. – Não me importo nada. Monstro, deus, homem. Para mim, é tudo igual.

E, dessa vez, quando se inclinou sobre ela, Susannah já estava a tremer. Era um tremor interno e profundo, como se uma alegria terrível estivesse a destruí-la de dentro para fora. Uma parte de Susannah queria aquilo, mesmo que tivesse medo, portanto, precipitou-se para os seus braços.

Leonidas mexeu-se. Tirou as calças e, depois, pôs-se entre as suas pernas. Puxou-lhe as pernas para as ancas enquanto Susannah tentava acalmar o redemoinho da mente o suficiente para se acomodar a ele.

E, depois, já não importou porque Leonidas a beijou. Beijou-a várias vezes até se sentir marcada. Possuída, finalmente. Não pôde evitar questionar-se como sobrevivera durante todo aquele tempo sem ele. Sem aquilo. Em algum canto do seu cérebro, soube que devia dizer-lhe.

Podia dizer: «Sou virgem. Aviso, o nosso casamento foi realmente branco.» Talvez se risse outra vez ao saber que uma mulher da sua idade continuava a ser pura. Independentemente do que fizesse, acreditasse ou não, tinha de saber. Mas Susannah não se sentiu capaz de pronunciar aquelas palavras.

E, além disso, esqueceu o assunto quando as mãos de Leonidas voltaram a agarrar as suas ancas e lhe puseram o corpo por baixo do dele de um modo ainda mais incisivo, como se quisesse tomar as rédeas da situação e fazê-lo à sua maneira.

Talvez isso bastasse. Tinha de bastar porque, então, sentiu-o. Forte e duro naquela parte dela em que nenhuma pessoa tocara antes.

Então, sentiu um calafrio diferente. Como um pressentimento. Ou um desejo selvagem que nunca experimentara, apertando-a como se estivesse presa num punho gigante. Abriu a boca novamente para dizer o que não queria dizer, para se certificar de que ele não…

Mas Leonidas penetrou-a com profundidade e segurança.

Susannah não pôde controlar a resposta. Não pôde fingir. Era uma dor profunda, como um rasgo que queimava, e o seu corpo tomou o controlo e agitou-se contra ele como se as suas ancas tentassem livrar-se dele por vontade própria. Não pôde controlar o pequeno grito que surgiu da sua garganta, carregado de dor e de um impacto que não conseguiu esconder.

Contudo, no momento em que lhe escapou, lamentou não se ter contido. Leonidas ficou muito quieto em cima dela. Com os olhos fixos nela. E, mesmo assim, conseguia senti-lo ainda, no mais profundo do seu interior, enchendo-a e esticando-a, fazendo-a sentir em lugares que nunca pensara que faziam parte do seu próprio corpo. Estava com falta de ar.

– Passou muito tempo, garanto-te – disse Leonidas, num tom tenso. E talvez um pouco furioso ao mesmo tempo. – Mas não devia doer.

– Não dói – mentiu ela.

Leonidas observou-a durante um bom bocado. E, depois, sem mudar a intensidade do seu olhar, levantou a mão e limpou, com suavidade, uma pequena lágrima que lhe escapara sem que se apercebesse.

– Volta a tentar.

Susannah não queria mexer-se, mas estava a passar-se alguma coisa que não conseguia entender. Uma espécie de pulsação entre as pernas que não conseguia controlar. Voltou a experimentar o movimento das ancas contra as suas, mordendo o lábio inferior enquanto se esfregava.

– É delicioso.

– Estou a ver. As lágrimas sugerem-no. E o facto de estares a franzir o sobrolho não deixa lugar para dúvidas.

Era verdade que Susannah tinha o sobrolho franzido, mas não se apercebera.

– Tenho uma notícia para ti – conseguiu dizer. – O facto de as pessoas beijarem literalmente o chão em que pisas não significa que saibas ler o pensamento. E muito menos o meu.

– Podes contar a ti própria o que quiseres, pequena – murmurou ele.

E aquilo devia tê-la zangado, mas não foi assim. De qualquer modo, fê-la sentir… mais calor. Demasiado. Leonidas deslizou-lhe as mãos pelo corpo. Várias vezes. Afastou-lhe o cabelo da cara. Susannah continuava a senti-lo dentro do seu corpo, grande e duro e, no entanto, a única coisa que ele fazia era acariciá-la com suavidade.

– Não tenho de te ler o pensamento. O teu corpo diz-me tudo o que preciso de saber. O que não entendo é como conseguiste manter a inocência durante todo este tempo.

Ela abriu a boca para responder, mas estava distraída com o modo como lhe tocava. Aquelas mãos enormes mexiam-se por todo o seu corpo, espalhando o calor e as sensações onde tocava. Não se mexeu dentro dela. Não a penetrou nem fez nenhuma das coisas que Susannah esperava que fizesse. Só a acariciou, instalado em cima dela como se pudesse esperar para sempre. O nó que Susannah tinha no mais profundo da barriga começou a fechar-se. E, depois, transformou-se em algo muito maior e selvagem.

– Não sei o que queres dizer – disse Susannah, finalmente, pestanejando. – Sou a tua viúva. É claro que sou virgem. Morreste antes de conseguires remediá-lo.

Se restava alguma dúvida de que fingia não recordar, desapareceu por completo. Porque olhou para ela de um modo que era cem por cento de Leonidas Betancur. O homem duro e desumano que recordava perfeitamente. O homem que estava de branco quando ela entrara naquele sítio.

Esquecera realmente quem era? E nesse caso, quando voltara a recordar?

– É difícil de acreditar, conhecendo os meus primos – declarou ele, oferecendo-lhe mais provas. Inclinou a cabeça para um lado. Brilhavam-lhe os olhos. – Imaginava que se precipitariam sobre a minha viúva como um bando de abutres.

– Fizeram-no, é claro.

– Mas suponho que o teu amor por mim fosse tão grande que te impediu de aceitar uma oferta melhor quando apareceu – murmurou Leonidas, com sarcasmo e uma expressão cínica nos olhos.

E o nó que Susannah tinha no estômago tornou-se mais duro.

– Talvez te surpreenda saber que não gosto muito dos teus primos – replicou, agarrando-o pelos ombros como se tencionasse afastá-lo. Mas não o fez. Os dedos curvaram-se por vontade própria. – Pedi-lhes para respeitarem o meu processo de luto. Repetidamente.

Dessa vez, quando Leonidas se riu, Susannah sentiu a sua gargalhada dentro dela, onde estavam ligados e, depois, por todo o resto do corpo.

– Porque ficaste de luto, pequena? – perguntou, com sarcasmo. – Por mim? Mal me conheces. Deixa-me ser o primeiro a dizer-te que não sou melhor do que os meus primos.

– Talvez sim ou talvez não – concedeu Susannah. – Mas estou casada contigo, não com eles.

E algo mudou em Leonidas, pôde senti-lo. Uma espécie de terramoto que o atravessou e, depois, a ela. Porém, como se não quisesse que notasse, como se quisesse fingir que não acontecera, decidiu começar a mexer-se.

Tudo voltou a mudar por completo. Porque ela estava muito húmida e ele, muito duro e muito profundo. Susannah nunca sentira algo igual. O movimento, o toque. A pressão, o calor. O prazer puro e selvagem que parecia correr-lhe pelas veias, transformando-se num líquido quente e brilhante.

Indecisa, mas com uma confiança crescente, aprendeu a seguir o ritmo lento e constante. Apesar da sua total falta de experiência, atrever-se-ia a dizer que estava a ser cuidadoso de certo modo. Embora houvesse alguma coisa na sua lentidão que a abria completamente com cada movimento intenso.

Sentiu que se aproximava do clímax outra vez, que se dirigia para aquele fogo impossível que nunca experimentara até àquele dia, e soube, pela intensidade do rosto de Leonidas por cima do dela, que ele sabia. Que estava a fazê-lo deliberadamente.

E aquilo libertou-a. Não lutou contra isso. Não tentou afastar a resposta selvagem do seu corpo. Talvez, mais tarde, lamentasse ter-se rendido, mas agora, ali, parecia-lhe o natural. Necessário.

Agarrou-se a ele e deixou que a levasse para qualquer lugar que fossem. Era o seu marido e regressara de entre os mortos. Aquilo fora o que mais desejara no mundo. Perdera-o durante todos aqueles anos e não soubera até àquele momento. Até Leonidas tocar nela e tudo mudar. Até estarem tão profundamente ligados que duvidava que pudesse voltar a ser a mesma de antes.

Leonidas deslizou a mão entre eles e encontrou o centro do seu corpo com os dedos deliciosos e duros. Depois, piorou as coisas. Melhorou.

– Agora! – ordenou, com cada centímetro do seu ser a controlar a situação. A controlá-la.

E Susannah obedeceu. Desfez-se. Desfez-se e voou como um objeto brilhante e veloz.

E pareceu-lhe ouvi-lo a dizer o seu nome quando a seguiu.

Unidos pela paixão

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