Читать книгу O Escritor - Danilo Clementoni - Страница 15
Pasadena, Califórnia – A notícia
Оглавление– E agora, o que vamos fazer com essa pequena bugiganga? – perguntou o mais magro enquanto subia para o banco do motorista de um novo Chevrolet Corvette vermelho-vivo.
– Estás a falar sobre o carro ou a coisa alienígena? – perguntou o seu camarada gordinho, com grande dificuldade, ao também tentar entrar no carro desportivo muito rápido.
– Eu estava a falar sobre o controlo remoto, embora eu ainda não tenha entendido porque decidiste comprar um carro como este, já que não consegues nem entrar nele.
– Eu diria que também estás com um pouco de dificuldade, meu querido poste de luz alto e fino.
– Precisamente. Não poderíamos ter algo um pouco mais confortável para nós os dois?
– Quando colocares o pé no acelerador desta fera, a razão ficará clara imediatamente. – Depois de bater a porta um pouco violentamente, ele acrescentou:
– Vamos lá, vamos embora.
– Ir onde?
– Vamos voltar à base. Eu quero analisar os dados que o nosso amigo cromo nos deu com cuidado e descobrir todos os segredos deste pequeno conjunto de peças alienígena.
– Agora não me vais dizer, sabes mais do que ele. O rapaz parecia muito conhecedor.
– Eu tenho de dizer que o rapaz fez um excelente trabalho, mas também fiz a minha pesquisa.
– Do que estás a falar? – perguntou o mais magro, perplexo.
– O que achas que eu tenho feito todas as noites no último mês, na frente do computador, enquanto ressonavas como um urso em hibernação?
– A visitar sítios pornográficos?
– Onde é que eu te encontrei? Eu tenho-me perguntado isso ultimamente tanta vez, sabes?
– Foi o destino que nos uniu. – respondeu o indivíduo magro enquanto pisava no acelerador, e o Corvette saltava para frente e deixava duas marcas negras de pneu na estrada.
– Ei, reduz a velocidade. – gritou o mais gordo, quando ele foi atirado para trás contra o assento por causa da aceleração repentina. – É melhor não o destruir imediatamente. Eu paguei apenas as duas primeiras prestações.
–Uau! – exclamou o mais magro. – Isto parece um míssil. Esta pequena joia é uma verdadeira fera.
– Eu sabia que ias gostar. Mas agora, tenta não atropelar aquela velhinha. – disse o grandalhão, indicando uma frágil senhora que atravessava lentamente a estrada. – Vamos tentar deixá-la aproveitar um pouco mais a sua pensão.
–Não se preocupe, meu amigo. Você está em boas mãos. – respondeu o sujeito ao volante enquanto, com uma manobra abrupta, ele não acertou por pouco na velhinha.
– Sim, certo. – exclamou o grandalhão. – Quase arrancaste as roupas das costas dela. – Então ele virou-se e viu a velha que, sacudindo a bolsa, gritava todo o tipo de blasfémias para ele, e acrescentou:
– Outra série de insultos como esse e serás tu quem não vai apreciar a tua pensão. – e ele explodiu com uma gargalhada.
– Deixa lá isso. Eu não sou supersticioso.
– Mas devias ser. E se ela praticar vudu? Podes começar a pular como um grilo, enquanto a velha coloca o alfinete no bonequinho que te representa.
– Vais parar com toda essa carrada de asneiras e dizer o que vamos fazer com essa coisa?
– Ok, ok. Não te preocupes. Eu estava apenas a brincar, não? – O mais corpulento colocou o objeto alienígena na palma da mão esquerda dele novamente e disse:
– O cromo pode muito bem conhecer muita gente, mas posso garantir, eu usei fontes para a minha pesquisa que ele certamente não teve a possibilidade e ter acesso.
– Às vezes assustas-me.
– Queres ver uma coisa?
– Bem, depende do quê.
– Nos vários arquivos que tive a oportunidade de consultar sobre essa tecnologia alienígena, descobri que esse pequeno objeto, além de fazer explodir naves espaciais, pode fazer muitas outras coisas que são igualmente interessantes.
– Mas tens a certeza de que realmente funciona? – perguntou o condutor, quando ele fez uma curva a toda velocidade, fazendo com que o passageiro batesse contra a porta.
– Ei, podes ir mais devagar? É tudo o que precisamos, a polícia a perseguir e a prender-nos novamente.
– Eu tive uma ideia. – disse o mais magro. – Liga o rádio.
– Achas que esta é a hora de começar a ouvir canções?
– Não, claro que não, seu idiota. Coloca um canal de notícias.
Embora um pouco duvidoso, o gordo decidiu não fazer mais perguntas e, depois de ligar o rádio, começou a percorrer as várias estações até encontrar uma que transmitia notícias do mundo.
– Depois de invadir o banco central, os quatro criminosos com rostos mascarados, segurando armas e pistolas automáticos, ordenaram que os funcionários enchessem os sacos com dinheiro. Toda a operação durou pouco menos de cinco minutos. Quando a polícia chegou, os ladrões já haviam fugido. Pontos de verificação foram configurados em todas as rotas para a cidade.
– O que nos interessam essas coisas? – perguntou o gordo, mais perplexo do que nunca.
– Paciência, meu amigo, paciência.
– E agora vamos voltar ao nosso noticiário. Parece haver algumas atualizações interessantes. Vamos até ao nosso correspondente em Washington, Fred Salomon.
– Obrigado Lisa. Estou na sala de conferências da Casa Branca, onde o Presidente acaba de chegar e está prestes a divulgar uma declaração oficial. Vamos ouvi-lo ao vivo.
Seguiram-se alguns momentos de silêncio e, em seguida, a voz inconfundível do Presidente dos Estados Unidos da América passou pelos poderosos alto-falantes do Corvette.
– Senhoras e senhores, em primeiro lugar obrigado por se juntarem a nós hoje. Infelizmente, as notícias que acabei de receber não são nada tranquilizadoras. Parece que o relâmpago incomum, visto quase há uma hora na Lua, foi de fato causado por uma enorme explosão e que de fato envolveu a nave espacial dos nossos amigos extraterrestres. Nós ainda não sabemos se eles conseguiram escapar. Um novo anúncio será divulgado assim que tivermos mais novidades a esse respeito. Obrigado.
– Oh, pelo amor de Deus. – exclamou o gordo chocado. –Então, nós realmente fizemos a nave explodir.
– Não estás satisfeito? Quando estávamos com o cromo, parecia ser a coisa mais importante do mundo para ti.
– Sim, com certeza. Mas agora, no fundo, sinto um pouco de pena.
– Inacreditável. Eu nunca teria pensado que havia um coração sob toda essa gordura.
– Oh, pára com toda essa porcaria. – disse o grandalhão com um ar contrito. – Carrega no acelerador e vamos voltar para a base.