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II
O Jovem Tristano

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De Bergamo a Roma

Tristano era um distinto moço de 22 anos, brilhante, culto e refinado. O corpo esbelto e as proporções físicas lhe conferiam o que se chamaria de "uma boa aparência". Apesar da pouca idade, já era um influente diplomata dos Estados Papais e, portanto, tinha bom trânsito em todas as cortes italianas. No entanto, não possuía uma sede fixa, mas era enviado de tempos em tempos pela Santa Sé em missão perante o senhorio da península (e não apenas estes), por vezes à revelia dos embaixadores oficiais, para tratar de questões mais delicadas, reservadas ou mesmo secretas. Todos os senhores e notáveis interlocutores sabiam que falar com ele equivalia a conferenciar diretamente com o Santo Padre, no entanto não possuía nenhum título de nobreza, seu passado era por todos desconhecido, seu nome não aparecia jamais em documentos oficiais, vestia-se muito melhor que muitos condes e marqueses, mas não ostentava no peito condecorações e brasões. Demonstrava meios financeiros quase ilimitados, mas não era filho de nenhum banqueiro ou mercador; transitava com desenvoltura na política, mas nunca deixava traços; escrevia a História todos os dias, mas não aparecia nunca em suas páginas… estava em todas as partes, contudo, era como se não existisse.

Nos três primeiros lustros de vida, viveu na província de Bérgamo, na fronteira com os territórios da República de Veneza, onde recebeu uma boa formação cultural e uma pouco convencional educação sentimental e sexual. Órfão de pai desde criança e, quando pouco mais que adolescente, também de mãe, vivia com o avô, um velho nobre cansado e em decadência que, apesar de tudo, ostentava sempre com orgulho um casarão ao estilo de Frederico II e, no tempo das Cruzadas, estabeleceu laços de parentesco com membros de famílias toscanas tão notáveis quanto já praticamente extintas. O ancião conservava, no entanto, um certo respeito no povoado e no condado, o que refletia também sobre o jovem Tristano. Quando em idade escolar, foi entregue aos cuidados primeiro dos dominicanos, depois dos franciscanos, revelando desde cedo propensão para a lógica e a retórica, embora todo domingo de manhã enfurecesse os tutores por preferir a angélica visão da chegada das noviças na igreja ao estudo dos clássicos gregos e latinos. Às vezes parecia lúgubre em razão da ausência dos pais, mas nunca rabugento. Tinha um temperamento vibrante, mas era sempre contido; um ar astuto, mas nunca impertinente, e feições virtuosas que lhe faziam benquisto por todos no povoado, sobretudo os senhores.

Acabara de completar 12 anos quando algo que mais tarde viria à tona com frequência em seus sonhos de adulto lhe abriu um novo mundo, um acontecimento muito longe das regras monásticas a que estava habituado e das virtudes cardinais sobre as quais lia todos os dias nos livros: era uma tarde quente no começo do verão, as portas e janelas do scriptorium da biblioteca estavam abertas para que a corrente de ar deixasse as leituras menos pesadas. Tristano tinha na mão um tomo sobre Santo Agostinho de Hipona que lhe fascinava em particular e, abancado em um gabinete próximo à janela, preparava-se para mergulhar nas gravosas cartas quando percebeu na rua uma movimentação estranha para aquela hora: Antônia, viúva desconsolada, avançava rápida do pátio da igreja à rua deserta, arrastando sua pobre filha, que há poucos anos havia aprendido a caminhar.

A jovem infeliz parecia querer chegar ao destino despercebida; pouco tempo depois, com ares cada vez mais circunspectos, desviou sua trajetória um pouco à direita e, assim que chegou ao estabelecimento do boticário, entrou. Logo depois, o proprietário, inclinando-se na soleira, lançou um olhar rápido para os dois lados e fechou a porta, que só reabriu meia hora depois, para saírem mãe e filha. Essa movimentação repetiu-se quase idêntica nos sábados seguintes, até que a tentação de a investigar a fundo se tornou irresistível para o adolescente.

Foi assim que planejou esconder-se em um baú que um empregado de seu avô usava para fornecer odres de água de nascente à esposa do boticário, uma rica senhora que, junto de sua filha, preparava os destilados, águas florais e perfumes. Assim que o carregamento estava pronto, Tristano esvaziou o equivalente de seu peso e entrou no baú, deixando que o empregado carregasse tudo no carro e, ignaro, fizesse o transporte até a drogaria, como o fazia habitualmente.

Uma vez lá, escondido em seu cavalo de madeira, como Ulisses em Tróia, esperou que o ajudante do boticário se afastasse para pagar o empregado, saiu do baú e escondeu-se entre os sacos de cereais e ervas armazenados na sala. A partir daí, bastava esperar… E de fato, pouco depois que soaram nove badaladas no campanário da igreja, a bela Antônia, acompanhada da pequena, ingressou pontual na penumbra; a esperá-la na porta estava o cortês alquimistas, que, como um lobo na presa, atirou-se ao generoso peito e conduziu-a através do portal. Enquanto fechava a porta com a mão direita, com a esquerda tateava sob a veste da senhora, a qual, soltando a mão da pequena, se livrava ao mesmo tempo da touca que segurava seus longos cabelos acobreados.

O jovem espiava incrédulo o que acontecia em meio àquele êxtase de ervas Médicinais, temperos, raízes, velas, cartas, tintas, cores… Depois dos primeiros afagos, o boticário largou a presa e deu-lhe apenas tempo suficiente para que a jovem mãe acomodasse melhor a filha em uma cadeirinha com uma boneca de retalhos, depois pegou-lhe a mão e, enquanto a conduzia aos fundos, perguntou sarcástico:

– Então, o que você contou hoje ao padre Berengario no confessionário?

O fervor entre os dois retornou ainda mais forte: entre risinhos e sussurros, seguiram os gemidos; mal o audaz espião afastou a cortina, viu o sexo dos amantes entre ervas, sementes, perfumes, águas aromáticas, óleos e unguentos…

Começou assim sua educação sexual, que logo fundamentou, como qualquer disciplina que se preze, com a teoria (buscando alguns textos que seus tutores consideravam proibidíssimos) e com a prática (provocando inquietações e dúvidas em algumas noviças).

Sua primeira relação completa com uma mulher foi com Elisa di Giacomo, a filha mais velha de um cavalariço que trabalhava na propriedade. Dois anos mais velha, a bela Elisa acompanhava Tristano de bom grado em longos passeios por trilhas em montanhas, seduzida por suas histórias e projetos… muitas vezes, os dois acabavam por namorar em uma cabana ou um abrigo da região.

De fato, estavam juntos no dia de vindima em que um bando de soldados estrangeiros surgiu a galope de repente no meio da festa, passou por trabalhadores alarmados e circundou a cabana. O soldado de mais alto grau, com uma armadura cintilante como nunca se vira naquelas partes, desceu do cavalo, levantou o elmo e, derrubando a porta com um chute, para o total embaraço dos namorados, entrou:

– Tristano Licini de Ginni?

– Sim senhor, sou eu – respondeu o jovem, recolhendo as calças e tentando esconder com seu corpo o corpo seminu da companheira aterrorizada -, vocês quem são, senhores?

– Meu nome é Giovanni Battista Orsini, senhor de Monte Rotondo. Vista-se! O senhor deve acompanhar-me imediatamente a Roma. Seu avô já foi informado e consentiu que o senhor deixe este local e se mude o quanto antes para a residência de meu nobre tio, Sua Senhoria Ilustríssima e Reverendíssima, o cardeal Orsini. Minha missão é escoltá-lo, mesmo que à força, até sua santa pessoa. Peço-lhe que não resista e me siga.

Então, arrancado de seu microcosmo provincial, onde havia encontrado algum equilíbrio, com apenas 14 anos, Tristano deixou para sempre aquelas pobres terras de frágeis fronteiras para alcançar e renascer homem naquela cidade que Deus escolheu Sua sede terrena, na eterna Urbs dos Césares, na caput mundi

Após 7 dias de viagem extenuante, chegou exausto na residência cardinalícia de Monte Giordano. O jovem hóspede foi logo entregue aos cuidados de um criado e pouco depois levado à presença do ilustríssimo cardeal Latino Orsini, membro de destaque da facção guelfa romana, sumo camerlengo e arcebispo de Taranto, antigo bispo de Conza e arcebispo de Trani, arcebispo de Urbino, cardeal-bispo de Albano e de Frascati, administrador apostólico da arquidiocese de Bari e Canosa e da diocese de Polignano, bem como senhor de Mentana, Selci e Palombara, etc.

No breve trajeto, Tristano perscrutava os olhares severos dos bustos de mármore dos ilustres antepassados do nobre casarão, dispostos em prateleiras com imagens de leões e rosas, emblema dos Orsini. As interrogações em sua cabeça cresciam sem parar, perseguiam-se, amontoavam-se.

Aquele salão de janelas separadas por pilastras, sob tímpanos curvilíneos com cabeças de leões e pinhos, águias coroadas, bisciones de viscondes, etc., pareceu-lhe infinito.

Sua Graça estava no poeirento escritório, ocupado assinando dezenas de papéis que dois diáconos imberbes lhe submetiam com perícia.

Tão logo se deu conta da chegada do jovem, levantou devagar a cabeça, girando-a de leve para a entrada; lentamente, com o olhar fixo no rapaz e mantendo o cotovelo sobre a mesa, levantou o antebraço esquerdo, com a mão aberta, antecipando-se ao seu ajudante que lhe estendia outros documentos. Levantando-se, aproximou-se sem pressa do jovem, como se buscasse o melhor ângulo para apreciar-lhe melhor as feições; acariciou-lhe o rosto com graça, debruçando-se sobre o queixo.

– Tristano – sussurou – finalmente, Tristano.

Depois colocou uma mão na cabeça e com a outra abençoou-o, traçando uma cruz no ar.

O rapazinho, embora detido por uma mistura de temor e reverência, observava-o fixamente, para tentar perscrutar qualquer pequeno movimento da boca e dos olhos que denunciasse o motivo de sua mudança imediata. O cardeal, segurando o precioso crucifixo que lhe ornava o peito, virou-se de chofre para a janela e, avançando, antecipou-se dizendo:

– Você tem o olhar esperto, rapaz. Certamente se pergunta por que essa mudança coerciva a Roma…

Depois de uma brevíssima pausa, continuou:

– Ainda não chegou o momento de sabê-lo. Ainda não… Saiba apenas que se você está aqui, é para seu bem, para sua proteção e para seu futuro. E ainda para o seu bem-estar e o da Santa Igreja Romana, é melhor que você não saiba. Nestes tempos sombrios, mentes insanas e talvez diabólicas conspiram juntas contra o bem e a verdade. Sua mãe o sabia. Esse rosário que você tem no pescoço é dela, nunca o tire. É a proteção dela, a bênção dela.

E continuou:

– Se há algo de precioso em você, deve-o apenas a ela, que com a carne o deu à luz a esta vida temporal e com o coração à vida eterna. Ela, em seu infinito amor materno, antes de retornar a nosso Senhor, deu você aos cuidados de Nossa pessoa e, desde então, guardamos um obscuro segredo que lhe será revelado quando chegar o tempo, e apenas então. Veritas filia temporis.

– Senhor, lhe peço – intervia agora Tristano com a voz trêmula – como qualquer bom cristão, preciso conhecer a verdade.

E, segurando o coração acelerado com a força da coragem, adicionou:

– A vida dos santos, sobretudo de Santo Agostinho, nos ensina a buscar a verdade, a mesma que agora o senhor me esconde.

O clérigo voltou-se de chofre e, dirigindo-se com o olhar severo, mas quase satisfeito com a reação do adolescente, replicou:

– Respondo-lhe como Ambrósio de Milão fez aos que indignamente você gosta de citar: “Não, Agostinho, não é o homem quem busca a verdade, deve-se deixar que a verdade o encontre.” E como acontecia então com o jovem de Hipona, o seu caminho para a verdade apenas começou.

Antes que qualquer um ousasse dizer outra palavra, mirou o acompanhante e concluiu imperativo:

– Agora podem ir.

Tristano, mudo e atordoado, foi acompanhado à porta. Após alguns dias, revigorado e trajado de acordo com aquela casa secular, do Mons Ursinorum foi transferido ao seguimento do sobrinho do cardeal.

Giovanni Battista, não obstante os insistentes protestos do jovem, jamais deu explicações satisfatórias para aquelas misteriosas reticências (talvez não o soubesse ou talvez lhe fora imposto o silêncio), mas se limitou a cumprir completamente a missão dada por seu tio, iniciando logo o órfão na melhor formação diplomática… tendo modo de constatar que o rapaz não tinha a menor inclinação para a vida mística e religiosa.

Tristano, na intimidade das noites, às vezes tornava às palavras daquele primeiro encontro com o cardeal Latino, impotente ante tantos por quês que lhe tomavam a mente: por que não podia ou não devia saber? Por que e de quem devia ser protegido? Por que sua pobre mãe conheceria e teria confiado a tão ilustre clérigo um segredo que dizia respeito a ele? Por que aquele segredo era tão perigoso tanto para ele quanto para toda a Igreja?

Às vezes lembrava dos lugares e das pessoas de sua infância, mas, tendo sido entregue permanentemente por seu único parente em vida aos cuidados daquele novo ilustríssimo tutor, não podia deixar passar a oportunidade de pôr à prova tudo o que havia escutado dos padres dominicanos; concentrou-se, portanto, nos estudos e adaptou-se logo aos ambientes eclesiásticos romanos, às suntuosas acomodações da Cúria, aos colossais monumentos, aos majestosos edifícios, aos fartos banquetes…

tempora tempore, era como se aquele estilo de vida lhe tivesse sempre sido familiar. Não passava um dia sem ter novas experiências; não passava um dia sem adicionar noções novas à bagagem cultural; não passava um dia sem conhecer pessoas novas: príncipes e criados, artistas e cortesãos, engenheiros e músicos, heróis e missionários, parasitas e covardes, prelados e prostitutas. Um aprender da vida contínuo e inesgotável…

Conhecer o maior número possível de pessoas, de todas as classes, de todas as origens, de todos os estratos, de todas as culturas, de todos os credos, de todas as linhagens, entrar em seus mundos, reter informações úteis, analisar cada pequeno detalhe, perscrutar a fundo cada alma humana… era a base de sua profissão. E esta aparentemente tornava-o amigo de todos. Na realidade, na multidão de homens e mulheres que conheceu ao longo de sua vida, o diplomata podia contar com pouquíssimos verdadeiros amigos, três dos quais conheceu naqueles anos. Guardava um íntimo segredo de cada um deles.

Jacopo, monge beneditino, grande alquimista, estudioso de botânica, misturas, poções, perfumes, mas também criador de ótimos licores e digestivos. Compartilhava com Tristano a paixão pelos clássicos patrísticos e a busca filosófica da verdade. Ainda muito jovem, matou seu mestre com um alambique, um velho pedófilo que abusava sistematicamente de seus pupilos. O cadáver, dissolvido em ácido, jamais foi encontrado.

Verônica, criada por sua mãe em um bordel veneziano, já havia em tenra idade aprendido a arte da sedução que praticava há alguns anos em Roma; sua casa era frequentada por pintores, letrados, militares, ricos mercadores, banqueiros, condes, marqueses e, sobretudo, prelados de alto escalão. Não tinha mais nenhuma família no mundo, exceto uma irmã gêmea que jamais conheceu e cuja misteriosa existência era conhecida só por Tristano.

Ludovico, filho e ajudante do alfaiate pessoal da família Orsini, refinadíssimo, criativo, extravagante, extrovertido, especialista em tecidos e acessórios os mais variados, sempre inteirado das novidades e tendências vindas dos estados italianos e europeus. Seu segredo?… sentia-se mais atraído sexualmente por homens que por mulheres e, mesmo que nunca tivesse ousado manifestá-lo, nutria uma admiração e um afeto particular por Tristano que por vezes ultrapassava a mera amizade.

Sempre que podia, livre das obrigações da Cúria, entre uma missão e outra, o jovem diplomata encontrava seus amigos… Depois de cada missão, assim que voltava para Roma, costumava fazer-lhes visitas, para contar das aventuras e trazer lembrancinhas.

No verão de 1477, o cardeal Orsini adoeceu gravemente. Mandou chamar seu pupilo, que naquele momento estava na abadia de Santa Maria de Farfa. Tristano apressou-se para voltar, mas quando chegou em Roma o casarão já estava de luto. Subindo ao piso nobre, o salão que dava para o morto estava cheio de rituais fúnebres e figurões sussurando: o cardeal estava morto e, com ele, a possibilidade de conhecer pela sua voz o mistério sobre o passado do jovem funcionário.

Infelizmente, o cardeal não havia deixado nada que lhe dissesse respeito. Nem o testamento do prelado tinha qualquer aceno ao segredo mencionado três anos antes.

Nos dias seguintes ao óbito, Tristano investigou com afinco a santa vida de Latino, vasculhando a biblioteca do casarão… mas nada, não conseguiu encontrar nada, nenhum indício relevante… exceto uma página arrancada de um velho diário de viagem. O documento tratava de uma importante missão do cardeal Orsini a Barletta, no ano MCDLIX d.C. Os manuscritos do cardeal estavam quase todos redigidos e conservados com tão obsessiva perfeição que a falta de uma folha, aliás mal cortada, teria sido preenchida e consertada logo, se não por Latino em pessoa, por seus atentos bibliotecários, e isso chamou a atenção de Tristano. Infelizmente não havia ninguém que pudesse dar uma pista ou levantar uma hipótese digna de aprofundamento. Decidiu, portanto, interromper a pesquisa e retornar à Cúria, onde podia continuar seu trabalho diplomático sob Giovanni Battista Orsini, que no meio-tempo recebera a ambicionada nomeação de protonotário apostólico.

Nas primeiras incumbências diplomáticas fora dos Estados Papais, Tristano foi auxiliado pelo núncio pontifício Frade Roberto da Lecce, mas logo sua rara capacidade de diligentia, prudentia et discretione convenceram Giovanni Battista e seus conselheiros a confiar-lhe assuntos cada vez mais críticos e delicados, para os quais devia necessariamente gozar de alguma independência e autonomia.

O complexo contexto da Guerra de Ferrara era um desses assuntos. Não apenas estava o senhorio da península todo envolvido, por muitos motivos e em diversos níveis, mas também nos Estados Papais a situação ficava cada dia mais complicada e exigia hábeis enxadristas, aptos a jogar duas partidas ao mesmo tempo: uma externa e outra, talvez ainda mais perigosa para a Santa Sé, interna; criaram-se duas facções em Roma: os Orsini e os Della Rovere, em apoio ao papa, contra os Colonna, apoiados pelos Savelli.

Enfim, a vida de nosso jovem diplomata não era nada fácil: o aliado garantido do momento anterior podia muito bem tornar-se, em uma noite, o maldito e deplorável inimigo da manhã seguinte, o peão a eliminar do tabuleiro para evitar o impasse ou para possibilitar o roque, a peça a sacrificar para desferir o ataque final…

Após o verão de 1482, a virada da política pontifícia tornava-se evidente. A Santa Sé decidiu pôr fim à guerra e, por isso, Tristano foi enviado à corte dos Gonzaga para manifestar a mudança de intenção de Roma nos confrontos de Ferrara e Mântua. Ao mesmo tempo, gozando da hospitalidade dos patrões da casa e com livre acesso aos refinados ambientes do palácio, o vigoroso rapaz não podia permanecer insensível aos chamados das jovens cortesãs que desfilavam sugestivas para ele.

O Homem Que Seduziu A Mona Lisa

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