Читать книгу Empréstimo Mortal - Elizabeth Spann Craig - Страница 4
Capítulo Dois
ОглавлениеPor um segundo, fique paralisada olhando para ele. Então corri para ter certeza se Roger ainda estava respirando e precisava de ajuda. Não senti a pulsação e vi que seus olhos estavam abertos, o olhar fixo. Respirei fundo, peguei o celular com as mãos trêmulas e chamei a polícia enquanto voltava com cuidado para o jardim da frente.
Quase de imediato, já pude ouvir uma sirene distante. E depois outra. E outra. Em uma cidade como Whitby, os serviços de emergência não tinha muito o que fazer, então todos compareciam em conjunto para um grande evento.
Alguns minutos depois, um carro da polícia, uma ambulância e um caminhão de bombeiros pararam em frente à casa, com sirenes tocando e luzes piscando. E segundos depois, todos os vizinhos estavam parados no jardim da frente, olhando ansiosos para a aglomeração. Se eu tinha alguma ilusão de que meu encontro às cegas seria mantido em segredo, agora era tarde demais.
Apontei para a lateral da casa enquanto o policial corria na minha direção. – Lá atrás – falei, decidindo não dizer que não havia necessidade de correr. Estremeci e senti as pernas ficarem um pouco trêmulas. Um dos paramédicos percebeu. – Sente-se – disse ele com firmeza enquanto desaparecia em direção aos fundos da casa.
Fiz o que me foi dito. A tensão do encontro às cegas, junto com o choque da descoberta do corpo, me desestabilizou muito mais do que eu imaginava. Trabalhando com o público, eu tinha experiência em lidar com pessoas doentes e me considerava alguém que não era fácil de intimidar. Aparentemente, porém, isso não se estendia à descoberta do corpo do meu suposto pretendente.
Sentei na calçada enquanto os paramédicos trabalhavam. Vi o ritmo deles diminuir quando perceberam que não se tratava de uma emergência. O tom das vozes era sombrio.
Um minuto depois, um dos paramédicos voltou para verificar como eu estava.
– Estou bem – respondi, me sentindo envergonhada. – Fiquei tonta por alguns segundos.
O paramédico assentiu e voltou para o jardim dos fundos. Os bombeiros foram embora alguns minutos depois e esperei o policial vir falar comigo. Se não me engano, ele era o chefe. Tentei lembrar o que sabia sobre ele, inclusive seu nome. Ele tinha assumido o cargo há apenas um mês e havia se mudado de outro estado para cá, de acordo com uma matéria que li no jornal. Era um homem de meia-idade, alto, robusto, com um olhar firme e calvície nas laterais da testa.
Lembrei que logo quando se mudou, ele ofereceu um ‘café com um policial’ como uma oportunidade para conhecer os membros da comunidade e descobrir a opinião das pessoas sobre a cidade e questões de segurança. Foi uma jogada inteligente, considerando que cidades pequenas podem ser resistentes a conhecer e aceitar novas pessoas.
Poucos minutos depois, ele reapareceu, a expressão séria. Ao me ver ainda sentada na calçada, ele se aproximou e se sentou pesadamente ao meu lado.
– Você está bem? – perguntou, me olhando com preocupação.
– Sim. Desculpe, fiquei um pouco atordoada por um momento e um dos paramédicos orientou que eu me sentasse. Posso acompanhá-lo até algum outro lugar se precisar falar comigo sobre os detalhes.
Ele começou a balançar a cabeça e depois olhou para os vizinhos que continuavam nos encarando.
– Cidades pequenas – falei, deixando escapar uma risadinha.
Ele assentiu e disse: – Talvez não fosse uma má ideia conversarmos em outro lugar. É meio perturbador ter audiência. Acha que surtariam se a vissem sentada na viatura da polícia?
– Não, desde que você não me algeme e me peça para sentar no banco de trás.
Ele riu. – Não há necessidade disso, pelo menos não agora. Os assassinos geralmente não denunciam seus crimes. Embora eu tenha que ficar de olho em você.
Nos acomodamos na viatura e ele ligou o carro para o ar condicionado funcionar. Ele parecia estar com muito calor depois do esforço de correr para os fundos da casa e o estresse da situação. Ele ligou o ar-condicionado no máximo.
– Em primeiro lugar – começou ele, estendendo a mão. – Sou Burton Edison, o novo chefe de polícia. Acho que não fomos apresentados.
– Ann Beckett. Sou bibliotecária – falei, retribuindo o cumprimento.
Ele acenou com a cabeça e continuou: – Prazer em conhecê-la, Ann. Pode me contar o que aconteceu? E qual a sua ligação com a vítima? – Ele olhou para o bloco. – Um dos bombeiros o identificou como Roger Walton. Essa informação está correta?
Assenti com a cabeça. – Sim. Pelo menos, presumo que esteja correta. Gostaria de poder lhe dar mais informações. Não conheci Roger. Cheguei cerca de cinco ou seis minutos antes de ligar para a polícia. Fiquei no trabalho a tarde toda antes de ir para casa me arrumar. Eu e uma vizinha, Zelda Smith, conversamos por alguns minutos quando cheguei em casa. – Me apressei em dizer. Caso precisasse de um álibi, pelo menos Zelda poderia ser útil. – Roger era meu encontro às cegas. O encontro foi marcado por sua tia-avó, que é uma das clientes da biblioteca. Roger não respondeu quando bati e toquei a campainha, então dei a volta na lateral da casa.
Burton grunhiu. – Você provavelmente sentiu o cheiro da grelha, não foi?
Assenti. Ele era perspicaz. – Isso mesmo. Eu não tinha certeza do que ele havia planejado para o jantar, mas quando senti o cheiro de carvão queimado, dei a volta na lateral da casa, imaginando que ele não conseguia ouvir a campainha. Foi quando o encontrei – expliquei, tentando manter a voz firme.
Burton fez mais algumas anotações. – Esse deve ser o pior encontro às cegas já registrado – disse ele, erguendo os olhos para demonstrar compaixão.
Esboçei um sorriso. – Pois é, embora eu tenha ido a alguns tão ruins quanto esse. Minha vida amorosa não tem sido muito gratificante.
Um carro parou atrás de nós e estacionou na calçada. Uma mulher loira, na casa dos vinte anos desceu, os olhos estreitados de preocupação ao ver a ambulância e o carro da polícia em que Burton e eu estávamos sentados. Ela se aproximou de nós.
– Posso ajudá-la, senhora? – perguntou Burton, de forma educada ao descer do carro.
– Sim – disse a mulher, com a voz áspera. – Pode me dizer o que está acontecendo aqui? Por que está cheio de carros de polícia e ambulâncias?
Burton assentiu e estendeu a mão. – Sou Burton Edison, o novo chefe de polícia de Whitby. Acho que não nos conhecemos.
– Sou Heather Walton – respondeu a jovem, tirando com impaciência uma mecha de cabelo loiro dos olhos. – Meu irmão mora aqui.
Burton respirou fundo.
– Sente-se aqui – falei, saindo do carro da polícia. – Eu não deveria estar monopolizando o assento. – Na verdade, eu só queria sair dali, ainda mais porque um membro da família estava sendo informado sobre uma tragédia.
Burton pareceu perceber que eu estava me esquivando. – Sria ótimo se você pudesse ficar por perto, Ann. Talvez eu precise de mais algumas informações.
– Podemos voltar a falar sobre o meu irmão? – perguntou Heather, impaciente.
– Por acaso você tem uma foto do seu irmão? De Roger? – perguntou Burton.
Heather suspirou, pegou o celular e começou a rolar a tela antes de mostrar uma foto ao chefe de polícia.
– Sinto muito ter que lhe dizer isso, mas Roger está morto. Ele foi esfaqueado. – Burton pronunciou as palavras com cuidado, tentando ser o mais claro possível.
Heather engasgou, cobrindo a boca com uma das mãos.
Dei alguns passos para trás, tomando cuidado para não me afastar demais, já que Burton fez questão de dizer que queria falar comigo novamente.
Burton conversou com Heather por alguns minutos enquanto o sol começava a se pôr. Pouco tempo depois, outros carros pararam e descobri que a polícia estadual, a SBI, havia chegado. Imaginei que Whitby fosse uma cidade pequena demais para ter qualquer tipo de departamento forense ou para estar equipada com o mínimo necessário para uma investigação de assassinato. O SBI me fez as mesmas perguntas que Burton.
Enquanto eu estava sendo interrogada, Heather se aproximou e me deu um sorriso tenso. – Tenho a terrível sensação de que deveria conhecê-la, mas não consigo me lembrar. Você estava namorando Roger?
Era óbvio que Roger não havia contado sobre o encontro para a irmã, mas nem todos os irmãos trocavam confidências. – Sinto muito pelo seu irmão. Não estávamos namorando, mas tínhamos um primeiro encontro marcado para hoje à noite. É por isso que eu estava aqui. Meu nome é Ann Beckett. Vi você na biblioteca. Trabalho lá.
Heather assentiu. – Obrigada. É terrível perceber que reconhece alguém, mas não sabe de onde. É claro, eu a conheço da biblioteca. Eu a vejo lá toda semana.
– Quando se está acostumado a ver alguém apenas em um determinado lugar e essa pessoa não está lá, pode ser difícil identificá-la. – Hesitei e continuei: – Mais uma vez, sinto muito pelo seu irmão. Isto deve ser um choque terrível.
Lágrimas brotaram dos olhos de Heather e ela limpouo rosto com impaciência. – Desculpe. Roger e eu éramos muito próximos e simplesmente não consigo aceitar que ele se foi.
– Veio visitá-lo? – perguntei em tom gentil. Se fosse o caso, era melhor ter sido eu a encontrar o corpo do que deixar a irmã descobrir o irmão morto.
Ela hesitou. – Estava de passando de carro. Fui fazer algumas compras esta noite. Estive na farmácia, abasteci o carro e estava a caminho do supermercado quando vi os veículos de emergência e queria saber o que estava acontecendo.
– Sinto muito. Deve ter sido assustador ver todas essa confusão e descobrir que se tratava da casa do seu irmão.
Heather assentiu e depois esfregou os olhos com impaciência. – Não é tão assustador quanto o que aconteceu com você! O chefe me contou tudo. Você deu a volta na lateral da casa para ver por que ele não estava atendendo a porta e então… o encontrou.
Assenti com a cabeça e tentei falar com naturalidade, embora sentisse um tremor na voz. – Isso mesmo. E embora eu não conhecesse Roger, lamento não ter tido a oportunidade de conhecê-lo. Ele parece ser um bom irmão.
Heather ficou com o olhar distante e se virou por um segundo para observar a casa.
– Sinto muito. Tudo isso parece uma loucura.
Heather disse lentamente: – Parece mesmo. Não posso acreditar no que aconteceu. Whitby não é o tipo de cidade onde assassinatos acontecem. Não foi uma invasão aleatória. O chefe de polícia disse que após uma breve inspeção, não parecia haver nada fora do lugar. Não havia gavetas abertas, papéis espalhados no chão, ou qualquer sinal de que alguém estivesse vasculhando a casa.
– Eles podem afirmar isso? Um homem que mora sozinho pode deixar algumas gavetas e armários abertos ou algo do tipo. Homens solteiros costumam ser um pouco desleixados.
Heather negou com a cabeça. – A maioria dos homens sim, mas não meu irmão. Ele mantinha tudo muito arrumado. Ele sempre limpava a casa. Acho que nunca estive lá e vi uma caneca de café na pia. Mas você tem razão, a polícia não pode afirmar até que eu entre na casa e dê uma olhada. Talvez mais tarde ou amanhã, porque o chefe disse que precisam que tratar a casa como uma cena de crime agora. – A voz dela voz enfraqueceu ao dizer as palavras e uma expressão triste cruzou seu rosto.
– Que coisa horrível. Sinto muito que você tenha que passar por isso.
– É horrível, mas quero ajudá-los a descobrir quem fez isso. Afinal, se não foi um roubo que deu errado, deve ter sido alguém que ele conhece. Alguém com rancor. E há apenas uma pessoa em quem consigo pensar. Uma mulher chamada Mary Hughes.
– É vizinha dele? Alguém conhecido? – Talvez os vizinhos estivessem na minha cabeça porque ainda estavam todos em seus jardins, nos observando boquiabertos. Não me surpreenderia se começassem a colocar cadeiras do jardim e comer pipoca.
– Não, Mary era uma ex-colega de trabalho de Roger.
– Eu nem mesmo sabia com o que Roger trabalhava. Era um dos assuntos que estaríamos conversando esta noite.
– Ele era consultor de investimentos. Talvez não seja o trabalho mais fascinante para discutir durante um primeiro encontro – disse Heather, com uma risada curta. – Roger trabalhava nessa área desde que se formou na universidade. Aconselhava pessoas sobre ações e títulos, ajudava a planejarem a aposentadoria, entre outras coisas. De qualquer forma, ele e Mary não se davam bem. Roger me contou que ela havia sido preterida em uma promoção há algumas semanas. Foi ele quem assumiu o cargo.
– Bem, é assim que as coisas acontecem nas empresas. Nem todos conseguem uma promoção. Se fosse assim teríamos um escritório repleto de diretores.
– É verdade. Mas pelo que ouvi, ela levou a questão para o lado pessoal. Mary achava que estava mais qualificada para a promoção do que Roger e deixou isso bem claro. Fazia questão de deixar o ambiente de trabalho bem desconfortável para Roger.
Eu podia imaginar a situação. Seria horrível ir trabalhar e ter que conviver todos os dias conviver com uma pessoa que sentia muita raiva de você.
Heather acrescentou: – Então Mary foi dispensada de forma repentina. Você sabe como são as empresas. Ela agiu como se pensasse que Roger também era o culpado pela demissão dela. Pelo menos foi o que ele disse.
– Deveria contar isso à polícia – falei, com cautela.
Heather me olhou intrigada. – Você não acha que Mary pode ter matado Roger, acha? Só por estar chateada com algo que aconteceu no trabalho?
– Não faço ideia. Não conheço Mary. Mas acho que é algo que a polícia deveria saber. Onde Mary está trabalhando agora?
Heather fez uma careta. – Isso é parte do problema. Parece que ela está tendo dificuldades em se recolocar no mercado de trabalho. Conseguiu um emprego no salão de bronzeamento artificial. Quer dizer, não conheço Mary, mas a vi entrar lá quando passei de carro. Não há nada de errado em trabalhar no salão, mas depois de ter um emprego mais qualificado, me pareceu não ser a melhor opção. Além do fato de que ela nunca está bronzeada. A última vez que a vi no supermercado, há algumas semanas, ela estava pálida como sempre, tão pálida quanto eu – disse ela, com um bufo e fez uma pausa. – Roger também me contou que ela bebia muito. Foi como se o que aconteceu com Mary no escritório a tivesse levado a descer ladeira abaixo.
Ficamos em silêncio por alguns minutos antes de Heather dizer em um tom mais alegre: – Preciso voltar a frequentar a biblioteca. Tenho o hábito de sempre estar lendo um livro, mas nos últimos meses não tenho feito isso, e tem sido uma sensação muito estranha. E talvez agora eu precise de algo para me distrair de tudo isso que está acontecendo.
Assenti com a cabeça. – Sou como você. Me sinto estranha quando não tenho uma leitura em andamento. Costumo ler dois livros ao mesmo tempo, então normalmente não tenho esse problema.
Heather fez uma careta. – Eu ficaria totalmente confusa se tentasse fazer isso. Misturaria os personagens entre os livros ou algo assim.
– Acho que eu faria a mesma coisa se os livros fossem parecidos. Só funciona porque escolho dois livros de gêneros diferentes. Um romance e o outro uma biografia, por exemplo. Que tipo de livro você gosta de ler?
– Ah, leio tudo o que ouço ser bom, mas tenho preferência por ler mistérios de assassinatos. – Heather estremeceu e deu uma risada curta. – Talvez eu precise tentar algo diferente, já que pareço estar envolvida em um mistério de assassinato na vida real.
– Tem razão. Embora eu conheça um mistério de assassinato muito divertido. Experimente Assassinatos de Pega, de Anthony Horowitz.
Ela sorriu. – Obrigada pela indicação. Vou dar uma passada na biblioteca em breve.
Alguns minutos depois, Burton me puxou de lado para fazer mais algumas perguntas sobre os detalhes dos meus atos antes de chegar na casa de Roger, como quanto tempo esperei na porta e o que percebi quando cheguei no jardim dos fundos.
Antes de sair, ele acrescentou: – Você disse que trabalha na biblioteca.
Assenti com a cabeça. – Estou lá quase todos os dias. Na verdade, não deveria trabalhar tantas horas assim, mas adoro estar lá.
– É que sou novo na cidade. Suponho que não seja o seu caso.
– Morei em Whitby a maior parte da minha vida.
– Que tal se conversássemos de vez em quando? Nada oficial. – Ele se apressou em dizer. – Mas gostaria de saber sua opinião sobre a cidade e os moradores. Você provavelmente conhece muitas pessoas por causa do trabalho na biblioteca. E tem acesso ao tipo de informação que pode ser valiosa para mim. Não quero cometer injustiças com ninguém em um caso grande como este, além de ser o meu primeiro caso de alta visibilidade aqui na cidade.
Sorri. – Parece uma ótima ideia. Agradeço sua preocupação por ser novo aqui.
– Não quero atropelar as coisas. Sei que cidades pequenas costumam desconfiar um pouco dos recém-chegados.
– E o seu delegado? Ele conhece muitas pessoas na cidade?
Burton revirou os olhos. – Digamos apenas que ele é bastante antissocial. Não é muito de falar. Arrisco dizer que talvez eu conheça mais pessoas na cidade do que ele.
De repente me lembrei de algo: – Na verdade, você pode me ajudar com uma coisa. Sei que não terá muito tempo enquanto estiver trabalhando neste caso, mas recentemente fiz uma pesquisa para descobrir quais atividades os adultos poderiam se interessar na biblioteca. Uma das coisas mais solicitadas foi uma aula de autodefesa.
Burton ergueu as sobrancelhas ao ouvir aquilo. – Em Whitby? Não vejo muita necessidade disso por aqui.
Meu sorriso foi um pouco mais tenso dessa vez. – Bem, foi uma sugestão minha, então talvez os resultados da pesquisa tenham sido um pouco menos fidedignos.
Burton me lançou um olhar avaliador. – Está preocupada com sua própria segurança? Entendo que trabalha em um local público, mas até agora Whitby parece um local bem tranquilo.
Respirei fundo. – É provavelmente o reflexo da minha história. Fui criada pela minha tia-avó aqui em Whitby porque perdi minha mãe quando tinha oito anos. Morávamos em Charlotte naquela época. Era cedo demais para perceber que o mundo não era um lugar tão seguro. – Estremeci, ainda me lembrando dos meses terríveis que tive após a morte de minha mãe e da gentileza de minha tia sempre que os pesadelos aconteciam.
Burton assentiu lentamente. – Sinto muito. É claro que isso afetará a maneira como você vê o mundo. Ficaria feliz em dar a aula. Pensando bem, seria uma boa maneira de conhecer mais alguns moradores, então quanto mais cedo melhor.
– Vou organizar o evento, então – falei. Talvez não tenhamos muito tempo para divulgar a notícia, mas se eu agendar algumas postagens nas redes sociais, ainda poderíamos conseguir um bom grupo.