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XIII

A ideia de que somos concebidos como uma imensa tela me consome.

Imagino-nos, cada um de nós, com seu fio condutor e um grande tecelão, qual maestro, que devagar nos tece.

Acho que deus é isto.

Esta incomensurável maquinaria invisível que nos atravessa e nos urde. Uma fazedura gigantesca, a grande obra de arte intemporal, que o nosso fugaz olhar terreno não consegue nunca adivinhar nem vislumbrar.

Acredito que os nossos mortos, consoante vingança ou compaixão, nos criam novelos, nós-de-vida ou desatam-nos.

Temos sempre que ser generosos, gratos e prudentes com os nossos mortos.

Eles sabem coisas que nós ainda não.

Flores de inverno

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