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Jessica Smith, Centro de Processamento Interestelar de Noivas, Terra

O odor sombrio e almiscarado da pele do meu amante invadiu os meus sentidos enquanto eu pressionava o meu rosto contra a curva do seu pescoço. Eu estava vendada, mas conhecia-o bem. Eu não precisava ver para saber que ele era meu. Eu conhecia o seu toque. Conhecia o deslizar suave dos seus cabelos dourados por debaixo das pontas dos meus dedos e a sensação do seu pau enorme abrindo-me enquanto ele me fodia com força e rápido. Eu conhecia a força dos seus braços que me levantavam pegando-me pela cintura e pousavam o meu núcleo molhado sobre ele, eu sabia que ele me penetraria bem fundo e que eu gritaria o seu nome quando ele finalmente me permitisse gozar.

Envolvi as minhas pernas ao redor de seus quadris e atirei a minha cabeça para trás enquanto ele me preenchia completamente. Destemido e forte, ele era o verdadeiro guerreiro que eu sabia que era.

Ele subia e descia o meu corpo, libertando-me para que eu deslizasse sobre o seu pau comprido. Outro par de mãos, as mãos carinhosas do meu segundo parceiro, acariciavam o colar ao redor do meu pescoço. Eu conhecia a sensação das suas mãos, sabia que ele conseguia ser meigo e carinhoso num momento, e indestrutível e exigente no outro.

Eu sabia que os satisfazia bastante com a vista da minha boceta totalmente aberta para eles e do meu traseiro à disposição deles. O desejo dele ganhou vida dentro da minha mente através da ligação psíquica fornecida pelo colar. Mas o que me deixava verdadeiramente louca era o calor úmido que se acumulava no meu núcleo enquanto o meu primeiro parceiro entrava bem fundo dentro de mim. Apertei-o com os meus músculos internos, a sua carência tornava clara a urgência das suas investidas selvagens.

Eu conseguia sentir as emoções deles tanto quanto os seus desejos físicos; a ligação criada pelos colares que nós três usávamos era profunda e totalmente desprotegida. Não havia mentiras, não havia o negar de desejos, vontades ou necessidades. Só havia verdade, amor e prazer. Tanto prazer.

— Aceita o meu pedido, parceira? Entrega-se, livremente, a mim e ao segundo parceiro ou quer escolher outro macho primário?

A voz profunda exigia uma resposta, criando em mim um tremor que percorria a minha pele e fazia com que a minha boceta comprimisse o pau dele com uma força quase brutal. Ele gemeu com carência e eu mordi o meu lábio para conter um sorriso de satisfação. O meu parceiro primário tinha o direito de tomar a minha boceta até que eu engravidasse, mas o meu segundo? Ele tinha esperado, garantindo pacientemente que o meu corpo estivesse pronto para ser preenchido pelos meus dois parceiros ao mesmo tempo.

Não estando disposto a esperar por uma resposta, o meu segundo parceiro beijou a parte de trás do meu ombro, com uma mão roçando no meu traseiro, com uma proximidade perigosa ao lugar obscuro que ele iria tomar. A sua outra mão envolvia o meu pescoço com uma pressão suave que me fazia sentir impotente, fraca e totalmente à sua mercê. — Quer que nós dois te fodamos, amor? Ou não?

A minha boceta ficou novamente apertada e meu parceiro primário praguejou, empurrando-me para baixo na direção do seu pau com uma intensidade firme que eu tinha começado a desejar.

— Sim. Eu aceito o pedido de vocês, guerreiros. — As palavras formais deslizaram para fora dos meus lábios com um suspiro e eu inclinei meus quadris para roçar o meu clítoris contra o corpo do parceiro primário ao mesmo tempo que oferecia o meu traseiro ao meu segundo. — Eu quero os dois. E quero agora.

As palavras irromperam para fora da minha garganta, mas elas não eram minhas. Eu não tinha controle sobre a mulher cujos sentidos eu partilhava, eu só conseguia observar, e ouvir… e sentir.

O meu parceiro primário imobilizou-se sob mim e eu me queixei ao perceber que me eram negadas as investidas ferozes do seu pau contra a minha boceta ávida. — Eu te tomo através do ritual de nomeação. Você é minha e matarei qualquer outro guerreiro que ousar tocar em ti.

Eu não me importava quem ele precisasse matar, eu só queria que ele me fizesse sua para sempre.

O meu segundo parceiro continuou a me beijar, descendo pela minha coluna, as suas próximas palavras não eram exigidas pelo ritual, mas elas eram para mim. Só para mim.

— Você é minha, parceira. Eu matarei qualquer outro guerreiro que ousar olhar para ti. — Ao dizer aquelas palavras, ele começou a introduzir o seu dedo bem lubrificado na minha entrada traseira e eu gritei. A nossa primeira vez seria rápida, visto que as nossas paixões se inflamavam com demasiado calor para nos demorarmos muito mais.

Eu queria que eles me fodessem, me preenchessem com o seu sêmen. E, depois, eu queria os meus parceiros de volta para os nossos aposentos, nus e completamente sozinhos. Eu queria demorar-me com eles. Queria roçar em todo o corpo deles, foder, provar e explorar até que os nossos odores se mesclassem num só, até que o meu corpo estivesse muito dolorido para desfrutar de mais diversão.

Aquele pensamento trouxe-me de volta para mim mesma por um instante e eu percebi que os três amantes não estavam sozinhos no quarto. Vozes masculinas preencheram os cantos da minha consciência com um cântico suave. Eu tinha me focado tanto nos meus parceiros que os ignorei completamente, até agora, quando as suas vozes conjuntas se elevaram para preencher a sala enquanto eles falavam em uníssono.

— Que os deuses sirvam de testemunha e te protejam.

Quando o meu segundo parceiro deslizou o seu dedo para fora da minha entrada traseira e cutucou o meu buraco virgem com a cabeça larga do seu pau, os outros foram totalmente esquecidos. Quando ele deu uma investida para frente e alargou-me mais… e mais… e mais, ainda com dois paus preenchendo-me, eu soube que estava sendo verdadeiramente tomada.

— Srtª Smith.

Não, aquela não era a voz de nenhum dos meus parceiros. Esmaguei mentalmente aquela voz.

— Srtª Smith.

A voz voltou. Era a voz de uma mulher, de uma mulher austera.

— Jessica Smith!

Naquele momento sobressaltei-me, a minha mente foi arrancada daqueles dois homens que me cercavam para… não, não havia homens cercando-me. Eu estava na sala de processamento. Não tinha um pau no meu traseiro ou na minha boceta. Não tinha dois corpos fortes cercando-me. Eu não conseguia sentir o seu calor ou inalar o seu odor poderoso. O peso do colar deles não estava sobre o meu pescoço.

Abri os meus olhos e pisquei-os. Uma, duas vezes. Oh, sim. A Guardiã Egara. Uma mulher rígida e formal pairava sobre mim.

— O seu exame está concluído e o seu emparelhamento já foi feito.

Lambi os meus lábios secos e tentei acalmar o meu coração acelerado. Ainda conseguia sentir os homens, mas a sensação estava se dissipando rapidamente. Eu queria ir até eles e agarrá-los, agarrar-me a eles como se a minha vida dependesse disso. Aquela era a primeira vez que eu me sentia segura e protegida, estimada e desejada. Eles nem sequer eram meus.

Então, eu ri de forma seca e a Guardiã elevou a sua sobrancelha escura.

A única vez que eu me senti segura foi num sonho. A realidade, sim. A realidade era uma merda.

— Acabou? — Perguntei. A minha voz estava um pouco áspera, como se tivesse gritado de prazer enquanto sonhava. Céus, espero que não. A sensação era como a de ressonar com um namorado novo, só que muito pior. Muito, muito pior.

Ela deve ter ficado satisfeita com o que quer que tenha visto no meu rosto, porque acenou uma vez, depois, deu a volta ao redor de uma mesa simples para sentar. Embora ela tivesse sentado numa cadeira metálica modesta, eu ainda estava presa à cadeira de processamento, vestida com uma bata de estilo hospitalar simples com o logotipo do Programa Interestelar de Noivas repetido ao longo do tecido cinzento, num padrão. Olhando para baixo, eu conseguia ver os meus mamilos, duros e eretos, através do tecido fino. Não havia dúvidas de que a Guardiã também os via, mas ela não disse nada.

— Para que conste, diga o seu nome, por favor.

— Jessica Smith. — Contorci-me na cadeira, apercebendo-me de que o meu robe estava molhado por debaixo de mim.

— Srtª Smith, é ou alguma vez já foi casada?

— Não.

— Tem algum filho biológico?

— Você já sabe as respostas para isto.

— Sim, mas é obrigatório ter uma gravação verbal efetuada antes do transporte. Responda à pergunta.

— Não, eu não tenho nenhum filho.

Ela clicava algumas vezes na tela sem olhar para mim. — Devo informá-la, Srtª Smith, que tem trinta dias para aceitar ou rejeitar o parceiro escolhido pelos nossos protocolos de emparelhamento. — Ela olhou para mim. — Você é a terceira mulher da Terra a ser emparelhada com este planeta. Hmm.

Eu tinha as minhas dúvidas quanto ao exame e quanto a ser verdadeiramente emparelhada. Eu não tinha encontrado nenhum homem na Terra que se interessasse por mim, portanto, era um pouco deprimente o fato de eu ter de procurar por todo o universo para encontrar alguém.

Mas, então, por que é que no sonho do meu exame havia dois homens? O que havia de errado comigo para eu ter sonhado com aquilo? O meu parceiro certamente não ficaria entusiasmado por saber que eu tinha tido sonhos eróticos com alguém que não ele.

— Não poderá regressar para a Terra se não estiver satisfeita. Poderá pedir por um novo parceiro principal após trinta dias… em Prillon Prime. Deverá continuar este processo até encontrar um parceiro que seja aceitável.

— Prillon Prime?

Eu nunca tinha ouvido falar dele, mas isso não importava muito. Eu não tinha ouvido falar de muitos dos outros planetas ou sobre as raças que os habitavam. Eu estava muito ocupada com o meu trabalho e com a minha vida na Terra para sequer pensar no espaço. Mas aquilo mudou muito rápido.

— Sinto-me como se fosse uma prisioneira. Há algum motivo para eu ainda estar algemada? — Flexionei os meus pulsos e fechei as minhas mãos em punhos.

— Muitas das nossas voluntárias, como sabe, são prisioneiras.

— Então, elas não são voluntárias de verdade. — rebati.

Ela franziu os lábios. — Não vou discutir semântica contigo, Srtª Smith, mas com a sua experiência militar, deve estar ciente de que por vezes uma pessoa deve ser algemada para o seu próprio bem. Durante os exames, as mulheres muitas vezes ficam… agitadas. E nós temos de garantir a sua segurança.

— E agora? — Perguntei.

Ela olhou para os meus punhos. — Agora, servem para mantê-la quieta para qualquer preparação ou modificação corporal que possa ser necessária antes da transferência.

— Modificações corporais? Guardiã, tire estas algemas imediatamente. — Eu consegui ouvir o pico árduo da minha voz e esperava que ela soubesse que eu não estava brincando.

Ela nem sequer se moveu. — Não se preocupe, estará inconsciente durante o processo. Você já assinou os documentos e o emparelhamento já foi feito, Srtª Smith. Por esse motivo, você já não é uma cidadã da Terra, mas sim, uma noiva de um guerreiro de Prillon Prime, e, como tal, está sujeita às leis e aos hábitos do seu novo mundo.

— Incluindo ser algemada?

Ela inclinou a cabeça para o lado. — Se isso for o que o seu parceiro deseja.

— Eu não quero ser emparelhada com um homem que me amarre!

— Jessica, você foi emparelhada com um guerreiro feroz desse mundo. Você deveria se orgulhar por ter o privilégio de se submeter a ele.

— Pensa que só por ele ser um soldado eu devo me vergar perante ele? Então, eu era o quê? Eu lutei. Eu matei.

A Guardiã parou e deu a volta à mesa.

— Eu sei, mas por vezes é bastante difícil para mulheres tão fortes como você encontrar um parceiro dominador o suficiente para lidar com as suas… hummm… necessidades.

Oh, céus, ela estava corando? A Guardiã de lábios rígidos subiu três tons de vermelho. Do que raios ela falava?

— Lembre-se, Jessica, ele também foi emparelhado contigo. Ele vai lhe dar aquilo de que precisar. É o direito dele, dever, e mais importante do que isso, privilégio. — Ela, então, sorriu, com um ar saudoso no seu olhar. — Já não terá de se esconder. Vai lutar contra ele, eu consigo ver isso, mas prometo que ele valerá o preço que terá que pagar.

— Que preço? — Para onde raios é que ela ia me enviar? Eu não tinha concordado quanto a ser dominada por homem algum. A minha boceta comprimiu-se ao me lembrar da força da mão que estava ao redor do meu pescoço na simulação do processamento, mas ainda estava para ver homem forte o suficiente para me tomar, para vergar a minha vontade. Eu duvidava que existisse um homem assim.

— Renda-se. — Enquanto ela falava, pressionou o botão perto dos pés da minha cadeira e uma abertura num azul resplandecente apareceu na lateral da parede. Ainda presa, de forma segura, eu não pude fazer nada enquanto uma agulha larga e longa aparecia e eu tentei me contorcer, lutar contra, mas não conseguia me mexer. A agulha estava ligada a um enorme braço metálico na parede.

— Não resista, Jessica. Não vamos te machucar. O dispositivo vai simplesmente implantar suas UNPs permanentes.

A agulha picou ao ser inserida na lateral da minha têmpora, mas nada mais. Outra surgiu na parede oposta e repetiu a tarefa na minha outra têmpora. Eu não me sentia diferente, portanto, respirei fundo. A cadeira desceu, assim como no dentista, mas eu fui inserida numa espécie de banheira. Uma luz azul cercou-me.

— Quando acordar, Jessica Smith, o seu corpo terá sido preparado segundo os costumes de acasalamento de Prillon Prime e segundo os requisitos do seu parceiro. Ele estará à sua espera. — Ela parecia estar num ritual, como se já tivesse dito aquelas mesmas palavras vezes e vezes sem conta.

Prillon Prime. — Agora?

— Sim, agora.

A voz recortada da Guardiã Egara foi a última coisa que eu ouvi além do zumbido silencioso do equipamento elétrico e das luzes. — O seu processamento começará em três… dois…

Eu fiquei tensa, à espera que ela terminasse a contagem decrescente, mas uma luz vermelha acendeu-se sobre mim e ela ergueu a cabeça para o lado, olhando para a tela que eu não conseguia ver.

— Não. Isto não pode estar certo. — O franzir dela transformou-se num ar de choque, depois, confusão, tudo isso enquanto eu esperava naquela maldita banheira azul, nua – quando é que eu fiquei nua e o que tinha acontecido com a minha bata? – e eu me sentia como se estivesse mais ou menos bêbada.

— O que aconteceu?

— Eu não sei, Jessica. Isto nunca tinha acontecido. — Ela olhou com desconfiança para o tablet do programa que estava na sua mão, os seus dedos voavam sobre a tela como se ela escrevesse uma mensagem muito longa e muito complicada.

— O que aconteceu?

Ela abanou a cabeça, os seus olhos estavam redondos e confusos. — Prillon Prime rejeitou o seu transporte.

O que aquilo significava? Rejeitou o meu transporte? O que eles queriam que eu fizesse, que fosse até eles numa nave espacial? Será que o transporte deles, ou o que quer que eles utilizavam como energia, estava avariado? — Não entendo.

— Eu também não. Eles encerraram o protocolo no lado deles. Não vão aceitar a tua chegada ou o teu direito de reivindicar o teu parceiro.

Levada pelos seus parceiros

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