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III

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Como a agua d'um lago—toda um nivel,

Vae de circulo em circulo ondeando,

Se a andorinha a roça ao ir voando

Atraz d'algum insecto imperceptivel;


E quebrado esse espelho em mil pedaços

(Que a imagem do céo desapparece)

Em circulos concentricos parece

Tornarem-se a formar novos espaços...


Ou como d'entre as notas ineffaveis

Dos canticos do céo—todo harmonia—

Mal sôa o dôce nome de Maria,

Pasmam as multidões innumeraveis;


E de onda em onda cada vez mais larga,

De brisa em brisa cada vez mais pura,

O nome d'essa excelsa creatura

Por todo aquelle immenso mar se alarga;


E tudo quanto cerca o trono eterno

Áquella dôce voz desprende o canto,

Formando um côro universal, em quanto

Reina silencio no profundo inferno...


Assim, n'esta paixão que me devora,

Se aos labios essas syllabas me assomam,

As negras sombras da minha alma tomam

Gradualmente o explendor da aurora!


Toda a idéa má recua um passo,

Aplanam-se os dominios do futuro,

E do crystal mais transparente e puro

Se me arqueia a abobada do espaço!


Desdobra-se o passado á luz do dia,

Em valle ameno, aos olhos da memoria;

E eu acho não ser perfida, illusoria,

A fé que eu punha em certa luz que eu via...


Vejo que aquelle informe e negro monte,

Que me tapava a mim o fim da vida,

Não era mais que a natural subida

Para se dominar vasto horizonte!...


Esse horizonte és tu, pombinha brava!

Tu, cujo peito que aliás encerra

O que ha de bello e grande em céo e terra,

Só com duas conchinhas se tapava...


Mas em quanto não chego áquella altura

D'onde se avista a terra promettida,

Irei cantando, distrahindo a vida

Com essa invocação suave e pura...


Invocação de nome tão suave

Como esse olhar!... que eu, só de vêr, suspiro!

Mas... que invoco em silencio... como admiro

A luz da lua, e o olhar da ave!...

Ramo de Flores acompanhado de varias criticas das Flores do Campo

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