Читать книгу Contos para a infância - Abílio Manuel Guerra Junqueiro - Страница 15

A alma

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«Mamã, nem todas as creanças que morrem vão para o Paraizo. O outro dia vi levar para o cemiterio um menino que tinha morrido; o seu papá e as suas duas irmãsinhas acompanhavam o caixão, e choravam tanto que me fazia pena. Iam a chorar porque aquelle menino tinha sido mau, não é verdade?»


«Não; naturalmente foi sempre bom, e a sua alma, emquanto choravam seus paes e suas irmãs, já estava vivendo feliz no Paraizo.»


«A alma? mamã; não sei o que é; não comprehendo bem.»


«Maria, acabas de me dizer que tiveste pena de ver chorar as duas pequerruchas.»


«Tive sim, mamã, tive muita pena.»


«Ora bem, o que é que no teu corpo estava desconsolado e triste? eram os braços?»


«Não, mamã.»


«Eram as orelhas?»


«Oh! não mamã, era cá dentro.»


«Esse lá dentro, Maria, é a tua alma que se alegra ou se entristece, que te reprehende quando fazes o mal, e que está satisfeita quando praticas o bem.



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