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9. SALVANDO O MUNDO

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ake e Tess desembarcaram no aeroporto de Tampa, na Flórida. No caminho até os balcões das locadoras de automóveis no outro lado do terminal, puderam curtir o sol da Flórida por exatos dois minutos. Pegaram o carro, um Corvette novo, e rumaram para a Base Aérea de MacDill para participar de uma reunião no SOCOM, o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos.

Assim que foram liberados no portão da base, um tenente veio ao seu encontro na porta de um prédio e os conduziu até uma sala de reuniões muito bem equipada. Havia várias pessoas sentadas à volta da longa mesa de reunião, e Jake e Tess foram convidados a se juntar a eles. Um oficial do exército com estrelas nos ombros deu início aos trabalhos.

- Bom dia. Sou o Major-General Kevin Brooks. Vocês foram solicitados a participar de uma operação da máxima importância. Todos estão aqui em função dos seus talentos exclusivos.

O General Brooks passou à apresentação dos integrantes da equipe.

- Agora eu gostaria de apresentar rapidamente as pessoas aqui presentes, que foram selecionadas para atingir certos objetivos importantes. Fazendo a volta, o Coronel Howard Anders será o seu contato principal. Ele irá se comunicar com vocês conforme necessário, e também irá providenciar quaisquer recursos de que vocês possam precisar. Vaughn Wentworth nos vem do mundo da música, mas também é um respeitado ativista da paz e alto agente do MI6 britânico. Ao longo dos anos, desenvolveu uma valiosa rede de informantes na Rússia, Irã, Coreia do Norte e no Oriente Médio. Ele também é amigo próximo do presidente da Rússia. Eva Bar-Lev é do Mossad, de Israel. Seu foco é monitorar as ameaças do Irã e da Síria, e coordenar o contato entre os Estados Unidos e Israel. O Coronel Jake Vickers e a Major Tess Turner são da SRD, uma respeitada empresa de serviços militares, não só para o governo dos Estados Unidos, mas também para várias nações em desenvolvimento. O grupo nesta sala foi criado como uma unidade autorizada a conduzir as operações da maneira que achar mais adequada. Sua tarefa será vasculhar as ligações entre Coreia do Norte, Rússia, China, Irã e as organizações terroristas no Oriente Médio. Obtivemos informações confiáveis de que um evento de consequências significativas está sendo planejado. Sua missão é descobrir qual é a ameaça escondida nas sombras, e coordenar um modo de compartilhar as informações a serem usadas para lidar com o problema das armas nucleares desaparecidas.

Jake ergueu a mão.

- Senhor, os recursos de inteligência da minha empresa foram organizados para apoiar nossas atividades normais. Não imagino o motivo de precisarem de nossos serviços num teatro de operações tão grande.

- Na verdade, vocês estiveram envolvidos em algo relevante à tarefa que temos pela frente. – respondeu o General Brooks. – Entendo que tiveram tratativas com um sujeito chamado Laurent Belcour, ex-chefe da IDO, a International Development Organization.

Vaughn Wentworth, alto, bonito e em boa forma, elegantemente vestido com um terno risca de giz, ostentando uma barba bem aparada no rosto e um belo par de abotoaduras Wedgewood, começou a falar com um sotaque britânico bem cultivado, como se fosse repassar conhecimentos preciosos às massas ignaras. Ele se recostou na cadeira e entrelaçou os dedos.

- A CIA e o MI6 seguiram Belcour durante algum tempo. Nossos contatos relataram que ele está fazendo coisas que podem ser preocupantes para as forças ocidentais. Muito depende de com quem ele anda. Depois das visitas dele, cada um dos países com os quais ele trabalhou aumentou significativamente as despesas com suas forças armadas. A Coreia do Norte, especificamente, fez testes nucleares e lançou mísseis balísticos no oceano. O Líder Supremo Kim agora diz que seu país conseguiu miniaturizar bombas atômicas a ponto de caberem nas ogivas de seus mísseis.

- Isso já é do conhecimento público. – observou Jake. - Kim também reclamou dos exercícios militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que ele considera como um prelúdio para a invasão. Ele fica ameaçando guerra, regularmente.

O General Brooks entrou na conversa.

- Tudo isso é verdade, e até certo ponto um padrão de comportamento já conhecido. O problema é que há provas inquietantes de que estão armando alguma outra coisa. Nossos satélites observaram algo peculiar. Parece que alguém pegou armas nucleares ou material nuclear de uma das instalações militares da Coreia do Norte. O que é realmente estranho é que as caixas foram carregadas em caminhões e, antes de partir, os receptores mataram a tiros as pessoas que os ajudaram a colocá-las em cima dos veículos.

- Parece sabotagem interna. – observou Tess.

O general prosseguiu.

- Não sabemos quem está por trás dessa operação, mas há outra coisa preocupante. Os caminhões foram até um pequeno porto na costa oeste da Coreia do Norte, e embarcaram as caixas num pequeno navio cargueiro, que partiu imediatamente, rumando para oeste. Poderia ser uma entrega para clientes desafetos no Oriente Médio.

O grupo inteiro ficou calado, pesando as implicações do que haviam acabado de ouvir.

Eva Bar-Lev foi a primeira a romper o silêncio.

- Pensei que a maioria dos navios norte-coreanos era impedida de navegar para outros países, devido às sanções internacionais.

- Provavelmente mudaram de bandeira assim que saíram. - acrescentou o general. - Além disso, perdemos o rastro do navio, então não sabemos aonde ele foi parar.

O Coronel Anders deu seu palpite.

- Nem é preciso dizer que se essas armas foram parar nas mãos do EI ou do Irã, estamos diante de uma situação catastrófica. Também podemos supor que o alvo seja qualquer uma das principais cidades ou instalações militares de vários países naquela região. Um ataque a Israel não deixa de ser uma possibilidade. E também há a preocupação de que possam levar essas armas para a Europa. Vocês precisam trabalhar juntos para descobrir o que está acontecendo, e coordenar os esforços de descobrir o que está acontecendo no Oriente Médio, começando pelo Irã e pela Síria.

- Esta situação é uma ameaça à existência do Estado de Israel. – Eva Bar-Lev comentou. – Meu país é pequeno. Uma explosão nuclear seria o bastante para apagá-lo da face da terra.

- Não há dúvida quanto a isso, embora a Europa também seja vulnerável. – acrescentou o general. – Precisamos ir rápido com isso; as potências do Ocidente irão participar e nos providenciar o que for preciso. Agora vamos falar do papel individual de cada um nesta sala, começando com o Sr. Wentworth. Você irá trabalhar com Jake Vickers, para determinar onde estão, ou para onde pretendem levar essas armas. O Sr. Wentworth também pode acessar recursos de inteligência na Rússia e no Irã. Embora não suspeitemos dos russos, precisamos ter certeza de que eles não estão envolvidos nisso. Eva Bar-Lev, do Mossad, irá trabalhar com suas fontes no Irã, caso esteja envolvido. Parte dessa avaliação se baseia nas ideias da teocracia que governa o país, os aiatolás. Seu instrumento é a Guarda Revolucionária do Irã, um bando de fanáticos extremamente hostis ao Ocidente.

- Não sei em quê a SRD poderia contribuir para esta iniciativa. – observou Jake. - Não somos uma organização governamental, e nem temos acesso aos recursos necessários para trabalhar no projeto.

- Na verdade você tem algo muito relevante para esta operação, coronel. Tanto você como a Major Turner cruzaram com Laurent Belcour em muitas ocasiões, e pelo que sabemos ele vem tentando se encontrar com Tess desde aquele julgamento desagradável na França. Achamos que seria produtivo tentar abordá-lo para descobrir até que ponto ele está envolvido nisso. Ele pode ser o elemento crucial deste caso.

- De jeito nenhum! – protestou Tess. O homem é um porco, e vem me assediando com telefonemas e mensagens, mesmo sabendo que eu tentei colocá-lo na prisão. Ele não se arrepende, não toma jeito, e é um proxeneta internacional que merece um chute no mapa-múndi.

- Sim, mas precisamos de alguém que consiga conversar com ele. Vocês têm até amanhã de manhã para se decidirem.

O general saiu da sala, seguido por dois oficiais.

♦♦♦

Naquela noite, Tess e Jake foram jantar no Charlie's Steakhouse em Tampa, e Tess se sentiu aliviada por Jake não ter a oportunidade de pedir coisas da cozinha exótica; teria de se contentar com um excelente bife com batatas assadas.

Tess ainda estava aborrecida com a possibilidade de ter de se encontrar com Belcour.

- Jake, como é que eu posso falar com o Belcour depois de tudo o que passamos? O homem é maníaco. Mesmo depois de eu ter tentado colocá-lo na cadeia, ele age como se nada tivesse acontecido. Ele ainda me incomoda quando vem para Nova York, me manda e-mails, vai assistir aos meus concertos, e até telefona. Eu nunca atendo aos telefonemas dele, e nem respondo às suas mensagens. E agora querem que eu vá procurá-lo?

- Eu entendo qual é o plano do general. Você é a única pessoa que pode ir ao encontro dele sem levantar suspeitas, já que é ele que está tentando fazer contato com você.

- Ele só quer me encontrar para me jogar na cara que fracassei na tentativa de pô-lo na cadeia. Agora ele se sente invencível. Tenho certeza de que ele ainda tem ressentimentos de ter sido forçado a pedir demissão da IDO. Ele ainda é perigoso. Pode estar planejando sua vingança contra nós. Seria um bom motivo para manter distância.

- Talvez, mas você tem um problema. O Belcour não para de assediá-la, não só com mensagens e convites para almoçar, mas também indo assistir aos seus concertos quando está por perto. Ele parece estar envolvido com alguma coisa que poderia ser uma calamidade para muitos países. Se conseguirmos pegá-lo em flagrante, desta vez ele irá para o xilindró por um bom tempo.

- Quer dizer que se eu não me envolver, o mundo vai acabar me culpando por não ter ajudado a impedir uma bomba nuclear de explodir?

- É mais ou menos isso.

Tess engoliu seu Scotch com gelo de uma vez.

- Acho que vou precisar de outro desses.

♦♦♦

Na manhã seguinte, Tess e Jake foram falar novamente com o General Brooks em seu escritório. Não havia mais ninguém lá.

Tess

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