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A MALDIÇÃO DE CAIANCO

Nesta noite, enquanto as bruxas malignas escolhiam seus machos, algo inesperável aconteceu. Um jovem cordeirinho de 18 anos, ao ser escolhido para acasalamento, resistiu ao feitiço de uma bruxa karninana, cujo nome era Anapa, dona de uma força indescritível entre as bruxas. Porém a sua força maligna não teve poder sobre este jovem escolhido, deixando Anapa furiosa e se sentindo humilhada pelo jovem, e assim Anapa sentiu sede de vingança. Ora, este jovem era chamado de Caianco, era de grande estatura, considerado o mais belo e forte entre os jovens corderianos, com um coração muito puro e amável, que sempre trabalhou duro para ajudar a sua família e todos a sua volta. O jovem adulto resistia com audácia ao feitiço da bruxa e, quando Anapa viu a resistência do macho sobre seu poder, não aceitou a resistência do jovem sobre sua magia maligna, então, com ajuda de suas amigas Analine e Sidinará, lançaram juntas um feitiço sobre o jovem, e com a força das três karninanas, o feitiço dominou o jovem Caianco e ele foi inteiramente tomado pela força das três karninanas. Anapa, chamou suas amigas, porque conforme a lenda dos antigos, um em cada dez mil corderianos seria imune a magia de uma karninana, então ela sabia que somente a força de mais bruxas juntas poderia vencer o jovem. Com sintonia nas palavras, as três bruxas lançaram um feitiço sobre Caianco. E as palavras das malignas bruxas foram as seguintes:

Lindo és hoje sobre teu povo, amanhã serás um monstro entre eles. Terás aparência e língua dos povos longínquos. Não aguentarás a frustação de ter a aparência abominável entre teu povo. Fugirás, e só encontrarás descanso para tua alma, quando encontrares o teu amor maior, um amor que poderá fazer você redescobrir a tua origem, um amor que capaz até mesmo de destruir todo mal desta montanha com uma única gota de sangue. Amor tão difícil que acreditamos que não encontrarás. Esta maldição levarás com você por toda a vida, a menos que o quase impossível aconteça contigo.

Depois de proferir estas palavras, elas deram muitas gargalhadas, até que ficaram envolvidas por uma névoa escura e desapareceram em meio da floresta.

O jovem Caianco foi recebido por sua família com alegria, pois as bruxas não conseguiram o levar. Logo depois que deitou em sua cama, as palavras das karninanas não saiam dos seus pensamentos. Cada palavra dita ficou gravada como uma mancha que jamais poderia ser removida, e assim passou uma noite mal dormida, se debatendo de um lado para o outro, sabendo que algo de ruim ainda iria acontecer, pois as bruxas não deixariam Caianco impune da humilhação que fez Anapa sofrer. Como de rotina, porém muito exausto e fadigado, levantou-se ao amanhecer para cuidar de seus afazeres. Seu maior talento era fabricar coisas manuais em madeiras, usadas como moveis e utensílios pelo seu povo. Quando olhou seus braços e pernas, percebeu que estava com poucos pelos. Ao remover suas roupas, que eram feitas com pele de animais, viu que o seu corpo não estava mais coberto por pelos como antes, os únicos lugares que ainda restavam pelos eram nas axilas e púbis. Ele ficou muito assustado com isso, pois os pelos, no meio onde vivia, eram sinal de masculinidade e virilidade. Se dirigiu correndo até o riacho de águas cristalinas e, ao olhar o reflexo de seu rosto na lâmina de águas do rio, observou seu rosto com menos pelos, nariz afilado, orelhas arredondadas, cabelos lisos, olhos castanhos e pele branca. Se sentiu um monstro, assim como as karninanas o haviam amaldiçoado. Ao desespero correu para sua casa, e sua mãe, não o reconhecendo e, com muito medo, pensando ser um monstro, atirou-lhe objetos e o feriu na testa. Ainda mais desesperado, Caianco correu mata adentro, se sentindo o ser mais feio e repugnante do mundo, um abominável monstro. Ele não teve coragem de retornar a sua comunidade, pois se sentia envergonhado com sua aparência horrível e com medo de ser morto por seus próprios parentes e amigos. E assim Caianco fugiu, cumprindo-se a maldição das karninanas Anapa, Analine e Sidinará.

Caianco e o novo mundo

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