Читать книгу Interseção Com Nibiru - Danilo Clementoni - Страница 7

Astronave Theos

Оглавление

Nas últimas horas, o cérebro de Elisa fora atulhado por tantas informações, que se sentia como uma garotinha que comera doces demais. Dois estranhos mas adoráveis personagens, que de repente apareceram do nada, subverteram muitas "certezas históricas" que ela e o resto da humanidade quase sempre deram como incontestáveis. Eventos, descobertas científicas, crenças, cultos, religião e a própria evolução humana estavam prestes a serem completamente revolucionados. Notícias da descoberta de que seres de outro planeta manipularam habilmente e guiaram o desenvolvimento da humanidade, desde seus primórdios, teria um impacto na sociedade como o da afirmação de que a Terra era redonda e não plana.

Azakis, junto a Petri, seu amigo fiel e companheiro de viagem, estava imóvel no centro da ponte de comando, seguindo com os olhos Elisa, que estava andando nervosamente de um lado para outro, com as mãos nos bolsos das calças largas, murmurando palavras indecifráveis.

Jack, ao contrário, estava caído numa poltrona, tentando apoiar com as mãos a cabeça, que de repente pareceu incrivelmente pesada. Mas foi Jack que, depois de minutos intermináveis de silêncio, decidiu tomar as rédeas da situação. Subitamente ficou de pé e encarando os dois alienígenas, disse em voz firme: — Se nos escolheram para essa tarefa, devem ter uma razão. Tudo o que vou dizer é que não ficarão decepcionados — Então olhou diretamente nos olhos de Azakis e perguntou, determinado: — Poderiam nos mostrar uma simulação, com essa sua pequena mágica, — e apontou para a imagem virtual da Terra, que ainda estava girando lentamente no centro da sala — da aproximação do seu planeta?

— Com prazer — logo respondeu Azakis. Ele coletou todos os cálculos dos Anciãos pelo seu implante N^COM e elaborou uma representação gráfica diante deles.

— Esse é Nibiru — disse ele, indicando o maior planeta. — E esses são seus satélites, dos quais estávamos falando.

Sete corpos celestes, consideravelmente menores, estavam girando em torno do majestoso planeta a distâncias e velocidades muito diversas entre si. Azakis colocou o dedo indicador no que estava orbitando mais longe de todos e ampliou-o até ficar quase do seu tamanho. Então, muito solenemente, disse: — Senhoras e Senhores, permitam-me a apresentar Kodon; esta imponente massa rochosa decidiu criar muitos problemas para o seu querido planeta.

— Mas qual é o seu tamanho? — perguntou Elisa, intrigada, enquanto observava o globo cinzento irregular.

— Digamos que é um pouco menor do que a sua Lua, mas a massa é quase o dobro — Azakis fez um gesto ligeiro com a mão e o sistema solar inteiro apareceu diante deles, com os planetas se movendo lentamente em suas respectivas órbitas. As trajetórias de cada um eram representadas por finas linhas coloridas e diversas.

— Esta, — continuou Azakis, apontando para uma linha vermelha escura — é a trajetória que Nibiru seguirá ao se aproximar do Sol — Então ele acelerou o movimento do planeta, até estar perto da Terra, e acrescentou: — e este é o ponto em que as órbitas dos dois planetas se cruzarão.

Atônitos, mas prestando muito atenção, os dois terráqueos observavam a explicação que Azakis estava dando sobre o evento que, em apenas alguns dias, complicaria suas vidas e as de todos os habitantes do planeta.

— Em que distância Nibiru chegará até nós? — perguntou em voz baixa o Coronel.

— Como disse, — respondeu Azakis, — Nibiru não será um incômodo excessivo para vocês. É Kodon que quase vai encostar na Terra e provocar muitos problemas — Ele trouxe a imagem um pouco mais perto e mostrou a simulação do satélite, no momento em que estaria no ponto mais próximo da órbita terrestre. — Este será o momento de força gravitacional máxima entre os dois corpos celestes. Kodon estará a apenas 200.000 quilômetros do seu planeta.

— Raios! — exclamou Elisa. — Isso não é nada.

— Na última vez, — retrucou Azakis — exatamente dois ciclos atrás, estava a cerca de 500.000 quilômetros de distância e todos nós sabemos o que conseguiu causar então.

— Sim, o famoso Grande Dilúvio.

Jack estava de pé com as mãos entrelaçadas por trás das costas, balançando lentamente para frente e para trás, se erguendo levemente, primeiro nos dedos do pé e depois nos calcanhares. De repente, num tom muito sério, quebrou o silêncio: — Com certeza não sou um dos maiores especialistas no assunto, mas receio que nenhuma tecnologia terrestre seria capaz de neutralizar um evento como esse.

— Talvez pudéssemos lançar mísseis com ogivas nucleares — supôs Elisa.

— Isso só acontece em filmes de ficção científica — respondeu Jack, sorrindo. — E de qualquer modo, supondo que pudéssemos fazer a aterrissagem de vetores desse tipo em Kodon, arriscaríamos destroçar o satélite em milhares de pedaços, provocando uma chuva mortal de meteoros. Isso seria realmente o fim de tudo.

— Com licença — disse Elisa para os dois alienígenas. — Não disseram antes que, em troca do nosso precioso plástico, nos ajudariam a resolver esta situação absurda? Espero que realmente tenham algumas ideias boas para ajudar-nos aqui, porque senão, estamos conversados.

Petri, que estivera quieto, de braços cruzados, sorriu ligeiramente e deu um passo em direção à cena tridimensional representada no meio da ponte. Com um rápido momento da mão direita, desenhou um tipo de rosquinha prateada. Ele apontou para a mesma com o indicador e moveu-a, até estar exatamente entre a Terra e Kodon, e então disse: — Esta deve ser a solução.

Interseção Com Nibiru

Подняться наверх