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Ameaça à Consciência
ОглавлениеO ROMANISMO é hoje olhado pelos protestantes com muito maior favor do que anos atrás. Nos países em que o catolicismo não está na ascendência, e os romanistas adotam uma política conciliatória a fim de a conseguir, há crescente indiferença com relação às doutrinas que separam as igrejas reformadas da hierarquia papal; ganha terreno a opinião de que, em última análise, não diferimos tão grandemente em pontos vitais como se supunha, e de que pequenas concessões de nossa parte nos levarão a melhor entendimento com Roma. Houve tempo em que os protestantes davam alto valor à liberdade de consciência a tão elevado preço comprada. Ensinavam os filhos a aborrecer o papismo, e sustentavam que buscar harmonia com Roma seria deslealdade para com Deus. Mas quão diferentes são os sentimentos hoje expressos.
Os defensores do papado asseveram que a igreja foi caluniada; e o mundo protestante inclina-se a aceitar esta declaração. Muitos insistem em que é injusto julgar a igreja de hoje pelas abominações e
absurdos que assinalaram seu domínio durante os séculos de ignorância e trevas. Desculpam sua horrível crueldade como sendo o resultado da barbárie dos tempos, e alegam que a influência da civilização moderna lhe mudou os sentimentos.
Olvidaram estas pessoas a pretensão de infalibilidade sustentada há oitocentos anos por êsse altivo poder? Longe de ser abandonada, firmou-se esta pretensão no século dezenove de modo mais positivo que nunca dantes. Visto como Roma assevera que a igreja "nunca errou; nem, segundo as Escrituras, errará jamais" (História Eclesiástica de Mosheim), como poderá ela renunciar aos princípios que lhe nortearam a conduta nas eras passadas?
A igreja papal nunca abandonará a sua pretensão à infalibilidade. Tudo que tem feito em perseguição dos que lhe rejeitam os dogmas, considera ela estar direito; e não repetiria os mesmos atos se a oportunidade se lhe apresentasse? Removam-se as restrições ora impostas pelos governos seculares, reintegre-se Roma ao poderio anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição.
Bem conhecido escritor refere-se nos seguintes têrmos à atitude da hierarquia papal no que respeita à liberdade de consciência, e aos perigos que ameaçam especialmente os Estados Unidos [E.U.A.] pelo êxito de sua política:
"Há muitos que se dispõem a atribuir ao fanatismo ou à puerilidade todo receio quanto ao catolicismo romano nos Estados Unidos. Tais pessoas nada vêem no caráter e atitude do romanismo que seja hostil às nossas instituições livres, ou nada encontram de mau presságio no incremento que vai tomando. Comparemos, pois, em primeiro lugar, alguns dos princípios fundamentais de nosso govêrno com os da Igreja Católica.
"A Constituição dos Estados Unidos garante liberdade de consciência. Nada se preza mais ou é de maior transcendência. O papa Pio IX, na encíclica de 15 de agosto de 1854, disse: 'As doutrinas ou extravagâncias absurdas e errôneas em defesa da liberdade de consciência, são erro dos mais perniciosos - uma peste que, dentre tôdas as outras, mais deve ser temida no Estado.' O mesmo papa, na encíclica de 8 de dezembro de 1864, anatematizou 'os que defendem a liberdade de consciência e de culto' e também 'todos os que afirmam que a igreja não pode empregar a fôrça'.
"O tom pacífico usado por Roma nos Estados Unidos não implica mudança de coração. É tolerante onde é impotente. Diz o bispo O'Connor: 'A liberdade religiosa é meramente suportada até que o contrário possa ser levado a efeito sem perigo para o mundo católico.' . . . O arcebispo de São Luís disse certa vez: 'A heresia e a incredulidade são crimes; e em países cristãos como a Itália e a Espanha, por exemplo, onde todo o povo é católico, e onde a religião católica é parte essencial da lei da nação, são elas punidas como os outros crimes'. . . .
"Todo cardeal, arcebispo e bispo da Igreja Católica, presta para com o papa um juramento de fidelidade em que ocorrem as seguintes palavras: 'Combaterei os hereges, cismáticos e rebeldes ao dito senhor nosso (o papa), ou seus sucessores, e persegui-los-ei com todo o meu poder'." - Our Country, do Dr. Josias Strong.
É certo que há verdadeiros cristãos na comunhão católico-romana.
Milhares na dita igreja estão servindo a Deus segundo a melhor luz que possuem. Não se lhes permite acesso à Sua Palavra, e, portanto, não distinguem a verdade. Nunca viram o contraste entre um verdadeiro culto prestado de coração e um conjunto de meras formas e cerimônias. Deus olha para essas almas com compadecida ternura, educadas como são em uma fé que é ilusória e não satisfaz. Fará com que raios de luz penetrem as densas trevas que as cercam. Revelar-lhes-á a verdade como ela é em Yahshua, e muitos anda se unirão ao Seu povo.
Mas o romanismo, como sistema não se acha hoje em harmonia com o evangelho do Messias mais do que em qualquer época passada de sua história. As igrejas protestantes estão em grandes trevas, pois do contrário discerneriam os sinais dos tempos. São de grande alcance os planos e modos de operar da Igreja de Roma. Emprega todo expediente para estender a influência e aumentar o poderio, preparando-se para um conflito feroz e decidido a fim de (re-)adquirir o domínio do mundo, restabelecer a perseguição e desfazer tudo que o protestantismo fêz. O catolicismo está a ganhar terreno de todos os lados. Vêde o número crescente de suas igrejas e capelas nos países protestantes. Notai a, popularidade de seus colégios e seminários na América, tão extensamente patrocinados pelos protestantes. Pensai no crescimento do ritualismo na Inglaterra, e nas freqüentes deserções para as fileiras dos católicos. Estas coisas deveriam despertar a ansiedade de todos os que prezam os puros princípios do evangelho.
Os protestantes têm-se intrometido com o papado, patrocinando-o; têm usado de transigência e feito concessões que os próprios romanistas se surpreendem de ver e não compreendem. Os homens cerram os olhos ao verdadeiro caráter do romanismo, e aos perigos que se devem recear com a sua supremacia. O povo necessita ser despertado a fim de resistir aos avanços dêste perigosíssimo inimigo da liberdade civil e religiosa.
Muitos protestantes supõem que a religião católica não é atrativa,
e que seu culto é um conjunto de cerimônias, fastidioso e sem sentido. Enganam-se, porém. Embora o romanismo se baseie no engano, não é impostura grosseira e desprovida de arte. O serviço religioso da Igreja Romana é um cerimonial assaz impressionante. O brilho de sua ostentação e a solenidade dos ritos fascinam os sentidos do povo, fazendo silenciar a voz da razão e da consciência. Os olhos ficam encantados. Igrejas magnificentes, imponentes procissões, altares de ouro, relicários com pedras preciosas, quadros finos e artísticas esculturas apelam para o amor do belo. O ouvido também é cativado. A música é inexcedível. As belas e graves notas do órgão, misturando-se à melodia de muitas vozes a ressoarem pelas elevadas abóbadas e naves ornamentadas de colunas, das grandiosas catedrais, não podem deixar de impressionar a mente com profundo respeito e reverência.
Êste esplendor, pompa e cerimônias exteriores, que apenas zombam dos anelos da alma ferida pelo pecado, são evidência da corrução interna. A religião do Messias não necessita de semelhantes atrativos para se fazer recomendável. À luz que promana da cruz, o verdadeiro cristianismo apresenta-se tão puro e adorável que decorações externas nenhumas poderão encarecer-lhe o verdadeiro valor. É a beleza da santidade, o espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.
O fulgor do estilo não é necessàriamente índice de pensamento puro, elevado. Altas concepções de arte, delicado apuro de gôsto, existem amiúde em espíritos que são terrenos e sensuais. São freqüentemente empregados por Satanás a fim de levar homens a esquecer-se das necessidades da alma, a perder de vista o futuro e a vida imortal, a desviar-se do infinito Auxiliador e a viver para êste mundo ùnicamente.
Uma religião de exibições externas é atraente ao coração não renovado. A pompa e cerimonial do culto católico têm um sedutor, fascinante poder, pelos quais são enganados muitos, que chegam a considerar a Igreja Romana como a própria porta do Céu. Ninguém, a não ser os que têm os pés firmados nos fundamentos da verdade, e o coração renovado pelo Espírito de Deus, se acha ao abrigo de sua influência. Milhares que não têm um conhecimento experimental de Cristo serão levados a aceitar as formas da piedade sem a sua eficácia. Esta é a religião que precisamente desejam as multidões.
A pretensão da igreja ao direito de perdoar, leva o romanista a sentir-se com liberdade de pecar; e a ordenança da confissão, sem a qual o perdão não é conferido, tende igualmente a dar livre curso ao mal. O que se ajoelha diante de um mortal e revela em confissão os pensamentos e imaginações secretos do coração, está aviltando a sua varonilidade, degradando todo nobre instinto da alma. Desvendando os pecados de sua vida a um sacerdote - mortal falível, pecador, e mui freqüentemente corrompido pelo vinho e licenciosidade -- sua norma de caráter é rebaixada, e, como conseqüência, fica contaminado. Seu conceito acêrca de Deus é degradado à semelhança da humanidade decaída; pois o padre se acha como representante de Deus. Esta degradante confissão de homem para homem é a fonte secreta donde têm fluído muitos dos males que aviltam o mundo e o preparam para a destruição final. Todavia, para o que ama a satisfação-própria, é mais agradável confessar a um semelhante mortal do que abrir a alma a Deus. Fica mais a gôsto da natureza humana fazer penitência do que renunciar ao pecado; é mais fácil mortificar a carne com cilício, urtigas e aflitivas cadeias, do que crucificar os desejos carnais. Pesado é o fardo que o coração carnal deseja levar de preferência a curvar-se ao jugo do Messias.
Existia notável semelhança entre a Igreja de Roma e a igreja judaica, ao tempo do primeiro advento do Messias. Ao passo que os judeus secretamente conculcavam todos os princípios da lei de Deus, eram exteriormente rigorosos na observância de seus preceitos, sobrecarregando-a com exorbitâncias e tradições que tornavam difícil e penosa a obediência. Assim como os judeus professavam reverenciar a lei, pretendem os romanistas reverenciar a cruz. Exaltam o símbolo dos sofrimentos do Messias, enquanto no viver negam Aquêle a quem ela representa.
Os romanistas colocam cruzes sôbre as igrejas, sôbre os altares e sobre as vestes. Por tôda parte se vê a insígnia da cruz. Por tôda parte é ela exteriormente honrada e exaltada. Mas os ensinos do Messias [do Cristo da Igreja, um outro Cristo] estão sepultados sob um montão de tradições destituídas de sentido, falsas interpretações e rigorosas exigências. As palavras do Salvador relativas aos fanáticos judeus, aplicam-se com maior fôrça ainda aos chefes da Igreja Católica, Romana: "Atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; êles, porém, nem com o dedo os querem mover." S. Mateus 23:4. Almas conscienciosas são conservadas em constante terror, temendo a ira de um Deus que foi ofendido, enquanto muitos dos dignitários da igreja estão a viver no luxo e em prazeres sensuais.
O culto das imagens e relíquias, a invocação dos santos e a exaltação do papa, são ardis de Satanás para desviar de Deus e de Seu Filho a mente do povo. Para efetuar sua ruína, esforça-se por arredar sua atenção dAquele por meio de quem ùnicamente podem encontrar salvação [o Messias: ùnico sòzinho]. Dirigirá as almas para qualquer objeto pelo qual possa ser substituído Aquêle que disse: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei." S. Mateus 11:28.
É o constante esfôrço de Satanás representar falsamente o caráter de Deus, a natureza do pecado e os resultados finais em jôgo no grande conflito. Seus sofismas diminuem a obrigação da lei divina dando o homem licença para pecar. Ao mesmo tempo fá-lo Satanás acariciar falsas concepeões acerca de Deus, de maneira que O considera com temor e ódio, em vez de amor. A crueldade inerente ao seu próprio caráter é atribuída ao Criador; aparece incorporada aos vários sistemas de religião e expressa nas diversas formas de culto. Sucede assim que a mente dos homens é cegada e Satanás dêles se aproveita como agentes para guerrear contra Deus. Por meio de concepções pervertidas acêrca dos atributos divinos, foram as nações gentílicas levadas a crer serem os sacrifícios humanos necessários para alcançar o favor da Divindade; e horríveis crueldades têm sido perpetradas sob as várias formas de idolatria.
A Igreja Católica, Romana, unindo as formas do paganismo com as do cristianismo, e, à semelhança do primeiro, representando falsamente o caráter de Deus, tem recorrido a práticas não menos cruéis e revoltantes. Nos dias da supremacia de Roma, houve instrumentos de tortura para forçar o assentimento a suas doutrinas. Houve a fogueira para os que não queriam admitir suas exigências. Houve massacres em proporções que jamais serão conhecidos até que se revelem no dia do juízo. Os dignitários da igreja, dirigidos por seu chefe Satanás, dedicavam-se a inventar meios para produzir a maior tortura possível antes de pôr têrmo à vida das vítimas. Em muitos casos o processo infernal era repetido ao limite extremo da resistência humana, até que a natureza capitulava na luta e o sofredor saudava a morte como doce alívio.
Esta era a sorte dos que discordavam de Roma. Para os seus adeptos tinha ela a disciplina do açoite, da fome, das austeridades corporais de tôdas as formas imagináveis, cujo aspecto punge o coração. Para conseguir o favor do Céu, os penitentes violavam as leis de Deus transgredindo as leis da natureza. Eram ensinados a romper com os laços que Êle fizera para abençoar e alegrar a permanência do homem na Terra. Os cemitérios das igrejas contêm milhões de vítimas que passaram a vida em vãos esforços para subjugar as afeições naturais, para reprimir, como se fôsse ofensivo a Deus, todo pensamento e sentimento de simpatia para com o semelhante.
Se quisermos compreender a decidida crueldade de Satanás, manifestada no transcurso dos séculos, não entre os que jamais ouviram algo acêrca de Deus, mas no próprio coração da cristandade
e através da mesma em tôda a sua extensão, temos apenas de olhar para a história do romanismo. Por meio dêste gigantesco sistema de engano, o príncipe do mal leva a efeito seu propósito de acarretar a desonra a Deus e a desgraça ao homem. E, vendo nós como consegue disfarçar-se e realizar a sua obra por intermédio dos dirigentes da igreja, melhor podemos compreender o motivo de ter tão grande aversão à Escritura Sagrada. Se êste Livro fôr lido, a misericórdia e amor de Deus serão revelados; ver-se-á que Êle não impõe aos homens nenhum dêsses pesados fardos. Tudo que requer é um coração quebrantado e contrito, um espírito humilde e obediente.
O Messias não dá em Sua vida nenhum exemplo que autorize os homens e mulheres a se encerrarem em mosteiros sob pretexto de se prepararem para o Céu. Jamais ensinou que o amor e a simpatia devem ser reprimidos. O coração de Yahshua transbordava de amor. Quanto mais o homem se aproxima da perfeição moral, mais acentuada é sua sensibilidade, mais aguda a percepção do pecado e mais profunda a simpatia para com os aflitos. O papa pretende ser o vigário de Cristo; mas como se poderá comparar o seu caráter com o de nosso Salvador? Viu-se alguma vez o Messias condenar homens à prisão ou ao instrumento de tortura, porque não Lhe renderam homenagem como Rei do Céu? Acaso foi Sua voz ouvida a sentenciar à morte os que O não aceitaram? Quando foi menosprezado pelo povo da aldeia samaritana, o apóstolo S. João se encheu de ira e perguntou: "Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também o fêz?" Yahshua olhou, compassivo, para os discípulos e censurou-lhe a severidade, dizendo: "O Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las." S. Lucas 9:54 e 56. Quão diferente do espírito manifestado por o Messias é o de Seu professo vigário!
A Igreja de Roma apresenta hoje ao mundo uma fronte serena, cobrindo de justificações o registo de suas horríveis crueldades. Vestiu-se com roupagens de aspecto cristão; não mudou, porém / porém realidade não mudou. Todos os princípios formulados pelo papado em épocas passadas, existem ainda hoje. As doutrinas inventadas nas tenebrosas eras ainda são mantidas. Ninguém se deve iludir. O papado que os protestantes hoje se acham tão prontos para honrar é o mesmo que governou o mundo rios dias da Reforma quando homens de Deus se levantaram, com perigo de vida, a fim de denunciar sua iniqüidade. Possui o mesmo orgulho e arrogante presunção que dêle fizeram senhor sôbre reis e príncipes, e reclamaram as prerrogativas de Deus. Seu espírito não é menos cruel e despótico hoje do que quando arruinou a liberdade humana e matou os santos do Altíssimo.
O papado é exatamente o que a profecia declarou que havia de ser: a apostasia dos últimos tempos (II Tessalonicenses 2:3 e 4). Faz parte de sua política assumir o caráter que melhor cumpra o seu propósito; mas sob a aparência variável do camaleão, oculta o invariável veneno da serpente. "Não se deve manter a palavra empenhada aos hereges, nem com pessoas suspeitas de heresias," declara Roma. - História do Concílio de Constança, de Lenfant. Deverá esta potência, cujo registo milenar se acha escrito com o sangue dos santos, ser- hoje reconhecida como parte da igreja do Messias?
Não é sem motivo que se tem feito nos países protestantes a alegação de que o catolicismo difere hoje menos do protestantismo do que nos tempos passados. Houve uma mudança; mas esta não se verificou no papado. O catolicismo na verdade em muito se assemelha ao protestantismo que hoje existe; pois o protestantismo moderno muito se distancia daquele dos dias da Reforma.
Tendo estado as igrejas protestantes à procura do favor do mundo, a falsa caridade lhes cegou os olhos. Não vêem senão que é direito julgar bem de todo o mal; e, como resultado inevitável, julgarão finalmente mal de todo o bem. Em vez de permaneceremem defesa da fé que uma vez foi entregue aos santos, estão hoje, por assim dizer, justificando Roma, por motivo de sua opinião inclemente para com ela, e rogando perdão pelo seu fanatismo.
Uma numerosa classe, mesmo dentre os que consideram o romanismo sem favor, pouco perigo percebe em seu poderio e influência. Muitos insistem em que as trevas intelectuais e morais que prevaleceram durante a Idade Média favoreceram a propagação de seus dogmas, superstições e opressão, e que a inteligência maior dos tempos modernos, a difusão geral do saber e a crescente liberalidade em matéria de religião, vedam o avivamento da intolerância e tirania. O próprio pensamento de que tal estado de coisas venha a existir nesta era esclarecida, é ridicularizado. É verdade que grande luz intelectual, moral e religiosa resplandece sôbre esta geração. Das páginas abertas da santa Palavra de Deus, tem-se derramado luz do Céu sobre o mundo. Mas cumpre lembrar que quanto maior a luz concedida, maiores as trevas dos que a pervertem ou rejeitam.
Um estudo da Escritura Sagrada, feito com oração, mostraria aos protestantes o verdadeiro caráter do papado, e os faria aborrecê-lo e evitá-lo; mas muitos são tão sábios em seu próprio conceito que não sentem necessidade de humildemente buscar a Deus para que possam ser levados à verdade. Pôsto que se orgulhando de sua ilustração, são ignorantes tanto sôbre as Escrituras como a respeito do poder de Deus. Precisam de algum meio de acalmar a consciência; e buscam o que menos espiritual e humilhante é. O que desejam é um modo de se esquecer de Deus, que passe por um modo de lembrar-se dÊle. O papado está bem adaptado a satisfazer às necessidades de todos êstes. Está preparado para duas classes da humanidade, abrangendo o mundo quase todo: os que desejam salvar-se pelos próprios méritos, e os que desejam ser salvos em seus pecados. Eis aqui o segrêdo de seu poder.
Uma época de grandes trevas intelectuais demonstrou-se favorável ao êxito do papado. Provar-se-á ainda que um tempo de grande luz intelectual é igualmente favorável a seu triunfo. Nos séculos antigos, quando os homens estavam sem a Palavra de Deus e sem conhecimento da verdade, seus olhos estavam vendados, e milhares se enredavam, não vendo a cilada que lhes era armada sob os pés. Nesta geração muitos há cujos olhos se tornam ofuscados pelo resplendor das especulações humanas — da "falsamente chamada ciência;" não percebem a rêde e nela caem tão facilmente como se estivessem de olhos vendados. É o intuito de Deus que as faculdades intelectuais do homem sejam tidas na conta de um dom proveniente de seu Criador, e empregadas no serviço da verdade e da justiça; mas, quando são acariciados o orgulho e a ambição, e os homens exaltam as suas próprias teorias acima da Palavra de Deus, pode então a inteligência causar maior dano que a ignorância. Assim a falsa ciência da atualidade que mina a fé nas Escrituras Sagradas, mostrar-se-á tão bem sucedida no preparar o caminho para a aceitação do papado com seu formalismo aprazível, como o fez a retenção do saber ao abrir o caminho para o seu engrandecimento na Idade Média.
No movimento ora em ação nos Estados Unidos a fim de conseguir para as instituições e úsos da igreja o apoio do Estado, os protestantes estão a seguir as pegadas dos romanistas. Na verdade, mais que isto, estão abrindo a porta para o papado a fim de adquirir na América protestante a supremacia que perdeu no Velho Mundo. E o que dá maior significação a êste movimento é o fato de que o principal objeto visado é a obrigatoriedade da observância do domingo, prática que se originou com Roma, e que ela alega como sinal de sua autoridade. É o espírito do papado - espírito de conformidade com os costumes mundanos, com a veneração das tradições humanas acima dos mandamentos de Deus - que está embebendo as igrejas protestantes e levando-as a fazer a mesma obra de exaltação do domingo, a qual antes delas fêz o papado.
Se o leitor deseja compreender as agências (agentes) que atuarão na luta prestes a vir, não tem senão que investigar o relato dos meios que Roma empregou com o mesmo fito nos séculos passados. Se quiser saber como romanistas e protestantes, unidos, tratarão os que rejeitarem seus dogmas, veja o espírito que Roma manifestou em relação ao sábado é seus defensores.
Editos reais, concílios gerais e ordenanças eclesiásticas, apoiadas pelo poder secular, foram os passos por que a festividade pagã alcançou posição de honra no mundo cristão. A primeira medida de ordem pública impondo a observância do domingo foi a lei feita por Constantino. (No ano 321.) Êste edito exigia que o povo da cidade repousasse no "venerável dia do Sol," mas permitia aos homens do campo continuarem com suas fainas agrícolas. Posto que virtualmente um estatuto pagão, foi imposto pelo imperador depois de ser nominalmente aceito pelo cristianismo.
Como a ordem real não parecia substituir de modo suficiente a autoridade divina, Eusébio, bispo que procurava o favor dos príncipes e que era amigo íntimo e adulador de Constantino, propôs a alegação de que o Messias/ Cristo transferira o sábado para o domingo. Nenhum testemunho das Escrituras, sequer, foi aduzido em prova da nova doutrina. O próprio Eusébio inadvertidamente reconhece sua falsidade, e indica os verdadeiros autores da mudança. "Tôdas as coisas," diz êle, "que se deveriam fazer no sábado, nós as transferimos para o dia do Senhor [Editor-Bíblia e Lutero e Erasmo: o dia do Senhor é Sábado nada Domingo!!]." - Leis e Deveres Sabáticos, de R. Cox. Mas o argumento do domingo, infundado como era, serviu de acoroçoar os homens a conculcarem o sábado de YAHWEH (e nosso Senhor Yahshua). Todos os que desejavam ser honrados pelo mundo, aceitaram a festividade popular.
Com o firme estabelecimento do papado, a obra da exaltação do domingo continuou. Durante algum tempo o povo se ocupou com trabalho agrícola fora das horas de culto, e o sétimo dia, o sábado, continuou a ser considerado como dia de repouso. Lenta e seguramente, porém, se foi efetuando a mudança. Aos que se achavam em cargos sagrados era vedado proceder, no domingo, a julgamentos em qualquer questão civil. Logo depois, ordenava-se a tôdas as pessoas, de qualquer classe, abster-se do trabalho usual, sob pena de multa aos livres, e açoites no caso de serem servos. Mais tarde foi decretado que os ricos fôssem punidos com a perda da metade dos bens; e. finalmente, que, se se obstinassem, fôssem escravizados. As classes inferiores deveriam sofrer banimento perpétuo.
Recorreu-se também aos milagres. Entre outros prodígios foi referido que estando um lavrador, em dia de domingo, a limpar o arado com um ferro para em seguida lavrar o campo, o ferro cravou-se-lhe firmemente na mão, e durante dois anos êle o carregou consigo, "para a sua grande dor e vergonha." - Discurso Histórico e Prático Sôbre o Dia do Senhor, de Francis West.
Mais tarde o papa deu instruções para que o padre da paróquia admoestasse os violadores do domingo, e fizesse com que fôssem à igreja dizer suas orações, não acontecesse trouxessem êles alguma grande calamidade sôbre si mesmos e os vizinhos. Um concílio eclesiástico apresentou o argumento, desde então tão largamente empregado, mesmo pelos protestantes, de que, tendo pessoas sido fulminadas por raios enquanto trabalhavam no domingo, deve êste ser o dia de repouso. "É evidente," diziam os prelados, "quão grande foi o desprazer de Deus pela sua negligência quanto a êste dia." Fêz-se então ó apêlo para que padres e ministros, reis e príncipes, e todo o povo fiel, "empregassem os maiores esforços e cuidado a fim de que o dia fôsse restabelecido à sua honra e, para crédito do cristianismo, mais dedicadamente observado no futuro." - Discurso em Seis Diálogos Sôbre o Nome, Noção e Observância do Dia do Senhor, de T. Morer.
Mostrando-se insuficientes os decretos dos concílios, foi rogado às autoridades seculares que promulgassem um edito que inspirasse terror ao povo, e o obrigasse a abster-se do trabalho no domingo. Num sínodo realizado em Roma, tôdas as decisões anteriores foram reafirmadas, com maior fôrça e solenidade. Foram também incorporadas à lei eclesiástica, e impostas pelas autoridades civis, através de quase tôda a cristandade. - Hístória do Sábado, de Heylyn.
A ausência de autoridade escriturística para a guarda do domingo ainda ocasionava não pequenas dificuldades. O povo punha em dúvida o direito de seus instrutores de deixarem de lado a positiva declaração de YAHWEH: "o sétimo dia é o sábado de YAHWEH teu Elohim (Deus)," para honrar o dia do Sol. A fim de suprir a falta de testemunho bíblico, foram necessários outros expedientes. Um zeloso defensor do domingo, que pelos fins do século XII visitou as igrejas da Inglaterra, encontrou resistência por parte de fiéis testemunhas da verdade; e tão infrutíferos foram os seus esforços que se retirou do país por algum tempo, em busca de meios para fazer valer os seus ensinos. Ao voltar, a falta foi suprida, e em seus trabalhos posteriores obteve maior êxito. Trouxe consigo um rôlo que dizia provir do próprio Deus, e conter a necessária ordem para a observância do domingo, com terríveis ameaças para amedrontar o desobediente. Êste precioso documento - fraude tão vil como a instituição que apoiava, dizia-se haver caído do Céu, e sido achado em Jerusalém, sôbre o altar de S. Simeão, no Gólgota. Mas, em realidade, o palácio pontifical em Roma foi a fonte donde procedeu. Fraudes e falsificações para promover o poderio e prosperidade da igreja têm sido em todos os séculos consideradas lícitas pela hierarquia papal.
O rôlo proibia o trabalho desde a hora nona, três horas da tarde, do sábado, até ao nascer do Sol na segunda-feira; e declarava-se ser a sua autoridade confirmada por muitos milagres. Referia-se que pessoas que trabalharam além da hora indicada, foram atacadas de paralisia. Certo moleiro que tentou moer o trigo, viu, em lugar da farinha, sair uma torrente de sangue, e a mó ficar parada apesar do forte ímpeto da água. Uma mulher que pusera massa de pão ao forno, achou-a crua quando foi tirada, embora o forno estivesse muito quente. Outra que tinha massa preparada para cozer à hora nona, mas resolvera deixá-la de lado até segunda-feira, encontrou-a no dia seguinte transformada em pães e estava cozida pelo poder divino. Um homem que cozeu o pão depois da hora nona no sábado, achou, ao parti-lo na manhã seguinte, que do mesmo saía sangue. Por meio de tais invencionices absurdas e supersticiosas, esforçaramse os defensores do domingo por estabelecer a santidade dêste. - Anais, de Rogério de Hoveden.
Na Escócia, assim como na Inglaterra, conseguiu-se consideração maior pelo domingo, unindo-se-lhe uma parte do antigo sábado. Mas o tempo que se exigia fôsse santificado, variava. Um edito do rei da Escócia declarou que "se deveria considerar santo desde o meio-dia de sábado," e que ninguém, desde aquela hora até segunda-feira de manhã, deveria ocupar-se em trabalhos seculares. - Diálogos Sôbre o Dia do Senhor, de Morer.
Mas, apesar de todos os esforços para estabelecer a santidade do domingo, os próprios romanistas publicamente confessavam a autoridade divina do sábado, e a origem humana da instituição pela qual foi êle suplantado. No século dezesseis, um concílio papal declarou plenamente: "Lembrem-se todos os cristãos de que o sétimo dia foi consagrado por Deus, recebido e observado, não sòmente pelos judeus mas por todos os outros que pretendiam adorar a Deus, embora nós, os cristãos, tenhamos mudado o seu sábado para o dia do Senhor [domingo é falso: as antigas Escrituras Sagradas disse: Sábado!!]." - Idem. Os que estavam a se intrometer com a lei divina, não ignoravam o caráter de sua obra. Achavam-se deliberadamente colocando-se acima de Deus.
Exemplo notável da política de Roma para com os que dela discordavam, foi dado na longa e sanguinolenta perseguição dos valdenses, alguns dos quais eram observadores do sábado. Outros sofreram de modo semelhante pela sua fidelidade para com o quarto mandamento. A história das igrejas da Etiópia é especialmente significativa. Em meio das trevas da Idade Média, os cristãos da Africa Central foram perdidos de vista e esquecidos pelo mundo, e durante muitos séculos gozaram liberdade no exercício de sua fé. Mas finalmente Roma soube de sua existência, e o imperador da Abissínia foi logo induzido a reconhecer o papa como vigário de Cristo. Seguiram-se outras concessões.
Foi promulgado um edito proibindo a observância do sábado, sob as mais severas penas. - História Eclesiástica da Etiópia, de Michael Geddes. Mas a tirania papal se tornou logo um jugo tão amargo, que os abissíniós resolveram sacudi-lo de seu pescoço. Depois de luta terrível, os romanistas foram banidos de seus domínios, restabelecendo-se a antiga fé. As igrejas regozijaram-se com a liberdade, e jamais olvidaram a lição que aprenderam concernente aos enganos, fanatismo e poder despótico de Roma. Estavam contentes por permanecerem dentro de seu reino solitário, desconhecidos para o resto da cristandade.
As igrejas da África observavam o sábado como êste fôra guardado pela igreja papal antes de sua completa apostasia. Enquanto guardavam o sétimo dia em obediência ao mandamento de Deus, abstinham-se de trabalhar no domingo, em conformidade com o costume da igreja. Obtendo poder supremo, Roma pisou sôbre o sábado do Senhor para exalltar o seu próprio; mas as igrejas da África, ocultas quase durante mil anos, não participaram desta apostasia. Quando postas sob o domínio de Roma, foram obrigadas a deixar de lado o verdadeiro sábado e exaltar o falso; porém, mal (re-)adquiriram a independência, voltaram a obedecer ao quarto mandamento.
Êstes relatos do passado revelam claramente a inimizade de Roma para com o sábado legítimo e seus defensores, e os meios que emprega para honrar a instituição por ela criada. A Palavra de Deus ensina que estas cenas devem repetir-se, quando os católicos romanos e protestantes se unirem para a exaltação do domingo.
A profecia do capítulo 13 do Apocalipse declara que o poder representado pela bêsta de cornos semelhantes aos do cordeiro fará com que a "Terra e os que nela habitam" adorem o papado, ali simbolizado pela bêsta "semelhante ao leopardo." A bêsta de dois cornos dirá também "aos que habitam na Terra que façam uma imagem à bêsta;" e, ainda mais, mandará a todos, "pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos," que recebam o "sinal da bêsta." Apocalipse 13:11-16. Mostrou-se que os Estados Unidos são o poder representado pela bêsta de cornos semelhantes aos do cordeiro, e que esta profecia se cumprirá quando aquela nação impuser a observância do domingo, que Roma alega ser um reconhecimento especial de sua supremacia. Mas nesta homenagem ao papado os Estados Unidos não estarão sós. A influência de Roma nos países que uma vez já lhe reconheceram o domínio, está ainda longe de ser destruída. E a profecia prevê uma restauração de seu poder. "Vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e tôda a Terra se maravilhou após a bêsta." Apocalipse 13:3. A inflição da chaga mortal indica a queda do papado em 1798. Depois disto, diz o profeta: "A sua chaga mortal foi curada; e tôda a Terra se maravilhou após a bêsta." S. Paulo declara expressamente que o homem do pecado perdurará até ao segundo advento. (II Tessalonicenses 2:8). Até mesmo ao final do tempo prosseguirá com a sua obra de engano. E diz o escritor do Apocalipse, referindo-se também ao papado: "Adoraram-na todos os que habitam sôbre a Terra, êsses cujos nomes não estão escritos no livro da vida." Apocalipse 13:8. Tanto no Velho como no Novo Mundo o papado receberá homenagem pela honra prestada à instituição do domingo, que repousa unicamente na autoridade da Igreja de Roma.
Durante mais de meio século, investigadores das profecias nos Estados Unidos têm apresentado ao mundo êste testemunho. Nos acontecimentos que ora estão a ocorrer, percebe-se rápido progresso no sentido do cumprimento da profecia. Com os ensinadores protestantes há a mesma pretensão de autoridade divina para a guarda do domingo, e a mesma falta de provas bíblicas, que há com os chefes papais que forjaram os milagres para suprir a falta do mandamento de Deus. A asserção de que os juízos divinos caem sôbre os homens por motivo de violarem o repouso dominical, será repetida. Já se ouvem vozes neste sentido. E o movimento para impor a observância do domingo está rapidamente ganhando terreno.
A sagacidade e astúcia da Igreja de Roma são surpreendentes. Ela sabe ler o futuro. Aguarda o seu tempo, vendo que as igrejas protestantes lhe estão prestando homenagem com o aceitar do falso sábado, e que se preparam para impô-lo pelos mesmos meios que ela própria empregou em tempos. passados. Os que rejeitam a luz da verdade procurarão ainda o auxílio dêste poder que a si mesmo se intitula infalível, a fim de exaltarem uma instituição que com êle se originou. Quão prontamente virá êsse poder em auxílio dos protestantes nesta obra, não é difícil imaginar. Quem compreende melhor do que os dirigentes papais como tratar com os que são desobedientes à igreja?
A Igreja Católica, Romana, com tôdas as suas ramificações pelo mundo inteiro, forma vasta organização, dirigida da sé papal, e destinada a servir aos interêsses desta. Seus milhões de adeptos, em todos os países do globo, são instruídos a se manterem sob obrigação de obedecer ao papa. Qualquer que seja a sua nacionalidade ou govêrno, devem considerar a autoridade da igreja acima de qualquer outra autoridade. Ainda que façam juramento prometendo lealdade ao Estado, por trás disto, todavia, jaz o voto de obediência a Roma, absolvendo-os de tôda obrigação contrária aos interêsses dela.
A história testifica de seus esforços, astutos e persistentes, no sentido de insinuar-se nos negócios das nações; e, havendo conseguido pé firme, nada mais faz que favorecer seus próprios interêsses, mesmo com a ruína de príncipes e povo. No ano 1204, o papa Inocêncio III arrancou de Pedro II, rei de Aragão, o seguinte e extraordinário juramento: "Eu, Pedro, rei dos aragoneses, declaro e prometo ser sempre fiel e obediente a meu senhor, o papa Inocêncio, a seus sucessores católicos, e à Igreja Romana, e fielmente preservar meu reino em sua obediência, defendendo a fé católica, e perseguindo a corrupção herética." - História do Romanismo, de Dowling. Isso está em harmonia com as pretensões relativas ao poder do pontífice romano, de que "lhe é lícito depor imperadores," e de que "pode absolver os súditos, de sua fidelidade para com os governantes ímpios." — História Eclesiástica, de Mosheim.
E, convém lembrar, Roma jacta-se de que nunca muda. Os princípios de Gregório VII e Inocêncio III ainda são os princípios da Igreja Católica, Romana. E tivesse ela tão sòmente o poder, pô-los-ia em prática com tanto vigor agora como nos séculos passados. Pouco sabem os protestantes do que estão fazendo ao se proporem aceitar o auxílio de Roma na obra da exaltação do domingo. Enquanto se aplicam à realização de seu propósito, Roma está visando a restabelecer o seu poder, para recuperar a supremacia perdida. Estabeleça-se nos Estados Unidos o princípio de que a igreja possa empregar ou dirigir o poder do Estado; de que as observâncias religiosas possam ser impostas pelas leis seculares; em suma, que a autoridade da igreja e do Estado devem dominar a consciência, e Roma terá assegurado o triunfo naquele país.
A Palavra de Deus deu aviso do perigo iminente; se êste for desatendido, o mundo protestante saberá quais são realmente os propósitos de Roma, apenas quando fôr demasiado tarde para escapar da cilada. Ela está silenciosamente crescendo em poder. Suas doutrinas estão a exercer influência nas assembléias legislativas, nas igrejas e no coração dos homens. Está a erguer suas altaneiras e maciças estruturas, em cujos secretos recessos se repetirão as anteriores perseguições. Sorrateiramente, e sem despertar suspeitas, está aumentando suas fôrças para realizar seus objetivos ao chegar o tempo de dar o golpe. Tudo que deseja é a oportunidade, e esta já lhe está sendo dada. Logo veremos e sentiremos qual é o propósito do rornanismo. Quem quer que creia na Palavra de Deus e a ela obedeça, incorrerá por êsse motivo em censura e perseguição.
de: "Ameaça à Consciência", Ellen G. White, em Pôrto Alegre, em 1935, São Paulo, Brasil, págs. 611-629
Editor: o nome de Deus YAHWEH, sua Filho Yahshua o Messias é no texto, e o palavra: Elohim ("não correcto: Deus!")
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