Читать книгу Poesias de Maria - Maria Aparecida Ripari - Страница 23
A VIDA
ОглавлениеA vida é sempre indômita e ingrata,
Trazendo dores dolorosas, imprevistas,
Que, quando pelas dores não mata,
Aniquila e nos condena às desditas.
Com o tempo a vida tanto desbarata
Os amores como as crenças benditas,
Aos poucos o coração fere e maltrata
E a alma se afunda em dores malditas.
A vida é cruel, insensível madrasta.
Sempre nos nega as doces venturas
E por crueldade traz nefastos danos.
Impiedosamente, a vida sempre devasta
O encanto das nossas crenças belas e puras,
Matando no coração, tão crente, as belezas castas.
De você tanta ternura e beleza vinha,
Você era a deliciosa e doce vinha
Que me embriagava de tanta sedução;
Olhando o seu olhar, sorrindo ao seu sorriso,
A vida era um lânguido, eterno paraíso
Que só esplendor trazia ao meu coração.
Tanta carícia no seu olhar eu sentia,
Um mundo desconhecido sempre trazia
Tanto prazer, ternura e emoção;
Em você estava a felicidade que eu almejava
E que purificava a alma e o meu coração
Pela intensa e doce alegria.
Em você ressoava o melodioso canto,
Nos meus olhos não havia o triste pranto
E a vida não tinha nenhuma maldição;
Mas um dia despertei, tudo estava deserto,
Procurei, mas você não estava por perto,
Deserto também ficou o meu pobre coração.