Читать книгу Poesias de Maria - Maria Aparecida Ripari - Страница 9
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A MINHA MANGUEIRA
Lembro-me, quando criança eu brincava
Debaixo de uma majestosa mangueira
Onde passava a tarde inteira
Com os brinquedos que sempre ganhava.
Era uma árvore frondosa e encorpada,
De muitos ramos e fortes galhos
Que serviam de frescos agasalhos
Às minhas brincadeiras indomadas.
De manhã, ao despertar da aurora,
Os passarinhos em revoada cantavam,
Gorjeando belas sinfonias entoavam
Que eram festivais de beleza sonora.
E, ao entardecer, embora já cansadinhos
De tanto esvoaçar, saltitar e pipilar,
Voltavam à árvore alegres para amar,
Afagando-se nos mornos ninhos.
Além dos pássaros gorjeando,
Saltitando nos ramos da mangueira,
As borboletas coloridas e faceiras
Dardejavam as flores beijando.
As irrequietas, douradas andorinhas
Enfeitavam a mangueira serena,
E, com as suas asas pequenas,
Acariciavam também pardais e as rolinhas.
Eram tantos encantos e os esplendores
Em cima da imponente mangueira
Que os rumores de asas morenas
Denunciavam a ardência de tantos amores.
Tanta alegria pelos ares espargia
Centelhas de luz e de esperança
Que, no meu puro coração de criança,
Só amor e ternura eu sentia.
Era sempre um festival de cores
Debaixo da linda mangueira alteza
Que, com Sua Majestade e beleza,
Abrigava tantos segredos e amores.
Foi a única amiga e companheira,
Da minha infância a doce ternura,
Sempre a minha afável procura
Da sombra daquela mangueira.