Читать книгу À frente do tempo - Oswaldo de Oliveira Mendes - Страница 18
ОглавлениеCAPÍTULO VII.
O HÁBITO FAZ O MONGE, TAL QUAL AS REGRAS E A DISCIPLINA NA AVIAÇÃO!
A autoridade de um comandante está na verdade; na honestidade; na faculdade de comunicar e na postura muito serena de liderar; na articulação, no rigor e na habilidade que empresta ao drill nas tarefas, com zelo, discernimento e evidenciada proficiência na execução dos procedimentos, dentro da cadência de um tempo regular.
Através da autoridade decisória, será responsável pela operação durante o tempo de voo, mesmo que não esteja a manobrar os comandos. É responsável inteiramente pela segurança e, ao mesmo tempo, detém conhecimento e cultura geral, que inspiram e transmitem segurança na cadeia de comando. Incute autoridade e não medo, pânico e instabilidade, como em certos casos acontece. Nestes casos, não consegue recuperar o que não tem, ou seja, autoridade, respeito e admiração, e, aí sim, sentir-se-á ou mostrar-se-á pretensiosamente importante, o que diminui e atrapalha o normal desempenho e o raciocínio em situações de maior carga ou tensão da tripulação, que podem prejudicar a motivação e o espírito de equipa… e, por conseguinte, prejudicar a segurança e a imagem da empresa.
Um comandante, de verdade, não tem medo de cancelar um voo, pois o seu contrato é com a ética, com a segurança dos passageiros e com as demais responsabilidades civis e normativas. O seu contrato não é com o receio do conflito do despedimento, da «gasosa de promoção» ou de outras, para se fazer cobrar ao longo de uma carreira meteórica, por arrebatada lealdade e valentia, quando, sem escolha, é impelido, por razões de meteorologia, de natureza de manutenção ou de qualquer outra bastante válida, a ajuizar a sua decisão… Estes comandantes serão sobretudo contra o perfil e prestígio da empresa e deverão estar em extinção, numa Angola de futuro, porque minam a competência e põem em perigo a vida das pessoas… e apenas agradam a si mesmos e servem-se do próprio ego… numa estúpida forma de ser, alicerçada na ambição de se servirem e de arrebatarem vantagens imediatas, mas, excluída a pressão comercial, correspondem no essencial a maus comandantes, pois defendem uma atitude contra a própria empresa e estão em contraponto com a cultura de segurança.
Publicado com o mesmo título, em nome próprio, em 2015.
COMENTÁRIO ACTUAL
O mérito e o esteio dos conceitos e princípios continuam muito actuais como critérios a observar pelas tripulações, no despacho operacional e nas decisões no dia-a-dia ao serviço da aviação comercial, visando um destacado desempenho profissional.