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Introdução

Armando Leandro

Juiz Conselheiro jubilado e ex-Presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens

Agradeço a honra e o privilégio de escrever breves palavras introdutórias desta publicação da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, tão rica de significados e mensagens, explícitos e implícitos, bem sintetizados no inspirado título -Sobre(viventes) Sete histórias de amor e superação.

A sua divulgação – que muito merece e se deseja o mais ampla possível – pode proporcionar o aprofundamento da interiorização da variedade e complexidade das situações lesivas dos direitos das crianças, dos jovens e das famílias, e da essencialidade de conjugar as intervenções, preventivas e reparadoras, do ponto de vista técnico, científico e organizacional, com a palavra e a participação ativa de todos eles, num ambiente que gera o amor, a compreensão e a confiança na superação dessas situações de sofrimento e de exclusão ou limitação da realização pessoal, familiar e comunitária.

Creio que é essa a mensagem essencial que poderá resultar dos «milagres» tão bem descritos nas histórias de amor e superação.

De salientar a justa ênfase dos «heróis» Sobre(viventes).

Ênfase conjugada com a revelação dos atores pessoais e institucionais. Atores que tiveram o admirável mérito de sensibilidade, humanismo, saber, sabedoria, «sentido do Outro», fé inquebrantável na persistência do amor que ultrapassa barreiras aparentemente intransponíveis.

Esta publicação poderá ainda constituir estímulo significativo para uma indispensável generalizada «cultura de prevenção», sistémica e integrada, das situações lesivas dos direitos das crianças, dos jovens e das famílias. Cultura de prevenção ainda não suficientemente expressa na intervenção comunitária concreta.

Seja-me permitido uma sentida homenagem, expressa na crença de que presentes e futuros mais justos, progressivos e felizes, de crianças, jovens e famílias, muito continuarão a depender de admiráveis personalidades como «Cecília Abecasis», «Isabel Migueis» e Colaboradores.

Essas personalidades, capazes de corresponder ao apelo de «Sobrevivência» realizada, de cada criança, jovem ou família, merecem o apoio e a admiração devidos aos que,recordando Torga, não têm vazios de existência, por os encherem todos de amor, esforço sábio e esperança.

Sobre(viventes)

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