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O terceiro dom

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Amanhece. A brisa da manhã preenche todo o ambiente e acabamos por despertar auxiliados pela claridade provocada pelos raios de sol que acariciam nossos rostos.Inicialmente,cheio de cansaço, não consigo mover-me da cama de capim em que estou. Mas esforço-me e depois de três tentativas consigo levantar-me. Em pé, aproximo-me de Renato e o estimulo a fazer o mesmo.Com a minha ajuda, ele também se levanta.Com relação a Angel, ele ainda está dormindo e resolvemos não incomodar. No instante seguinte, tomamos um pouco de água e combinamos de irmos nos lavar atrás da casa, cada um por sua vez. Ele vai primeiro e eu fico esperando. Neste ínterim, penso um pouco sobre mim mesmo. O que me levava a arriscar tanto em aventuras cada vez mais inusitadas? Certamente o principal motivo era o prazer da profissão que escolhera, numa tentativa de derrubar padrões, estereótipos e preconceitos, ou seja, transmitir uma mensagem de conhecimento, esperança e fé para um mundo atrasado e conturbado. Além disso,eu tinha um compromisso comigo mesmo e com o vidente, aquele que surgiu a partir da entrada na “gruta do desespero”. Por isto, eu estava decidido a continuar sem se importar com os riscos.

Continuo refletindo sobre isso e outros assuntos, o tempo passa um pouco e finalmente Renato retorna do banho.Cumprimentamo-nos,ele pede licença para trocar de roupa e aproveito a oportunidade para ir também lavar-me. Pego minha saboneteira e xampu, atravesso a casa em poucos passos e ao chegar na cozinha, pego um balde, saio da casa, fico na parte de trás e verifico se há ou não a presença de estranhos por perto. Por sorte, é muito cedo e por enquanto não há movimento. Encaminho-me para a cisterna, encho o balde e retorno rapidamente à parte de trás da casa. Mesmo um pouco com medo, tiro a roupa. Jogo um pouco de água no corpo, ensaboou-me,enxáguo-me e começo a me esfregar. Esforço-me para retirar as impurezas do meu corpo e o exercício me traz um relaxamento incrível apesar de algumas preocupações pessoais. Penso um pouco sobre isso. O que estava acontecendo na minha casa, com a minha família, amigos e conhecidos? Bem, seja o que fosse, acredito na torcida dos mesmos para eu evoluir e conseguir descortinar um pouco o véu do destino. Eu me esforçaria a fim de não os decepcionar.

Com esta certeza, esfrego-me mais, coloco sabonete líquido no corpo todo e enxaguo-me no corpo todo. Verifico cada detalhe e quando me convenço que estou limpo, pego a toalha, enrolo-me e retorno a casa, especificamente no quarto. Com alguns passos, chego no destino, reencontro Renato e Angel, que já está desperto. Gentilmente, os dois me cedem cinco minutos para que eu me troque e escolho uma roupa bonita: uma blusa listrada, uma calça Jeans e uma cueca vermelha representando o fogo que me consumia. Coloco também um boné, calço um par de sapatos e uns óculos escuro para dar um pouco de charme. Quando estou pronto, saio do quarto, procuro os dois e os encontro na sala vendo um álbum de fotos.

Ao chegar, também sou convidado a apreciar as fotos. Angel me mostra cada uma delas, são antigas e cada uma delas desperta um pouco a memória daquele velho sábio. Vemos fotos de sua família, conhecidos, amigos e participantes do grupo de justiceiros e até de cangaceiros, bandidos legendários do Nordeste que ficaram famosos naquela época. Cheios de curiosidade, perguntamos todos os detalhes e ele gentilmente nos explica. Ao chegar numa foto dum jovem musculoso, moreno claro, bonito e um pouco peludo, ele se emociona e diz: —Este é Vitor, meu único e verdadeiro amor. Pena que se foi tão cedo. Observo a foto do meu antepassado detalhadamente e eu tinha que concordar apesar de ser homem que o mesmo era atraente. Estava explicado a adoração de Angel por ele. Respeitamos os sentimentos de nosso mestre e não comentamos nada. Vemos algumas outras fotos e ele se recompõe. Depois de terminar de ver as fotos, Angel pede para que o ajudemos na cozinha e aproveitamos para preparar o café a fim de aliviar nossa fome.

Quando tudo está pronto, sentamos a mesa e começamos a nos alimentar. Durante a refeição, puxamos conversa com Angel a fim de obter mais informação sobre o próximo desafio.

—De que se trata exatamente o terceiro desafio, mestre e como enfrentá-lo? (Pergunto)

—Vocês deverão na direção norte ir até a árvore, símbolo do meu amor com Vítor. Enfrentarão o seu destino e tentem escutar o interior de vocês. Lembrem-se dos conselhos de seus mestres e aplique-os na situação desejada. (Angel)

—Entendi. Devemos relembrar as nossas experiências e decidir usando a sabedoria, qual conselho aplicar. Mas o senhor tem mais alguma dica para nos dar? (Renato)

—Tenho. Não se deixem levar pela ambição do poder ou pelas aparências. Elas seduzem, mas no final não trazem sucesso ou a tão almejada felicidade. Só decidam no momento certo. (Angel)

—Muito bem. E o que devemos fazer? (Eu)

—Renato irá te acompanhar, caso você precise de algum auxílio. Você entrará a fundo na história de Vitor, mas não claramente. Apenas quando completar a etapa dos seis dons é que será capaz de ter a primeira visão da história. (Explicou o anfitrião)

—Quando partiremos? (Renato)

—Depois do café. Agora, vamos aproveitar para comer tranquilos. (O mestre)

Obedecemos ao mestre e nos alimentamos em silêncio num período de dez minutos. Quando terminamos, nos despedimos do mesmo, pegamos as garrafas d’água e levamos a mochila com alguns alimentos e nos dirigimos a porta de saída da casa. Com alguns passos a mais, já estamos fora e pegamos a trilha mais próxima que nos levava a direção norte. A partir daí, começava um novo desafio que não sabíamos como terminaria ou que resultados produziria. Continuemos juntos, leitor.

O começo da nova caminhada produz uma grande ansiedade em nós, como se nunca tivéssemos participado de aventuras. Isto era algo que ocorria recorrentemente e nos fazia lembrar dos nossos primeiros passos, da aventura de forças opostas, a viagem no tempo para Mimoso, e mais recentemente todas as peripécias e buscas da noite escura da alma. A trajetória até agora era curta, mas muito rica e isso nos dava força para continuar.

Aliamo-nos a essa força e apertamos os nossos passos. Enfrentamos os obstáculos naturais do caminho incluindo espinhos, pedras e o medo de encontrar algum bicho selvagem. E avançamos cada vez mais. Em cerca de vinte minutos, ultrapassamos um terço da distância e a conquista nos faz mais feliz. Mas não por muito tempo. Logo em frente, nossa visão se perturba pois aparece dois monges vestidos com trajes pretos, cada um montado num leão e armados com espada.

Em alguns instantes eles se aproximam de nós e bradam:-Se quiserem continuar, terão que nos enfrentar e vencer. Se perderem, terão que ir embora e renunciar aos seus projetos. O que me dizem? Há ainda a opção de desistir.

Cheios de medo, eu e Renato conversamos e o convenci a deixar tudo em minhas mãos. Olhei fixamente para os monges e disse: —Tudo bem. Mas deixem meu amigo e companheiro, Renato, de fora. Ele ainda é muito jovem para se arriscar dessa maneira. Eu enfrentarei os dois.

Os monges conversaram entre si por alguns instantes e quando decidiram, voltaram-se para nós: —Aceitamos. Mas enfrentará um por vez para a luta desigual. Um de nós é o mestre Hiorishida, conhecedor das artes marciais mais perigosas. O outro, é um telepata poderoso. A batalha vai começar!

Dito isto, eles bateram com a espada no chão e um círculo de fogo nos envolveu. Renato ficou de fora,assistindo.O primeiro monge pulou dentro do círculo e ao fazer isso, pensei:-Estou frito. Como enfrentar alguém mestre em artes marciais? Por enquanto, não tenho nenhuma estratégia em mente. Iria esperar que o adversário tomasse a iniciativa. Sem querer, lembro do combate com o ninja na gruta e uma luz no fim do túnel se acende para mim.

O adversário se aproxima,me cumprimenta e se afasta um pouco. Fica em posição de ataque. No momento, apenas observo seus movimentos a fim de estudá-lo. Em alguns instantes, a luta começa. Usando suas artes marciais, ele começa a marcar golpes poderosos e a executá-los. Alguns eu defendo e outros eu sofro pois ele é muito rápido. Quando penso em contragolpear,ele não tem dificuldade na defesa. Sem saída,eu continuo senso maltratado pelo adversário. Num dado momento, caio de cansaço pela primeira vez. Gentilmente, o primeiro monge se afasta e espera me levantar para reiniciar a luta. Aproveito o intervalo, e mentalizo a transformação da gruta e deixo o vidente solto para agir. Agora, eu estava mais preparado. Ele enfrentaria agora um ser superdotado de dons, capaz de transcender o tempo, a distância e entender os corações mais confusos.

No instante seguinte, levanto e chamo o adversário para batalha. Ele aproxima-se furioso, deixo ele me atacar e já conhecendo seus pontos fracos contra golpeio com força. O meu golpe o balança apesar dele ser bastante forte e experiente. Ele fica impressionado. Mas não o faz desistir. Ele se afasta um pouco, fica em posição de batalha e ataca outra vez. Como ele estava usando outra técnica, consegue me ferir e me derrubar pela segunda vez. Gentilmente, ele se afasta novamente. Reflito um pouco e digo para mim mesmo: —Cara chato e muito forte. Eu sei como te pegar! Pego escondido um pouco de areia na minha mão, levanto-me e parto para um novo ataque.

Ao chegar bem perto do seu rosto, lanço meu veneno e o mesmo cai em terra. Aproveito seu momento de fraqueza e o atinjo em vários pontos vitais. Em questão de segundos, o mesmo pede clemência e a luta é dada por terminada. Ele se retira, descanso um pouco e a próxima luta com o telepata estava por iniciar. Teria sucesso novamente? Continue acompanhando, leitor.

O segundo monge entra no círculo de fogo e se coloca em posição de batalha. Em questão de segundos, o mesmo profere orações ininteligíveis e imediatamente sinto um baque muito grande que provoca em mim uma dormência. Aos poucos, vou perdendo os sentidos e quando estou quase dormindo sinto meu espírito desprender-se do corpo material de um solavanco só. Imediatamente, me vejo fora do corpo, sinto o gosto da liberdade que isto me provoca e ao observar também vejo meu adversário em espírito frente a mim.

Rapidamente, o monge se concentra e cria armas espirituais com o objetivo de me atacar. Com isto, sou obrigado a também me proteger usando meus poderes de vidente. Quando estamos prontos, finalmente a luta começa. Com muita rapidez e experiência, sou atacado de diversas formas e inicialmente só penso em me defender e me esquivar dos ataques. Na maioria das vezes, consigo alcançar o objetivo, mas meu adversário é tão hábil que vez ou outra me atinge. Numa dessas, ele me atinge em cheio o que provoca minha primeira queda. Aproveito este momento rápido para refletir e realinhar minha estratégia. Iria atacar também mesmo que isso fosse bastante arriscado.

Na minha primeira tentativa, não tenho êxito, sou ferido novamente mas não desisto. Continuo tentando até que o atinjo. Ele parece se assustar mas logo se recupera mas volta a atacar novamente, agora com mais força e rapidez. Tento responder à altura e o combate fica cada vez mais interessante. A cada embate de nossas espadas,o mundo parece tremer e querer se destruir como na guerra entre anjos. É aí que tenho uma ideia. Provoco um encontro frontal entre as armas, o que resulta em sua destruição. Pronto. Tudo estava salvo. O mundo não acabaria nem Deus teria que atear fogo ao universo para evitar uma catástrofe maior.

O meu adversário não gosta de minha atitude, se concentra novamente e me atinge em cheio com seus poderes mentais. Caio de joelhos, muito confuso e tonto. Na minha mente atormentada, passam canarinhos, ovelhas, cavalos, e visões distorcidas de luz, trevas provocando em mim novamente um encontro das “forças opostas” e o despertar da minha poderosa, perigosa e tenebrosa “Noite escura da alma”. Fico um momento estático sem reação até que a luz se aproxima e escuto uma voz fininha me chamando de longe. Concentro-me na voz e em alguns instantes reconheço a guardiã, minha primeira mestra espiritual e sigo ao pé da letra suas orientações interiores. Isto me faz recobrar os sentidos, fico mais tranquilo e enfim consigo me levantar.

Encaro o meu adversário novamente, reconheço sua superioridade, mas uso todas as forças a minha disposição. Sirvo de ponte entre a luz e a realidade e o ataco de uma vez só. E a estratégia dá certo. O meu adversário cai, desacordado. O círculo de fogo se desfaz e corro para abraçar Renato. O primeiro obstáculo tinha sido superado e todos tinham uma participação na vitória, seja na torcida ou nos conselhos. Agora, cabia a nós continuar no caminho.

Esperamos o monge se recuperar, ele admite a derrota e permite a nossa passagem. Retomamos então a caminhada e como tínhamos atrasado um pouco apressamos os nossos passos ainda mais, avançando na natureza agreste. No caminho, passamos por novas experiências, novos e interessantes lugares e pessoas, ouvimos o som da mata, driblamos pedras, pedregulhos e espinhos, tudo diante de um sol escaldante de verão. Onde nos levaria nossas peripécias? Não sabíamos, apenas guardávamos promessas do destino que se revelava e se escondia a cada passo nosso. Mas continuaríamos tentando. Esta era uma decisão definitiva.

Continuamos avançando e em dado instante ultrapassamos a metade do percurso. O feito nos faz feliz novamente. Porém, sabíamos que novas dificuldades poderiam aparecer. E é o que não demora. Alguns passos adiante, somos cercados por caboclos, espíritos protetores da floresta. Ele nos encara e o chefe deles se aproxima mais e tenta estabelecer um diálogo.

—O que fazem aqui? Já faz muito tempo que andam na floresta, por acaso querem lhe fazer algum mal?

—De maneira nenhuma. Ao contrário, somos protetores. Estamos aqui numa missão de extrema importância, uma viagem de trabalho. Garanto que não machucaremos ninguém. (Eu)

—Somos os desbravadores do tempo, e buscamos a paz, o reconhecimento, o amor. Enfim, procuramos a evolução. (Complementa Renato)

—Acho bom. De qualquer maneira, saibam que serão vigiados continuamente. Não demorem muito. Pois há um limite de tempo por dia na mata. (O chefe dos espíritos caboclos)

Dito isto, desapareceram. Não tivemos tempo de perguntar mais detalhes sobre o limite e então por via das dúvidas nos apressamos ainda mais. Continuamos a caminhar, avançamos e ultrapassamos os três quartos do percurso em um período considerável. Neste momento, dúvidas nos assaltam, mas não temos tempo para pensar nelas. O importante era não fraquejar num momento tão importante.

Avançamos ainda mais e nos aproximamos do destino. Logo em seguida, chegamos em frente à arvore plantada por Angel e Victor, símbolos do seu amor. Concentro-me e estou prestes a tocá-la novamente, mas antes que eu faça o movimento, uma voz conhecida grita atrás de mim: —Não se mexa.

Volto para trás e deparo-me com Angel que rapidamente se aproxima. Espero ele chegar para me dar as explicações necessárias.

—Você estava prestes a se suicidar. Mas ainda bem que te encontrei a tempo. Queria te perguntar se você já explorou seus chacras.

—Não, mestre. Nem sei ao menos o que é Chacra nem explorá-lo. Como faço? (Indaguei)

—Os chacras individuais são os responsáveis pelo controle do fluxo energético carnal e espiritual. Eles utilizam a luz do sol para alimentar a nossa aura e se o desenvolvermos corretamente este poder podermos emitir nossa energia espiritual ao exterior facilitando a compreensão de muitas coisas. A fim de explorá-lo você tem que se concentrar no ambiente, sentir sua magia, seu poder e quando você se entregar completamente poderá entender o desafio atual com mais facilidade. (O mestre)

—Isto. Siga o que o mestre disse e lembre-se de esquecer tudo a seu redor. Lembre dos aprendizados anteriores. (Lembrou Renato)

—Tudo bem. Pelo menos eu vou tentar. (Confirmei)

Dito isto, fico de costas para os meus companheiros, fecho os olhos, esqueço todas a preocupações,anseios,inquietações,as companhias e começo a me concentrar na luz que aquece e dá vida ao planeta. Usando o meu tato espiritual, imagino as estrelas, os astros,planetas,cometas,sóis,galáxias,os seres, tudo isto fazendo parte da roda da vida, inventada por um grande Deus,onisciente,onipotente,onipresente mas invisível ás suas criaturas. Tento ligar-me a este poder grandioso, único ser capaz de me entender naquele momento e nesta busca viajo pelas inúmeras dimensões existentes. Em tudo reconheço o nome dele mas percebo ainda muitas tribulações e a natureza grita constantemente ao meu redor. E é aí que paro e grito também: —Deus meu, vem me socorrer! Estou tão triste, estou sozinho, não conheci o amor nem descobri o potencial dos meus chacras.

Espero a resposta por um tempo, ninguém me responde, eu me decepciono e quando já estava desistindo do meu objetivo, escuto uma voz interior me dizer: —Você não está sozinho e não precisa me procurar em espaços distantes porque eu estou dentro de você, eu sou parte de você. Também me senti muito triste e sozinho há aproximadamente dois milênios atrás porque fui traído e injustiçado pelo meu próprio povo. Mas venci. Se você acreditar em mim e segurar com confiança em minha mão poderei realizar milagres em sua vida. Você quer minha ajuda?

Ainda confuso com toda esta revelação, não titubiei e disse mentalmente a voz: —Sim, eu entrego inteiramente meu destino em tuas mãos. Farei minha parte para te ajudar.

Depois da resposta, senti uma explosão mental, tudo gira ao redor, várias visões se sucedem rapidamente mas não me concentro em nenhuma delas. É aí que sinto algo diferente em mim, uma corrente de energia que percorre todo o meu corpo e me faz ver ao longe. Num estalo, tenho controle sobre mim mesmo e quando me sinto seguro abro novamente os olhos. Volto a posição inicial e reencontro meus companheiros de aventura.

Sem perguntas, dirijo-me a arvore e ao tocá-la eu tenho mais uma visão reveladora: “Herbert era um pobre camponês da região norte do Egito. Suas características principais são:Ambicioso,inteligente,perspicaz,maduro e reflexivo. Desde pequeno, procurava de diversas formas ganhar fama, ostentação e dinheiro mas por mais que se esforçasse não conseguia alcançar seu objetivo. Mas era um batalhador. E um dia encontrou um senhor de terras que admirado com sua inteligência lhe deu uma chance de ajudá-lo a comandar seus negócios. E não decepcionou. Auxiliado por sua inteligência, fez bons investimentos o que trouxe bons resultados para seu chefe e como ganhava por comissão também melhoraram sua vida. De um momento para outro, tinha dinheiro suficiente para realizar todos os seus sonhos e refletindo, decidiu aproveitar sua vida em:Festas,viagens,mulheres e atividades que envolviam lazer, mas sempre era aconselhado a poupar mas como tinha um emprego fixo não se importou muito com este conselho. E aí o tempo passou e no auge do poder e fama, certa vez, numa de suas viagens, encontrou um mendigo que lhe pediu esmola mas não lhe deu atenção alguma. Por que ele não trabalhava? Pensou. Disse para si mesmo: Eu sempre trabalhei, busquei e um dia tive a minha oportunidade. Que ele procure a sua, não tenho nada a ver com seu problema, concluiu. Depois deste fato, alguns meses depois, errou um cálculo, fez um mau investimento e sem esperar foi demitido. Foi aí que procurou suas economias, e verificou que gastara tudo. Procurou outro emprego, mas ninguém mais confiava nele. Por fim, terminou na rua e mendigo como aquele homem que se negara a ajudar. Moral da história: Sempre é bom ajudar. Não importa nossa posição ou classe, se te negas a ajudar, o universo retribui em dobro. Multiplique seu dinheiro, mas partilhe-o e poupe-o para que sempre sua mesa fique farta, e para manter a felicidade. Este é um conselho da vida e todos que seguirem vão se dar muito bem.”

A visão termina. Afasto-me da árvore, me aproximo dos meus companheiros e juntos decidimos voltar imediatamente a casinha a fim de trocar ideias mais tranquilamente. Retomamos então a trilha e começamos a fazer o caminho de volta. No caminho, revivemos lugares fantásticos, encontramos pessoas e animais, os cumprimentamos e seguimos nosso caminho carregando as lembranças das aventuras anteriores e a atual. O que aconteceria daqui por diante? Não tínhamos a menor ideia e era isso que dava um sabor especial as nossas aventuras.

Continuamos avançado cheios de expectativa e ansiedade apesar de já ter cumprido três etapas.A cada passo dado,um novo aprendizado se mostrava a nossa frente.E tínhamos a obrigação de assimilar tudo para ter uma visão ampla sobre os temas.Foi assim que surgiu os dois livros anteriores e eu estava plenamente engajado no terceiro,um terceiro ainda confuso,distante e incógnito por mostrar um desafio gigantesco a ser superado,a questão do desenvolvimento dos sete dons, e a busca pela evolução contínua.Porém,apesar dos pesares eu continuaria na batalha.

Continuamos avançando.O tempo passa e em cerca de duas horas cumprimos todo o trajeto.Ao chegar no destino,nos reunimos na sala e começamos a deliberar sobre o que aprendemos anteriormente.Eu inicio a conversação.

—Mestre,eu tenho uma dúvida.Ainda terei dificuldades maiores do que neste desafio?Quais os riscos?(Pergunto)

—Com certeza,meu caro nobre,que se denomina filho de Deus.A cada novo desafio,novas dificuldades e escolha difíceis terão que ser feitas.Mas não se preocupe:Está fazendo um bom trabalho e tem chances de chegar ao fundo das histórias que prometem ser bastante reveladoras.Quanto aos riscos,são muitos.Maiores detalhes,darei nos próximos capítulos desta novela.(Angel)

—Se precisar de mim,estarei aqui,e no momento crítico serei essencial como sempre.(Renato)

—Obrigado,Renato,pela disponibilidade.Já sei que posso contar com você sempre ,meu amigo.E aí qual o próximo passo,Angel?(Indaguei)

—Calma,não seja ansioso mais uma vez.Primeiro me diga a que conclusões chegou ao entrar em contato com a minha árvore.(O ancião)

—Da primeira vez,senti a grande força dum sentimento profundo que se pode chamar verdadeiramente de amor.Da segunda,tive uma visão referente ao terceiro dom,o conselho,que me fez compreender ao mesmo tempo o amor conjuntamente com ele.Precisamos refletir, e para conseguir andar por um caminho seguro,temos que ouvir conselhos de pessoas experientes que nos mostram um pouco do que é a vida.Se nos negarmos a isso,não descobriremos por completo nosso potencial,nem teremos a oportunidade de sermos completamente felizes pois a felicidade se mostra na caridade,nas boas atitudes,no amor espiritual.Amor também é renúncia,entrega,compreensão,companheirismo,cumplicidade,etc.E você está de parabéns por ter amado tão profundamente um dia.(Afirmei)

—Esplêndido.Agora está preparado para continuar e quem sabe ser feliz completamente.Obrigado pelo elogio.Amor é assim,acontece de repente,seja para nos fazer felizes ou para nos fazer sofrer.Não escolhemos.Mas podemos decidir continuar ou desistir do mesmo.E esta é uma das escolhas difíceis a serem feitas e é aí que o conselho de alguém experiente se torna uma ferramenta essencial para alcançar o sucesso.(Angel)

—Amor também se traduz na amizade.Amo de coração o vidente.(Declara Renato)

A fala de Renato me emociona e nos abraçamos mutuamente.Por instantes,criamos uma atmosfera fantástica de acolhimento e paz espiritual.Neste momento,nossa luz brilha mais forte no céu e reafirma nosso compromisso.Seríamos amigos para sempre,independente de qualquer coisa.Depois de separarmos,Conversamos mais um pouco sobre tudo,planejamos os próximos passos e quando está tudo acertado vamos preparar nosso almoço.Fazemos esta tarefa rapidamente,nos alimentamos,fazemos outros trabalhos,descansamos e refletimos durante o restante do dia.O próximo dia nos revelaria surpresas e questões ainda mais fantásticas.Continue acompanhando,leitor.

O Encontro Entre Dois Mundos

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