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Porque não adormeço eu, como o rude barqueiro, ao murmurio das vagas somnolentas, ao sussurro da brisa do norte?


Porque mulher barbara não entendeu o que valia o amor d'Eurico; porque velho orgulhoso e avaro sabía mais um nome de avós do que eu, e porque nos seus cofres havia mais alguns punhados d'ouro do que nos meus.


As mãos imbelles de uma donzella e de um velho esmagaram e despedaçaram o coração de um homem, como os caçadores covardes assassinam no fojo o leão indomavel e generoso.


E, todavia, este coração sentia a voz da consciencia pregoar-lhe largos destinos! Porque não emmudeceu essa voz quando do portico do templo lancei ao mundo a maldicção da despedida?


Porque me lembra com saudade, aqui, a estas horas, o tempo das minhas esperanças?


É porque o viver é o éculeo do espirito: a alma estorce-se como agonisante no meio dos mais incomportaveis tormentos, sem nunca poder expirar, e os seus affectos profundos são com ella; não lhes é dado o morrer.


Paz e esquecimento, oh meu Deus!


Eurico, o presbytero

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