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HISTORIA DA FESTA
DA
PRIMAVERA.
ОглавлениеRemontando a vêa do Mondego até obra de um quarto de legua para cima da Cidade, encontra-se na margem do poente um gracioso retiro, selvatico sem aspereza, e como que enfeitado sem arte: dissereis que em hora de contentamento o fizera a Natureza, para algum dia hospedar no regalo d’aquellas suas sombras um ajuntamento de poetas seus. De Lapa dos Esteios pozerão nome ao sítio em dias remotos, segundo soa, os vinhateiros e pomareiros que de umas e outras varzeas do rio costumavão acudir ali por paos, com que estear suas parreiras e arvores derreadas com o pezo da fruta. Ainda permanece o nome, porem ja o arvoredo se não desbarata pelos vizinhos, e a Lapa, de tão solitaria e amena que he, parece a appetecida estancia do Genio da liberdade.
Entra-se por um breve cáes ornado de cinco alterosas arvores, das quaes uma torcendo-se toda para o rio, se debruça para saudar e cobrir com a sua sombra os bateis que chegão. No tôpo do cáes, e fronteira a quem desembarca, se alevanta um genero de muralha nativa de rochedo, rôto em muitos seios. Esta penedia, até aos nove ou dez palmos de altura, sóbe nua e só ornada de sua mesma aspereza; d’ahi para cima, como envergonhada de sua dura condição, se esconde toda com um frontal de heras, que ora resaem como cabeços pendurados, ora se recolhem para fantasiarem la por dentro suas grutazinhas e labirinthos, d’onde ás vezes se estão vendo saír por um cabo e por outro os passaros, que depois de beber e se banharem na vêa da agoa, se empoleirão pelos lamegueiros vizinhos, namorando e cantando a suavidade e fresquidão de suas habitações. Pelo lado direito d’esta aprazivel scena, sóbe uma cerrada espessura de bosque pequeno, onde os olhos se enleão na confusão de troncos e folhagem: pelo esquerdo abre-se para cima uma escada rustica mas commoda, de doze degraos. Tecem-lhe estendido toldo dois lamegueiros velhos, e outras arvores mais pequenas se abração por ali, travadas com mil voltas de hera. Dá esta subida em uma planura sôbre o comprido com seus assentos de ambas as bandas, isto he da terra e do rio, o qual por entre um basto arvoredo, que d’ahi por uma especie de promontorio, vai descendo até lhe metter os pés na corrente, se está vendo a furto transparecer: das primeiras cabeças d’este arvoredo cáe para os assentos uma boa a vedada sombra. O puro e perfumado dos ares, a vária presença da terra e aguas, o susurrar dos ramos abanados da viração, as melodiosas querellas das aves, em summa o natureza enfeitada só de suas mãos, e paz e descanço de deserto, são a fonte perenne dos encantamentos d’este sítio. Uma ladeira suave opposta á escada, e ainda mais sombreada, despede em outro cáes com seus degraos nativos de rocha até á agua. He este menos bem assombrado que o primeiro: não tem relva, nem arvore, nem verdura afóra ada muralha no tôpo, toda velada de musgos, matizados com seus tufos de fetos silvestres, congossas e um sem numero de outras plantas e ervas, sobresaindo a espaços alguns ramos solitarios de figueira brava: mas o que de interior graça lhe fallece, lho compensa a larga vista que para fóra desfruta.
Era chegado o primeiro dia de primavera. Tratado e assentado estava de ha muito entre mim e meus amigos, como iriamos passa-lo juntos, em uma romaria e festa poetica á honra d’aquella mais formosa parte do anno. Não faltavão á volta da Cidade muitos sitios accommodados ao intento, antes não creio que possa haver no mundo outra verdadeira Arcadia, que em tão pequeno espaço resuma tantos: mas d’entre todos coube á Lapa dos Esteios a palma da competencia. De doze se compunha o rancho, todos amigos, poetas e academicos.
Por volta de meio dia, pouco mais, nos ajuntámos com muita alegria e abraços, e todos com as nossos ramalhetes de primavera nas mãos, nos pozemos alvoraçadamente em caminho para o rio, onde ja o barco nos aguardava. O ar estava puro: contra o sol que ardia rijo, nos acudia com refrigerio um pouco vento, que ao mesmo tempo nos fazia mui boa feição para contrastar a corrente. Saltámos e partimos.—Em quanto alguns por um e outro bordo ajudavão o favor do ar com o trabalho de suas varas, repellindo o álveo, e fazendo-nos resvalar mais prestes á medida de nossos desejos, os demais amotinavão ao longe ambas as ribeiras com suas cantigas de amores, entoadas em chusma. A cada momento porem se quebrava por si o canto, para se contemplar e encarecer o muito que a natureza e o artificio podérão e soubérão crear para enlevo de olhos, por ambas aquellas dilatadas margens e campos: pradaria verde e florída, outeiros risonhos, cazaes branqueados, grangearia e recreação de quintas, pomares, hortas, jardins, e mil arbustos curvos por entre choupos e salgueiros até beijarem a agua, esse era o painel em que meus amigos se hião enlevando, e que a mim, que pelo longe que era posto, o não podia nem por nevoas enxergar, me desentranhou algum suspiro, dando-me a sentir no meio da geral alegria alguns momentos magoados, recostado na borda da embarcaçaõ.
Mil couzas pequenas, e por ventura vãs (mas quaes ha que sejão taes para gente moça em dia de júbilo?) matizarão toda esta viagem: taes como a grita que de subito alevantámos ao passar por baixo do arco grande da ponte, aonde as vozes, refletindo do massiço da cantaria, nos ressortião para os ouvidos com uma estranha soada, como que por aquella porta e esteiro estivessemos entrando um mar nunca d’antes descoberto; despedidas á Cidade que de nós se alongava, branca e assentada em seu monte, até que desapparecia, e ás margens que para nós arremettião correndo com seus estendaes, lavradores e rebanhos, para logo nos passarem alem, fugir-nos e perderem-se; a vista de um bando immenso de pombas, que levantando-se espavoridas com a nossa passagem, de um ilheo de arêa onde se estavão a beber e banhar-se, nos atravessarão pela proa e forão derramar-se todas queixosas pela ribanceira vizinha; o ceo a espelhar-se inteiro nas aguas ufanas de retratarem multiplicado o sol da primavera com toda sua magnificencia: semelhantes nadas produzião em somma um genero de felicidade a estes moços Anacreontes viajando, á qual, para de todo o ser, só faltava poder durar.
De instante para instante importunavamos os barqueiros, perguntando insoffridos quanto nos restava do caminho. Cuidava-se ver a Lapa dos Esteios em quantas soledades apraziveis nos apparecião ao longe. Emfim a apontárão com o dedo; levantão-se todos, todos com clamor unísono a saudão. Saltámos logo no primeiro cáes, deixando o nosso barco amarrado a uma arvorezinha, que se algum curioso vier visitar aquelle sitio, he a terceira da parte esquerda. Uns de outros derramados, nos fomos prestesmente por onde o acaso ou a fantasia nos levavão, correndo e devassando toda aquella solidão, que por algumas horas vinhamos povoar: e tornando-nos a ajuntar no alto, onde tão commodos assentos se nos deparavão. “Esta Lapa disse um, para estancia e habitação das Musas parece feita; por aqui as heras pendem de toda a parte!” Sobre o que, se procedeo logo á lição dos poemas que todos levavamos. Aqui usarão meus amigos para comigo de huma cortezia, de que por mais que fiz me não foi possivel defender-me, ordenando-me com seus rogos que os meus versos, para os quaes o ultimo lugar em tal companhia podéra ainda ser de muita honra, rompessem antes de outros aquelle acto. Estes, a que eu pozera o titulo que ainda tem O Dia da Primavera, ja primeiro que o sitio fosse escolhido se achavão feitos, rasão porque não ha que procurar n’elles a pintura d’elle. Concebêra eu um dia de Primavera levado pelos campos em contentamento com aquelles companheiros; tomei de minha livre imaginação o que me pareceo bastaria para o encher; e poetei-o sem me obrigar a nenhuma outra verdade.
Elmiro (que todos havião arcadicamente tomado para si nomes de pastores) assim como a leitura foi rematada, veio para mim com um listão de heras nas mãos, e mo lançou, a todo o poder que eu pude para me escusar, do hombro direito ao lado esquerdo.—Seguio-se Anfrizo, o qual em pé junto de mim, e com uma coroa em punho, recitou uma formosa Ode, toda floreada dos louvores que a amisade lhe figurava poderem-me bem assentar; e chegado que foi á ultima estrofe, me coroou abraçando-me. Tambem a esta honra me foi forçado ceder, com quanto claramente em mim sentisse o muito que vinha mal empregada: a amisade ordenava, o dia era seu, rendi-me. Era a grinalda de artificiosissimo lavor, mui fresca, e tecido de louros, heras e cópia de flores naturaes; guardei-a com ufania e como joia; quizera conserva-la para sempre, mas representava gloria, e minha, murchou, desfez se, largos annos ha que he pó, e pó disperso.
Dado que ja então fosse tal o meu triunfo, qual nem em sonhos de ambição o podéra antever, Josino, a cuja feiticeira Musa ja eu era, muito havia, devedor, inda o subio de ponto, lendo antes de um poema, pequeno em extensão mas grande e grandissimo em merecimento, um elogio a mim em tão delicados versos, que não posso menos de perdoar-lhe a lisonja.
Aulizo[5] leo um longo poema intitulado A Primavera, que todo respirava amor aos campos e á virtude, ataviado de mui mimosas galas poeticas, e de mui particular doçura e sabor para os ouvidos: nem se cuide que sangue ou amisade ou vãgloria me fazem fôrça para o dizer, que antes o dissimulára eu, se o ser irmão e amigo fossem partes para, quando a todos os mais vou distribuindo seu preço, lho sonegar a elle; e ainda assim talvez o não ousára, se tão boas testemunhas não valessem a confirma-lo.
Foi esta leitura interrompida de uns sons de flauta, que por cima das cabeças, e de mui perto nos vinhão: era o meu caro amigo, Horacio portuguez, José Fernandes de Oliveira Leitão de Gouvea, que alvoraçando-nos e alvoraçado, nos apparecia ao cimo da curta escada que da Lapa sobe para a Quinta das Canas, que lhe fica sobranceira. Forão tudo clamores de alegria, recebendo entre nós, poetas todos verdes, o nosso decano e patriarcha; cercámo-lo com abraços, das mãos lhe furtarão a flauta, foi levado de repente a todos os recantos do nosso Parnaso, contando-lhe todos á uma o que até ali se passára, que vezes se fallára n’elle, e se desconfiára de sua promettida vinda. Este homem amavel, jovial, incapaz de estudadas gravidades, dado e corrente com todos, bom sem merecimento de esfôrço, filosofo sem o cuidar, coração que ainda não saío nem ja agora sairá da infancia, homem só comsigo parecido, que a ninguem imitou nunca, nem de outrem será nunca imitado, e cuja vida, se alguem soubesse escrevê-la, sairia tão original e unica como elle mesmo, este digo, nascido para ser alma de qualquer ajuntamento moço e alegre, tomou para logo seu quinhão na Festa. Deu-se fim ao poema interrompido com a chegada do novo socio, que muitas outras vezes o tornou a interromper com applaudir e abraçar o poeta. Josino, que assim como o ouvia fôra entrançando uma coroa de hora da arvore mais chegada, mal que o ultimo verso expirou, se foi com ella, por entre as palmas de todos, premiar a fronte do cantor.
Elmiro, que de apoz se seguio, nos cativou as attenções com um poema de muita invenção e belleza, aonde outra vez a amizade me brindou com perfumes seus, para os não dizer da lizonja. Igualmente o coroámos; e outro tanto se foi fazendo aos demais, que recitarão poemas mais breves ou traduções.
Salicio[6] repetio uma mimosissima tradução livre de uma parte da Primavera de Thompson: Albano, uma tradução em lindas quadras do Idillio Primavera de Gessner: Francilio, uma tradução em proza de Utz, que leo de pé com o copo em punho, e rematou com um brinde: Franzino uma versão da Primavera de Cramer: cerrando-se finalmente este rico banquete poetico com mais de quatrocentos versos de um poema de meu irmão José Feliciano de Castilho, que pelo muito menino que ainda áquelle tempo era, não foi dos menos vitoriados.
Todos estavamos coroados, e o rancho se espalhou. “Ja la vai o sol abaixo; os seus raios apenas tocão ja os cumes dos outeiros d’alem: aproveitar o tempo!” bradarão alguns amigos da borda de uma eira que dominava a Lapa: e todos sentimos que a tarde nos hia insensivelmente escapando. Então ao som da flauta do nosso Horacio, começarão todos de dançar e saltar, e as aves incitadas da musica, levantarão mais alto os gorgeios da tarde. As folhas das heras, que por ali guarnecião todas as arvores, e algumas flores voavão ás mãos chêas como em chuva, de uns contra os outros. De quando em quando se alevantava alguma voz inculcando, porque o fossem todos ver, algum particular gracioso e ainda não observado d’aquelle sítio. Chamando Aulizo pelos outros, lhes fez notar do cáes mais arido, o como o rio d’ali visto, á conta de sua curvidade se afigurava lago cercado de collinas desiguaes, coroadas e semeadas de larangeiras, oliveiras e pinheiros, e cazaes alvejando, enxergando-se mais a longe, e por entre estes, outros outeiros, quasi a se desvanecer na distancia e sombra da tarde. Debuxava eu no animo toda aquella scena saudosa; saía-me o quadro maravilhoso, mas era por ventura verdadeiro? não o sei.
Uma merenda saborosa nos appareceo de repente e como por encanto: Elmiro fôra o magico providente. Toalhas brancas de neve estendidas no cáes do desembarque, forão povoadas de primorosos manjares, garrafas ja de dias, e copos coroados de verdura: uns rolos de arvores estendidos em quadro nos valerão de assentos: dois meninos gémeos, vestidinhos da branco, erão os Ganimedes do nosso banquete folgazão. Parte assentados, parte reclinados em diversas posturas, outros por entre estes girando com os copos e pratos na mão, boas descaídas, descuidos a tempo, apontadas graciosidades e risos do íntimo, brindes com o copo alto na direita, enviados a mui longes e mui diversas terras (que não havia um só que da sua não padecesse ausencia e se não finasse com saudades), outras saudes ora mais ora menos sumidas, a objetos nomeados umas vezes e outras não, mas mui bons de adivinhar pelos suspiros e geito do saudador, a voltas e proposito d’isso narrativas e contos para folgar, musicas alegres de flauta mil vezes começadas e outras tantas interrompidas, e outros muitos nadas com que a penna se não atreve, convinhão em aprazivel mistura para encantar a ultima hora da Festa da Primavera.
Posto era o sol, mas o ceo ainda não carregado de noite: havia-se de partir, faltava o animo para o fazer; instavão os barqueiros, crescião n’elles a rasão e o importunar, acabárão comnosco que nos rendessemos. Despedidos os amorosamente da Lapa ja áquella hora entranhada de escuridão temerosa; com os pés ja postos na beira da agua, nenhum queria ser primeiro que trocasse terra de tanta festa, por um barco que nos hía tornar para onde vida de proza e cuidados nos aguardava: senão quando, levantando o bom Gouvea a voz, com ella suave e chêa que se hía por aquellas margens alem, começa de cantar A minha Lilia morreo; improviso seu, chêo de uma branda tristeza, que aos cançados e não fartos de gozar costuma ser segundo gozo. Assim hia elle até n’isto imitando o seu Horacio, que nos poeticos festins que dava ao Genio da alegria, nunca se esquecia com seu quinhão de pensamento para a morte. Profundo era o silencio que de toda a parte cercava o nosso cantor; só se ouvia o murmurio baixinho da corrente.
Não havia quem nos apartasse: por derradeira vez nos tornámos ainda á Lapa, travou-se uma dança por despedida, e fez-se uma saude geral ao lugar e ás trez Graças que ali costumão a vir muitas vezes[7], até que emfim nos embarcámos, com as nossas coroas na cabeça. Foi aos barqueiros defendido usar de vara, antes se lhes encommendou que nos deixassem embora ir, tão mansa e perguiçosamente como á vêa mal desperta do rio parecesse, e ainda n’aquelle pouco descer das aguas houvéramos nós tido mão, se podessemos.
Pareceo bem, para atalhar a confusão de tantas vozes como as que ali fervião juntas, nomear á maneira do Rei do vinho nos festins dos antigos, um que nos governasse. Este foi Gouvea por acclamação unanime. Lembrou um que d’ahi ao deante nos ficassemos uns aos outros dando o tratamento de confiança, que a boa amizade consente e requer: approvou-se. “E quemquer que a esta lei desobedeça, haja-se por expulso da Sociedade dos Amigos da Primavera.” Approvou-se com alvoroço; levantarão-se todos abraçando-se, apertando-se entre si as mãos, e dando-se entre risos o tratamento novo tão amiudado para lhe quebrar a estranheza, que ninguem se entendia.—“Todos os Socios (gritou outro, e de novo se fez silencio) hão de conservar até que o tempo as destrua, estas suas coroas, se não monumentos de gloria, penhores certo que mais vale, de horas felizes:” approvou-se por lei o que ja todos levavão no coração bem votado. Suscitou-se depois que recitasse cada um segundo a ordem dos assentos, alguma sua poesia breve, e que mais lhe parecesse accommodada á occasião. Não faltárão aqui seus debates, lembrando uns como apoz tanto recitar, tinha a cantoria muito melhor cabida do que os versos nus, outros affirmando que a flauta melhor que nenhuma outra cousa diria com a hora, sítio, e calada grande do rio: até que um veio conciliar a diversidade dos pareceres, dizendo que umas couzas não tolhião as outras, antes podião ir todas a revezes tendo seu lugar: o que assim se cumprio.
A serenidade da noite junta com as saudades do dia, nos fez achar inefavel doçura nos sons da flauta, que parecião modulados pela melancolia, e se esvaíão ao longe nos ares. Se ás vezes o acaso nos levava mais para uma das margens, uns frouxos echos chêos de doçura a tristeza se comprazião de repetir a musica e as palmas com que a nós applaudiamos. Emquanto um só cantava em meia voz, e nós o ouviamos calados, a face na mão, e meio reclinados contra o rio, suave nos era escutar como as quasi insensiveis ondas, com som muito mais baixo nos vinhão beijar os lados do batel, d’onde, se fugião partindo, com um murmurinho saudoso.
Descemos em terra, e abraçando-nos repassados de igual amizade, e das mesmas lembranças, votámos logo ali nova Festa em honra do primeiro dia de Maio, a qual se veio a fazer, como ao deante o declarará o volume: e todo esse meio tempo de uma até á outra, foi tecido de doces memorias, fantasias poeticas, tenções e esperanças de prazer.
Assim se podia e sabia ainda então passar dias mansos, innocentes e bemaventurados!
Lisboa: 2 de Janeiro de 1837.