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Lisboa 29 de Março de 1837.

Quando todo estava no trabalho de desempenhar minha palavra, e fazer ainda mais do que no Prologo deixára promettido, revendo cuidadosamente, afeiçoando, podando e enxertando de novo este volume, sobreveio-me aos 2 de Fevereiro passado, o maior infortunio de minha vida, uma perda de que em nenhum tempo se me poderá o coração consolar. Quebrarão-se-me as forças para continuar no trabalho, bem como se esvairão muitos, antes todos, meus projetos. Ja não arrancarei (e para que?) este pouco e inutil resto de mim mesmo da terra que encobre a minha melhor metade: aqui procurarei, se tanto podér ainda, pagar com uma pouca fama e muitas lagrimas, a quem a mim me deo até á sua ultima hora seus olhos, seu amor, toda sua alma. Qual ficou este livro tal sae, e muito inferior ao que eu promettia, podia e devia fazer. Se algum de meus leitores entende por experiencia o que seja padecer n’uma viuvez uma completa orfandade, esse passará com indulgencia, e ainda suspirando, pelos muitos defeitos que na leitura lhe occorrerem. Aos sem alma não tenho que dizer: se quizerem castigar o espirito meio morto, porque não pôde mais, fação-no, que dôres d’essas não acharáõ ja em mim lugar nenhum.

A Primavera

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