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SETE

O APARTAMENTO DO BEN era tudo o que uma garota poderia sonhar. Instalado no último andar de um prédio estilo brownstone, o lugar tinha um pequeno “terraço” que era basicamente a cobertura do apartamento de baixo, um cantinho de café da manhã com uma grande janela, e uma pequena, mas confortavelmente mobiliada sala de estar. A cozinha era pequena, mas tinha um micro-ondas elevado para economizar espaço no balcão, e maximizar a minha capacidade de me alimentar. O quarto fazia divisa com a sala de estar e em um canto cercado por janelas ficava uma escrivaninha fofa.

Eu poderia viver aqui. Eu poderia até trabalhar aqui.

— Como você pode ver, a maior parte da minha hipoteca é localização. — Ben deu um pequeno sorriso autodepreciativo. — É tão pequeno que tive que aprender a mantê-lo limpo. Até uma meia no chão faz tudo parecer bagunçado. O prédio tem regras sobre tudo, então é melhor ter alguém sempre aqui. Mas, é um ótimo espaço e eu não quero ter que vendê-lo.

Se fosse meu, também nunca iria querer perdê-lo.

— Você está realmente disposto a sublocá-lo para mim a esse preço?

— Na verdade eu não ia sublocá-lo. A empresa que contratou meu grupo vai nos acomodar em Londres. Agora eu não vou ter que me preocupar se algo acontecer no prédio, e eu posso me dar ao luxo de voltar para casa com mais frequência. — Ben passou um braço em volta de Jenna. — Você pode ver como o acordo é vantajoso para nós dois.

Eu dei outra volta ao redor do lugar, como se tivesse uma decisão a tomar.

— Eu não posso agradecer o suficiente por isso. Jason me devolveu meu primeiro aluguel e metade da minha parte da fiança, então eu posso transferir o valor ainda hoje.

— Ele te devolveu metade do que você pagou pela fiança? — Jenna colocou as mãos nos quadris quando perguntou.

— Eu sei, mas não sabia o que dizer quando tudo aconteceu. Ele me deu junto com um cartão.

— Ah! O que o cartão dizia? — Jenna tinha aquele brilho nos olhos que estava se tornando familiar. Ela era provavelmente a pessoa mais curiosa que eu já conheci.

— Jenna, nem todos gostam de compartilhar cada detalhe de sua vida pessoal.

— Na verdade… — Eu cavei na minha bolsa procurando o envelope. — Eu nem abri ainda.

— Você não checou se o dinheiro estava todo aí?

— Bem, eu imaginei que quem mentiria sobre devolver apenas metade do seu dinheiro.

Todos nós olhamos para o envelope como se ele fosse começar a falar.

— Bom. — Jenna começou a se balançar. — Abra.

— Amor… — Ben obviamente passava muito tempo gentilmente alertando-a.

— Não. Vamos abri-lo. — Eu rasguei o canto e enfiei meu dedo, passando-o por cima até que eu pudesse puxar o dinheiro e o cartão de dentro. O dinheiro era exatamente a quantia que ele tinha me dito. — Tudo aqui.

— Leia o cartão.

— Jenna Jameson Drake. — Ben a pegou pelos ombros e a afastou de mim para que, com sorte, ela perdesse o foco. — Talvez ela queira ritualisticamente queimar o cartão sem nunca tê-lo lido.

— Uh, essa é boa. — Comecei a considerar os lugares onde poderia queimar a coisa sem ter que depois chamar os bombeiros. — Você é bom nisso… Você deve ter sido uma mulher na vida passada.

— Sou seguro o suficiente da minha masculinidade para aceitar isso como um elogio.

Certo, aqui vai. Tirei o cartão e examinei.

— Tem um gato na capa. Ele está usando uma cartola. — Eu segurei-o para que eles pudessem ver o desenho da capa. — E dentro…

Eu abri o cartão e vi… nada. Nadinha. Ele me deu um cartão em branco, nem sequer assinou.

— Uau. Isso é… eu nem sequer tenho palavras. — Jenna somente encarou o cartão. — E não é sempre que eu fico sem palavras. Mas este pode ser um desses momentos.

Nós três só ficamos lá, parados e encarando cartão.

Encarando como se quanto mais olhássemos, mais chance dele fazer algum sentido.

— Você acha que era só um cartão que ele tinha guardado em casa?

Ontem eu teria dito não. Mas hoje, eu estava percebendo que qualquer coisa relacionada ao Jason era possível.

— Talvez? — Quem sabe? Mas, naquele momento, eu nem me importei. Eu só ia ficar sem-teto por algumas semanas e eu tinha um grande plano de negócios se formando. Talvez levar um fora foi o universo me forçando a me livrar de todas as coisas ruins da minha vida. — Bem, eu adoraria sublocar este lugar.

— Maravilha! — Ben passou um braço em volta de Jenna novamente. — Parece que você vai ter que me aturar todas as noites pelas próximas três semanas.

— Ah.... Uau. Eu não quero forçá-lo a sair de sua casa.

— Não se preocupe com isso. Quer dizer, por que se mudar duas vezes? E de qualquer jeito, para onde você iria por três semanas? Contanto que não se importe que possamos separar um tempo nos fins de semana para que eu possa embalar as minhas coisas.

— Vamos dar um jeito.

— Ele não é o melhor? — disse Jenna, sorrindo para ele. Não admira que ela parecesse sempre tão feliz.

— Pessoal. Vocês são demais. Isso aqui é ótimo. — Lutei contra as lágrimas que não derramava desde que tudo começou dois dias antes. — Eu simplesmente não consigo acreditar nisso.

— Sem problemas. — Ben deslocou um pé atrás do outro, inquieto, obviamente desconfortável com a minha cara de choro. — Por que você não vai para casa e se prepara para se mudar amanhã? Vamos fazer uma troca de trabalho manual. Eu vou ajudá-la a mover as suas coisas para cá e você vai me ajudar a tirar as minhas coisas daqui.

E com isso, voltei para o meu apartamento vazio, frio e escuro para me preparar para me mudar para um paraíso aconchegante.

A Garota Que Se Permite

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