Читать книгу O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas - Christina Hollis - Страница 5
Prólogo
ОглавлениеMeg quase não conseguia acreditar na sua sorte. Estava na gala benéfica da famosa Feira de Flores de Chelsea e ela tinha uma banca ali! Os ricos e famosos tinham chegado de toda a parte do mundo para admirar as cobiçadas flores tropicais, de modo que Meg podia vê-los da primeira fila.
A sua carreira poderia estar a passar por um mau bocado, mas aquela experiência estava a fazer com que esquecesse os seus problemas.
De repente, um movimento chamou a sua atenção. Um homem muito bonito movia-se entre os magnatas e as estrelas de cinema, apertando mãos e beijando mulheres.
Alto, atlético e mexendo-se com uma graciosidade natural, parecia nascido para usar smoking e Meg não conseguiu evitar segui-lo com o olhar. O seu rosto bronzeado iluminava-se de vez em quando com um sorriso e questionou-se como seria fazer parte do seu círculo de amigos.
Olhar para ele era a sua janela para aquele mundo. Quando um grupo de pessoas o rodeou, foi como se se apagasse uma luz e ela voltou à realidade do seu trabalho na banca de flores Imsey, perguntando-se como seria se aquele homem lhe dedicasse um sorriso.
Mas o seu coração acelerou ao dar-se conta de que o seu sonho ia tornar-se realidade. O seu homem ideal dirigia-se directamente para a banca e com um sorriso nos lábios.
– Buona sera, signorina! – cumprimentou-a, alegremente. – Preciso de presentes lindos para… algumas pessoas especiais e disseram-me que estas plantas são as mais bonitas da feira – continuou, olhando para um bloco que trazia na mão. – Bom, não sei… Talvez consiga entender esta letra.
Não fez movimento algum para lhe aproximar o bloco e Meg não conseguia alcançá-lo de onde estava. Mas, certamente, nunca teria uma oportunidade melhor para se aproximar de um homem como ele, de modo que, olhando apreensivamente à sua volta, saiu da sua banca. Embora lhe desse vergonha, valia a pena.
Mas, quanto mais se aproximava dele, mais bonito lhe parecia. O fato era tão novo e tão elegante como o Rolex de ouro que usava no pulso. E, quando Meg se mexeu, sentiu-se envolta num perfume masculino, caro e discreto.
– Foi a primeira oportunidade que tive de sair da banca em todo o dia.
– Não se preocupe, recompensá-la-ei.
Havia todo o tipo de promessas naquela frase e não precisava de ser um génio para saber que era precisamente o que ele pretendia. Sorrindo, o homem mostrou-lhe o bloco. Tinha umas mãos grandes e tão bronzeadas como se trabalhasse ao ar livre. Mas as mãos daquele homem eram cuidadas, as unhas eram curtas e limpas, e Meg questionou-se se tudo nele seria assim tão perfeito.
Quando o seu bonito cliente pigarreou, Meg voltou a olhar para o bloco. Era um momento único para ela, porque, quando tivesse acabado de o atender, aquele homem muito bonito desapareceria da sua vida para sempre e queria prolongar o momento ao máximo.
– É um híbrido Imsey. Só existe no viveiro da minha família – anunciou, dando um passo atrás.
E foi recompensada com um sorriso que acelerou ainda mais o seu coração. Os olhos castanhos do homem brilhavam, alegres, e Meg sentiu-se perdida. O sorriso era simplesmente irresistível.
– O que quero saber é se as mulheres gostam destas orquídeas.
– Adoram-nas! – Meg sorriu, surpreendendo-se. – As nossas orquídeas são o presente perfeito para qualquer mulher.
– Ou talvez para várias mulheres?
Meg decidiu não responder à pergunta. Havia demasiada gente que dependia dela para começar a ter aquelas conversas com os clientes. De modo que, virando-se um pouco, assinalou com uma mão as plantas da banca. Dúzias delas, sobre camas de musgo verde. Centenas de caules finos, que tremiam com o mais ligeiro movimento do ar. Sentia-se tão orgulhosa delas que se permitiu um sorriso.
– Chamam-lhes, com frequência, «delícias dançantes». Sente-se tentado a comprar alguma?
O seu bonito cliente inclinou a cabeça para um lado, com um sorriso brincalhão nos lábios.
– Depende. A menina dança?
Meg riu-se novamente. Em qualquer outro momento, ter-se-ia zangado consigo mesma por um comportamento tão pouco profissional, mas, naquela noite, parecia-lhe bem. Olhar para aquele homem animava o seu coração. Havia qualquer coisa no brilho dos olhos dele, na vida que havia nas feições elegantes.
– Imagino que, com um sorriso como o seu, não seja preciso que dance.
Magicamente, o elo entre eles pareceu fechar-se, como se estivessem sozinhos. Meg, desconcertada, olhou para as suas plantas.
– Não tenho tempo para dançar… Só para o meu trabalho. Cuidar destas plantas não é fácil.
– Pois, deve fazê-lo muito bem, porque todas têm um aspecto fabuloso.
– Obrigada – respondeu Meg, tão contente que esqueceu a sua timidez.
Mas então apercebeu-se de que ele não estava a olhar para as suas plantas, senão para ela, e sentiu que não só lhe ardiam as faces, como também todo o corpo.
– Levo uma dúzia – anunciou ele, tirando a carteira do bolso das calças. – Envie-as para o meu apartamento de Mayfair, assim conseguirei manter as minhas amigas contentes durante alguns dias. O meu nome é Gianni Bellini, já agora. Aqui tem o meu cartão e muito obrigado… Estes minutos consigo foram um verdadeiro prazer – o seu sorriso era o de um impostor e Meg soube que as orquídeas não eram o mais importante para um homem como ele. – Diga-me quanto lhe devo.
Depois de terminada a transacção comercial, Gianni Bellini levou a mão aos lábios e Meg sentiu que lhe falhavam as pernas.
– Até à próxima, mia bella…
E, antes que ela pudesse dizer alguma coisa, virou-se e desapareceu entre a multidão.