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Slim esperava mais explicação, mas Clora tinha anunciado abruptamente que um programa de curiosidades que ela gostava estava prestes a começar e que Slim deveria voltar outra hora se quisesse falar mais.

Do lado de fora, ele caminhou estrada acima até a junção, tomando a direção que levava para a vila de Scuttleworth, com a cabeça fervilhando com novas ideias. Com a missão de descobrir quem poderia ter tido o conhecimento para se passar por Dennis Sharp, ele se viu atraído por acusações veladas de impropriedade em nome de Ollie Ozgood e sua família.

Scuttleworth ficava em uma encruzilhada, agrupada e atarracada como a aranha que seu nome sugeria, embora apenas a estrada norte pudesse ser considerada adequada para o tráfego. Todas as estradas ao sul da igreja iam dar em trilhas de pista única, cortando de um lado para o outro através dos vales e colinas como se algum dia um gigante tivesse colocado uma rede de cordas solta por acaso através da paisagem. Na estrada para o norte ficavam os poucos edifícios comerciais—duas pequenas lojas, uma agência de correios e uma loja de construção adjacente. Uma igreja fora construída em uma inclinação e cercada por árvores, do lado oposto da estrada a um pub. A estrada leste-oeste era duas fileiras de casas de parede de pedra apertadas que gradualmente davam lugar a terras agrícolas.

Não havia ninguém. Uma das duas lojas estava fechada, com uma placa de papelão pendurada em sua vitrine, que havia desbotado à luz do sol até ficar ilegível. Slim entrou na outra, empurrando uma porta meio bloqueada por uma capa de chuva verde caída no chão e entrando em uma sala comprida e apertada, tão estreita que ele poderia simultaneamente esticar o braço por cima das prateleiras e tocar as paredes de ambos os lados. Além de uma prateleira amplamente abastecida com garrafas de dois litros de água destilada, a loja não tinha quase nada. Slim pegou uma lata de feijão e a virou para descobrir uma data de validade de dois meses atrás. O mesmo com um pacote de macarrão instantâneo, enquanto um pão de celeiro em uma cesta perto do caixa estava velho e duro ao toque hesitante do dedo de Slim.

"Posso te ajudar?"

Slim, passando o dedo pela poeira ao longo do balcão, se assustou com a voz. Ela veio de baixo dele. Ele se inclinou sobre o balcão e encontrou um garoto de shorts sentado no chão de pernas cruzadas com um videogame portátil piscando no espaço entre suas pernas. O menino não usava sapatos ou meias, e uma camiseta azul desbotada exibia a pele pálida através de buracos de traça nos ombros.

"Hum... estava procurando jornais," disse Slim, falando a primeira coisa que veio à mente.

O menino revirou os olhos como se tal pedido fosse absurdo. Ele olhou de volta para o jogo por um momento e, como se percebesse que a conversa ainda não havia acabado, ergueu os olhos e disse: "Tem algum que deseja pedir? Posso pedir à mamãe."

"Onde está a sua mãe?"

O menino não se virou. "Na sala dos fundos."

"O que ela está fazendo?"

"Como eu vou saber?"

A conversa não ia a lugar nenhum, então Slim pegou um pacote de macarrão de uma prateleira e o jogou sem cerimônia no balcão.

"Vou levar isso, por favor."

O menino entrou em ação, levantando-se de um salto e gritando: "Mãe!" através de uma cortina puxada sobre a entrada atrás do balcão.

O rangido de velhas molas de sofás, o arrastar de chinelos sobre o linóleo e um longo suspiro anunciaram a dona da casa antes que ela empurrasse a cortina. Ela viu a massa antes de ver Slim, então empurrou os óculos de aros grossos no nariz e olhou para cima.

Qualquer beleza que a juventude pudesse ter dado a ela, havia sido arrancada a muito pelo passar do tempo. Um corpo grosso e disforme se escondia atrás de um suéter cinza com um rasgo no braço. Olhos cinzas espreitavam de um rosto que tinha pele demais e uma boca com duas lesmas no lugar dos lábios se entreabriu revelando o brilho de um molar de prata.

"Você é a Cathy?" Slim perguntou, lembrando-se de algo que Croad havia dito e esperando que o velho não estivesse se referindo à loja fechada do outro lado da rua.

Se a mulher ficou surpresa, não houve sinal disso em seu rosto. "Quem é você?" ela perguntou, desviando o olhar dele, distraidamente arrumando uma cesta de vime no balcão cheia de latas de milho doce. Uma estrela rosa luminosa presa à cesta anunciava um desconto de outono de 50%.

"Vou ficar na região por alguns dias," disse Slim, evitando a pergunta. "Na verdade, estou procurando Dennis Sharp. Ou estava, mas ouvi que ele faleceu."

"É uma maneira educada de se dizer. O que você queria com ele?"

"É pessoal. Prefiro não dizer."

Ela deu de ombros. "Você que sabe. Uma libra e dez."

Ela enfiou o macarrão em um saco de papel. Slim procurou em seu bolso por dinheiro, fazendo uma cena para ganhar algum tempo. Finalmente retirando um par de moedas, ele disse, "As pessoas gostavam de Dennis por aqui?"

"Porque você se importa se ele está morto?"

"Só estava me perguntando."

"Há pessoas piores para se conhecer, eu acho. Sempre tinha uma piada, o Den, mesmo sendo meio saidinho."

"Como assim?"

A mulher cutucou o menino nas costas com seu joelho. "Volte lá dentro, seja útil. Limpe o chão ou algo assim."

Enquanto o menino se afastava, ela se voltou para Slim e deu-lhe um sorriso mais caloroso do que ele poderia ter pensado que ela era capaz. "Gostava das mulheres. Nunca deveria ter se aproximado daquela garota."

"Que garota?"

"Ellie Ozgood. Ele nunca ficava satisfeito com alguma coisa fácil. Ele foi atrás de problemas e não poderia ter procurado em um lugar melhor."

"Eu gostaria muito de conhecê-la. Você sabe onde ela mora?"

"Lá em cima no Hall, é claro. Mas boa sorte para entrar lá. É mais provável que você a encontre no trabalho, se é que se pode dizer que o que ela faz naquele lugar é trabalho. Meu Tom está sempre reclamando dela, diz que ela não faz nada além de sentar com aquela..." Cathy se interrompeu. Ela passou a mão pelo cabelo, colocando uma mecha oleosa atrás da orelha direita. "Bem, acho que já chega disso."

"Qual lugar?"

"Você esteve morando embaixo de uma pedra? O Vincent's. O matadouro. Segunda esquina à direita depois da nossa. Não se preocupe se você se perder, você sentirá o cheiro a um quilômetro de distância."

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