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Slim ficou muito traumatizado com a visita a Shelly para falar enquanto Croad dirigia de volta até a cabana. Havia muitas coisas que ele nunca esqueceria—os olhos selvagens da mulher, a boneca quebrada e a pequena cruz, amarrada com colares de margaridas que poderiam ter sido feitos por uma criança.

"Já teve o bastante por hoje?" Croad perguntou enquanto estacionava. "Você consegue tirar alguma coisa dela? Acha que ela está escondendo ele?"

Slim apenas deu de ombros. Fez sinal de adeus a Croad e então saiu do carro e entrou na cabana, sentindo uma sensação de alívio enquanto o carro se afastava.

Pela primeira vez em alguns dias sentiu uma vontade desesperadora de beber, e sentou na mesa com a cabeça entre as mãos, esperando a sensação passar.

Croad tinha-lhe trazido mais listas, e assim que pôde, ele ligou para um homem chamado Evan Ford, cujo nome tinha "Detetive Inspetor" entre parênteses ao lado, seguido de uma anotação que dizia "caso que você queira verificar se Den está realmente morto".

Ford concordou em encontrar Slim em uma vila próxima chamada Stickwool. Relutante em trazer Croad com ele, Slim caminhou até a estrada principal, onde teve a sorte de pegar um ônibus local que o deixou nos arredores da vila.

Ford usava uma jaqueta leve e carregava uma vara sobre os joelhos. Seu cabelo em tufos, e óculos grandes o faziam parecer um policial a paisana mal disfarçado. Ele se levantou para apertar a mão de Slim, e então chamou a única garçonete para pedir dois cafés antes que mesmo que Slim pudesse ver um menu.

"Ouvi dizer que poderia receber uma ligação sua em algum momento," disse Ford como uma saudação. "É você que está perguntando sobre Dennis Sharp? Algo sobre uma herança."

"É uma quantia pequena," disse Slim, suprimindo um suspiro, sentindo uma frustração crescente com sua farsa e a capacidade de Croad de chegar à sua frente em qualquer lugar onde ele pudesse ser capaz de fazer algumas perguntas decentes.

"E você precisa de provas de sua morte antes de poder passá-la para seu parente mais próximo?"

"Algo assim."

Ford sacou um envelope de plástico. "Tenho uma cópia da certidão de óbito dele," disse ele. "Receio que não seja o original. Esse é mantido no escritório de registros públicos. Você poderia vê-lo se marcasse uma hora."

"Tenho certeza que não será necessário." Slim olhou o documento, fingindo interesse. Poderia facilmente ser falsificado se ele estivesse no centro de alguma conspiração bizarra, mas qual seria o propósito?

"Você era o oficial encarregado da investigação?" disse Slim, empurrando o documento de volta para a mesa e erguendo os olhos. "Eu poderia perguntar se havia algum sinal de crime?"

Ford balançou a cabeça. "Nenhum. O acidente de Dennis Sharp tinha todas os indícios de um homem dirigindo rápido demais em uma estrada que ele conhecia muito bem, ficando super-cofiante e cometendo um erro em condições precárias de condução, um erro que lhe custou a vida."

Slim inclinou-se para a frente. "E não houve sabotagem no carro?"

"Era um carro velho. Sharp não era um homem rico. Havia meia dúzia de coisas que poderiam ter dado errado naquele carro a qualquer momento. Mas havia sinais óbvios de sabotagem?" Ford balançou a cabeça. "A investigação não encontrou nenhum."

"Ouvi dizer que Sharp tinha sido absolvido recentemente de uma agressão sexual contra Ellie Ozgood, filha de um proprietário local."

"Absolvido, não. O caso nunca foi a julgamento. A garota retirou a queixa."

"Ouvi um boato que eles tinham um relacionamento."

"O que isso tem a ver com uma herança?"

"Bem," disse Slim, "se uma criança tiver nascido desse relacionamento, significaria muita coisa."

Ford balançou a cabeça. "Acho que vai ter que procurar em outro lugar por um parente mais próximo."

Slim apontou o envelope. "O que mais você tem?"

"Croad me disse que você seria persistente. Todos os advogados de herança são como você?"

Slim segurou um sorriso. "Ah, somos caçadores."

"Acho que a mãe dele é a única parente viva dele. Tentamos contatar o pai listado na certidão de nascimento de Dennis, Julian Sharp. No entanto, foi descoberto que ele tinha morrido em meados dos anos noventa. Dennis tinha um irmão mais novo também, mas ele também está morto."

Slim franziu a testa. A morte parecia seguir Dennis Sharp como uma sombra. "Conheci a mãe dele," disse ele. "Sem uma análise oficial, eu diria que ela não é suficientemente sã para lidar com uma conta administrativa. Não há outros irmãos? Primos? Talvez um irmão ou irmã nascido fora do casamento que tenha sido dado para adoção?"

Ford franziu a testa. "Isso é uma coisa estranha de se dizer."

Slim deu de ombros. "Eu não estou convencido de que, por aqui, não possa haver um parente de sangue além de uma mãe."

"Uma atitude meio esnobe, não acha? Você está insinuando que as pessoas do interior não fazem nada além de reproduzirem."

Slim se inclinou para frente, preparando seu tom mais condescendente, ciente de que isso garantiria sua imagem de advogado da cidade. "E fazem?"

Ford se levantou. "Acho que acabamos, Sr. Hardy. Eu espero que minha informação seja útil." Então, com a cara virada teatralmente para cima, ele saiu andando.

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