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Prólogo

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Arabella Gable, de vinte anos, sentou-se entre outras duas modelos e esperou que o avião descolasse. Enquanto se afastavam cada vez mais de Itália, respirou. A sua segunda visita àquele país acabara e já depositara no banco o pagamento pelo seu trabalho como modelo. Ela e as suas irmãs poderiam beneficiar disso. Mas, a partir daquele momento, só iria trabalhar na Austrália. Não tinha nenhuma vontade de regressar à Itália. O país era lindo, mas as lembranças de Luchino, do erro que cometera, eram demasiado fortes, inclusive depois de quase um ano.

– Não posso acreditar que o viste, Karen – disse Lareen, uma das modelos que estava sentada à frente dela. – Estou tão ciumenta. Parece que agora viaja por toda a Europa. Como o encontraste em Nápoles?

Mas aquilo não interessava a Bella. Olhou pela janela e desejou estar em casa com as suas irmãs, no seu agradável apartamento de Melbourne.

– Sim, vi o «senhor Diamante» em pessoa! Não o irmão mais velho. Quem o quereria? Mas Luc Montichelli… Oh, sim! – Karen riu-se tolamente.

– O «senhor Diamante»? Luc Montichelli?

Bella ficou sem fôlego. Luchino estivera em Nápoles? Pensara que estivera a salvo dele, que estivesse em Milão, onde vivia normalmente. Se não, não teria vindo. Sentiu-se mal ao pensar que poderia ter-se encontrado com Luchino, com a sua mulher e filha.

Luchino era uma nódoa na sua vida, nunca mais voltaria a ser tão crédula com nenhum homem.

– Devo dizer que não sei se quereria ter algo com ele – disse Lareen.

– Porquê? – perguntou Karen.

– Porque acho que deve ser muito inflexível, querida – prosseguiu Lareen. – Ouvi dizer que se divorciou da sua mulher e que conseguiu a custódia da sua filha, para depois mandar a menina para uma vila distante, tendo como única companhia uma ama. E nunca vai vê-la. Tens de admitir que isso implica ter sangue-frio.

– A sério? – Karen deu um grito abafado. – Quando se divorciaram?

– Não tenho a certeza, mas estiveram separados, pelo menos, alguns meses – Lareen fez uma pausa. – Agora, ele não parece a mesma pessoa. Isso foi o que me impressionou quando o vi. Tem uma espécie de aborrecimento reflectido nos olhos…

Bella ficou rígida. Acelerou-lhe o coração.

Mal podia acreditar no que ouvira. Impressionou-a que o casamento de Luc tivesse acabado, embora talvez devesse tê-lo esperado. Afinal de contas, ele não fora precisamente fiel. Mas arrebatar a menina dos braços da sua mãe, para depois a abandonar, era imperdoável. Partiu-lhe o coração… Porque ela sabia como aquilo doía.

– Deve ter levado o bebé para castigar a sua esposa ou algo parecido – continuou a dizer Lareen, que não se deu conta de como Bella estava impressionada. – Os divórcios podem ser horríveis.

– Tens a certeza de que isso tudo é verdade, Lareen? – perguntou Karen, hesitante.

Bella apertou as mãos, ainda se sentia muito ferida pela recusa dos seus pais, para com ela e as suas irmãs, há dois anos. Apesar do engano de Luchino há um ano, quando a magoara, escondendo-lhe o seu casamento, uma parte da sua mente não queria acreditar que tivesse abandonado a sua filha. Não queria acreditar que alguém fizesse isso.

Mas o desgosto que sentira em relação aos seus pais, durante os últimos dois anos, também começara a dirigir-se para Luchino. Ele magoara-a, tendo uma mulher e uma filha, e ela apaixonara-se perdidamente por ele. Quando a sua esposa aparecera e ela se dera conta de que Luc estivera, simplesmente, a brincar com ela, ficara destroçada.

Aprendera com aquilo e construíra uma armadura à sua volta para proteger o seu coração. Mas nem mesmo sabendo tudo aquilo poderia ter imaginado que Luc pudesse abandonar a sua filha.

– É verdade – disse Lareen, com uma voz profunda. – A minha prima, que andou a viajar pela Europa, conseguiu emprego nessa vila. Saiu com o rapaz que fazia entregas, que lhe contou tudo. Um dia, quando foi levar uma entrega à casa onde a menina vivia com a ama, esta estava com uma amiga, a contar-lhe que Luc simplesmente se mantinha afastado. Pagava as contas, mas não queria saber nada da menina.

As raparigas começaram a falar de como se sentiriam se as abandonassem. Como se soubessem algo sobre isso!

Com as mãos trémulas, Bella colocou os auscultadores para deixar de ouvir as suas companheiras. Mas nem sequer ouviu a música. Só conseguia pensar no asco que aquele homem lhe dava, o qual pensara não poder desprezar mais…

Amor italiano - Mistérios do deserto

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