Читать книгу Uma noiva para o cowboy - Chuva no coração - Judy Christenberry - Страница 7
Capítulo 3
ОглавлениеSarah não queria que as coisas corressem mal no seu primeiro jantar e o cheiro delicioso que provinha do forno aumentou as suas esperanças. Parecia que fora capaz de combinar bem os ingredientes que encontrara na cozinha. O bolo de pêssego podia ter saído da capa de uma revista e só esperava que soubesse tão bem como aparentava. A casa estava limpa e a roupa estava lavada. A única coisa que faltava fazer era passar no exame e isso dependia dos Logan.
Quando os ouviu chegar, sentiu um nó no estômago. Nick foi o primeiro a entrar. Brad vinha atrás. Quando sentiram o cheiro dos manjares, pararam de repente.
– Quem fez a comida? – perguntou Nick. – Se foi Abby, tenho de falar com ela.
– Não foi Abby. Fui eu. Ela está a descansar. Queres que a acorde? – perguntou Sarah.
Nick relaxou a expressão e foi procurar a sua esposa.
Brad reparou na mesa posta. Então, reparou no bolo e fez um ar de aprovação.
– Queres café? – perguntou-lhe ela, afastando o olhar do seu corpo musculado.
– Também fizeste café?
– Sim, acabado de fazer.
– Sim, beberei uma chávena.
– Não sei o que queres que faça cada dia exactamente. Devia ter perguntado antes, mas se me esqueci de alguma coisa, posso fazê-la.
– Sabes mesmo cozinhar?
– Sim.
Nick entrou na cozinha, com Abby ao colo. Sentou-a numa cadeira.
– Se esses bebés continuarem a crescer, não vou conseguir pegar em ti ao colo.
Abby começou a chorar, mas Sarah não se surpreendeu. Nick ficou perplexo.
– O que se passa?
– Maninho, não podes dizer que está demasiado gorda. Está a tentar trazer gémeos ao mundo.
– Não! Claro que não! – exclamou Nick. – Estava a brincar, querida. Estás a fazê-lo muito bem!
– Claro que sim, Nick – disse Sarah e parou junto à cadeira de Abby. – E contratou-me para trabalhar como governanta durante três meses. Eu farei as tarefas do lar e ela poderá descansar.
– Consegues fazer todas essas coisas? – perguntou-lhe Nick, surpreendido.
– Se o fizer mal, diz-me.
Abriu o forno e tirou a comida. O assado estava perfeito. Levou-o para a mesa e foi chamar as crianças.
Alguns minutos mais tarde, entraram as crianças. Nick tentava fazer as pazes com a sua esposa e ela parecia gostar de ver como se desculpava.
Sarah reprimiu um sorriso ao vê-los e levou o pão e a salada para a mesa. No entanto, voltou a ficar nervosa quando os Logan começaram a comer.
Depois da primeira trinca, Brad perguntou-lhe se fora ela que cozinhara.
– Sim, claro. Não está bom?
– Pelo contrário. Está delicioso.
A comida estava a ser um sucesso, tal como ela queria. Além disso, a companhia era muito agradável. Os Logan conversaram sobre as experiências do dia e a conversa era amena e jovial.
Sarah não tinha motivos para sentir saudades do seu padrasto.
Brad alegrava-se por ver que Sarah tinha encaixado bem na casa. A julgar pelo que sabia dela, nunca teria imaginado que conseguisse adaptar-se à rotina do rancho com tanta facilidade.
Depois de ver um programa de televisão, regressou à cozinha e encontrou-a impecavelmente limpa. Até encontrou o frasco de biscoitos cheio. Enquanto esperava pelo seu irmão, serviu-se de uma chávena de café.
Pouco depois, entrou Nick.
– O que estás a comer, Brad?
– Biscoitos. Sarah está a fazer um grande trabalho, não está?
– Só saberei quando provar os biscoitos.
Sentou-se ao lado de Brad com uma chávena de café e provou um biscoito.
– Sim, acho que está a fazê-lo muito bem.
Antes de Brad conseguir responder, Sarah apareceu à porta.
– Oh, não sabia que tinham fome.
– Não devíamos – disse Nick. – O jantar estava delicioso.
– Mas se precisarem que vos faça alguma coisa, não hesitem em pedir.
– Queremos que haja sempre biscoitos! – exclamou Brad, sorrindo.
– Sim. Abby quer biscoitos e leite.
– Devia ter-te dito que gosta de comer alguma coisa antes de ir para a cama.
Sarah pôs a comida numa bandeja e foi levá-la a Abby.
– Abby está bem? – perguntou Brad ao seu irmão.
– Sim. Tem de fazer repouso até chegar o momento.
– Os gémeos não vão adiantar-se?
– Sim, mas quanto mais tempo passarem na barriga da mãe, mais saudáveis estarão.
– E é um menino e uma menina.
– Sim.
– Robbie está contente?
– Não. Está mais contente com Davy. Claro que consegue ver Davy. Agora não entende porque é que a sua mãe não passa tempo com ele.
– É compreensível.
– Suponho que sim. Sabe que poderá brincar com os bebés quando a sua mãe os tiver.
– Bom, Sarah diz que vai estar aqui durante três meses. Assim, Abby terá tempo de recuperar.
– Espero que sim. A mãe diz que demorará um pouco mais de tempo a recuperar e não quero que Abby faça nada até estar plenamente recuperada.
– Talvez tenhas de contar com Sarah durante mais tempo.
– Veremos.
Nick ofereceu outro biscoito ao seu irmão.
Na manhã da segunda-feira, Sarah serviu o pequeno-almoço sem problema algum. Para Nick, era um alívio não ter de o fazer e felicitou Sarah pelo seu bom trabalho.
A jovem agradeceu, mas estava demasiado preocupada para desfrutar das boas críticas.
– Passa-se alguma coisa, Sarah? – perguntou-lhe Brad.
– Nada, excepto o facto de ter de deixar os meus irmãos aqui com pessoas que conheço há cinco dias e de começarem a ir à escola. E eu vou ter de enfrentar o homem que estrangulou a minha mãe até à morte. À excepção disso, está tudo bem.
Naquele momento, entraram Mike e Kate. A mãe de Brad dirigiu-se para Sarah para a reconfortar.
Brad não disse mais nada. Desculpou-se e foi mudar de camisa para não chamar a atenção em Denver. Quando regressou à cozinha, Sarah olhou para ele fixamente.
– O que se passa? – perguntou-lhe ele.
– Pensava que… Quero dizer que tens bom aspecto.
– Obrigado. Estás pronta?
– Não, tenho de lavar a loiça.
– Eu faço-o enquanto te preparas.
Antes de conseguir recusar, Kate deu um passo em frente e fê-la afastar-se do lava-loiça.
– Eu faço isso, Sarah. Vai vestir-te.
Quando a jovem saiu da cozinha, Kate virou-se para Brad.
– Tens roupa suficiente, filho? Isto pode demorar quatro ou cinco dias.
– Então, suponho que devia levar mais algumas coisas. Avisa Sarah.
Kate acabou de lavar a loiça e foi falar com a jovem.
Brad agarrou no seu casaco de couro, no caso de estar frio, e acrescentou algumas camisas e dois casacos desportivos. Agarrou no fato e pendurou-o na carrinha.
Quando voltou à cozinha, Sarah estava a dizer a Anna que ia divertir-se muito na escola.
– Vai ficar bem, Sarah. Não te preocupes – Kate pôs o braço sobre os ombros de Anna. – Eu ficarei contigo o tempo que quiseres, Anna.
Sarah deu um abraço à mãe de Brad e a Nick.
– Muito obrigada, Kate.
– Estás pronta? – perguntou Brad.
A jovem virou-se e Brad viu lágrimas nos seus olhos.
– Sim, podemos ir.
– Está bem. Queres alguma coisa para beber?
Ela estava a tentar limpar as lágrimas.
– Sim, por favor.
Brad agarrou em algumas latas sem sequer lhe perguntar o que queria.
– Onde estão as tuas coisas?
– Estão… no meu quarto.
Brad foi buscar a pequena mala e levou-a até à porta. Sarah continuava ali, imóvel.
– Pronta?
Sarah olhou para as crianças pela última vez e dirigiu-se para a carrinha.
A primeira meia hora da viagem decorreu no mais absoluto silêncio. Brad não sabia se ela queria falar sobre o que ia fazer em Denver. No entanto, desabafar era sempre melhor.
– Estás preocupada por teres de falar com a polícia? – perguntou-lhe.
– Não – respondeu, em voz baixa.
– Está bem.
– Dar-me-ão a custódia das crianças?
– Mike disse-me que têm intenção de o fazer. Isso é a primeira coisa que tens de lhes perguntar. Às vezes, a polícia não faz o que promete.
– Isso não é justo!
– Eu sei. Mas Mike pensou que devia dizer-te. Talvez sejam honestos e te tratem bem, mas certifica-te de que tens tudo por escrito.
– Acredita! Fá-lo-ei!
Alguns minutos mais tarde, Brad percebeu que Sarah adormecera e pensou que era melhor assim. Não devia ter dormido bem naquela noite e trabalhara arduamente desde a sua chegada.
Talvez conseguisse relaxar um pouco depois de enfrentar o seu padrasto e conseguir a custódia das crianças. Era uma responsabilidade muito grande ocupar-se de duas crianças sem ajuda.
Voltou a olhar para ela. Sem dúvida, era linda, feminina, carinhosa…
Brad desviou o olhar para a estrada e seguiu em frente.
Quando chegaram ao hotel que a polícia recomendara, tocou-lhe no ombro com suavidade.
– Chegámos. Vou entrar para pedir dois quartos. Não queria deixar-te a dormir.
– Não tenho de entrar contigo?
– Não, eu trato de tudo.
Brad fechou a porta da carrinha e Sarah aninhou-se novamente. Não conseguia acreditar que fora capaz de dormir durante toda a viagem. No entanto, sentia-se muito melhor do que antes.
Ao ver Brad voltar, voltou a ficar nervosa e teve de respirar fundo.
– Temos dois quartos no segundo andar – entrou na carrinha e arrancou.
Estacionou perto da escada. Sarah abriu a porta e esticou o braço para agarrar na sua mala.
– Eu levo-a – disse Brad.
Mas ela não fez caso.
Franzindo o sobrolho, Brad agarrou na sua própria mala e deu a volta à carrinha até chegar até ela.
Sarah perguntou pelo número do quarto.
– Tens o 214.
– E tu?
– O 216.
Sem dizer nenhuma palavra, Sarah subiu as escadas e, ao chegar ao 214, esperou por ele para que lhe abrisse a porta.
Depois de abrir, Brad entregou-lhe a chave e foi para o seu próprio quarto, mesmo ao lado.
Sarah acabara de deixar as malas no chão quando ouviu que batiam à porta. De repente, percebeu que o som provinha de uma porta interior que ligava os dois quartos.
Era Brad. Tinha o telemóvel na mão.
– Ia telefonar para casa e pensei que quererias falar com Abby.
Sarah assentiu. Ele marcou os números e esperou que atendessem.
– Sim? Olá, Abby! Como estão? Sim, vou passar – disse, depois de um momento.
Deu o telefone a Sarah.
– Abby? Sou eu, Sarah.
– Queria dizer-te o que Kate me disse sobre Anna. Regressou por volta das dez, porque Anna se sentia muito bem. O professor foi muito amável com ela e apresentou-a a outro estudante para que tivesse alguém com quem falar durante o almoço e no autocarro.
– Oh, Abby, isso é óptimo! Estava preocupada com Anna. Não se adapta muito facilmente.
– Sabia que estavas preocupada, mas as crianças estão muito bem. Telefona-me esta noite e deixá-las-ei falar contigo.
– Tens a certeza? Não quero incomodar.
– Será bom para as crianças. Quererão falar contigo.
– Obrigada, Abby. Estás em repouso?
– Sim, Kate fez-me o pequeno-almoço. Fez o almoço e pô-lo no frigorífico. Acabei de comer. Tenho fome a todas as horas.
– Se é assim, é porque as crianças precisam.
– Obrigada, Sarah. Tu sabes sempre o que dizer.
– De nada. E cuida de ti.
Sarah entregou o telefone a Brad e ele desligou alguns segundos depois. No entanto, continuou de pé na soleira.
– Não almoçámos – recordou-lhe. – Não tens fome?
– Posso esperar.
– Não. Não vou almoçar sozinho. Dar-te-ei cinco minutos. Depois voltarei a chamar-te.
Sarah sabia que Brad estava habituado a ter o controlo, mas ela não estava disposta a deixar que a controlasse.
Quando voltou a abrir-lhe a porta, sorriu.
– Estou pronta.
Foram ao restaurante mais próximo, que fora recomendado pelo empregado do hotel.
– Na verdade, Mike disse-me para pagar tudo. Acha que a polícia cobrirá os gastos.
– Tens a certeza?
– Foi o que Mike disse.
– Mas, pelo sim pelo não, não devias gastar muito. Talvez não paguem tudo.
– Gasta à vontade, Sarah. Mike ocupar-se-á disso.
– Mas ele está a tentar ajudar-me. Não posso…
– Queres que telefone e lhe pergunte? – perguntou-lhe Brad, tirando o telefone.
– Não! Não quero que lhe telefones.
– Então, tens de comer como Deus manda. Tens de estar forte para testemunhar.
– Vou ter de testemunhar? Eu pensava que só falaria com a polícia para lhes contar o que sei.
– Pensava que Mike te tinha preparado.
– Para não testemunhar.
– Falarás com a polícia e, então, testemunharás numa audiência prévia em que se decidirá se o teu padrasto deve ser processado.
– E depois acabará tudo?
– Se o submeterem a julgamento, terás de voltar a testemunhar.
Brad abriu a porta do restaurante e Sarah entrou.
Uma bonita empregada de mesa foi ao seu encontro.
– Quantos são?
– Dois.
– Por aqui, por favor – disse a jovem, sorrindo para Brad.
– Estava a seduzir-te – disse Sarah, quando se sentaram.
– Eu sei – Brad esboçou um sorriso que iluminou os brilhos dourados do seu olhar. – Mas não te preocupes. Sou todo teu até voltarmos para casa.