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CAPÍTULO CINCO

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O PERCURSO DE TÁXI até o clube onde a The Gastric Band iria se apresentar parecia interminável, como uma longa jornada em um sonho onde você nunca chega ao destino, embora esteja sempre à vista.

O taxista Addison Lee tinha passado para pegá-los primeiro, em seguida foi encontrar Stefan antes de começar a longa jornada pelo norte de Londres até Kentish Town e Hampstead, dirigindo agressivamente para além de Golders Green. Aqui há dragões, pensou Mai, enquanto o taxista seguia adiante. Atriz em ascensão foi encontrada abandonada em local ermo de Londres. Afirma que não havia nenhuma viva alma no local ...

Stefan disse, ‘Você precisa admirar a ousadia deles. Fazer todo este trajeto apenas para tocar algumas músicas.’

‘Eu não acho que a banda de Alfie sabe o que é uma melodia. Você sabia que o punk nunca morre? Apenas entra em coma e revive de vez em quando.’

Stefan deu uma olhada para ela. ‘O homem dos seus sonhos sabe o quanto você admira a carreira que ele escolheu?’

Mai não disse nada e continuou olhando para fora da janela. Ela tinha falado rapidamente com Alfie naquela manhã para perguntar o nome do local. Ela tinha sentido novamente uma certa tensão em sua voz. Ela estava disposta a acalmá-lo – afinal, era seu primeiro show com sua recém-lançada banda – mas ele parecia estar amargo sem motivo. Ela sabia que isso tinha a afetado em seu ensaio naquela tarde, embora Pedro parecia ter percebido seu mau humor e não a tinha pressionado. Ela imaginou se seus outros amigos tomavam cuidado para falar com ela quando ela estava de mau humor. Era ela temperamental? Ela assustava as pessoas? Ela lia biografias de showbiz para estar ciente dos perigos da auto-estima e da vaidade, e a última coisa que ela queria era afastar as pessoas. Ou assustá-las.

‘O que você está pensando?’ perguntou Stefan.

‘Eu deveria estar em casa decorando textos e descansando, e não indo para um local suado para destruir os meus tímpanos.’

‘São as coisas que fazemos por amor.’

Ela não virou sua cabeça mas levantou as sobrancelhas. ‘É claro que sim.’

Ela chegou aos bastidores. Foi conduzida para baixo em alguns corredores escuros, passando por assistentes de palco que carregavam guitarras e rolos de fitas adesivas, movendo-se orgulhosamente como se fossem integrantes da banda. O ar exalava eletricidade de alta voltagem em meio a cabos isolados.

Alfie, Joe e outros dois integrantes da banda estavam sentados em poltronas rasgadas em um camarim que nunca tinha visto dias melhores. Joe estava magro e Mai pensou que ele pudesse estar se esforçando para parecer com um integrante da banda Franz Ferdinand – de todos os ângulos e de cabelo curto. Os outros dois eram de estilo techno-geek e passavam a maior parte do tempo conversando sobre os equipamentos. Um usava óculos e o outro não – essa era a única maneira que Mai conseguia diferenciá-los.

Alfie se levantou e abraçou Mai, depois cumprimentou Stefan. Ele tinha se barbeado pela primeira vez em meses e deixou seu cabelo crescer desde a última vez que ela o viu. Ele parecia magro mas forte, como um prisioneiro que tinha se exercitado bastante mas que não tinha se alimentado bem. O que estaria bem perto da realidade, ela pensou. Ela sentiu um pouco de emoção quando ele a abraçou.

Ele perguntou, ‘Como está lá fora? Alguém se preocupou em vir?’

‘Fervendo,’ disse Mai. ‘Estão ansiosos e na expectativa.’

Joe disse, ‘Obrigado por vir. Alguém veio com você?’

‘Desculpe. Não tenho falado com ninguém há alguns meses.’

Joe moveu a cabeça em sinal de compreensão e Mai pensou se ele era mais um que a via como a famosa da televisão e queria se aproveitar de alguma forma do reflexo de sua glória. Ela encontrou algumas pessoas que não fizeram nada, mas perguntaram sobre o Terraço Amberside e sobre os outros participantes, como se isso tivesse sido um acontecimento real em uma rua real.

Alfie disse, ‘O som está uma droga. O cara da gravadora não fez nada a não ser pedir desculpas desde às quatro horas. Algo também deu errado com os ingressos. Você teve sorte que não desistimos e abandonamos você no meio da cidade.’

‘Talvez na próxima vez. Onde está Pete?’

‘Está com o The O2 – o grande show, ele teria mais a perder. Não precisamos dele aqui.’

Pete Graham gerenciava três bandas, duas das quais foram as atrações principais. Mai ficou pensando se a The Gastric Band estava na sua lista de prioridades.

Ela disse, ‘Vocês estão bem? Prontos para destruir a bateria, ou qualquer outra coisa que os bateristas dizem?’

‘Estamos bem, não estamos?’ Ele olhou em volta esperando alguma resposta e conseguiu apenas uhus e sinais de ok. ‘Viu a empolgação desses garotos? Eles estão ligados.’

‘É melhor eu ir. Ficarei no meu camarote real, acene para mim.’

Fora do camarim ela disse a Stefan, ‘Eles irão decepcionar. Estão muito nervosos.’

‘Não seja pessimista. Eles ficarão bem. Nervosismo é bom, mantém o sistema funcionando, não preciso dizer isso a você.’

‘Há algum lugar onde podemos pegar uma bebida? Eu acho que estou mais nervosa do que eles, e isso quer dizer alguma coisa.’

Stefan pegou-a pela mão e passando pela plateia que estava lotada, conduziu-a para um pequeno bar no fundo da casa de show. Mai observou que a plateia era de maioria adolescentes e tinha um grande número de garotas. Por alguma razão muitas delas tinham em seu rostos uma pintura que simulava cortes diagonais que atravessava de um lado ao outro.

Stefan reparou a mesma coisa. ‘É aquela música do YouTube – Garota Navalha. Elas não perceberam que se trata de cortar os pulsos e fazem apenas a maquiagem.’

Mai se lembrou da música agora, algo que Joe tinha escrito aparentemente sobre sua ex-namorada que constantemente se cortava. Não havia nenhuma imagem da banda no vídeo do YouTube, mas alguém tinha incluído algumas imagens para a música – fotos de uma garota com uma pintura colorida de um corte diagonal que atravessava seu rosto de um lado ao outro, copiando David Bowie no álbum Aladdin Sane. Suspeitavam que a foto era do próprio Joe, embora ele não admitisse isso.

Após quarenta minutos de show, Mai olhou nos olhos de Stefan e acenou em direção ao fundo da casa de show, pela lateral da multidão que pulava. Ele a alcançou e eles entraram no bar.

‘O que houve?’

‘Dor de cabeça,’ ela disse. ‘Eles são mais barulhentos do que eu me lembrava. Você já conseguiu detectar alguma melodia?’

‘Não seja cruel. Eles estão bem, embora eu esteja farto das divagações de Joe no meio das músicas. Ele deveria apenas contar um, dois, três, quatro e então cantar.’

Mai encontrou uma frágil cadeira no bar, sentou-se e inclinou sua cabeça para baixo apoiando-a com suas mãos. O som da música ultrapassava a parede que separava o bar, era uma batida pesada sobreposta com um tipo de lamúria que Joe fazia quando esticava ao máximo a variação da sua voz em toda música. Esse era o ‘som’ deles, um truque com a intenção de diferenciá-los da concorrência. Eles poderiam ir tão longe enquanto os acordes vocais de Joe permanecessem intactos. Mel e água era o que ele precisavam, pensou Mai, lembrando-se da receita infalível de sua mãe.

Ela levantou a cabeça e olhou ao redor. Que lugar era aquele? Ela tinha dado o endereço ao taxista mas não sabia onde realmente era, algum lugar desabitado do Ártico ao norte de Londres. Tinha a sensação de ser algum tipo de boate precária em uma falida e depressiva cidade ao norte. Poderia ser lugar de comediantes que contavam suas piadas sexistas, talvez com shows de striptease aos domingos. Bingo na segunda-feira à noite para aposentados locais. Por que será que Alfie estava tocando em um lugar desses? Será que a gravadora estava tentando dar algum um golpe com impostos, dizendo à receita que eles estavam gastando milhões com novos lançamentos, quando de fato estavam fazendo shows na Sibéria?

Stefan colocou a bedida no balcão em frente à ela. Tinha uma efervescência com um tipo de agitação que ela não podia discernir.

‘Água tônica,’ ele disse. ‘Beba devagar. Vou voltar para lá. Ore por mim.’

Conforme ele abria a porta corta-fogo para voltar ao show, o som da banda ecoava estrondosamente.

Não havia mais ninguém no bar, exceto dois atendentes chatos e um homem que ela achava que conhecia, que estava sentado à uma mesa a quem ela observava. Assim que ele percebeu que ela o observava, ele olhou para ela e esboçou um sorriso inseguro. Então ela o reconheceu – ele estava no mesmo ensaio que ela estava algumas semanas atrás. Ele provavelmente era de uma gravadora, para acompanhar o desempenho da banda em seu primeiro show.

Ela apoiou sua cabeça novamente sobre sua mãos e respirou profundamente, tentando acalmar a pulsação da sua têmpora direita. Ela podia sentir o cheiro de álcool amanhecido nas poças no chão e do cigarro velho que sem dúvida estava impregnado como DNA no papel de parede.

Quando ele se aproximou e falou com ela, ela teve certeza de que era ele. Ela deveria ter advinhado que ele iria falar com ela.

‘Você está bem? Precisa de alguma coisa?’

Ela não se moveu, não queria dar-lhe nenhuma oportunidade.

‘Senhorita Rose?’

‘Estou bem, obrigada. Um pouco de dor de cabeça. Você deveria ir assistir ao show. The Gastric Band. Parece que eles estão mais descontraídos.’

Ela ouviu dele uma risada e ela sorriu para dentro das palmas de suas mãos.

Ele disse, ‘Eu soube que eles não estão escrevendo nada por enquanto. Estão com problemas.’

Ela sorriu novamente. ‘Eles estão cientes disso.’

‘Pelo menos eles não forçam a música deles goela abaixo.’

Nesse momento ela olhou para ele. ‘Não funcionou. Você estragou a piada.’

Ele estava pálido mas não tinha uma má aparência, algo em torno dos vinte e quatro a vinte e seis anos, ela pensou. Talvez mais velho. Cílios longos e bom de conversa. Um ar de confiança provocante que beirava um certo carisma. Hmm.

‘Eles não esperam ver você lá dentro, com sorriso encorajador, batendo palmas junto com o magnata Richard Branson ou outra pessoa?’

‘Eu verifiquei o teste do som. Não é a mesma coisa não conhecer as músicas. Tem certeza que você está bem? Eu poderia ficar com você lá fora, se quiser, enquanto você vomita.’

‘É o que está parecendo? Pronta para vomitar.’

‘Hey, como você sabe o nome da próxima música?’

Agora ela riu alto. ‘Eu estava pensando em usá-la como título da minha autobiografia de celebridade, uma vez que encontrei um escritor fantasma que iria fazê-la por um preço mais em conta.’

‘A gravadora pode colocar alguns em seu caminho. Posso me sentar?’

‘Só se você me divertir.’

‘Vou continuar então ou eu estarei sentado lá com a minha reputação em frangalhos.’

Ela se aproximou do balcão e puxou uma outra cadeira alta para perto dela. Ele se sentou e apontou para o copo meio vazio.

‘Outro?’

‘Não, obrigada. E isso é tônica antes que você pense alguma outra coisa.’

‘Ah, certo, você está nos ensaios, não está.’

‘Alfie lhe disse o quê?’

‘Não, eu li no jornal em algum lugar. Eu tento não falar com Alfie, se é que você deva saber.’

Ela ficou intensamente interessada. ‘Por que?’

‘Ele odeia conversa banal, você não percebeu? E como um representante da gravadora eu não posso fazer nada a não ser ter uma conversa banal para não interferir no ego deles. Nunca irrite, essas são as instruções dos grandes chefes.’

‘Os grandes chefes são estereótipo chinês? Quem diria.’

‘Tentamos manter isso em segredo. De qualquer modo, os integrantes de bandas são notoriamente sensíveis e o seu Alfie é o príncipe entre os mais sensíveis. Eu não deveria estar lhe contando isso. Com esse seu amor bem evidente.’

‘E você não deveria. A primeira coisa que vou fazer é contar a ele e você será demitido.’

‘Ai. Então me diga sobre você e o papel de Deannah? Você realmente quer o papel? Ou é apenas parte da cortina da fumaça do showbiz? E você e Helena Cross são realmente melhores amigas e assim por diante.’

‘Não, realmente, que se dane ela. Esse é um recado dado, de qualquer modo. Você a conhece?’

‘Apenas adorada de longe. Tão longe quanto é possível ficar daquela boca grande e daqueles olhos amedrontadores.’

‘Então você a conhece. Confie em mim, ainda mais assustadores de perto.’

‘Diferente de você, então.’

‘Isso é um teste, então.’

‘Ah droga. Sinto muito.’

Um teste era exatamente o que ela sentiu sobre o que tinha acabado de acontecer, ela o olhou fixamente mas não sorriu. Ele olhou para baixo, desceu da cadeira e levantou a mão.

‘É melhor eu entrar, como você disse. Verifique se eles estão tocando as músicas certas. Não quero que de repente eles estourem como Andy Williams.’

‘Ou Tom Jones.’

‘Não, o céu é proibido. Olhe em volta.’

‘Hey, qual é o seu nome?’

‘Se pensa que eu lhe direi, você está enganada.’

Ela sabia que poderia ter achado graça e o chamado de volta, mas ela gostou do poder que ela sentiu naquele momento. Foi um bom teste e também foi agradável porque ela realmente gostou dele. Se ela não tivesse gostado dele teria sido mais fácil, pois de qualquer modo ela não teria sentido nada quando o dispensou.

Finalmente os últimos se foram e então ela se direcionou para os bastidores, escolhendo onde pisava no meio do lixo pegajoso da pista. Stefan se jogou em uma das cadeiras do bar e disse a ela que iria esperar até que ela tivesse elogiado Alfie o suficiente. O representante da gravadora não estava mais lá, tinha desaparecido.

Ela se espremeu passando por mais assistentes que carregavam os mesmos rolos de fitas adesivas e guitarras, passou por uma porta aberta que deixava o ar tão frio quanto nitrogênio líquido com cheiro de batata frita com sal e vinagre, passou por uma garota que estava vomitando ruidosamente no corridor e, finalmente chegou ao mesmo camarim onde tinha se encontrado com a banda antes do show.

Quando ela passou pela porta, era como se tivesse soado um alarme silencioso. Os integrantes da banda se viraram para ela, com expressão de surpresa e apreensão em seus olhos, os braços levantados pela metade, um grande silêncio repentino mais alto que um trovão amortecendo o ar. Ela percebeu tudo isso imediatamente e se virou para a direita, onde ela tinha percebido um movimento.

Duas garotas, nuas da cintura para cima, em pé como se esperassem o ônibus e no meio de uma conversa casual. Elas estavam com a pintura do corte diagonal que atravessava seus rostos e um de seus seios. Azul em uma garota e vermelho na outra. Elas mal pareciam ter dezessete anos.

Mai soube que os integrantes da banda tinham discutido para saber quem iria primeiro conversar com elas.

Ela queria ir para cima delas e brigar. Ela queria rir diante de algo tão previsível. Ela queria se virar e perguntar a elas o que achavam que estavam fazendo. Ela queria repentinamente bater em alguma coisa.

Ela se virou e saiu da sala. Ela sabia que Alfie iria atrás dela ... e ele foi, batendo seus passos no piso de concreto. Colocou a mão em seu braço quente.

‘Mai, não pense ...’

Ela parou mas não conseguia olhar para ele. Lembre-se o que é esse sentimento, ela disse a si mesma. A pressão por trás dos seus olhos, o aperto na garganta e a tradicional aceleração em seu peito. A raiva consciente e gelada na parte de trás da sua cabeça. O que parece? Prossiga, considere, lembre-se.

‘Não há uma boa explicação possível, há?’ ela disse, olhando fixamente para uma sinalização de saída de emergência, um homem correndo em uma estúpida placa verde. Por que não é vermelha? O verde aparece melhor durante um incêndio ... ?

‘Por favor, Mai ... Não sou estúpido. Eu sabia que você poderia aparecer nos bastidores no final do show. Além do mais, eu sou o único que tenho uma namorada, então eu estava apenas­­ – ‘

‘Pegando uma carona? Muito bom.’

A mão dele soltou o braço dela como se ele tivesse sido atingido repentinamente por uma descarga elétrica. ‘Você pode acreditar em mim ou não, se quiser. Eu não tenho que me explicar para você.’

‘Verdade. Não há a necessidade de explicações.’

‘Você não tem sido muito amigável ultimamente.’

Agora ela não poderia deixar de olhá-lo – seu rosto longo, cabelos suados para trás, olhos com o contorno vermelho pelas luzes do palco. A vez dele de olhar, talvez constrangido.

‘Amigável como uma pessoa amigável deve ser. Não necessariamente rindo o tempo todo.’

Ele apertou a mandíbula. ‘Eu ando um pouco estressado, se é que não percebeu e se você conseguir olhar para além do seu próprio umbigo.’

A raiva subiu-lhe de suas entranhas.

‘Você é um egoísta, covarde, você não vale nada. Você teve mais incentivo de mim do que eu tive de você. Quem comprou aquele equipamento que você espancou essa noite? Quem deu entrada para pagar aquela lata velha que você chama de carro?’

‘Ah sim, você é tão respeitável. Porque sua carreira vale mais do que a minha, não é? Então você pode me dar esmolas.’

‘Eram esmolas? Eu estava ajudando você a se estabilizar para que você não tivesse que se preocupar. Acontece que eu era uma instituição de caridade.’

‘Chame do que você quiser. Você dizia que sua ajuda era livre de condições, mas elas estavam lá, não é?’

Ela olhou para ele, sem entender. Era isso o que ele tinha pensado? Que havia um preço a pagar pela generosidade dela? Ela tinha percebido que não tinha entendido nada. Ela se sentia como uma missionária que tinha acabado de descobrir que a tribo tinha uma visão de valores diferentes da dela e que eles eram provavelmente perigosos.

Ela disse, ‘Inacreditável,’ e em seguida saiu. Dois homens que estavam carregando guitarras olharam para ela e depois olharam para o lado. Ela carregava uma raiva como um odor que fazia com que as pessoas se afastassem. Ela pensou, dane-se ele, ele precisa de mim mais do que eu preciso dele. Ele pode ficar com aquelas garotas se quiser. Ela também pensou, surpreendendo a si mesma, segure-se, não deixe que percebam, as pessoas estão observando.

Ela diminuiu o passo, levantou os ombros e ergueu a cabeça. Respirou profundamente e segurou as lágrimas dos seus olhos. Empurrou as portas para dentro do bar, onde Stefan estava encostado de lado, com a boca levemente aberta. Ela se sentou do lado oposto e depois de um momento ele abriu seus olhos pálidos olhando para ela. Ele engoliu a saliva e franziu a testa.

‘Pronta para voltar ao planeta Terra?’

‘Não mesmo.’

Stefan sentou-se em estado de alerta. ‘O que aconteceu? Sua aparência está péssima, desculpe-me por dizer. Péssima é um eufemismo.’

‘Você precisa me animar, seria bom. Você chamou o táxi?’

Ele apontou para fora da janela. ‘Motor em funcionamento. Você está bem?’

Ela esboçou um sorriso tímido. ‘A vida é um grande aprendizado, não é mesmo? Não estou gostando das lições atuais.’

Stefan se levantou e estendeu sua mão para ela. Eles se dirigiram para a porta de saída. O ar frio era como um tapa na cara, clareando suas ideias.

Ela disse, ‘Não repare se eu chorar no táxi. Eu apenas percebi que não posso vive em paz e eu estou triste por isso, ok?’

‘Paz não existe. Procure por algo mais simples da próxima vez. O fim do Europop, por exemplo.’

Ela sorriu apesar de sua condição. ‘Canções de amor suecas nunca mais.’

Stefan olhou-a indignado. ‘Deixe o Abba em paz. Eles governam meu mundo.’

A Atriz

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