Читать книгу A Atriz - Keith Dixon, Keith Dixon - Страница 16
ОглавлениеCAPÃTULO SETE
APÃS A DIFICULDADE para subir o morro, eles conseguiram tomar café. Geraldine sentou-se enquanto Joan foi para o balcão, voltou com dois cafés com leite fumegantes em copos protegidos com papelão. Ela se movia levemente na diagonal enquanto caminhava, como um carrinho de supermercado com problema em uma das rodas, tentando poupar seu frágil joelho.
Geraldine estava animada pelo protesto que ecoava da estação Brighton, como de costume. Ela gostava de movimento, de mudanças, da ideia de estar aqui agora, e depois em um lugar diferente em um perÃodo de quase uma hora.
Craig nunca entendeu isso. Ele era uma contradição â um homem caseiro que se tornou impaciente â mas que não ficava tranquilo em lugar nenhum. A locomoção era simplesmente o preço que se paga para ser infeliz em lugares diferentes. Embora, é claro, ser infeliz era sua emoção por escolha, a melodia constante, a chave de casa, as duas linhas no nÃvel de espÃrito que sua pequena bolha de equilÃbrio constantemente procurava. Se eu não estivesse infeliz, eu deveria estar, parecia ser a melodia. Ele morreu de ataque cardÃaco durante uma partida de golfe, mas o ataque foi o resultado de um coração que estava muito pesado para a alma que o continha.
Ela não pensava em Craig há quase uma semana â praticamente um recorde. Provavelmente conversar com Mai foi o que tinha trazido-o a sua mente. A doçura que resulta na dor de dente.
Joan, sua vizinha de quadris largos com uma patológica urgência em gastar, estava tentando atrair sua atenção. Ela era respeitosa com Geraldine às vezes, de um modo irritante, mas pelo menos sua presença tornava a viagem menos solitária.
âEstá tão calada, mas me diga â o que Mai está achando da competição? Seria um grande papel, não seria? O de Deannah, eu quero dizer.â
Geraldine reconheceu o brilho nos olhos de Joan, a pequena luz da luxúria que veio dos seus olhos por estar próximo a uma celebridade. Ela tinha sentido isso na pele, anos atrás, quando seu rosto estava constantemente estampado nas capas de revistas e nas revistas de cinema â o modo em que homens e mulheres perfeitamente normais se sentiam diminuidos, inferiores, menores, mais apagados quando ela chegava nos lugares. Como mãe de Mai, ela sabia exatamente como isso seria no final de tal abnegação e tinha tentado o seu melhor nos últimos dois anos para manter Mai envolvida em uma noção de lugar mundano e comum.
âà a publicidade,â disse ela. âà algo que gira em torno de você sem você ter que fazer nada. à como quando você visita o circo â há muita manipulação por trás das cameras para manter os animais em ordem e para impedir os palhaços de cairem de suas bicicletas. Mas você nunca vê tudo o que que está por trás, vê? Publicidade é isso â uma máquina invisÃvel que controla o mundo. E você nunca vê isso até ser atingida por isso, ou quando joga você fora.â
Joan recusou-se desviar do assunto. âà sempre muito bom incluir belas metáforas, minha jovem senhora, mas você não respondeu a minha pergunta, respondeu? A Mai quer o papel, ou não?â
Geraldine preferia gostar mais disso, ser mais persistente na busca por fofocas, porque ela não era muito bajuladora.
âEu gosto do papel da jovem,â ela disse. âVocê pode me falar mais a respeito. Agora, qual é a pergunta?â
Joan deu gentilmente um tapa no braço dela. âVocê tem quarenta e cinco anos e ainda continua deslumbrante. Pode me provocar se quiser, mas você não pode escapar do fato de você e Mai serem a realeza para algumas pessoas.â
Geraldine apertou as extremidades da boca. âO que, eu e meus dois filmes? Meia dúzia de shows na TV e dois longas em cartaz no centro de Londres? Você precisa sair mais, Joany.â
âà exatamente por isso que estamos aqui hoje, não é? Agora pare de me insultar e tome o seu café. Temos cinco minutos.â
A linha de Brighton até Londres passava pela janela dela como um filme que ela tinha visto uma dúzia de vezes. Ela tentava detector alterações na sua edição â um novo conjunto habitacional perto de Haywards Heath, uma rotatória adicional ao sul de East Croydon â mas a paisagem permanecia melancóloca como sempre. Ela precisava fugir, ver o sol, tirar um tempo para ela e sem o peso de Mai forçando-a para baixo. Mai nunca tinha pedido sua ajuda, desde seus dezesseis anos de idade. Mas Geraldine sabia que ela precisava da sua ajuda. Ela era uma garota com uma profissão que costuma usar você e depois o joga fora. Novidade era tudo, a menos que você pudesse provar que tinha algo mais a oferecer. Um talento para diverter, como muitos tinham ditto. Mai tinha talento. Ela tinha encontrado algo em seus pais e o levou para seu interior, digeriu isso e depois usou para criar ... o quê? O que exatamente Mai fez, e como ela e sua mãe poderiam ver isso? Ela deveria estar tão acostumada com a exposição do sentimento da filha que nada seria tão impactante. Ela deveria ter visto isso antes, cada mania, cada inflexão, cada aparência de entusiasmo ou tristeza.
Mas Mai continuava surpreendendo-a. Ela parecia encontrar um lugar dentro dela onde ela via, ouvia ou sentia alguma coisa ... e então descobria uma maneira de tornar isso visÃvel de uma outra forma. Isso é arte. Algo que Geraldine nunca tinha tido verdadeiramente â com ela era apenas uma combinação de aparências e uma certa ousadia frágil que persuadiam pessoas a acreditar que ela estava atuando. Com Mai, era realmente como se ela tivesse sido abduzida por uma força alienÃgena tornando-se uma outra pessoa. Alguém que nem mesmo sua mãe poderia reconhecer.