Читать книгу Uma aristocrata no deserto - Escondida no harém - Maisey Yates - Страница 9

Capítulo 5

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– Acorda, Zenóbia, está na hora de nos pormos a caminho.

Sonolenta, Farah abriu os olhos. O empurrão que sentira no traseiro procedera do pé do príncipe. Cerrou os dentes quando ouviu que a chamava pelo nome de uma rainha caçadora do império romano. Embora, na verdade, fosse uma caçadora e tencionasse demonstrá-lo.

– Se me devolveres a minha adaga, dar-te-ei o mesmo que Zenóbia deu a Probo.

Enquanto se sentava e esfregava os olhos, percebeu que o seu captor a observava, surpreendido.

– Ah, lamento. Tenho de fingir que sou uma campónia inculta que não sabe tanto como o seu grande príncipe com um curso universitário?

– Dois cursos.

– Oh, desculpa!

– Então, tens estudos?

– Sou autodidata, não graças à educação que a tua família prodigaliza entre os habitantes do seu reino – queixou-se, com desprezo. – Mas, por muito que o teu pai tenha tentado manter-nos incultos, temos mais recursos do que pensas. Sobretudo, quando…

Farah interrompeu-se de repente. Quase lhe contara que alguém do governo andava a distribuir livros e remédios de contrabando entre as tribos do deserto. Se descobrisse, o príncipe tê-lo-ia despedido ou talvez o matasse.

– Quando o quê? – perguntou ele, observando-a.

– Tanto faz. Porque me deste um pontapé?

– Não te dei um pontapé. Foi um empurrãozinho – defendeu-se, num tom sensual. – Na tua fantasia, eu não seria Probo, mas Aureliano.

Aureliano capturara Zenóbia e acabara por se apaixonar. Ela deu um salto diante da sua arrogância.

– Isso era o que querias…

Quando Zachim parou à frente dela, Farah observou as suas botas poeirentas e o modo como as calças de ganga se ajustavam às pernas, compridas e musculadas.

– Raptei-te, não foi?

Incomodada, Farah levantou o olhar com um ar desafiante quando, de repente, algo negro e brilhante se mexeu ao seu lado no chão. Ela gritou e o escorpião escondeu-se num buraco.

– Não te mexas – avisou Zachim, depois de a levantar do chão, segurando pelos braços. Procurou à volta antes de a soltar. – Foi-se embora.

Mas Farah sentiu algo no ombro e voltou a gritar.

– Há mais! Há mais!

– Não, não há nada – tranquilizou-a o príncipe, segurando pelos braços para a acalmar. – É a tua imaginação.

– No meu cabelo! – gritou ela. – Estão no meu cabelo! – repetiu. Era um desses medos irracionais que arrastava desde a infância, desde que a mãe morrera.

Com um suspiro exagerado, o príncipe afastou-lhe as mãos da cabeça e obrigou-a a virar-se.

Os olhos de Zachim procuraram entre as madeixas de cabelo embaraçado, comprido, grosso e cheio de areia. Devagar, verificou que não havia nenhum escorpião.

– Não há nada.

– Sim. Consigo senti-lo… – repetiu ela e, tremendo, virou-se para ele. Tinha os olhos húmidos de lágrimas e o mais puro terror desenhava-se no seu rosto.

Sem conseguir conter-se, ele sentiu o impulso de a proteger e consolar. Afastou-lhe o cabelo da cara e ficou atrás dela para lhe desfazer a trança. Sem se aperceber, surpreendeu-se a observar a pele escura e suave do seu pescoço.

Recordando-se que era a filha do inimigo, tentou ignorar a textura sedosa do cabelo, enquanto o penteava com os dedos. O corpo respondeu imediatamente com outra ereção poderosa. Devia concentrar-se em voltar a casa, não em salvar a inimizade dos escorpiões do deserto.

Com brutalidade, fê-la virar-se.

– Não tens nada.

Olhou para ele com os olhos castanhos e os lábios entreabertos.

O tempo deteve-se enquanto Zachim se imaginava a fazer todo o tipo de coisas àqueles lábios, começando com a boca e acabando com… Sentiu um arrepio.

Bolas, pensou o príncipe, dando um passo atrás.

Farah ficou rígida, enquanto o seu raptor agarrava nas rédeas do Raio de Lua. Tentou afastar o estado letárgico que a invadira quando ele lhe tocara e pousara os olhos na sua boca como se fosse um pêssego maduro e não pudesse esperar para lhe fincar os dentes. Durante um momento tenso, pensara que ia beijá-la. E envergonhava-a admitir que ela o desejara. Como podia sentir-se assim com um homem que devia evitar a todo o custo?

– Precisa de água – indicou ela, olhando para o cavalo.

– Água e comida – admitiu ele. – Mas não penso que possamos encontrar nenhuma dessas coisas entre estes penhascos – acrescentou, dando uma palmada no lombo ao animal. – É um cavalo lindo. Como se chama?

– Raio de Lua.

Uma gargalhada quente ecoou na gruta.

– Devias tê-lo castrado quando lhe deste o nome. Assim, teria sido mais fácil lidar com algo parecido.

– És odioso.

– Quando quiser a tua opinião, pedir-ta-ei – declarou ele, com um ar sério. Depois, entrelaçou os dedos e estendeu-lhe as mãos para a ajudar a montar. – Põe o pé aqui.

– Não tenciono ir contigo! – exclamou ela. «Deve estar louco para pensar que sim, o arrogante e odioso», pensou.

– Está bem – acedeu ele, endireitou-se e montou no Raio de Lua.

Um instante.

– O que estás a fazer?

– Vou-me embora.

– No meu cavalo, não – negou ela, agarrando as rédeas. Não podia deixá-la ali, sem maneira de voltar a casa. – Bolas, porque tiveste de aparecer na minha vida?

– Eu faço-me a mesma pergunta. Agora, monta ou vou deixar-te aqui para que os escorpiões te comam.

Farah quis mandá-lo para o inferno, mas sabia que não podia. Ainda não.

– Desta vez, eu irei atrás – comunicou ela. Não tencionava deixar que cavalgasse com os seus braços a rodeá-la outra vez.

– Não me importo se queres montar de cabeça. Despacha-te.

Era um erro e ela sabia, mas não tinha muitas opções. O príncipe voltara a embrulhar o rosto com o pedaço de tecido que lhe arrancara da túnica e, apesar de estar sujo, tinha um aspeto imponente. No entanto, quando os seus olhares se encontraram, lançou-lhe todo o desprezo que pôde com os olhos.

Com um ar pétreo, ele estendeu-lhe uma mão e montou-a na sela como se pesasse menos do que uma pena.

Infelizmente, montar atrás dele não a fez sentir-se melhor do que ir à frente, porque tinha de se abraçar com força às ancas dele para não cair.

Horas depois, conseguiram chegar a uma aldeia, exatamente quando Farah pensava que ia desmaiar de fome e cansaço. Aquela tribo vivia muito longe da dela, por isso deviam ter percorrido uma longa distância durante a noite.

Quando Zachim se apresentou como um homem perdido na tempestade com a sua empregada, ninguém pôs a sua versão em dúvida.

Uma empregada!

Farah teve de morder a língua para não dizer nada.

O chefe da tribo prometeu-lhes que guardaria o Raio de Lua até voltarem e, depois de engolir uma montanha de comida, o príncipe pediu-lhes um todo-o-terreno e pôs-se a caminho. Conduziu durante toda a tarde e a noite, parando apenas para fazer uma sesta. No entanto, ela dormiu durante o caminho todo.

Quando acordou mesmo antes do amanhecer, à frente dos seus olhos erguia-se a cidade de Bakaan. Visitara-a uma ou duas vezes quando era criança, mas esquecera como era grande e povoada. Mesmo sendo tão cedo, as suas ruas estavam cheias de carros, bicicletas, bois e uma enchente de pessoas. No topo de uma colina, o palácio Shomas erguia-se com a sua beleza fascinante. Os guardas abriram as suas portas quando o príncipe se identificou.

– O que tencionas fazer comigo? – perguntou ela, fazendo um esforço para esconder o temor que sentia.

Ignorando-a, Zachim conduziu até às escadas de mármore da entrada. O pátio estava cheio de atividade de empregados que iam de um lado para o outro. Farah ergueu o queixo e observou-o sem se incomodar quando o príncipe pousou os seus olhos de leão nela.

Ela esperava que a deixasse ir-se embora. Rezou para que ele quisesse esquecer o que acontecera.

– E então? Vais dizer-me alguma coisa ou não?

– Sim, vou dizer-te alguma coisa – acedeu, com um sorriso pintado de amargura. – Vou usar-te como isco.

Furiosa, Farah tentou resistir quando o príncipe a arrastou pelos corredores compridos e opulentos, mas foi em vão. Os empregados que encontravam pelo caminho inclinavam-se à frente deles e não mostravam sinais de estranheza ao ver o seu senhor a puxar uma mulher pelo braço.

O interior de palácio era ainda mais grandioso do que o exterior. Farah não pôde evitar admirar os tetos abobadados em tons azuis, verdes e dourados. O sol que entrava pelas janelas altas refletia-se no chão de mármore.

Saindo da sua abstração momentânea, parou.

– Não podes fazer isto.

É óbvio, o príncipe não respondeu ao seu protesto. Embora parasse à frente de uma porta gigantesca de madeira esculpida. Ignorando a sua prisioneira, virou-se para dos dois guardas que os tinham seguido.

– Não quero que entre nem saia ninguém, entendido?

– Sim, Alteza – responderam os guardas em uníssono.

– Não deixarei que me uses dessa maneira – avisou ela, enquanto a empurrava para o quarto.

Como única resposta, Zachim deu uma gargalhada arrogante.

– Não tens motivos para me deter.

Então, ele virou-se e olhou para ela com um ar ameaçador.

– Não preciso de um motivo.

– Sim. A tua palavra é a lei, não é?

– É verdade – confirmou ele, parando à frente para olhar para ela nos olhos. – Olho por olho e dente por dente. Não é isso que o teu pai diz?

Infelizmente, o pai agarrava-se àquela visão cínica do mundo, sim. Mas Farah, não.

Então, o príncipe falou com uma empregada que entrara no quarto atrás deles. Quando Farah aproveitou para olhar à volta, deu um grito abafado.

– Oh… Isto é o harém?

– Como adivinhaste? – replicou Zachim, num tom trocista. – Pelos querubins pintados nas paredes ou pela grande banheira de mármore no centro da sala?

– Não vou ficar aqui.

– Não? Tenho de admitir que a decoração é um pouco antiga, mas tenciono reformá-la em breve. Talvez gostes mais então – comentou ele, num tom insolente, arqueando uma sobrancelha.

– Não ficarei o tempo suficiente para o ver.

– Não tenhas assim tanta certeza – indicou ele e tapou o nariz. – Certifica-te de que toma banho! – ordenou à empregada.

Farah estava furiosa. Se achava que ia poder tratá-la como uma marioneta, enganava-se. Não ia ficar naquele quarto horrível à espera que o pai fosse buscá-la. Se conseguisse escapar, fá-lo-ia.

O seu silêncio devia ter delatado os seus pensamentos, porque o príncipe esboçou um sorriso malicioso.

– Quase consigo ouvir-te a pensar. Se pensaste em tentar escapar, não te aconselho.

Ela ergueu o queixo. Ele aproximara-se e os seus rostos estavam separados apenas por escassos centímetros. Era impossível não se aperceber de que o príncipe tinha os olhos fixos nos seus lábios. Durante um instante, pensou que ia beijá-la e ficou com falta de ar. Mas Zachim deu um passo atrás. Lentamente.

Raivosa por ter ficado à espera, em vez de o ter afastado, Farah lançou-lhe um olhar de ódio.

– É uma sorte que não tenha de seguir os teus conselhos.

Em troca, recebeu um olhar frio, como se ele adivinhasse o que a fazia sentir.

– Tenta e verás o que acontece.

Claro que Farah ia tentar. Queria fazer isso e muito mais. Para sua frustração, a sua temperatura não parou de subir quando ele chegou à porta, se virou e a observou de cima a baixo.

– E queima essa roupa que usa! – ordenou à empregada. – Não há sabão no mundo que possa tirar esse cheiro.

Ao sair do quarto, Zachim interrogava-se o que ia fazer com aquela gata selvagem, pois sabia que ia dar-lhe mais problemas do que outra coisa, quando Staph correu para ele.

– Alteza, descobri que voltou. Estávamos muito preocupados.

Zachim fez uma careta. Precisava de tomar banho, mudar de roupa e encontrar o irmão, nessa ordem.

– Já voltei – afirmou, dirigindo-se para os seus aposentos. – Onde está Nadir?

– A preparar o casamento.

O príncipe ficou petrificado.

– O quê?

– O casamento, Alteza. Vai casar-se com a amante, Imogen, hoje.

Naquele mesmo dia!

Bom, isso explicava a atividade extraordinária que encontrara no palácio.

Esquecendo o duche, Zachim mudou de rumo para procurar o irmão. Finalmente, encontrou-o com um bebé pequeno ao colo que devia ser a filha. Ao vê-lo, ficou pensativo por um instante. Como era possível que o irmão estivesse a desfrutar de uma família, o que ele sempre quisera para si próprio, enquanto só conseguia pensar em ir para a cama com uma mulher completamente inapropriada? A ironia da situação era evidente. Tentou recordar o rosto de Amy e a mensagem recente que lhe enviara, mas a cara de Farah Hajjar era a única coisa que tinha na cabeça.

– Onde estiveste? – repreendeu-o Nadir. – Tens de explicar muitas coisas.

– Ah, sim? – replicou Zachim, arqueando uma sobrancelha. – Obrigado por te preocupares com salvar-me.

O irmão franziu o sobrolho.

– Tens um aspeto horrível. O que se passou?

Não era o momento para entrar em detalhes, portanto, Zachim encolheu os ombros.

– Em resumo, dir-te-ei que tive um encontro desagradável com uma das tribos rebeldes das montanhas.

– Ena! E eu que pensava que tinhas fugido com uma mulher.

Zachim riu-se, embora não conseguisse evitar recordar como Farah o agarrara pela cintura quando tinham percorrido o deserto a cavalo. Surpreendera-se com a força dos braços dela e a sensação embriagadora de sentir os seios pequenos nas costas.

– Suponho que, tecnicamente, tenha sido o que fiz. Embora mais do que uma mulher, pareça uma gata selvagem. Acabei de a fechar no harém.

Nadir arqueou as sobrancelhas, sem acreditar no que ouvia.

– Não é a situação mais conveniente para o dia do teu casamento, mas a verdade é que ignorava que ias casar-te.

Nadir observou-o como se o irmão tivesse enlouquecido.

– Tens uma mulher fechada no harém?

– Farah Hajjar, para ser exato.

– A filha de Mohamed Hajjar!

– A própria.

Nadir praguejou.

– Hajjar vai cortar-te a cabeça por isso.

– Já quase o fez.

– Por todos os diabos… – começou a dizer Nadir. – Não estarás noivo dela?

Zachim deu uma gargalhada cínica.

– Não o faria nem que estivesse louco. Esse bebé que tens ao colo é a minha sobrinha?

– Estás a mudar de assunto.

– Sim – confirmou Zachim, com um sorriso. – É muito bonita.

– Eu sei – afirmou Nadir e abanou a cabeça. – Não tenho tempo para entrar em mais detalhes. Estás bem?

– Não graças a ti! – protestou Zachim.

– Isso vai ensinar-te a não desaparecer sem avisar – replicou o irmão mais velho, num tom de reprimenda.

– Vem conversar comigo enquanto me arranjo um pouco – convidou-o Zachim, sorridente.

– Não posso.

– Porquê? Faltam horas para o casamento.

– Sim, mas… – disse Nadir, com ar distraído. – Toma, segura a tua sobrinha e comecem a conhecer-se.

Nadir deu-lhe a pequena de olhos grandes, que se aninhou imediatamente nos braços do tio.

Ao ver a expressão do irmão, Zachim riu-se.

– Eh, não te surpreendas tanto. Gosto muito de crianças. São como os cavalos e as mulheres… Deves segurá-los com cuidado e não fazer nada para os zangar. Não é assim, habibti?

Então, Zachim pensou na mulher que acabara de deixar no harém. Não a tratara com muito cuidado. A verdade era que não estivera de bom humor para o fazer. Ela parecia mais uma doninha do que uma mulher… À exceção daqueles seios e daqueles lábios tão suculentos.

– Não deixes que se magoe com a tua barba. Se chorar, leva-a a Maab.

Zachim sorriu para a sobrinha, que estava a tocar-lhe no rosto.

– Onde vais estar? – perguntou o príncipe ao irmão, mas Nadir já estava a sair pela porta. Quase o avisou de que dava azar ver a noiva no dia do casamento, mas deixou-o estar.

A menina olhou para ele com os olhos esbugalhados, um pouco assustada por ter ficado com um estranho. Mas ele não se acovardou e esboçou um sorriso tranquilizador. Se as mulheres e os cavalos o adoravam, porque é que uma bebé não o faria?

– Portanto, os teus pais vão casar-se, pequena. Um grande passo. Estás contente?

A menina riu-se quando o tio lhe acariciou a cara.

– Fantástico. Então, eu também estou.

Depois de um instante, quando a pequena começou a inquietar-se, Zachim levou-a a Maab.

– Penso que tem fome.

A velha ama sorriu, pegou na menina ao colo e franziu o nariz ao cheirar o príncipe.

– Eu sei, eu sei. Tenho de tomar banho – replicou ele. Também precisava de comer.

Nos seus aposentos, ordenou que lhe servissem a comida depois de tomar o duche. Interrogou-se se a gata selvagem teria fome. Como dissera o irmão, não era muito apropriado ter uma mulher prisioneira no harém. A verdade era que não tinha um plano, nem sabia o que ia fazer com ela, mas pensaria nisso noutro momento. Certamente, não tencionava avisar a polícia e, muito menos, no dia do casamento do irmão.

Não, Farah teria de esperar. Ele não agira mal, fora o pai dela que o enfrentara. Sem dúvida, o velho ficaria furioso quando descobrisse que a raptara. Mas, se Mohamed aceitasse entregar-se, libertá-la-ia.

«Olho por olho.»

Essa fora a forma de pensar do pai, não a dele. No entanto, estava tão furioso que não se importava. Ter estado prisioneiro durante três dias e ter tido de atravessar o deserto no meio de uma tempestade fizera com que a sua lógica racional se dissipasse. O seu desejo de pôr as mãos em cima da filha de Mohamed Hajjar também não era nada racional. Sem conseguir evitá-lo, interrogou-se como cheiraria depois do banho. Uma fantasia excitante invadiu a sua mente. Os dois nus e molhados, enquanto ele a devorava.

Por Alá, aquela mulher não era o seu tipo.

No duche, Zachim refletiu que, possivelmente, podia encontrar uma mulher que o acompanhasse ao casamento. Com sorte, haveria alguma entre as convidadas, pensou. Talvez conhecesse alguém que quisesse partilhar uma noite de paixão. Ele sabia que podia agradar a qualquer mulher. Com trinta e dois anos, desfrutava de uma libido muito saudável. Embora a tivesse deixado desatendida durante muito tempo. O seu recente celibato era a única coisa que podia explicar tanta obsessão por Farah Hajjar.

Zachim fechou a torneira do duche e sacudiu o cabelo. Não ia voltar a ver Farah quando tudo aquilo acabasse. E isso era bom, pensou, enquanto se vestia e se concentrava no casamento do irmão.

Quando estava vestido e preparado, Staph bateu à porta.

– Príncipe Zachim! – gritou Staph, aparecendo à porta com desespero. – Tem de vir depressa. A mulher do harém desapareceu!

– Desapareceu? – repetiu Zachim, paralisado. – É impossível. Deixei dois dos meus melhores guardas à porta.

– Sim, senhor. Não conseguimos encontrá-la – indicou o idoso, ofegante.

Perplexo, Zachim disse uma enxurrada de blasfémias e dirigiu-se para o harém.

Uma aristocrata no deserto - Escondida no harém

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