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Licença para Aprender


Vamos lá meninos a sossegar, desligar os telemóveis e tomar atenção à aula:

A nossa história inicia-se com o nosso herói, o jovem Luís Alberto, a cerrar o punho em sinal de vitória por ter terminado a sua licenciatura em Gestão Hoteleira. Luís sentia uma satisfação imensa, só comparável à sua inocência e ao desconhecimento quanto à aventura que em breve abraçaria. O jovem Luis erguia o punho da mão direita em sinal de vitória:

– YES! – gritou orgulhoso segurando o diploma da Licenciatura em Gestão Hoteleira.

Encontrava-se rodeado das pessoas mais importantes da sua vida, a namorada, o pai e a mãe e as suas duas irmãs gémeas. Luis Alberto, 22 anos, um rapaz alto e bem parecido, moreno de cabelo e olhos castanhos, de postura confiante e uma ambição que era visível no brilho dos seus olhos. Acabado de terminar a licenciatura pela qual tantos sacrifícios tinha feito, queria fazer o Doutoramento, porém sentia que era altura de começar a trabalhar “a sério”. Na realidade, há alguns anos que a palavra “trabalho” não lhe era estranha. De família humilde, o pai era operário fabril e a mãe trabalhava na mercearia da sua rua, era usual realizar trabalhos de Verão para ajudar na economia familiar.

Luís recordava esses episódios enquanto revia o seu currículo; a sua única experiência em hotelaria tinha sido um estágio curricular em cozinha e restaurante. Preparou o seu curriculum vitae conforme tinha aprendido; uma foto simples, fundo branco, de olhar confiante. Colocou o seu nível académico, o estágio, umas conferências sobre turismo e hotelaria a que tinha assistido e, por fim, os trabalhos de Verão que havia realizado. A sua irmã Silvia bem o tinha avisado: “Para não pensarem que nunca fizeste nada da vida!” Terminado, confirmou que o currículo não ultrapassava as duas páginas e deu-o por concluído. O essencial era dar-se a conhecer de forma rápida e de fácil visualização.

Via os anúncios de emprego na internet em várias páginas para o efeito e procurava oportunidades na área da gestão e direcção. Não queria ter de trabalhar em restauração até pela rotatividade dos horários e a sua vontade de fazer um doutoramento. Como não surgiam as oportunidades que desejava pelos sites de trabalho, começou a enviar candidaturas espontâneas para assistente de direcção para vários hotéis da região. Era assim que se via, a ser o braço direito do director e a gerir toda a operação do hotel, verificar os eventos, falar com o Chef de Cozinha e o Chefe de Restaurante, ver a ocupação e a receita média por cliente e discutir estes valores com o Chefe de Recepção. Os dias passavam, mas para além de uns emails de cortesia a agradecer a candidatura, “A qual merecera a melhor atenção”, nada de concreto. Luís Alberto recordava a situação da sua irmã Rita que havia ido entregar currículos porta-a-porta e numa gráfica olharam para o seu curriculo e disseram-lhe: “Mas, você nunca trabalhou!” Todos lá em casa tinham comentado esse episódio porque se todas as empresas pensassem assim, nem ela, nem os jovens na sua situação, alguma vez arranjariam trabalho.

Luis começava a desmoralizar e a pensar procurar trabalho nos restaurantes da zona. Não queria sair da área da Hotelaria, que tinha sido a sua área de formação. Nisto, recebeu uma chamada de um número fixo que desconhecia:

– Luis Alberto Anunciação? Ainda está à procura de trabalho? Recebemos a sua candidatura espontânea e queremos fazer-lhe uma proposta. Tem disponibilidade para entrevista?

– Com certeza – disparou Luis. – A proposta será para que função?

Na sua cabeça, esperava a proposta para Assistente de Direcção e já se via a comandar as operações de F&B do Hotel, no entanto, a resposta do outro lado foi diferente:

– Para Economato – disseram.

“Economato? Que raio” – pensou Luís. No entanto, à falta de outras alternativas, resolveu ir a entrevista.

Informou-se sobre o Hotel: um pequeno grupo familiar com apenas um Hotel de 3 estrelas. O Hotel TrisStar estava bem localizado e, pelo que percebera da pesquisa, tinha boas taxas de ocupação. Continuava sem saber o que era ao certo o Economato.

“Não precisas de saber tudo, apenas precisas de ter o número de telefone de quem sabe.” – dissera-lhe o pai um dia.

Quem o poderia ajudar, a quem podería ligar?

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