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CAPÍTULO 03.

QUE É DEUS?

Deus em sua profundidade

Este é um dos grandes temas da nossa existência, quando nós conseguimos integrar a resposta sobre o que é Deus, em nossa vida, parece que tudo começa a fazer sentido, o sofrimento, as adversidades, os desafios da nossa existência.

Em algum momento de nossa vida já paramos para refletir sobre quem somos? de onde viemos? o que estamos fazendo aqui? para onde vamos após nosso desencarne?

A primeira questão da nossa vida é saber nossa origem, de onde nós viemos, e nossa origem é Deus. O livro dos espíritos, a primeira obra espirita codificada por Alan Kardec, tem em sua primeira pergunta realizada aos espíritos “Que é DEUS?” A pergunta não é “Quem é Deus?”, nessa se presume já na pergunta que Deus é alguém. A pergunta também não é “O que é Deus?”, pois nessa há a presunção de que Deus seja alguma coisa. A pergunta é realizada na forma cientifica, destituída de qualquer conceito anterior. “QUE É DEUS?”, a resposta dada pelos espíritos a Alan Kardec “Deus é a inteligência suprema. Causa primeira de todas as coisas”. Começamos tanto na pergunta quanto na resposta a ver uma diferença muito grande em tudo que se conceituava sobre Deus até então.

Quando se coloca que Deus é uma inteligência, não se presume que Deus seja uma figura, que tenha nossa feição humana. Se coloca Deus como a inteligência criadora do universo, um ser amoroso e bom, criador de tudo o que existe.

Kardec também pergunta aos espíritos “Que se deve entender por infinito?”. Obtém como resposta dos espíritos, que infinito é o que não tem começo nem fim, que é desconhecido, ou seja, tudo que é desconhecido é infinito.

Quando a gente diz que Deus é “o infinito”, quase ninguém compreende o que queremos dizer com essa mensagem, então não dá pra conceituar dessa forma. Apesar de sabermos que Deus é infinito em suas virtudes, pois se fosse mais ou menos virtuoso já não seria Deus. Se quaisquer das virtudes não as tivesse de forma integral e infinita, deixaria de ser Deus.

Nos falta um sentido especial para percebermos Deus em sua profundidade. Fomos criados por ele simples e ignorante e estamos fazendo a caminhada rumo à perfeição, ou seja, estamos ainda caminhando. Não completamos ainda nosso ideário, nosso estagio de compreensão do universo, da vida, de Deus, nos falta ainda sentido de percepção.

Não é difícil entendermos o universo, como ele é. Os cientistas já nos dizem que o universo é infinito. Então nos perguntamos “o que seria esse infinito?”. Depois do que imaginamos ser infinito, vem o que? Mais universo. E depois? Mais universo de novo, consequentemente, não tem fim.

O cérebro humano é finito, é criado, mas o corpo humano desfalecerá com a desencarnação. É muito difícil nós entendermos algo que não teve começo e que não terá fim. Sendo esse o conceito do que é eterno, algo que não tem começo, nem fim.

Deus é incriado, ou seja, não teve começo, pois se Deus tivesse sido criado por alguém, esse quem criou seria Deus.

Nós não podemos dizer que somos eternos, pois nós tivemos um começo. Fomos criados por Deus, mas não teremos fim. Os espíritos falam a Kardec que somos imortais. Temos a oportunidade de encarnarmos em corpos materiais. Quando nos integramos à matéria, nós que fomos princípio inteligente, e hoje chegamos ao nível de espíritos, começamos a nos individualizar à medida que aproximamos e nos enraizamos na matéria, esse o motivo pelo qual precisamos reencarnar para poder evoluir.

Deus infinito

Foi perguntado também aos espíritos se podemos compreender Deus como sendo o infinito? Na resposta, os espíritos nos dizem que essa definição é incompleta e se origina da pobreza da linguagem humana para definir o que está acima da linguagem dos homens.

Dizem ainda os espíritos que “Deus é infinito em suas perfeições”. Mas infinito é uma abstração. Dizer que Deus é infinito é tomar o atributo de uma coisa por ela mesma, é definir uma coisa ainda não conhecida por uma conhecida”.

Em outra questão, se pergunta aos espíritos “onde podemos encontrar a prova da existência de Deus?” A resposta nos diz que podemos encontrar essas provas num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo que não é obra do homem e a vossa razão responderá”. Nos diz que num princípio que aplicamos em nossa ciência, não há efeito sem que tenha havida uma causa que tenha feito surgir esse efeito.

Os espíritos nos falam ainda para levarmos em consideração e olharmos tudo que não é obra do homem, e a vossa razão responderá. Para se crer em Deus, basta olhar para as obras da criação. Se o universo existe, logo ele teve uma causa. E duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e acreditar que o nada pode fazer alguma coisa.

A medida que a ciência vai evoluindo, vamos descobrindo que se a camada de ozônio que circunda a terra, fosse milimetricamente mais acima ou mais abaixo, não haveria vida como a conhecemos hoje em nosso planeta, pois a filtragem dos raios solares não seria aquela necessária para manter e criar a vida. Então poder-se-ia dizer que o acaso não existe.

Quando estudamos o funcionamento do corpo humano, as células, esses milhões de células a todo tempo estão trabalhando, digerindo aquilo que nós comemos, processando o oxigênio que entram pelas narinas e vão aos alvéolos e pulmões. Existem aquelas células que estão trabalhando nas nossas percepções auditivas para que nós todos ouçamos uns aos outros, que trabalham, para que possamos enxergar. São milhões de minúsculos seres que estão trabalhando para que possamos perceber que somos uma unidade de consciência, que somos espíritos.

Precisamos então perceber o que acontece a nossa volta, nas mais simples concepções.

Muitos seres dentro de nós estão morrendo, células que ficam fora de funcionamento, células cancerígenas (mal elaboradas) nós chegamos a produzir diariamente, pois isso acontece com todos. Porém, uns ficam doentes, outros não. Dessa forma, verificando que todo efeito tem uma causa anterior, essa própria doença física tem uma matriz, sendo essa matriz o que chamamos de períspirito.

Os espíritos nos ensinam que somos seres “trinos”, os quais temos um corpo, mas não somos esse corpo, nós apenas nos enraizamos nele, a partir do momento que o óvulo de nossas mães é fecundado pelo espermatozoide de nossos pais. Naquela explosão energética, nós nos unimos e começamos a entrar num processo de perturbação e esquecimento, nos enraizando num novo corpo em formação.

Nesse momento, percebemos que estamos ligados a esse corpo e a um novo destino. Mas não somos somente esse corpo, temos também o corpo perispiritual. Esse corpo perispiritual é um corpo sutil, semi-material, localizado entre o espirito e o corpo físico. E esse corpo semi-material permanecerá conosco após o desenraizamento, ou seja, após a morte, mas morte como entende o senso comum é uma fantasia, porque nós não deixamos de existir, não deixamos de pensar e não perdemos a nossa individualidade.

Individualidade do espírito

Existem correntes que defendem que após o desencarne, nós nos integramos ao todo universal e acabamos por perder a nossa individualidade, mas, os espíritos dizem a Kardec, em o livro dos espíritos, que não é bem assim. Pois, se nós perdêssemos nossa individualidade, isso sim, seria uma morte.

Outra corrente defende que não perdemos nossa individualidade no momento da morte, mas que a medida que vamos evoluindo espiritualmente, acabamos por perder essa individualidade, integrando-nos ao grande todo. Novamente os espíritos contestam e dizem que não, que somos seres individuais. Que vivemos em marcha progressiva sempre. Que fomos um princípio inteligente, e viemos caminhando até chegarmos ao estado hominal, até chegarmos a ser espíritos propriamente dito, onde começamos a ter consciência de nós mesmos e a ter o direito de escolhas no nosso caminhar, a isso que damos o nome de livre arbítrio, passando a ter responsabilidades por essas escolhas, por que a Lei de Deus está esculpida na nossa própria consciência.

Nós jamais perdemos nossa individualidade, mas nós vamos progredindo, vamos vivendo experiências, umas vezes encarnamos em corpos masculinos, outras vezes em corpos femininos, algumas vezes nossas experiências são mais voltadas à ciência, à arte, já em outras, somos colocados na área religiosa. Dessa forma, vamos construindo nosso processo educacional e ascensional, até que chegaremos a uma perfeição relativa. Perfeição relativa, porque sempre haverá algo pra se conhecer, visto que tanto o progresso quanto o universo são infinitos, portanto, não tem fim. Quando atingirmos esse estágio de espíritos puros, o universo nos estará franqueados. Enquanto ainda estamos num estágio de comportamentos perigosos, estaremos ainda ligados a esta grande escola que é o planeta terra.

Deus existe?

Quando perguntado aos espíritos sobre que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, sobre a existência de Deus? Eles são claros na sua resposta. A dedução de que Deus existe, pois, de onde viria esse sentimento se não houvesse uma base, é ainda uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa.

Vemos em todas as culturas, essa crença, essa sensação da presença de um ser criador, amoroso e bom, que o mundo ocidental nos coloca como sendo um pai.

Jesus não nos apresenta Deus como um pai, nos apresenta Deus como “Aba”. O significado de “Aba” é “Paizinho”. Há uma grande diferença nisso. Jesus não falou pai nosso que estais no Céu, nos disse “Aba”, ou seja, paizinho que estais no céu. Assim nos apresenta Deus como um pai de amor, um pai que nos educa, que jamais nos pune, que não é um vingador, que elaborou leis de equilíbrio universal, que criou a lei de causa e efeito, que em tudo aquilo que semeamos de forma livre, colhemos de forma obrigatória. Assim, se hoje sofremos e não enxergamos a causa nessa presente existência, é de certeza que esta causa é encontrada no passado, ainda que longínquo, em encarnações anteriores, aí está a compreensão dessa bondade divina, pois, quando nos encontramos em sofrimento sem saber a causa, poderíamos pensar que Deus teria nos esquecido, quando parece olhar com mais carinho outras pessoas, quando vemos nosso próximo com várias conquistas enquanto nós não conseguimos, quando olhamos outras pessoas e observamos que são de um jeito e nós não somos, porque fulano é saudável e nós não. Enfim, a doutrina espírita nos mostra que cada um de nós está imerso num processo educativo, e que Deus é o amor na sua forma infinita.

Quando causamos um mal aos outros, quando nós, com consciência matamos, destruímos, por efeito, acabamos por causar um vácuo energético entre nós e o próximo.

Deus, que é misericordioso, nos ajuda, não com sofrimento, mas com o trabalho a serviço do bem para que possamos superar essas nossas faltas. Porém, são poucos os que valorizam o trabalho do bem em prol dos nossos irmãos. Muitas vezes vivemos uma vida em prol das nossas necessidades e de nossas famílias. Quando nós procuramos pouco sair do nosso centro e não trabalhar pelos outros, também criamos dificuldades no resgate do passado equivocado, daí é que vem a dor.

Existe uma diferença entre dor e sofrimento. A dor não tem como fugir, mas o sofrimento é opcional. Exemplo, um homem que deseja muito um trabalho e sai a procura deste, a cada “não” recebido, ele sente a dor de não ter conseguido ainda seu intento, que o trabalho ainda não foi conseguido daquela vez, e sente a dor da negação e o sofrimento por não ter ainda começado a trabalhar.

É dessa forma que sentimos “a dor e o sofrimento” diante das adversidades da vida, e isso acontece principalmente quando sentimos medo diante do problema, e nos vitimamos acreditando que estamos sozinhos no mundo, que diante dos problemas, pensamos que Deus nos abandonou ou que não existe.

Observamos pessoas que estão doentes, padecendo dores, que estão para partir para o mundo espiritual e surge então, o medo.

Na realidade estamos todos imersos no processo de amor divino. Só o fato de estarmos encarnados no planeta terra, nos dá a condição de partir a qualquer momento, não precisando estar no estado terminal, qualquer um pode partir, sem mesmo estar com nenhuma doença.

Em verdade, estamos sendo convidados a fechar os olhos na terra e entrar num novo círculo fantástico de evolução, pois o corpo físico é um escafandro que nos limita as percepções, enquanto nós espíritos imortais temos condições fantásticas de fazer coisas maravilhosas.

Existem condições no mundo espiritual para nós continuarmos estudando, trabalhando, auxiliando os outros, pesquisando, envolvendo-nos em trabalhos ativos para nosso melhoramento. O que vivemos na terra é uma réplica imperfeita do que vivemos no mundo espiritual.

O sentimento intimo que temos da existência de Deus, não poderia ser fruto da educação? Das ideias adquiridas? A esse questionamento, os espíritos responderam a Kardec que se assim fosse, porque existiriam nos nossos selvagens esse sentimento. Se o sentimento do ser supremo fosse tão somente produto de um ensino, ele não seria universal e não existiria senão nos que pudessem ter oportunidade de ter esse ensino, assim como se dá com as noções da ciência.

Causa Primária

Outra pergunta feita aos espíritos foi se “poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária das coisas?”. E eles responderam perguntado então qual seria a causa dessas propriedades, pois é indispensável sempre uma causa primária.

Continuou dizendo que atribuir a causa primeira das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são também elas um efeito que há de ter uma causa.

Se a matéria existe, e tudo que existe tem uma causa, essa causa é Deus.

Em outro momento, se perguntou o que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou ao acaso?

E novamente os espíritos respondem. Outro absurdo, pois, que homem de bom senso pode considerar o acaso um ser inteligente. E o que é o acaso? Nada. A harmonia existente no mecanismo do universo, patenteia combinações e desígnios determinados, e por isso mesmo, revela um poder inteligente.

Atribuir as formações primárias ao acaso é insensatez, pois o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz, um acaso inteligente, deixaria de ser acaso.

Podemos complementar dizendo que um acaso inteligente é Deus. Dessa forma, percebe-se que o organismo físico, os ciclos que se sucedem nas temperaturas do globo, nas formações do nosso planeta, tudo isso seguem ordens e leis matemáticas.

Atualmente os astrônomos conseguem identificar pela matemática, mesmo não vendo, a localização de astros, levando em consideração a harmonia universal. Sendo assim, imaginar que o acaso seja inteligente, é a mesma coisa que querermos dar o nome de Deus ao acaso.

Para Deus não há problema, podemos chama-lo do que quisermos, pois Deus trabalha em silêncio, ele não nos obriga a aceita-lo, ele nos deixa caminhar em busca da maturidade do senso moral para podermos enxerga-lo, até porque não temos como ver Deus com os olhos da matéria.

Onde está deus?

Sabemos que existem espíritos que chegam ao plano espiritual, e já ouvi isso em uma reunião mediúnica, e dizem que não encontraram Deus. Isso se dá, porque eles ainda querem enxergar Deus como personificação que nós encarnados aprendemos a imaginar.

Na realidade só conseguimos enxergar Deus com os olhos do espírito, não há como encontrar Deus no lado de fora, nós podemos entender Deus olhando o que ele criou, as leis de harmonia, de amor, e de paz, porém, compreendê-lo na sua essência, no momento não há como.

Em nova pergunta aos espíritos se indagou “Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?”

Responderam os espíritos da seguinte forma: Existe um provérbio que diz “pela obra se reconhece o autor”, pois bem, vede a obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si, por isso ele denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser que um sopro de Deus pode abater!

O poder de uma inteligência se julga pelas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a natureza produz, a causa primária é, conseguintemente, uma inteligência superior à humanidade. Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior será a causa primária. Aquela inteligência superior é que é a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe deem.

Quando pensamos na adversidade da atmosfera, nas vegetações, na organização ecológica de uma floresta, onde tudo se completa, onde se você mexe na quantidade de alguns animais, você modifica, consequentemente o todo ecológico, isso é harmonia.

Desta feita, começamos a vibrar percebendo que este ser amoroso e bom está em todas as partes, e não apenas fora de nós, ele está também dentro de nós, exemplo disso é que quando oramos, geralmente pensamos em Deus bem distante, lá nos céus. Mas, quando paramos pra pensar que estamos sobre um globo, que o planeta terra, que é um pozinho no universo que gravita, vamos verificar que não existe alto nem baixo. Deus envolve com sua energia o universo por inteiro, e nós só temos o pensamento contínuo porque ele também está em nós nos organizando, pois é através do pensamento divino que nós conseguimos ter o pensamento contínuo, a energia para o nosso corpo.

Também é ele que faz com que os elétrons que gravitam em torno dos prótons, estejam em harmonia em conjunto, é ele quem tudo forma. Nós vivemos dentro do pensamento e da mente divina. É Deus fora de nós, o Deus “transcendente”, mas também o Deus “imanente”, o Deus que está em nós, como se tivéssemos dentro de nós essa porção divina, como Kardec nos dizia, que está dentro da nossa consciência. Dessa forma, podemos falar com ele a qualquer momento, e pedir tudo.

Deus conhece nossas necessidades, e nossos bloqueios são quem interferem em nossas vidas. Deus nos oferece caminhos e nós não nos abrimos para receber essas orientações. Quando oramos pedindo força, calma, virtudes, equilíbrio, orientação, porque faltam-nos peças nos quebras cabeças da vida e ficamos perdidos, pois não conseguimos fazer análise dos acontecimentos por nos faltar peças, nesse momento precisamos dar uma parada e focar em Deus, mergulhar nesse amor divino e pedir para que nos oriente, dessa forma vamos sentindo com o passar do tempo as intuições, uma certeza interior de que é melhor ir para o lugar correto.

Esse é o trabalho de Deus, ele não se materializa na nossa frente, ele trabalha em silencio. Dessa forma, para entramos em contato com Deus é necessário estarmos em silêncio interior. Esse movimento interior é importante, nós estamos muito acostumados a conhecer as coisas pelo raciocínio lógico, porém nos falta esse sentido de inteligência.

A Compreensão de Deus

Para compreender Deus em sua magnitude, temos que dar uma parada e fazer um mergulho em nosso interior. Kardec fala que podemos conhecer os atributos divinos pelo nosso raciocínio, Deus é soberanamente justo e bom, Deus é único, Deus é onipresente, está em todos os lugares, Deus é onisciente, ele tudo sabe, porque ele tudo criou, e como nós pensamos com base nas energias que nos oferece, ele tudo sabe, mesmo o que pensamos.

Ainda dentro de seus atributos, Deus é onipotente, se ele não fosse o supremo poder, era porque outro teria o mesmo poder, e não há. Deus nos criou, ele é nossa fonte originária, é o nosso pai divino e nossa mãe misericordiosa. Assim sendo, temos em nós por sermos seu filho a genética divina, nós com “d” minúsculo também somos deuses, e não foi à toa que Jesus, ao lembrar uma passagem do velho testamento, nos disse “Vós sois deuses”. Dessa forma, fica claro que trazemos potenciais divinos que estão em essência entre nós, à medida que oramos, que aprendemos, estudamos, refletimos, fazemos meditações, que trabalhamos em prol do outro e não apenas em nosso próprio benefício, mas nos envolvendo em serviços voluntários para ajudar ao próximo, tudo isso ativa em nós potenciais divinos que jazem adormecidos, pois temos poderes de cura, podemos enviar emanações de carinho que as pessoas receberão.

Os espíritos explicam que nós estamos mergulhados em um fluido da mesma forma que estamos mergulhados no ar, e nós não vemos o ar, contudo sentimos, ao respirar, que ele existe. Da mesma forma estamos imersos em um oceano de água, onde as moléculas de água estão separadas, mas se elas se unissem, nós viveríamos dentro de um oceano de água.

Na verdade, estamos dentro de um oceano vibratório, num oceano que Kardec chama de fluido cósmico universal, podemos dar para essa energia o tom e a potencialidade que desejarmos, quando nós lembramos de coisas equivocadas e sentimos raiva, quando lembramos de coisas que nos levam a amargura, geralmente sentimos um peso, isso é o tom que damos ao fluido cósmico universal em torno de nós.

A medida que pensamos no bem, quando oramos, visualizamos uma luz que vai até nosso ente querido, ao nosso amor, aquela pessoa que quero ajudar, essa pessoa recebe essa energia, e quanto mais eu treino isso mais eu dinamizo esse potencial divino.

A Educação sobre a divindade

Nós encarnamos em uma cultura que valoriza somente as coisas materiais. Na escola nos orientam e ensinam com o objetivo de sermos bons profissionais, para ser um bom trabalhador e precisar estar imersos no mercado.

Olhando por esse ângulo, estão certos, pois todos nós precisamos desempenhar as diversas funções e sobreviver dignamente. Porém, esse sistema desperta somente o lado da nossa intelectualidade.

Observamos que não há atividade para ativar os potenciais divinos em nós. Nos veem como espíritos mortais, e há todo um lado de potencialidades que não sabemos como conduzir.

As pessoas sentem tristezas, raivas, remorsos, culpas, medos, e os homens não aprendem a conduzir as suas emoções. A psicologia está aí, e dá condições de levar isso para a escola. Talvez o próprio profissional da psicologia não tenha sido orientado para esse lado.

Em verdade, é negado esse lado de que somos espíritos e temos emoções, para estimular somente a entrada no mercado de trabalho e produção.

Estamos imersos neste tipo de cultura aduanista que nós somos estimulados a viver, comprando sem parar e com necessidades cada vez mais fantasiosas, pois o mercado precisa e incentiva isso. Exemplo claro em nossos dias é o caso do aparelho celular, que compramos num dia e no mês seguinte já está obsoleto, nos conduzindo a querer adquirir sempre o mais moderno. O produto já entra no mercado com uma obsolescência programada, ou seja, somos induzidos o tempo todo na fantasia do consumismo.

Se não tomarmos o cuidado devido, podemos passar a vida toda, esse período valioso que passamos na terra para evoluir, para nos conhecer, para trabalhar nossa ascensão espiritual, somente para ter dinheiro, para consumir tudo que quisermos, satisfazer nossas necessidades físicas, etc.

Tudo isso é até justo, mas nós não somos só isso, não somos só o corpo e as necessidades físicas, a finalidade da nossa existência não é essa. Quando passamos nossa vida procurando só essas coisas, sentiremos um vazio imenso, uma frustração grande, sempre querendo buscar mais.

Precisamos parar e perceber que somos espíritos imortais, todos somos terminais, e a qualquer momento poderemos partir, independentemente da idade. Dessa forma, precisamos organizar nossas vidas para não deixar dificuldades para aqueles que ficam, vamos ativar em nós as potencialidades divinas.

Planejando a viagem

Quando vamos em uma viagem, nós nos planejamos para essa viagem, nos municiando de tudo o que nos fará falta. Na casa espirita nós refletimos para saber como é o mundo espiritual para onde vamos, e para ativarmos em nós os bens preciosos, aqueles que poderemos levar, pois não levaremos nada conosco, nem amores, nem parentes, nem esposa, nem marido, nem filhos, nem amigos, pois ninguém é nosso propriamente, nem nosso corpo, nada, ficará tudo, dinheiro, ouro, casa, carro, etc.

O que levaremos precisa ser ativado, a serenidade, a alegria de viver, porque a vida continua. O bem estar espiritual, a ativação das percepções da realidade cósmica, das energias divinas, sentirmos Deus em nós, nos trazendo a paz, o conforto, dessa forma sim, acharemos a segurança, e não ali ou acolá, pois o reino dos céus está dentro de nós e só o encontraremos mergulhando para nosso interior, e a medida que vamos mergulhando nessa paz, não haverá mais ninguém que possa nos fazer infeliz, tiraremos dos outros o poder de definir a nossa existência e tomaremos as rédeas de nossas vidas, pois só existe alguém sem o qual não conseguiríamos viver, é Deus, alma da nossa alma, o amor supremo, que nos ama divinamente, que está sempre ao nosso lado, pois jamais estivemos sozinhos.

Deus dentro de nós – Deus imanente

Observemos o ar entrando e saindo das nossas narinas, basta isso para que possamos nos acalmar, relaxar a musculatura em torno dos olhos, soltar a musculatura em torno da boca, caírem soltos os ombros, soltar as amarras do abdômen, relaxar as pernas, os pés, dessa forma, num estado de tranquilidade, podemos mergulhar dentro do nosso próprio coração, imaginando um ponto de consciência dentro do peito. Dessa forma sentiremos a paz e a serenidade. Isso é Deus dentro de nós, onde podemos imaginar que a medida que essa paz aumenta, podemos nos sentir no cosmos, veremos planetas, estrelas, raios de luz penetrando nossas cabeças e em nossa matriz perispiritual.

Quando fazemos isso, formas e pensamentos inadequados, energias deletérias, geralmente geradas pela mente inexperiente se dissolvem. Essa energia divina vai iluminando todo nosso corpo, viajamos pelo universo, entregando-nos a essa sensação de paz, conseguiremos falar diretamente com Deus, e pedir a ele aquilo que verdadeiramente precisamos. Todas as conquistas espirituais que temos se integram em todos os níveis de nosso ser para sempre.

Fazendo isso um pouquinho só por dia, os efeitos são extraordinários para a vida de saúde e paz que desejamos. Evocar Deus para nossa vida, para nossa mente, para nossa fala, trará nossas expressões para estar sempre de acordo com o amor divino. Um exemplo disso é a nossa forma de falar, que ela esteja sempre de acordo com o amor e a paz. Que nossos pensamentos possam estar identificados para nos trazer amor, equilíbrio e paz. E que nossos pés e mãos sejam instrumentos de Deus para fazer a caridade.

As faces de Deus

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