Читать книгу As faces de Deus - Sidney Profeta da Silva - Страница 6

Оглавление

PRELIMINARES

Deus é um tema complexo por natureza, sempre ouvi que quem ousar discorrer sobre esse assunto corre o risco de transitar em terrenos que estão acima da alçada do audaz.

Porém, a humanidade mais primordial já trazia uma ideia sobre o criador. E essa ideia veio ganhando corpo no decorrer da história do homem na terra. Entre negações e abnegações, observamos que Deus sempre esteve presente em tudo. Foi então que surgiu a vontade de escrever sobre esse ser que não conseguimos ainda descrever ou compreender por ainda estarmos em condições de espíritos em evolução, e bem perto do início desse processo. Mas, como todos os seres humanos, negando ou acreditando, temos a nossa concepção sobre o criador, e decidimos compartilhar, buscando, através de pesquisas realizadas, nosso entendimento, também limitado, sobre a existência de Deus. Entendimento este, que está ligado a filosofia que buscamos professar, a do Deus único, justo, amoroso, e que jamais abandona o filho, ainda que estejamos viajando pelos equívocos da caminhada.

Para iniciar este livro, deixamos o ensinamento deixado a nós pelo amigo Néio Lúcio, psicografia do nosso irmão Chico Xavier, na obra “Jesus no lar”.

A resposta celeste – Pelo espírito Néio Lúcio

Solicitando Bartolomeu esclarecimentos quanto às respostas do Alto às súplicas dos homens, respondeu Jesus, para elucidação geral:

– Antigo instrutor dos Mandamentos Divinos ia em missão da verdade celeste, de uma aldeia para outra, profundamente distanciadas entre si, fazendo-se acompanhar de um cão amigo, quando anoiteceu, sem que lhe fosse possível prever o número de milhas que o separavam do destino.

Notando que a solidão em plena Natureza era terrível, orou, implorando a proteção do Eterno Pai, e seguiu.

Noite fechada e sem luar, percebeu a existência de larga e confortadora cova, à margem da trilha em que avançava, e acariciando o animal que o seguia, vigilante, dispôs-se a deitar-se e dormir. Começou a instalar-se pacientemente, mas espessa nuvem de moscas vorazes o atacou, de chofre, obrigando-o a retomar o caminho.

O ancião continuou a jornada, quando se lhe deparou volumoso riacho, num trecho em que a estrada se bifurcava. Ponte rústica oferecia passagem pela via principal, e, além dela, a terra parecia sedutora, porque, mesmo envolvida na sombra noturna, semelhava-se a extenso lençol branco.

O santo pregador pretendia ganhar a outra margem, arrastando o companheiro obediente, quando a ponte se desligou das bases, estalando e abatendo-se por inteiro.

Sem recursos, agora, para a travessia, o velhinho seguiu pelo outro rumo, e, encontrando robusta árvore, ramalhosa e acolhedora, pensou em abrigar-se convenientemente, porque o firmamento anunciava a tempestade pelos trovões longínquos. O vegetal respeitável oferecia asilo fascinante e seguro no próprio tronco aberto.

Dispunha-se ao refúgio, mas a ventania começou a soprar tão forte que o tronco vigoroso caiu, partido, sem remissão.

Exposto então à chuva, o peregrino movimentou-se para diante.

Depois de aproximadamente duas milhas, encontrou um casebre rural mostrando doce luz por dentro, e suspirou aliviado.

Bateu à porta. O homem ríspido que veio atender foi claro na negativa, alegando que o sítio não recebia visitas à noite e que não lhe era permitido acolher pessoas estranhas.

Por mais que chorasse e rogasse, o pregador foi constrangido a seguir além.

Acomodou-se, como pode, debaixo do temporal, nas cercanias da casinhola campestre; no entanto, a breve espaço, notou que o cão, aterrado pelos relâmpagos, fugia a uivar, perdendo-se nas trevas.

O velho, agora sozinho, chorou angustiado, acreditando-se esquecido por Deus, e passou a noite ao relento. Alta madrugada, ouviu gritos e palavrões indistintos, sem poder precisar de onde partiam.

Intrigado, esperou o alvorecer e, quando o Sol ressurgiu resplendente, ausentou-se do esconderijo, vindo a saber, por intermédio de camponeses aflitos, que uma quadrilha de ladrões pilhara a choupana onde lhe fora negado o asilo, assassinando os moradores.

Repentina luz espiritual aflorou-lhe na mente.

Compreendeu que a Bondade Divina o livrara dos malfeitores e que, afastando dele o cão que uivava, lhe garantira a tranquilidade do pouso.

Informando-se de que seguia em trilho oposto à localidade do destino, empreendeu a marcha de regresso, para retificar a viagem, e, junto à ponte rompida, foi esclarecido por um lavrador de que a terra branca, do outro lado, não passava de pântano traiçoeiro, em que muitos viajores imprevidentes haviam sucumbido.

O velho agradeceu o salvamento que o Pai lhe enviara e, quando alcançou a árvore tombada, um rapazinho observou-lhe que o tronco, dantes acolhedor, era conhecido covil de lobos.

Muito grato ao Senhor que tão milagrosamente o ajudara, procurou a cova onde tentara repouso e nela encontrou um ninho de perigosas serpentes.

Endereçando infinito reconhecimento ao Céu pelas expressões de variado socorro que não soubera entender, de pronto, prosseguiu adiante, são e salvo, para o desempenho de sua tarefa.

Nesse ponto da curiosa narrativa, o Mestre fitou Bartolomeu demoradamente e terminou:

– O Pai ouve sempre as nossas rogativas, mas é preciso discernimento para compreender as respostas d´Ele e aproveitá-las.

(Recebida por Francisco Cândido Xavier, extraída do livro “JESUS NO LAR” edição FEB).

As faces de Deus

Подняться наверх