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CAPÍTULO 01.

FACES DE UM SÓ DEUS

Como entender a existência de Deus

A doutrina espírita, desde o seu advento, vem preenchendo de forma satisfatória, importantes lacunas acerca das leis universais que regem tudo que podemos compreender por enquanto. Como o fez para o entendimento de o que é céu e o que é o inferno, da justiça em meio às aflições vividas.

Uma questão que devemos observar e nos perguntar, é se nos preenche o entendimento satisfatório do que seja Deus. Até então se falou em Deus como a figura antropomórfica, sentado num trono com seu cajado, anjos prostrados aos seus pés. Alegoricamente ainda observamos em alguns lugares, se mostrar Deus dessa forma.

No entanto, Deus, nosso criador, se mostra a nós nas mais diversas formas. Aquela forma íntima que cada ser precisa para encontra-se com ele. Antes de adentrarmos nas formas que apresentamos para enxergar a Deus, vamos, dentro das limitações de nossa capacidade de entendimento, adentrando algumas vezes em áreas que não nos dizem respeito, mas que foram objeto de pesquisa de grandes estudiosos, e apenas replicamos, para tentar mostrar que Deus existe.

Abandonando Deus

Vamos observar que periodicamente a humanidade se volta contra o criador, por não compreender, no seu momento, o que é Deus.

Adentrando à filosofia, vamos ver que, após a eclosão da revolução francesa, um Orador, Pedro Gaspar, diante de uma plateia na catedral de Notredame, deixou escapar a seguinte frase: “Neste momento, a França não tem necessidade de Deus. A revolução, que derrubou os absolutistas declara que nosso Deus se chama Razão, e diante da razão não temos outros deuses a adorar”. A multidão parisiense aplaudia, dominada pela euforia da revolução ateísta.

Na chamada “convenção nacional”, foi destacado que as religiões perturbavam a marcha do progresso, e a França, que sabia pensar, não necessitava da proteção divina.

O materialismo tomou conta de todo o país, a intolerância chegou ao ponto de mudar as identificações de todas as ruas, praças, avenidas que tinham nomes religiosos, foram substituídos por nomes revolucionários.

E veio Robespierre e Danton, com os dias do terror, e na praça da concórdia, o sangue das vítimas rolavam com a invenção da guilhotina.

O terror havia tomado conta da França, propagando os ideais dos filósofos que sonhavam com a liberdade para que fosse abandonado o totalitarismo ancestral, a qualidade divina dos reis, e a intolerância das religiões dominadoras.

Pouco antes disso, Voltaire, com 82 anos de idade, faria uma declaração que permanece como a redenção dele, pois se comentava que ele não acreditava em Deus, e ele ratificou essa informação. Disse que não acreditava nesse Deus criado pelos homens, mas era crente no Deus que criou os homens.

Nova revelação de Deus aos homens

Anos após isso, Kardec é chamado para codificar a doutrina dos espíritos. Ele tem uma preocupação, que não é identificar o Deus criado pelos homens, mas o Deus que criou os homens.

A primeira e mais importante questão da sua primeira obra codificada, é “Que é Deus?”. Até então, ninguém se atrevera a definir Deus de uma maneira lógica, pois definir o infinito é ilimitado. Definir Deus, seria colocá-lo dentro de um conjunto de palavras, limitando a grandeza do seu ser.

Allan Kardec, ao formular a pergunta, acaba com o Deus personalista. A pergunta que sempre se fez antes disso, e que ainda hoje vemos se perguntar é ‘Quem é Deus?”, e pra essa pergunta, qualquer resposta terá o caráter de um Deus humano, daquele Deus dos Exércitos que extermina uma raça, em benefício de outra raça, a privilegiada, que geralmente era a do vencedor, nos diversos conflitos na história da humanidade.

Kardec, elabora a questão de uma maneira mais lógica, “Que é Deus?” “Que razão temos para merecer Deus?”. A espiritualidade amiga e superior nos responde, “É a inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas”. É uma definição tão elástica, que é ilimitada. E será que essa resposta preenche satisfatoriamente nosso entendimento?

A prova da existência de Deus, é também uma pergunta feita por Kardec aos espíritos, numa questão um pouco mais à frente da obra, mais precisamente, a questão 4. E as entidades superiores respondem que “Num axioma que aplicais às vossas doutrinas, de que todo efeito provém de uma causa. Logo o que não foi feito pelo homem, foi criado por Deus”.

Na questão número oito do Livro dos espíritos, Kardec pergunta aos espíritos “O que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria?”. Os espíritos por sua vez respondem que não há bom senso em se considerar o acaso, o nada, como um ser inteligente. Complementa, dizendo que a harmonia que rege as forças do Universo revela as combinações e alvos determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso não teria sentido, visto que o acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um acaso inteligente já não seria acaso.

Deus de Volta

Voltando ao discurso de Pedro Gaspar, citado no início do capítulo, este será combatido mais tarde, quando um jovem na Córsega, ilha francesa, saiu do anonimato, realizando conquistas, para no século seguinte levar Deus novamente ao povo Francês.

Vejamos o paradoxo, um revolucionário expulsou Deus, na tribuna de Notredame, e outro revolucionário, leva Deus de volta, através de um documento do Vaticano, esse era Napoleão Bonaparte.

Esse homem tinha a ambição de transformar o mundo, através de batalhas ininterruptas e vitórias, sucedendo-se umas às outras. Na Catedral de Notredame, é coroado Imperador da França, reestabelecendo a Monarquia derrubada pela revolução Francesa.

Napoleão, porém, diante do poder, quis mostrar que estava acima da religião à época, encarcerou o papa no seu castelo, e rompeu as relações novamente entre França e o vaticano.

Naquele século, porém, Paris levantava-se com o pensamento positivista, deixando para traz o iluminismo, que trazia em sua filosofia uma doutrina baseada na razão para ceder lugar ao pensamento que teria em Comte, seu mais fiel defensor, aquele que estabelece a desnecessidade de religião e prega a ciência como base da sua doutrina.

Jung, psicoterapeuta suíço, em sua obra “Psicologia e Religião”, dizia que a criatura Humana tem necessidade psicológica de uma religião para encontrar a iluminação. Jung separou-se da doutrina totalitária da libido, freudiana. Apresentava a criatura humana como o ser que sonha, que precisa de luz, e dizia que nossa vitória total somente se dará quando nós atingirmos esse estado de integração com o cosmo. Esse mesmo estado de plenitude que Jesus costumava chamar de o reino dos céus.

Após a morte de Napoleão Bonaparte, na Bélgica, a França entra em outro regime de liberdades democráticas e atividades bélicas, até que um sobrinho neto de Napoleão propõe uma revolução democrática, e ele, Napoleão III é levado ao poder, traindo os ideais da república democrática, reestabelecendo a monarquia naquele país.

Para ter êxito no seu pleito, ele firma contrato com a tradição religiosa dominante, e estabelece um governo de pavor, proibindo reuniões com mais de 25 pessoas sem que o império autorizasse, qualquer obra literária teria que passar pelo cuidadoso exame da igreja católica.

Nesse período, Kardec manda o livro dos espíritos para o exame da censura, a espiritualidade superior trabalha em favor para que o analisador, ao ler o livro, declare-se a favor da impressão.

A grandeza da doutrina espírita conseguiu superar a tradição e a ignorância da censura, que mantinha no cabresto da fé cega, aqueles que não podiam pensar.

Filosofia e cultura

O Século XIX, é o século da filosofia, vamos encontrar pensamentos antagônicos como os de Kant, e a doutrina da negação de Nietsche, que declarava a morte de Deus.

Investigadores da fisiologia, à época, demonstravam que os fenômenos ditos mediúnicos, não passavam de fenômenos de personalidades múltiplas. O Dr. Pierre Janet, em sua obra “Automatismo psicológico”, veio nos dizer que nós, seres humanos, ativamos personalidades em nosso mundo íntimo, e em estados alterados de consciência, essas personalidades aparecem. No entanto, ele nunca assistiu a uma experiência mediúnica.

Fundamentava-se nos psicopatas, nos histéricos, nos epilépticos. Ainda assim, declarou guerra ao fenômeno da mediunidade, asseverava que os médiuns eram esquizofrênicos, portadores da esquizofrenia, ou ainda epilépticos.

Na arte e cultura, já no século XX, por volta dos anos 60, ocorria uma revolução sociológica no mundo. Quatro jovens, em Liverpool, começam a cantar belíssimas canções. Podemos dizer que os Beatles eram um símbolo do movimento revolucionário que assolava o mundo.

O Líder da banda, John Lennon, com o sucesso de suas músicas e filmes, declarava que eles eram mais conhecidos do que Jesus. Essa declaração causou um alvoroço nas religiões cristãs, no entanto, era verdade o que o cantor havia falado.

Jesus é conhecido na cultura judaico-cristã do ocidente, mas não adentrou tanto na cultura oriental. Já os Beatles, vendia LPs de vinis no mundo todo, mais discos do que exemplares de bíblias já fabricados até então.

Nesse mesmo período, a jovem estilista Mary Quant, começou a aparecer com saias um palmo acima dos joelhos, quando o comum eram usá-las um palmo abaixo. Criando a mini saia, para escândalo dos mais conservadores.

Essa era uma geração de jovens rebeldes. Nos EUA, um pensador Francês chamado Guy Debord, professor universitário, manifestava-se e sugeria a esses jovens dizer “Não as guerras” da Coréia e Vietnam, e dizer “Sim ao amor”, era o período do “Paz e amor”

Enquanto os Beatles tocam seu rock suave, os Hippies fazem os três dias de Rock, sexo, e drogas em Woodstock, e ali se proclamava o “materialismo existencialista”, promulgando viver o momento, pois repentinamente chegaria a morte, então, “o viver era o agora, como se não houvesse o amanhã”.

A humanidade começa a observar essa mudança, onde já se usavam drogas em abundância, e os Beatles então começam a ficar saturados para os jovens, que tem necessidade de preencher o vazio interior.

Surge após isso, um caminhoneiro que dançava de forma diferente e começava a cantar canções românticas, abalando novamente o mundo “business”. Elvis trazia no rock uma nova mensagem, mas, cai no mundo das drogas, e começa a se deformar, tomado pelos excessos, ainda que amado pela comunidade que gritava “Elvis não morreu”.

Por volta dos anos 80 do século XX, o ceticismo tomava conta da humanidade. John, que nos falava de paz e amor, através de músicas belíssimas como “Yesterday” “Imagine”, e tantas outras que dulcificam até hoje o coração e ficaram em nossa memória, declarava “O sonho acabou”, e em Nova York, próximo ao Central Park, desencarna através de um tiro emanado de uma arma disparada por um fã.

O Materialismo, o ceticismo, o imediatismo, o erotismo, tomam conta da nossa cultura. Até sacerdotes, na Holanda, seguiam as concepções de Don Cupitt, através do realismo cristão, e se declaravam ateus. Diziam ter provas da existência de Jesus, mas não de Deus.

Espiritismo e ciência

Já a doutrina espírita tem suas afirmativas endossadas por comprovações cientificas no decorrer do tempo. A Ideia da existência de Deus é inata no homem. Mas saber o porquê ele existe, é que precisamos buscar explicar, e não apenas acreditar, pois existe diferença entre crer e saber.

Vimos até então, que o homem que crer, pode descrer logo depois. Já acreditamos que a terra era o centro do universo, e se discordássemos, seriamos queimados em praça pública, e fomos obrigados a descrer.

Quando conquistarmos a sabedoria, deixaremos de ter essas mudanças temporárias entre crer e saber. Pois a sabedoria não se perde como a crença. Precisamos pegar a crença em Deus, que é muito forte quando a vida está em brancas nuvens, porém nas aflições, quando se perde um emprego, um filho, a metade da maçã, a casa, todo o poder, a crença em Deus é questionada, e se passa a acreditar no velho princípio materialista da sorte e do azar. Acreditando que se Deus fosse mesmo bom, não haveria sofrimento.

A confiança inabalável em Deus não deve estar relacionada a circunstância ou situação, irá se manter porque sabemos que temos o livre arbítrio e a “sorte ou azar” será consequência de nossas ações. O fortalecimento da fé se dá através da razão.

Augusto Cury, Psiquiatra, psicoterapeuta, escritor, em “Análise sobre a inteligência de Cristo”, uma pesquisa minuciosa, onde comprovou através da ciência e da psicoterapia, que Jesus existiu, e foi a maior inteligência que já pairou pelas bandas terrenas. Que não caberia na personalidade de Jesus a mentira. Dessa forma, só pelo fato de Jesus ter dito que Deus existe, já seria suficiente para acreditarmos. Mas seria uma comprovação empírica.

Podemos tentar, nas nossas limitações, adentrar no terreno científico para falar sobre a existência de Deus, mesmo que não seja nossa área de atuação, mas sob a observação dos grandes nomes da ciência.

A ciência demonstra em provas irrefutáveis a existência de Deus. E como diz o Cametaense, vamos começar pelo começo, para falar sobre isso.

No princípio, predominava o politeísmo, com exceção dos Hebreus, que fundaram o Judaísmo, a religião monoteísta naquela época, e serviu de base mais a frente, para duas outras religiões monoteístas, o cristianismo e o islamismo.

Em 70 D.C., quando ocorreu a diáspora, ou seja, a dispersão da crença do monoteísmo. O povo Judeu sofreu ataques de Roma, sob o comando do imperador Tito, onde, diante das escolhas que tinham, fugir ou escravizar-se novamente, escolheram a fuga. Dispersaram mundo a fora. Segundo página da internet do Chabat.org, hoje nos EUA, existem aproximadamente, 6 milhões de Judeus, praticamente a mesma quantidade que existe em Israel.

Em 1948, a ONU criou o atual estado de Israel, autorizando os Judeus a voltarem para sua terra, e ao retornarem, encontraram outros habitantes, os palestinos árabes, iniciando um conflito que ainda não teve fim, como assistimos todos os dias na TV.

Essa dispersão do povo Judeu, ajudou a espalhar a ideia de um Deus único. Até então, a ideia de Deus era muito fragmentada.

Porém, o tempo foi passando e o ateísmo foi crescendo. A propagação do ateísmo não é novidade, e essa ideia já domina politicamente mais da metade do mundo. Ideologicamente, a maioria das pessoas mais cultas, onde para eles, Deus já morreu há tempos.

Evoluímos com o passar das existências, moralmente e intelectualmente. E quando isso acontece, nossa mente vai ficando mais arejada, mais exigente. E Os doutores da lei teológica já não sabiam o que fazer com essa ciência que duvidava de Deus, é o que nos dizia Herculano Pires em sua obra” Visão espírita da bíblia”.

Apresentavam eles, Deus para as pessoas de mente mais arejada, como se ainda vivêssemos numa civilização judaico-agrária dos primeiros séculos da era cristã. O Deus antropomórfico, na figura humanizada. O Deus que nós fizemos à nossa imagem e semelhança, e emprestamos nossos defeitos a ele, tornando-o mesquinho, vingativo, punitivo, fazendo que interpretemos o inferno eterno e o pecado da maçã ao pé da letra.

Quanto mais os evangelizadores insistirem em mostrar esse Deus personalista, mais ateus vão surgir. Se pararmos pra pensar, hoje existem mais ateus do que crentes no mundo.

Aqueles ateus que tem uma religião, mas na hora do aperto, da dor, do suplicio, consideram o Deus que apresentaram a ele, injusto, dando a uns saúde e a outros a doença, uns milionários e outros miseráveis. Como crer nesse Deus? Ideologicamente, podemos dizer que a maioria é ateu.

Estamos atualmente, passando por um processo de renascimento de Deus. O advento da doutrina espírita nos trouxe as observações à luz da razão, e o avanço da ciência, faz Deus renascer. Ele que estava morrendo na mente dos Homens.

Através da doutrina espírita podemos dizer que inicia um processo de constatação da existência de Deus. A sensibilidade de Kardec ao perguntar “Que é Deus?” aos espíritos, ainda na metade do Século XIX, quando só se via Deus como a figura humanizada que já relatamos aqui.

A espiritualidade nos mostra na resposta que não importa até onde vai a mente humana, ele está na origem, na causa primeira de qualquer coisa no universo. Independente do avanço da ciência, ou descoberta sobre qualquer outra coisa. Deus é o motivo de tudo existir. As provas da existência, já dissemos que está em tudo que não é obra do homem.

O Ex Presidente da academia de ciências de Nova York, cientista, Dr. Cressy Morrison, publicou sua obra “Sete Razões pelas quais um cientista acredita em Deus”, um “best seller” no meio cientifico, que ensina a nós, humanos, maneiras de enxergarmos Deus.

Diz no livro que os cientistas fizeram grandes descobertas, com espirito de humildade cientifica, e de fé fundamentada no conhecimento, as quais estão lhes aproximando de uma consciência de Deus.

Diz que o universo é uma grande obra, projetada e executada por uma grande inteligência de engenharia. Afirma matematicamente que não existe possibilidade de o universo ter sido obra do acaso.

O Cientista avança na sua observação e nos fala sobre o movimento da Terra em torno do seu eixo, numa velocidade de 1600 km/h, como aprendemos em ciências ainda no ensino primário. Sendo que esse movimento é responsável pelo dia e pela noite, com a presença e ausência da claridade solar, e a vida só é possível porque esse movimento se repete de forma contínua e sem mudança. Quem poderia ter pensado nisso de forma exata?

Outro exemplo citado pelo cientista, a Terra se distancia do sol aproximadamente em 150 milhões de quilômetros, com uma temperatura na estratosfera solar de 4468 °C. Numa temperatura dessas, o sol só poderia estar nessa distância da Terra, se a distância fosse maior ou menor, um pouquinho que fosse, não haveria vida no planeta. Isso é extraordinário. Quem calculou isso?

Usou também o exemplo da inclinação do planeta, a qual é 23,27 ° de inclinação. Se a inclinação não fosse exatamente essa, segundo o cientista Morrison, gases oceânicos se moveriam e congelaria todos os continentes. Seria obra do acaso, do nada, a determinação dessa inclinação?

No livro ainda consta que a Terra está distante da Lua há aproximadamente 384 mil quilômetros. Essa distância não se dá ao acaso, a pressão da lua e seu magnetismo são responsáveis pelas ondas dos mares, rios, lagos, e todas as superfícies liquidas. Caso estivesse mais perto ou mais distante, ainda que um pouquinho só, a vida seria impossível, pois, é essa distância que mantém a gravidade do nosso planeta. Como pode isso?

Caso a superfície do oceano fosse um pouco mais profunda ou mais rasa, a vida seria impossível, pois o oxigênio do ar seria todo absorvido e não haveria o suficiente para nós respirarmos. Não teria vida na superfície.

A distância da atmosfera terrestre é de aproximadamente 80 quilômetros. Diariamente pedaços de planetas caem na direção da terra, e ao adentrarem em nossa atmosfera eles se despedaçam, como estrelas cadentes, em pequenos blocos, caem na superfície terrestre. Se a distância da atmosfera do planeta fosse diferente, o equilíbrio gravitacional sofreria grandes problemas. Não haveria vida na terra.

Quem seria o grande autor dessa engenharia nos oceanos, na espessura da atmosfera, as distancias da lua, do sol, etc. Caso nada disso tivesse cálculos milimétricos não haveria possibilidade de vida no planeta, E só existe vida orgânica na terra porque alguma coisa muito inteligente preparou para que isso pudesse acontecer.

Poderíamos alegar que só existe vida na terra em virtude de a natureza ter oferecido essa possibilidade, como já ouvimos ser colocada essa afirmativa. Porém, precisa-se admitir que é uma natureza inteligente.

Albert Einstein, físico, afirmou certa vez que por detrás de toda matéria existe algo de inexplicável. Isso à época de seus estudos, final do século XIX e início do século XX. Atualmente poderíamos dizer que já existe explicação.

Matéria elementar

Na questão 30 do Livro dos espíritos, Kardec pergunta “A matéria é formada por um só ou por vários elementos?” Os espíritos respondem que “a matéria é formada por um só elemento primitivo. Os corpos considerados como corpos simples não são os elementos verdadeiros, mas transformações da matéria primitiva.” Podemos entender que Deus criou uma só matéria, a matéria elementar, e que através de seus movimentos, várias outras transformações se deram.

O livro dos médiuns, no item 130, relata que “A existência de uma matéria elementar única é quase geralmente admitida hoje pela Ciência e confirmada, como se viu, pelos Espíritos”. Quase, à época, meados do século XIX, hoje a ciência já admite. Os espíritos nos falam que todos os corpos da natureza nascem dessa matéria primitiva, como na tabela periódica, os elementos que lá já conhecemos, nasceram das modificações dessa matéria elementar. Podemos dizer que os fótons, que é a menor partícula da luz, o wireless, os sinais de rádio e televisão, todos originaram dessa partícula.

No livro dos espíritos, na questão 36, os espíritos nos dizem que até onde consideramos que existe vácuo, há matéria. A questão 32 nos diz que os sabores, os odores, as cores, o som, as qualidades venenosas ou salutares dos corpos não significariam mais do que modificações de uma só e mesma substância primitiva, e que só existem em virtude da disposição dos corpos que estão destinados a percebê-la. Exemplo disso, podemos citar o Camarão como alimento, que para quem é alérgico, pode ser um veneno. Já para quem não é, pode ser um alimento saudável, ou seja, as modificações se dão em virtude da percepção de cada outra matéria.

Aprendemos, durante muito tempo, que a menor partícula existente era o átomo, depois descobrimos que o átomo tinha um núcleo, e passou a ser esse núcleo de átomo a menor partícula. Aprendemos também que toda matéria condensada, seja uma bolsa, um relógio, um corpo humano, toda essa matéria é formada por átomos.

Mais à frente a ciência sugeriu a divisão desse núcleo atômico, onde foi descoberta a existência de prótons e nêutrons.

A ciência moderna descobriu que dentro dos prótons ainda existiam outras três partículas ainda muito menores, aquela partícula originária elementar que estamos querendo demonstrar, que ao movimentar-se transforma tudo o que chamamos em matéria. Essas partículas foram denominadas pelos cientistas de “Quarks”. Sendo o Quark, essa tal matéria elementar.

Recentemente a ciência quântica descobriu que os quarks não são movimentados ao acaso, que existe uma energia consciente e inteligente, e com precisão nos movimentos deles. A física quântica demonstrou que de alguma forma os quarks estão conectados à consciência, e que o átomo tem uma espécie de inteligência quântica, capaz de produzir padrões diferentes de reação.

Podemos dizer que essa energia primária é Deus. Tão pequeno aos olhos limitados da matéria condensada, mas tão grande na consequência de sua variação.

Ainda com todas as provas cientificas, há cientistas ateus que admitem a natureza inteligente da matéria primária, mas não admitem chama-las de Deus. Porém, para nós não interessa o nome que se queira dar, natureza inteligente da matéria, para os cientistas; Allah, para os islãs; God, para os ingleses; ou Simplesmente, Deus. Não importa qual nome será dado, Deus é um só.

Os cientistas ao mergulharem a fundo na matéria para provar que Deus não existia, pois, a matéria é o santuário deles, e querendo provar que a matéria era formada por ela mesma. Acabaram por nos revelar Deus na origem.

André Luiz, no livro “Nos domínios da mediunidade”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, em 1955, nos fala que “Químicos, físicos, geômetras, e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são, sem querer, sacerdotes do espírito, porque em consequência dos seus porfiados estudos, o materialismo e ao ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria ”. Após essa descoberta dos Quarks, isso se comprova.

Já Emmanuel, no livro “Emmanuel” Psicografia de Chico Xavier, em 1938, nos diz que “A matéria não organiza, ela é organizada. E não representa senão uma modalidade de energia esparsa no universo”.

Segundo o cientista James jeans, acredita-se entre os físicos, quase que de forma unanime, que a corrente do conhecimento nos leva a uma realidade não mecânica, e que o universo começa a parecer mais um grande pensamento do que uma máquina.

Já Max Planck, o grande fundador da teoria quântica, diz que após suas pesquisas sobre o átomo, concluiu que toda matéria é originária e composta por uma única força. Que se precisa aceitar um espírito consciente e inteligente atrás dessa força. Que não se envergonha em denominar este criador misterioso, do mesmo modo como foi em todos os antigos povos civilizados da Terra das eras passadas: DEUS.

Podemos chamar isso de humildade cientifica. O criador da teoria quântica admitindo a existência de Deus. Agora não são só os pregadores da bíblia que afirmam que Deus existe, a ciência também.

No livro “E a vida continua” Psicografia de Chico Xavier, pelo espírito André Luiz, esse mesmo André Luiz nos diz que “Qualquer aprendiz de ciência elementar no Planeta não desconhece que a chamada matéria densa não é senão energia radiante condensada”. Ele continua dizendo que “em última análise chegaremos a saber que a matéria é luz coagulada”.

A gente sempre ouve as pessoas pedindo ou desejando muita luz, e quase sempre de forma aleatória, sem saber o porquê. Agora sabemos que somos luz coagulada, somos energia condensada. Não conseguimos atravessar outras matérias, como uma parede, por exemplo, por estar na mesma vibração de energia que elas, de energia condensada, como luz coagulada.

Vida

O Dr. Crassy Morrysson, ainda no seu livro, fala que os grandes botânicos do século XIX, os cientistas e filósofos contemporâneos, definiram a palavra vida, mas a “Vida” tem uma variedade tão grande, que é difícil de se ter uma definição plena. Para cada um de nós, a vida terá um sentido peculiar ao nosso nível cultural, emocional e consciêncial.

A vida é tão fascinante, que ao pegarmos uma folha e formos comparar com outra, vai perceber que não existem duas iguais. A vida é como um artista caprichoso, assim também é na papiloscopia. As nossas impressões digitais variam, assim é com cada criação de Deus. São vidas impares.

O cientista também nos fala sobre o instinto, onde todos nós reagimos a ele. Mas, onde se encontra o instinto? Em que área cerebral o encontramos?

O instinto também pode ser observado como algo extraordinário. Vejamos a Vespa, quando vai morrer, ela sabe que necessita procriar, e vai desovar, sabendo que após isso, ela morrerá. Os filhos são carnívoros e só podem comer carnes vivas, ela então pega o gafanhoto e aplica uma dose que o imobiliza, mas não lhe mata, deixando-o como congelado, e arrasta-o para onde vive.

Nas partes abdominais do gafanhoto coloca seus ovos, sai de lá voando e morre, mas sabendo que as vespinhas vão sobreviver. E os filhos quando nascem devoram o gafanhoto.

Os insetos já nascem adultos e com fome. Interessante que comem primeiro as partes não vitais do gafanhoto, deixando para o final da comilança a parte mortal, levando à morte de fato, o gafanhoto. Será que o acaso poderia fazer uma obra tão perfeita dessa maneira?

Outros fatos semelhantes também chamam a atenção, pelos instintos das espécies, como os das enguias, que abandonam suas águas para se reproduzirem no arquipélago das bermudas, que são as águas mais profundas do planeta, morrendo após isso. Os filhotes voltam ao local de origem dos pais; Como a estória dos Pandas, quando dão à luz gêmeos, e escolhem cuidar de apenas um filhote, deixando o outro a própria sorte, para garantir a sobrevivência de pelo menos um deles; do salmão, que quando vai desovar exatamente no local onde nasceu, reproduz e morre; das lontras, que dão as mãos na hora de dormir para se manterem unidas e não serem levadas pela água para longe das outras.

Citamos ligeiramente esses instintos de alguns animais, mas sabemos que em cada espécie é inato o instinto. A natureza se mostra perfeita. Tudo isso é Deus.

Dr. Morrison nos diz que, se na vida terrena não tivesse mais o mineral, vegetal, animal, hominal, e sobrasse somente um protoplasma e um raio de sol, a incidência desse raio de sol sobre o protoplasma, este, o embrião de todas as organizações do globo terrestre, faria com que ele experimentasse a multiplicação, e logo após, em alguns bilhões de anos, novamente, a vida no planeta estaria igualzinho atualmente.

Inteligência imaginativa

A memória do instinto será sempre a mesma. A vespa, o salmão, a enguia. No entanto, é através da inteligência imaginativa, esta que funciona além do instinto e da inteligência humana, que podemos voar, compor sinfonias utilizando as sete notas musicais, e sem ela não poderia haver qualquer forma de vida. A humanidade não pode fazer um cérebro humano, mas o cérebro pode fazer um computador cerebral.

Sobre essa imaginação, o salmo 19 do antigo testamento bíblico, nos diz “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento a obra de suas mãos”. Isso é fato.

Se olharmos em toda a parte, vemos a obra de Deus. Podemos imaginá-lo como o autor de todas coisas.

Numa noite de verão, caminhando pela praia, na ilha do Marajó, no Pará, podemos ver as estrelas e não conseguimos contar quantas são. Ainda que tentemos, no máximo vamos chegar a um pouco mais de mil. Porém, os cientistas, olhando pelo telescópio Hubble, afirmam que podemos ver aproximadamente 200 bilhões de estrelas em nossa galáxia, a via láctea. Sabendo definir quais são as de primeira grandeza pela cor azul que apresentam.

Em uma palestra do médium Divaldo Franco, ele relata que, segundo a espiritualidade, existem em torno de 100 bilhões de galáxias. É fascinante a grandiosidade do macrocosmo, nos dando a imaginação de conceber esse universo.

O nosso organismo também é impressionante. Possui todas as substâncias químicas conhecidas, as quais produzimos através do estado de saúde ou de perturbação emocional. Tudo começa em nossa cabeça, em nossos pensamentos. Essa é a teoria da ciência, e é a teoria do espiritismo, somos espíritos imortais.

Nossas vidas estão escritas em nossos atos, no nosso corpo intermediário, também chamado perispírito. Guardando em sua forma, nossas experiências do ontem e do hoje, somos herdeiros de nós mesmos.

A doutrina espírita, nos dá a certeza da imortalidade, oferece-nos a paisagem reencarnacionista, para observar esse mecanismo trabalhado durante bilhões de anos, fazendo que nós possamos enxergar a grandeza do criador.

Deus existe

Certa vez, em Roma, ao visitar o Coliseum, veio à imaginação, a lembrança do tormento vivido por nossos antepassados, que se entregavam em amor, pelo mestre de Nazaré, que nos disse que os séculos iriam passar, mas as palavras dele, não.

Dois mil anos após, ainda ouvimos o som das palavras de Jesus nos falando da parábola do filho pródigo, que assim como nós, em algum momento abandonamos o pai celeste para vivermos na ilusão que nos levava à angustia. Ainda que nosso pai, misericordioso e generoso, só esperasse de nós a decisão de voltarmos aos seus aposentos, fazendo uma longa viagem de volta.

Ou ainda, como se ouvíssemos a parábola do Bom samaritano, o mais belo poema de solidariedade de todos os tempos. O espiritismo nos remete para lá, para compreendermos a ternura do amor ao próximo.

Creiamos em Deus, porque o amor de Deus está dentro de nossos corações. E um dia, quando tivermos conquistado essa possibilidade, e merecermos, seremos arrebatados na direção do criador.

Jesus, o filho, nos perguntará se o amamos. E como fez a Pedro, na terceira vez que nos perguntar, dirá que precisamos voltar à matéria para mostrar o amor para as almas que precisem, na certeza que esse amor se transformará em gratidão, e dizer que isso sim, é essencial para nós, pois nos momentos difíceis, poderemos ao invés de blasfemar, dizer que amamos nossa vida.

Allan Kardec, no comentário à questão número 11 do “Livro dos espíritos” nos afirma que “A inferioridade das faculdades humanas não permite ao homem compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, ele o confundiu muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui. Entretanto, à medida que o seu senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra mais a fundo na essência das coisas e ele adquire uma ideia mais justa e mais conforme à legítima razão, embora sempre incompleta”.

Em outras linhas, o que poderíamos compreender sobre Deus, é o que compreendemos hoje, mas para compreender melhor “Que é Deus?” precisamos desenvolver o senso moral, não mais o senso intelectual. Temos que nos espiritualizar, vivenciando os ensinamentos de Jesus, assim compreenderemos melhor “Que é Deus”, uma vez que sobre sua existência, não há o que se questionar.

As faces de Deus

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