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Um dia antes do último desafio

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Já faz seis dias que subi a montanha. Todo esse tempo de desafios e experiências me fizeram crescer muito. Posso entender a natureza, a mim mesmo e aos outros. A natureza marcha em um ritmo próprio e avessa às pretensões do ser humano. Nós desmatamos, poluímos as águas, jogamos gases na atmosfera. O que ganhamos com isso? O que realmente importa para nós, o dinheiro ou a sobrevivência? As consequências estão aí: aquecimento global, redução da fauna e flora, desastres naturais. Será que o ser humano não enxerga que tudo isso é culpa dele? Ainda há tempo. Há tempo para a vida. Faça sua parte: economize água e energia, recicle o lixo, não polua o ambiente. Exija dos seus governantes um comprometimento com a questão ambiental. É o mínimo que devemos fazer por nós e pelo mundo.

Voltando à minha aventura, depois que subi a montanha, passei a entender melhor os meus desejos e os meus limites. Compreendi que os sonhos só se tornam possíveis se forem nobres e justos. A gruta é justa e, se eu vencer o terceiro desafio realizará o meu sonho. Quando venci o primeiro e o segundo desafios, passei a entender melhor os desejos do próximo. A maioria das pessoas sonha em ter riquezas, prestígio social e altas funções de comando. Elas deixam de enxergar o que há de melhor na vida: a realização profissional, o amor e a felicidade. O que torna o ser humano realmente especial são suas qualidades que resplandecem através de suas obras. Poder, riqueza, ostentação social não fazem ninguém feliz. É isso que procuro na montanha sagrada: felicidade e o total domínio sobre as “forças opostas”. Preciso sair um pouco. Passo a passo, meus pés me levam para fora da cabana que construí. Espero um sinal do destino.

O sol esquenta, o vento fica mais forte e nenhum sinal aparece. Como vencerei o terceiro desafio? Como conviver com o fracasso caso eu não consiga realizar o meu sonho? Tento afastar os pensamentos negativos, mas o medo é mais forte. Quem eu era antes de subir a montanha? Um jovem totalmente inseguro, com medo de enfrentar o mundo e as pessoas. Um jovem que um dia lutou na Justiça por seus direitos, mas não foi atendido. O futuro mostrou-me que foi melhor assim. Às vezes, ganhamos ao perder. A vida me ensinou isso. Alguns pássaros gritam ao meu redor. Eles parecem entender minha preocupação. Amanhã será um novo dia, o sétimo sob a montanha. O meu destino estará em jogo no terceiro desafio. Rezem, leitores, para que eu o vença.

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