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Desde criança, quis ser cientista. Pelo menos, desde que li A origem das espécies, de Charles Darwin, com catorze anos de idade. E nunca acreditei em superstições, fantasmas ou milagres. Só no que os meus olhos conseguem ver e os meus sentidos, verificar. No entanto, na minha vida, tive a oportunidade incrível de saber que a magia existe. Ou algo muito parecido com a magia: O poder do pensamento para modelar a nossa mente, a nossa vida emocional e a nossa felicidade.

O filósofo Epicteto, no século I desta era, nasceu escravo. Os seus pais eram escravos e ele foi vendido, ainda bebé, a um amo novo que o levou para longe, para a capital do império, Roma.

Depressa se constatou que o pequeno era sobredotado. Aprendeu a ler e a escrever, sozinho, antes dos quatro anos e nunca parou de demonstrar a sua genialidade. Mas a sua maior façanha foi que, embora escravo, ele estava decidido a ser feliz.

E, assim, o pequeno Epicteto descobriu que a felicidade está na mente e não nos factos que nos acontecem. A frase dele é: «Não é o que nos acontece que afeta, mas o que dizemos a respeito do que nos acontece.» Há mais de vinte anos, dedico-me a ajudar as pessoas a fazer essa mesma descoberta. A perceber que se a esposa o deixar e se sentir deprimido não é porque foi deixado, mas pelo que disse depois: «Meu Deus, nunca mais voltarei a ser feliz! Que horror, estou sozinho!», etc.

Embora pareça mentira, vi várias vezes que tudo depende do nosso diálogo interno, da nossa avaliação do que nos acontece. E as pessoas mais fortes e felizes, como Epicteto, sabem que, aconteça o que acontecer, poderão fazer coisas valiosas por si mesmas e pelos outros. A sua filosofia torna-as imensamente fortes; muito harmoniosas; extremamente capazes de amar.

Quando era jovem, eu também — como muitos — me incomodava com ninharias, tinha medos irracionais e queixava-me sem parar. Mas tive a sorte de descobrir a psicologia cognitiva — ou do pensamento — e, depois disso, a minha vida emocional não parou de melhorar.

No ano passado, como a Paz, tive uma perda importante. O meu pai faleceu depois de uma doença prolongada. E, durante três dias, senti uma tristeza enorme: A maior tristeza que alguma vez experimentei. Mas, ao mesmo tempo, foi uma experiência bonita. Os meus quatro irmãos, eu e a minha mãe estivemos especialmente unidos. Os meus amigos e familiares estiveram lá. E, dentro do meu coração, sabia que não tinha acontecido nada de mal ao meu pai. Juntos, honrámos a sua memória e encontrámo-nos para nos amar com o mesmo amor que aprendemos com ele. E dissemos um «até breve», porque sabíamos que a vida passa tão depressa que, dentro de pouco, estaríamos todos juntos outra vez.

Passaram esses dias e o meu coração ficou novamente em forma e plenamente feliz. Penso no meu pai muitas vezes, falo com ele e não sinto nenhuma tristeza. Antes pelo contrário, sinto alegria por o ter tido por perto durante tanto tempo. Sei que, se não fosse pela minha autoeducação emocional com psicologia cognitiva, não teria lidado tão bem com a sua perda. E essa é apenas uma das maravilhas que se consegue com esta magia chamada inteligência emocional.

E não é só algo que me aconteceu. Recebi centenas de cartas de leitores dos meus livros que me relataram experiências semelhantes; pessoas que, depois de se educarem mentalmente, viram, um pouco espantadas, como enfrentavam a vida — e a morte — de outra forma.

Com a filosofia pessoal correta, a vida é muito fácil. Com os pensamentos adequados, só vemos abundância e oportunidades. Com a atitude própria dos mais fortes e felizes, tudo é um jogo apaixonante. Mas, primeiro, temos de estudar, de conhecer bem a mente e de a treinar para que funcione como um Ferrari.

A Paz é uma dessas pessoas que tem um motor Ferrari na cabeça. Teve uma grande professora, a mãe, que lhe deu a sua primeira licenciatura em inteligência emocional. No entanto, depois, soube inscrever-se em todos os mestrados que a vida lhe ofereceu.

Agora, nesta nova etapa que teve de viver, a Paz não ficou para trás. E aproveitou o que o universo lhe enviou para aprender a amar ainda mais.

Adoro a Paz. É inteligente, divertida, positiva, amorosa, bela e, acima de tudo, generosa. Tanto que não consegue impedir-se de querer transmitir a sua alegria de viver aos quatro ventos. E, há um tempo, não para de partilhar o melhor presente que podemos dar aos outros: Uma visão pletórica e radiante da vida, uma filosofia maravilhosa do bom viver.

Brindo a ela.

RAFAEL SANTANDREU

Psicólogo e autor de Nada é assim tão grave

O humor da minha vida

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