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DEPOIS DE SE RECUSAR A DANÇAR

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Truus espreitou para a escuridão do quarto da pequena pensão de Hamburgo no momento em que Klara van Lange, que acordara com as vozes ou que talvez tivesse passado a noite em branco, perguntava que barulho era aquele.

— Os rapazes do bar estão no terraço que há por baixo da nossa janela, a cantar.

— Às quatro da manhã?

— Acho que querem fazer-te uma serenata, querida.

Truus deixou cair a cortina e voltou a deitar-se na cama.

Minutos mais tarde, ouviu-se o despertador. Ambas as mulheres se levantaram e, sem acender a luz, tendo em conta os rapazes lá fora, tiraram a camisa de noite e começaram a vestir-se. Truus sentiu que Klara olhava para ela enquanto acabava de abotoar os colchetes do espartilho e escolhia as meias. Era incómodo sentir-se observada seminua, mesmo na escuridão. De dentro. De fora.

— O que se passa, Klara? — perguntou, com a meia na mão.

Klara van Lange desviou o olhar e fixou-o na janela.

— Achas que estaríamos a fazer isto se tivéssemos filhos?

Truus pôs a meia por cima dos dedos e puxou-a para o joelho e para a coxa. Prendeu-se um pouco entre as duas alianças entrelaçadas do anel do dedo do meio, mas não se rompeu. Prendeu as meias com cuidado enquanto, lá fora, os rapazes se rendiam e se iam embora. Passados uns minutos, Truus acenderia a luz ou Klara fá-lo-ia.

— Ainda és jovem, querida — comentou Truus, com doçura. — Ainda tens tempo.

O último comboio para a liberdade

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