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A escalada

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(Maçonariamente.)

— Alcantilações!... Ladeiras sem conto!...

Estas cruzes, estas crucificações da honra!...

— Não há ponto final no morro das ambições.

As bebedeiras do vinho dos aplaudires...

Champanhações... Cospe os fardos!


(São Paulo é trono.) — E as imensidões das escadarias!...

— Queres te assentar no píncaro mais alto? Catedral?...

— Estas cadeias da virtude!.;.

— Tripinga-te! (Os empurrões dos braços em segredo.)

Principiarás escravo, irás a Chico-Rei!


(Há fita de série no Colombo,

O Empurrão na Escuridão. Film nacional.)

— Adeus lírios de Cubatão para os que andam sozinhos!


(Sono tré tustune per i ragazzini.)

— Estes mil quilos da crença!...

— Tripinga-te. Alcançarás o sólio e o sol sonante!

Cospe os fardos! Cospe os fardos!

Vê que facilidade as tais asas?

(Toca a banda do Fieramosca: Pa, pa, pa, pum!

Toca a banda da polícia: ta, ra, ta, tchim!)

És rei! Olha o rei nu!

Que é dos teus fardos, Hermes Pança?!


— Deixei-os lá nas margens das escadarias,

Onde nas violetas corria o rio dos olhos de minha mãe.

— Sossega. És rico, és grandíssimo, és monarca!

Alguém agora t'os virá trazer.

(E ei-lo na curul do vesgo Olho-na-Treva.)

Mestres da Poesia - Mário de Andrade

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