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Candelaria

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Ha duas versões sobre a fundação d’este santuario.

Segundo a maioria dos auctores, Antonio Martins da Palma, hespanhol, da ilha de Palma, e com mandante de um navio de trafego, vendo-se naufragado, prometteu á Virgem da Candelaria, muito venerada na sua ilha, erigir-lhe uma capella no primeiro terreno que pisásse, vindo aportar ao Rio de Janeiro e desembarcando no local do actual templo, acompanhado de sua mulher, Leonor Gonçalves.

Outros escriptores affirmam que á primitiva ermida foi dado o nome de uma velha náu, chamada N. S. da Candelaria, encalhada n’aquelle local, e que foi com o madeiramento d’essa embarcação que se edificou o primeiro santuario, em 1604.

As obras do actual monumento foram começadas em 1776, e cento e vinte e dois annos se passaram antes da sua conclusão.

Francisco João Roscio, engenheiro e sargento-mór de Portugal, fez o desenho do exterior do templo, em estylo barroco. Concluiu a obra, em 1898, o engenheiro civil dr. Antonio de Paula Freitas, que a dirigiu durante vinte annos, succedendo aos architectos Job Justino de Alcantara, Gustavo Waehnldt, Bettencourt da Silva, Ferro Cardoso e Evaristo Xavier da Veiga.

A frontaria, toda de granito e ladeada por dois soberbos campanarios, é de magestoso aspecto, e melhor sobresairia se mais vasto fôsse o espaço em que se eleva.

Quatro portas de bronze dão entrada ao imponente e artistico santuario, ellas mesmas primôres de arte e devidas á genial concepção do esculptor portuguez Teixeira Lopes.

A decoração interior é em estylo corinthio e constitue o principal valor e attractivo do monumento.

É marmoreo todo o revestimento mural, niveo, de Carrara, nas pilastras, cornijas e entablamento, preto nos pedestaes e vermelho nos paineis. Álem d’estas tres côres e qualidades, o altar-mór ostenta o lapis-lazuli, o brocatello, o verde antigo, o malachito e o amarello de Verona.

Os nove altares lateraes são de marmore branco, de Carrara.

Nas abobadas, revestidas de alvenaria de tijolo, ha pinturas historicas de Zeferino da Costa.

Numerosos quadros, bellas esculpturas e preciosos dourados completam a decoração interior da Candelaria, santuario da religião e da arte.

O templo é aberto em tres naves, a do centro formosa e vastissima; as lateraes apenas a communicar os altares. Todo o monumento occupa a area de 3:520 metros.

As suas dimensões, quanto á planta geral do edificio, são de 80 metros de comprimento por 44 de largura. O corpo de entrada, ou principal, tem 43,ᵐ40 de comprimento, por 12 de largo, excluindo as naves lateraes.

A altura total do edificio, sobre o nivel do mar, é de 76 metros.

As torres teem 57 metros de altura. Este precioso monumento é coroado por um zimborio de cantaria, tijolo e marmore de Lisbôa, formado por 1:422 blócos de pedra, com o pêso de 630 toneladas, e alto de 64 metros. Do seu vértice descortina-se amplo e bello panorama geral da cidade, bahia, arrabaldes e suburbios.

O zimborio foi construido, successivamente, pelos engenheiros-architectos Bettencourt da Silva, Ferro Cardoso e Evaristo Xavier da Veiga.

Álem das pinturas decorativas das abobadas e muralhas, executadas, principalmente, pelos artistas Costa e Tunes, e cujos assumptos prendem-se á lenda dos fundadores do santuario e ás phases da sua construcção, ha a admirar, entre outras artisticas curiosidades, o Baptisterio, á esquerda da entrada principal. A pia é de roseo marmore da Arrabida, e a tampa é de bronze cinzelado, trabalho de Manoel Ferreira Tunes. É dourada a fogo e produz maravilhoso effeito.

Do lado posterior do baptisterio vê-se um precioso tabernaculo, sobre uma banqueta.

Na parede do fundo avulta um baixo-relevo, em cedro, representando o baptismo de Christo, trabalho do mesmo artista.

Tres capitaes

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