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Museus
ОглавлениеMuseu Nacional—Foi fundado em 1710, pelo vice-rei Luiz de Vasconcellos, em um predio da rua do Sacramento, mais tarde ampliado para Thesouro Federal.
Tendo caído em abandono, D. João VI reergueu-o, em 1818, a pedido do seu ministro Thomaz Antonio de Villa Nova Portugal, sendo installado em um palacete do campo de Sant’Anna, depois praça da Acclamação. Em 11 de Julho de 1864, foi inaugurada a bibliotheca d’este Museu, com 3:000 volumes, contando hoje mais de dez mil. Um italiano, em 25 de Junho de 1865, tendo-se escondido no interior do edificio, no momento de serem fechadas as portas, durante a noite roubou 49 diamantes, 153 moedas antigas e 70 medalhas diversas.
O Museu foi mudado, em 1892, para o ex-palacio imperial de S. Christovão, que servira, em 1890 e 1891, de Palacio do Congresso Constituinte da Republica. É um amplo e vistoso edificio situado em terreno elevado, ao centro de terras incultas e enfrentado por um magnifico parque, cuidadosamente ajardinado.
As principaes collecções são a mineralogica e a antropologica, seguindo-se-lhes, em importancia, a numismatica, a ethnographica e a de antiguidades egypcias e pompeanas.
Começando pelo 3.º pavimento, visita-se a Sala Rodrigues Ferreira, com curiosos exemplares de simios, phocas e outros animaes.
Sala Correia de Lacerda. Carnivoros roedores. Bellissimo exemplar leonino. Insectivoros.
Sala Spix. Mammiferos. Antiodactylos ruminantes. Magnificos exemplares de elephantes e de veados.
Sala Blainville. Esqueletos de passaros. Gabinetes, a seguir, com variadissima e abundante collecção de insectos do paiz. Interessantes habitações de maribondos.
Galeria Buffon. Esqueletos de quadrupedes.
Segundo pavimento.
Sala Burmeister. Curiosissima collecção de ninhos de aves.
Sala Natterer. Passaros.
Sala Wied. Aves de rapina. Esplendido exemplar de condor dos Andes.
Sala Schreiner. Numerosa e escolhida collecção avicola-brasileira.
Sala Wallace. Passaros corredores, entre elles dois magnificos exemplares de avestruz.
Galeria Baptista Caetano. Ethnographia. Vestuarios e armas de varias tribus de indios da bacia do Amazonas.
Sala Simão de Vasconcellos. Armas, utensilios e ornatos de indios mundurucús, araras, uaupés e da Guyana Brasileira.
Sala Castelnau. Retratos e estatuas de indigenas do Brasil. Grupo, em bronze, offerecido pelo marechal Deodoro.
Sala Varnhagen. Numerosa e curiosissima collecção de armas, vestuarios, utensilios e ornatos dos indios carajás, appiaças, bororós, mahués e guajarás.
Sala Ferreira Penna. Ceramica greco-romana. Ceramica brasileira, peruana e mexicana. Alguns dos objectos expostos são pre-historicos.
Galeria Fernão Cardim. Ethnographia das ilhas Aleutas, Sandwich, Nova Guiné, Rainha Carlota, Madagascar e Nova Zelandia.
Sala Champollion. Sarcophagos e mumias. Antiguidades mexicanas, africanas e europeias. Ethnographia africana e asiatica. Antiguidades egypcias.
Sala Broca. Mumias pequenas. Esqueletos indianos. 300 caveiras de indios diversos.
Sala Freire Allemão. Fibras textis. Cipós e madeiras do Brasil. Amostras de oleos e de sementes nacionaes.
Galeria Conceição Velloso. Troncos gigantescos de vegetaes do Brasil.
Sala Humboldt. Ethnographia sul-americana.
Galerias Gabriel Soares, Eschwege e Couto de Magalhães. Pirogas, remos e rêdes indianas. Pedras e placas com inscripções e brazões.
Sala Haeckel. Echinoides. Ovos e embryões.
Sala Lamarch. Molluscos. Collecção numerosissima e interessante.
Sala Lacaze-Duthiers. Madreporarios. Hydroides. Espongiarios. Alcyonarios.
Sala Dumeril. Serpentes, lagartos, jabutis, tartarugas, kagados, etc.
Sala Agassiz. Bello exemplar de Cephaloptera Vampyrus Gunth Jamantra, apanhado na praia da Copacabana. Mostruario de peixes em alcool.
Sala Andrada. Riquissima collecção mineralogica.
Rez-do-chão:
Secções de paleontologia brasileira e estrangeira. Ossuario de baleia com 16 metros de comprimento.
Meteorito de Bendegó. É o maior e mais pesado que se conhece. Foi encontrado em 1784, por Joaquim da Motta Botelho, nas proximidades do riacho Bendegó. Chegou ao Rio de Janeiro em 1 de Junho de 1888. Pésa 5,360 kilos.
Composição: | Ferro | 95,1 |
Nickel | 3,9 | |
Outros elementos | 1, |
Museu Naval—Encontra-se, este museu, no rez-do-chão da repartição do Almirantado, na rua de D. Manuel. Foi creado por decreto de 14 de Março de 1868 e inaugurado em 25 de Março de 1884, nos salões do Arsenal de Marinha, devido á intervenção do vice-almirante Arthur de Jaceguay. Por decreto de 26 de Abril de 1890, o almirante Wandenkolck, ministro da marinha, reuniu no mesmo estabelecimento, á rua do Conselheiro Saraiva, n.º 12, o Museu e a Bibliotheca.
No dia 11 de Junho de 1898, sendo ministro da marinha o contra-almirante Manoel José Alves Barbosa, foi solemnemente inaugurado o museu, no edificio actual, e franqueado ao publico.
O principal valor artistico d’este museu, consiste nos seguintes quadros do pintor De Martino:
—Aprisionamento da corveta argentina General Dorrego, pela corveta brasileira Bertioga.
—Passagem do Tonelero, em 1851.
—Combate naval do Riachuelo.
—Abordagem do Barroso e do Rio Grande.
—Bombardeamento do forte de Curuzú.
—Abordagem da fragata brasileira Imperatriz, pela esquadra argentina.
—Couraçado Independencia.
—Passagem do Humaytá.
—Noite de luar, no porto de Montevideu.
—Encontro do Almirante Barroso com o Riachuelo, no alto mar.
—Couraçado Independencia, fundeado no Tamisa.
—Abordagem da corveta Maceió, por canhoneiras argentinas.
—Abordagem dos paraguayos á esquadra brasileira, em 2 de Março de 1868.
—Acampamento do Chaco, em frente a Humaytá.
Quadros de Victor Meirelles:
—Passagem do Humaytá, em 19 de Fevereiro de 1868.
—Combate Naval do Riachuelo.
Ha ainda muitos outros quadros a oleo, photographias e retratos de almirantes e de ministros da marinha.
Este museu é dividido em oito secções, constando a 1.ª de quadros a oleo; a 2.ª de retratos e photographias; a 3.ª de modelos de navios; a 4.ª de bandeiras e estandartes; a 5.ª de artilharia, couraças, torpedos e variado armamento fixo; a 6.ª de armamento portatil; a 7.ª de reliquias de navios historicos e de ethnographia nacional; e a 8.ª secção consta de medalhas.
Pedagogium, ou Museu Escolar. Funccionam n’este edificio, defronte do Passeio Publico, os cursos fixos e normaes de sciencias physicas e naturaes e os cursos temporarios[2]. Tambem ahi realisam-se conferencias e exposições pedagogicas. Encerra uma officina de trabalhos manuaes; uma sala-modelo da classe primaria, contendo o material escolar; um gabinete de geographia; um gabinete-museu de historia natural; um gabinete de physica e laboratorios de psychologia experimental, de chimica e de physiologia do systema nervoso. Contem uma bibliotheca que, com o museu e os laboratorios, está patente das 10 horas da manhã ás 3 da tarde, excepto ás segundas-feiras.
As classes são nocturnas.
De maneira que o Pedagogium, que funcciona em edificio proprio e municipal é, ao mesmo tempo, um instituto para habilitação de professores primarios e um museu pedagogico. O laboratorio de psychologia experimental é o unico, no seu genero, no territorio da Republica.
Em 1902 trabalharam 7 cursos, com a frequencia de 153 alumnos; em 1903, 10 cursos com 143 alumnos, e em 1904, 17 cursos com 194 alumnos.
[2] Ao entrar este livro no prélo deixaram de funccionar as aulas do Pedagogium.