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Curiosidades

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Avenida Central—Os trabalhos iniciaes da mais bella e monumental arteria publica do Rio de Janeiro, começaram em 8 de Março de 1904, e já em 7 de Setembro do mesmo anno, o Presidente da Republica, Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves, e o Ministro da Viação e Obras Publicas, Dr. Lauro Müller, inauguravam officialmente a Avenida Central, comprida de 1812 e larga de 33 metros. Prolonga-se de mar a mar, desde a Prainha ao Passeio Publico. Decoram-n’a sumptuosos edificios, alguns tambem notaveis pela arte architectonica e decorativa. Destacam-se os seguintes:

—Pavilhão de Monröe. É elegantissimo, com estructura de ferro e serviu na Exposição de S. Luiz. Palacio da Justiça. Bibliotheca Nacional. Academia das Bellas Artes. Theatro Municipal. Companhia Jardim Botanico. Casa Guinle. Predio n.º 131, estylo Renascença. Associação dos Empregados do Commercio. Club de Engenharia. Jornal do Commercio. Predio em estylo mourisco e cupula dourada, construido pelo architecto Morales de los Rios. Predio de Theodoro Wille. Companhia Docas de Santos, com uma artistica e monumental porta esculpturada em talha. Palacio da Caixa de Conversão, exteriormente decorado a columnas caneladas, com capiteis dourados. O hall é lindissimo, vistoso e artistico. Casa Roxo Rodrigues, em cantaria cinzenta e em fórma acastellada. Para terminar, citaremos o palacio dos Benedictinos e o edificio do grande jornal O Paiz. Jannuzzi e Heitor de Mello foram, álem do já citado, os principaes constructores dos bellissimos palacios e palacetes que sublimam a Avenida Central do Rio de Janeiro á culminancia de primeira arteria publica da America do Sul. No extremo da Prainha, ergue-se uma columna de granito, destinada a supportar a estatua do Visconde de Mauá.

Palacio da Presidencia da Republica—Foi edificado em 1862, pelo Barão de Nova Friburgo, e adquirido, pelo Governo Federal, em 1896, para residencia do chefe do Estado.

Tem soffrido varias modificações, e o terreno da chácara foi augmentado até á Avenida Beira-Mar; porém, interiormente, á excepção dos sobrados e de alguns motivos decorativos, a fabrica é da primitiva.

A fachada é em tres pavimentos, estando installadas no do rez-do-chão as repartições de serviço; no 1.º andar, ou 2.º pavimento, as salas e os salões de recepção, servindo o 3.º de residencia particular. Á entrada ha duas ordens de columnas caneladas que atravessam o perystillo, ornado a estatuas e grupos.

A escadaria é magnifica, realçando-lhe a belleza as tribunas douradas que circulam o 3.º pavimento.

No andar nobre ha, especialmente a notar, pela decoração a frescos, estuques e dourados, a sala Azul, para recepções de embaixadores; a sala Amarella, ou de Musica; a sala da Capella, que serve de recepção á esposa do Presidente da Republica; a sala Pompeiana, com finissimas decorações e a celebre Jarra Beethoven, obra prima de Raphael Bordallo Pinheiro; o salão dos Banquetes; a sala Mourisca, decorada a marmore preto, e o Salão Official das Recepções, esplendidamente decorado.

Todas estas salas e salões ostentam soberbos lustres e precioso mobiliario. Na sala Silva Jardim, nota-se o quadro de Aurelio de Figueiredo—Juramento de Deodoro—com todos os principaes personagens do 15 de Novembro. Na secretaria vê-se A Descoberta do Brasil, outro quadro de Aurelio de Figueiredo, e A Selva, quadro de Antonio Parreiras.

Um ascensor communica os pavimentos. O parque, esculpturalmente decorado, é atravessado por dupla fila de lindas e gigantescas palmeiras.

Aqueducto da Carioca—É a principal e monumental curiosidade que o Rio de Janeiro possúe dos tempos coloniaes. A sua extensão principal é de nove mil metros, desde a Mãe d’Agua, na serra de Santa Thereza, até ao largo da Carioca. A sua parte monumental, porém, é composta de 42 arcos de alvenaria, da altura de 17,ᵐ6, desde a caixa d’agua da Carioca, onde hoje está a estação da Companhia Ferro Carril Carioca, até ao morro de Santa Thereza. Este é o actual viaducto da linha, que se prolonga até ao Silvestre. Foi este aqueducto mandado construir pelo Conde de Bobadella, 59.º Governador do Rio de Janeiro, em 1744.

Durante o trajecto através d’esta colossal arcaria, gosa-se admiraveis vistas parciaes da cidade, da bahia, e de alguns arrabaldes.

Palacio Itamaraty—Está situado na antiga rua Larga de S. Joaquim. Foi o primitivo palacio do Governo, em seguida á proclamação da Republica. Hoje é o Ministerio das Relações Exteriores e serve tambem de residencia ao respectivo ministro, o Barão do Rio Branco.

No 1.º andar, ou nobre, nota-se a sala do Tribunal Arbitral, com mobilia dourada e estofos côr de rosa. Sala de recepção para o director geral do Ministerio, com os bustos, em bronze, do Visconde de Cabo Frio e de Quintino Bocayuva. Salão Amarello, para recepção de diplomatas. Admira-se aqui um quadro de Pedro Americo, intitulado—Paz—. Bustos, em bronze, de José Bonifacio, José Antonio Saraiva, Barão de Cotegipe, Marquez do Paraná, Visconde do Uruguay, Marquez d’Abrantes, Pimenta Bueno, Visconde do Rio Branco e Visconde de Cachoeira. Gabinete particular de recepção de diplomatas. Vê-se aqui o Grito do Ipyranga, por Pedro Americo, esboço do quadro que está em S. Paulo. Retrato de metal, em relêvo, do Barão do Rio Branco, offerecido pelo povo de S. Paulo.

Outros objectos, em prata e prata dourada, entre elles um do Jornal do Commercio, offerecidos ao actual ministro das Relações Exteriores, por occasião da sentença do tribunal arbitral suisso, na questão das Missões.

Sala Vermelha, decorada a quadros e a retratos. Um dos primeiros foi offerecido ao Barão do Rio Branco, pelo rei D. Carlos I, de Portugal.

Salão de Baile e Banquetes, com um soberbo lustre de metal amarello e crystal de rocha. Contigua está a sala de Fumo, que tambem serviu de recepção particular aos ex-presidentes da Republica, Deodoro e Floriano. Bustos, em bronze, do padre Bartholomeu de Gusmão e do Barão do Rio Branco. Relogio historico de D. João VI. Sala dos Retratos, dos presidentes da Republica.

Ha um edificio annexo, com a Secretaria e a Bibliotheca do Ministerio, que é importantissima.

Em tres salões, dos quaes o maior tem 33 metros de comprimento e o mais pequeno 22, estão 42:000 volumes encadernados, e cêrca de 100:000 brochuras e 25:000 cartas geographicas. Tambem, n’este edificio, está o archivo secreto do Ministerio das Relações Exteriores.

Chafariz Colonial—Outra reliquia do Brasil colonial. Foi o governador Gomes Freire de Andrade, Conde de Bobadella, quem o mandou construir ao centro do largo do Paço. Alguns annos depois, o governador Luiz de Vasconcellos e Souza, mandou que o chafariz fôsse removido para a beira-mar, junto do caes, a fim de abastecer as embarcações, ao mesmo tempo que parte da população da cidade. É uma obra artistica, de granito lavrado, com escudo, almofadas e balaustrada de marmore branco. Occupa, hoje, o fundo do primeiro polygono ajardinado da praça Quinze de Novembro, a 85 metros da bahia. Remata-o a esphera armillar, de ferro. É obra do seculo XVIII.

Casa da Moeda—O primitivo estabelecimento d’este nome, transferido da Bahia em 17 de Março de 1699, funccionou no edificio da Junta do Commercio, apenas durante um anno, sendo transferido para Pernambuco. N’esse curto periodo foram cunhados 612:644$000 réis em ouro e 255:694$980 réis em prata.

Em Janeiro de 1703 foi restabelecida a Casa da Moeda do Rio de Janeiro. Para installal-a foi construido um edificio entre as travessas das Bellas Artes e da Moeda, aonde tambem funccionavam o Real Erario e a Thesouraria Geral das Tropas. Essa casa ardeu em 1 de Outubro de 1836, sendo os valores e apparelhos recolhidos á egreja do Sacramento.

O actual edificio foi construido de 1851 a 1853, na face occidental do então Campo da Acclamação, hoje Praça da Republica. Occupa uma area de 97:083 palmos quadrados. É precedido de um elegante gradil de ferro fundido em cantaria, com dois portões artisticamente ornamentados.

A frontaria consta de um corpo central saliente e revestido de cantaria, de dois torreões com tres janellas, em cada pavimento, e de dois corpos intermediarios, com 4 janellas em cada andar. O 1.º pavimento é decorado com pilares e columnatas de ordem dorica-romana, e o 2.º com pilares e columnata de ordem jonica, tudo de granito. Interiormente, ha seis columnas graniticas, em cada pavimento, que sustentam entablamentos, cujos frisos são ornados a triglyphos e metopos.

A decoração vestibular é no estylo dorico-romano. Na escadaria do perystillo estão dois leões de bronze. Custou este palacio cêrca de dois mil contos. Foi o Visconde de Itaborahy, ministro da fazenda, em 1853, o iniciador d’esta construcção, levada depois a effeito pelo seu successor Bernardo de Souza Franco. Foram emprezarios-constructores o dr. Theodoro Antonio de Oliveira e Antonio Francisco Guimarães Pinheiro.

No vestibulo estão 4 peças com o laboratorio de analyses, o gabinete da Direcção e o gabinete de mineralogia. 1.º pavimento. Officina de gravura. Mostruario de medalhas cunhadas no estabelecimento. Officina de estamparia de sêllos e de estampilhas. Occupa 45 operarios.

No rez-do-chão, visita-se os depositos de material, as officinas de fundição de metaes, a officina de laminação e cunhagem e a officina das machinas.

Na officina de xenographia imprime-se notas de 5, 10, 20 e 50$000 réis. Impressão de apolices na secção lithographica.

No Deposito Geral da Thesouraria, no 1.º pavimento, admira-se a magnifica installação, a primeira da America do Sul. Consta de duas secções independentes, uma para a moeda e a outra para o sêllo. As portas, de ferro, abrem por meio de relogios, aos quaes dá-se corda na vespera, não se podendo abrir nem com a propria chave, antes da hora marcada. Em Maio de 1908, continha 200 mil contos de réis, em metal e sêllos.

Rua do Ouvidor—Esta arteria publica, a mais movimentada e caracteristica do Rio de Janeiro, tem setecentos metros de extensão desde a rua do Mercado ao largo de S. Francisco de Paula. A designação porque continúa a ser popularmente conhecida, não obstante haveram-n’a chrismado em rua Moreira Cesar, data de 1780, e provem do facto de ahi ter morado o ouvidor (magistrado) da capital do Brasil colonial, Berquó da Silveira.

Atravessa as ruas Primeiro de Março, da Quitanda, a Avenida Central, e as ruas Gonçalves Dias e Uruguayana. Apesar da grande concorrencia que principia a fazer-lhe a sua visinha, a magestosa Avenida, esta curiosissima arteria continua a ser o club ao ar livre, como lhe chamam, isto é, a reunião da sociedade elegante dos dois sexos, que encontra-se e troca impressões nos passeios, no meio da rua, que não é transitada por vehiculos, e ás portas dos estabelecimentos de luxo, especialmente das casas de modas, redacções de jornaes, tabacarias, cafés e confeitarias. Em nenhuma outra cidade do mundo ha assim uma rua com um feitio tão original, tão intima, interessante e encantadora.

Senado—Occupa, na face occidental da actual Praça da Republica, o edificio construido e offerecido, em 1810, por uma commissão de negociantes da Bahia, ao conde dos Arcos. A sua adaptação a Senado realisou-se em 1824, comprando-o o governo imperial ao procurador do conde, por 44:568$000 réis. A 1.ª sessão teve logar em 6 de Maio de 1826.

Em 1831 foi a casa abandonada por ameaçar ruina, passando o Senado a funccionar no edificio da Relação, na rua do Lavradio.

Reedificou-se o antigo palacete que foi reaberto em 1835. Damnificado, em breve, pelo cupim, passou de novo o Senado a occupar a casa da Relação, até que reedificou-se o edificio actual, sob a direcção do engenheiro Miguel de Frias e Vasconcellos. O interior é pobremente decorado. A sala das sessões é modestissima. Tem 68 cadeiras e algumas galerias e tribunas. É construcção interior e exteriormente indigna e impropria da séde da primeira assembleia legislativa do Brasil.

Pelas salas ha algumas pinturas, bustos e retratos de personagens e de oradores celebres.

Bolsa—Este palacio occupa a area de dois mil metros quadrados, na rua Primeiro de Março, confinando com a rua General Camara, a rua do Visconde da Itaborahy e uma passagem que a separa do edificio do Correio Geral. Iniciou a sua construcção, em 1880, o architecto Francisco Joaquim Bettencourt da Silva, terminando-a, ultimamente, o engenheiro civil José Valentim Dunhan.

Pertence á Associação Commercial do Rio de Janeiro. O chefe da Camara Syndical de correctores de fundos publicos, preside diariamente á venda de papeis de credito, que effectua-se em uma vasta rotunda, ao centro do magnifico hall. As dependencias do edificio são amplas e numerosas, destacando-se a bibliotheca, que é importante, o archivo, o salão de leitura e a sala das sessões.

A Associação Commercial foi fundada em 9 de Setembro de 1834, com o titulo de Sociedade dos Assignantes da Praça do Commercio.

Camara dos Deputados—Ha cêrca de 80 annos que existe este casarão, tendo primitivamente servido de paço municipal e de cadeia.

Esta era no pavimento terreo e n’ella esteve encarcerado Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, álem de outros prisioneiros notaveis. A camara dos deputados funcciona n’este edificio, desde 1823. Tem a construcção soffrido varios remendos, mas fica sempre com o mesmo aspecto lugubre e mesquinho, absolutamente impropria para o fim que serve. Admira como na actual quadra, de assombrosos melhoramentos fluminenses, ainda não se começásse a edificação de um palacio proprio á reunião dos representantes do povo brasileiro.

O pavimento superior é occupado pela Camara, e no rez-do-chão estão a Caixa Economica e o Monte de Soccorro. A construcção não pertence a nenhum genero de architectura. O salão, pouco amplo e muito simples, é ladeado por galerias, para o publico, e por tribunas para senhoras e para o corpo diplomatico.

Alfandega—Grande edificio que occupa toda a rua do Visconde de Itaborahy, do lado do mar. Foi construido em 1817, pelo risco do architecto francez Grandjean de Montigny.

Encerra 14 vastissimos armazens.

O corpo principal foi, até 1821, séde da Praça do Commercio, ou Bolsa.

A renda mensal e actual da alfandega do Rio de Janeiro é, na média, de sete mil contos. Regula por quatro milhões de volumes, o movimento annual dos armazens.

Canal do Mangue—É uma das curiosidades da capital brasileira.

O seu nome vem da planta Eugenia Nitida, vulgo mangue, que cobria um enorme pantano onde a população do bairro despejava as immundicies das habitações. Foi começado em 1855 e terminado em 1860, sob a direcção do Barão de Mauá.

Não tendo, porém, declive sufficiente para facil communicação com o mar, procede-se actualmente á sua completa transformação e aformoseamento. O canal tem a extensão de 2:600 metros, desde a praça Onze de Junho até ao mar. É em duas rectas, a 1.ª de 1:200 e a segunda de 1:400 metros. Quadrupla fila de elegantes e gigantescas palmeiras sombreia e embelleza a 1.ª recta, prolongando-se pela 2.ª secção em dupla fila. Tanto a transformação d’este canal, como a esplendida avenida que o margina, do lado direito, fazem parte das obras do porto do Rio de Janeiro.

Supremo Tribunal Federal—É esta uma das mais bellas, artisticas e monumentaes construcções do Rio actual. Ergue-se na rua Primeiro de Março e é um palacio de marmore e de granito, primitivamente destinado e edificado para séde do Banco do Brasil.

Foi seu architecto Paulo Schroeder.

Repartição Geral dos Telegraphos—É o historico palacio construido, em 1743, por ordem do 59.º Governador do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, depois Conde de Bobadella. Occupou-o elle proprio e, a seguir, installaram-se ahi mais sete governadores, já então vice-reis do Brasil.

Em 1808 occupou-o D. João VI, quando fugido de Portugal, e desde 1822 a 1889, foi palacio imperial. D’ahi embarcou para o exilio, na madrugada de 16 de Novembro de 1889, o imperador D. Pedro II, acompanhado por sua familia. Sob o ponto de vista historico é este o mais notavel edificio da capital da Republica.

Exterior, como interiormente, nada contem de apreciavel.

Prefeitura—Ha dois edificios, occupados pelas duas instituições que constituem a Prefeitura, a saber o Conselho Municipal e a Municipalidade. O primeiro está installado em um elegantissimo predio da rua Treze de Maio, outr’ora escóla publica. Foi restaurado em 1895.

A Municipalidade, ou Prefeitura, funcciona em um vasto edificio da Praça da Republica, lado oriental. Álem de varias salas e salões, amplos e bem decorados e guarnecidos, a Prefeitura encerra uma importante bibliotheca.

Em 1904, a receita municipal foi de réis 28:302:269$242, e a despeza de 28:217:890$888 réis.

Em 1905, foi a receita de 23:834:861$000 réis, e a despeza de 23:807:521$463 réis.

Imprensa Nacional—Este amplo edificio, com 89 metros de frontaria, foi mandado construir, em 1877, pelo Visconde do Rio Branco, então ministro da fazenda, para installação da Typographia Nacional, com todos os seus serviços annexos e derivados.

Occupa uma area de 8:148 metros, e prolonga-se desde a estação da Companhia Carril Carioca, até ao Theatro Lyrico. O dr. Antonio de Paula Freitas, engenheiro, dirigiu as obras. A architectura é em estylo gothico-inglez.

Correio Geral—Esboçou o plano d’este edificio, o constructor Pedro Bosisio, por conta do ministerio da Fazenda e de accôrdo com a Associação Commercial. Afinal esta collectividade, que tinha de occupar um dos pavimentos, edificou casa á parte. A obra do Governo tem 40 metros de frente por 39 de fundo, dirigindo os trabalhos o dr. Antonio de Paula Freitas. O estylo architectonico é o do Renascimento, vendo-se no pavimento do rez-do-chão os caracteristicos da ordem jonica, no andar nobre os da ordem corinthia e no 3.º pavimento os da ordem composita. Também ahi funcciona a Caixa de Amortisação.

Mercado Novo—Tambem chamado Central. É novissimo, pois foi inaugurado em 15 de Fevereiro de 1908.

Foi construido para substituir o mercado Velho, situado na praia do Peixe. O novo occupa a praia de D. Manuel. É de ferro e vitraes, tendo 8 portões, 4 nos angulos e 4 lateraes. Ao centro, eleva-se um elegante pavilhão com torre e relogio. É muito arejado, asseiado e cortado de ruas calçadas a parallelipipedos. O centro é ajardinado. Destina-se esta construcção, a unica do Rio de Janeiro, no seu genero, á venda de peixe, carne e legumes. Em diversos bairros da cidade, ha mercados provisorios, em plena rua, até ás 9 horas da manhã.

Banco da Republica—Foi fundado em 12 de Outubro de 1808, com o titulo de Banco do Brasil, e com o capital de tres milhões de cruzados, em 1:200 acções de um conto de réis, cada uma. Começou a negociar em 1809, em uma casa da rua Direita, esquina da rua de S. Pedro.

Por alvará de 20 de Outubro de 1812, o Governo constituiu-se accionista com cem contos annuaes, producto de novos impostos, no intuito de auxiliar o Banco.

Em 1815 foi o estabelecimento mudado para outro predio, na mesma rua. A 16 de Fevereiro de 1816, foram mandadas estabelecer agencias, d’este Banco, na Bahia e, a seguir, em outras provincias.

Esteve quasi fallido, em 1821, em consequencia de um activo de cinco mil contos contra um passivo de seis mil, sendo reorganisado pelo Governo, em 1823, que o auxiliou com mil e duzentos contos. Alem disso o Estado permittiu que o Banco emittisse bilhetes de 4, 6, 8 e 12$000 réis.

Por causa dos supprimentos feitos pelo Banco ao Governo, durante as guerras do Sul, a assembleia geral dos accionistas recorreu ao Governo, que contractou com o Banco pagar-lhe a divida com nova emissão de notas, proporcional á mesma divida. Esta medida desacreditou o Banco.

Por carta de lei de 23 de Setembro de 1829, foi mandado liquidar, e definitivamente dissolvido em 3 de julho de 1848. Por decreto de 2 de Julho de 1851, foi creado um novo Banco do Brasil, com o capital de dez mil contos, dividido em 20:000 acções de 500$000 réis cada uma, começando as operações a 21 de Agosto, na casa n.º 143 da rua da Quitanda.

Em 12 de Julho de 1853, este Banco foi fundido com o Commercial, sob o titulo do Banco do Brasil. Foi installado no actual edificio, especialmente construido, situado na rua da Alfandega, esquina da rua da Candelaria, em 10 de Abril de 1854. O capital do 3.º Banco do Brasil, era de trinta mil contos, divididos em 150:000 acções.

Esse capital foi depois elevado a 33:000 contos, divididos em 165:000 acções de 200$000 réis cada uma.

O primeiro ministro da Fazenda, da Republica, o dr. Ruy Barbosa, reformou-o em 1890, sob a designação de Banco da Republica dos Estados Unidos do Brasil, concedendo-lhe a faculdade emissora, ao principio com caracter privativo, ampliando-a depois a outros estabelecimentos de credito.

Foi o abuso d’esta faculdade que produziu o ensilhamento, causa do atrazo e do descredito das finanças brasileiras.

Casas de Correcção e de Detenção—A primeira funcciona em edificio proprio, construido de 1835 a 1840, na rua do Conde d’Eu. A segunda, proxima da antecedente, foi inaugurada em 20 de Abril de 1856. Este estabelecimento é, hygienicamente, superior á Casa de Correcção, porém ambos estão mal situados. A primeira d’estas casas é uma especie de penitenciaria para trabalhos forçados e galés perpetuas. A segunda é apenas o deposito de presos das esquadras de policia, até que são julgados.

Palacio Episcopal—Foi edificado de 1701 a 1715, pelo bispo D. Francisco de S. Jeronymo, no local da ermida da Conceição e de uma casa habitada por alguns religiosos francezes. Reformou-o o bispo D. José Joaquim Justiniano.

É um casarão sem architectura alguma definida, mas que occupa uma bellissima posição topographica, no alto do morro da Conceição, de onde o golpe de vista é maravilhoso para a cidade, a bahia e os arrabaldes.

A decoração interior é modesta, notando-se alguns retratos e bustos de prelados e monarchas.

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