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A caçada

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A bruma neva... Clamor de vitórias e dolos...

Monte São Bernardo sem cães para os alvíssimos!

Cataclismos de heroísmos... O vento gela...

Os cinismos plantando o estandarte;

enviando para todo o universo

novas cartas-de-Vaz-Caminha!...

Os Abéis quase todos muito ruins

a escalar, em lama, a glória...

Cospe os fardos!


Mas sobre a turba adejam os cartazes de Papel e Tinta

como grandes mariposas de sonho queimando-se na luz...


E o maxixe do crime puladinho

na eternização dos três dias... Tripudiares gaios!...

Roubar... Vencer... Viver os respeitosamente, no cre-

[púsculo...


A velhice e a riqueza têm as mesmas cãs.

A engrenagem trepida... A bruma neva...

Uma síncope: a sereia da polícia

que vai prender um bêbedo no Piques...


Não há mais lugares no boa-vista triangular.

Formigueiro onde todos se mordem e devoram...

O vento gela... Fermentação de ódios egoísmos

para a caninha-do-O' dos progredires...


Viva virgem vaga desamparada...

Malfadada! Em breve não será mais virgem

nem desamparada!

Terá o amparo de todos os desamparos!


Tossem: O Diário! A Platea...

Lívidos doze-anos por um tostão

Também quero ler o aniversário dos reis...

Honra ao mérito! Os virtusosos hão-de sempre ser louvados

e retratificados...

Mais um crime na Moóca!

Os jornais estampam as aparências

dos grandes que fazem anos, dos criminosos que fazem

[danos...


Os quarenta-graus das riquezas! O vento gela...

Abandonos! Ideais pálidos!

Perdidos os poetas, os moços, os loucos!

Nada de asas! nada de poesia! nada de alegria!

A bruma neva... Arlequinal!

Mas viva o Ideal! God save the poetry!


— Abade Liszt da minha filha monja,

na Cadillac mansa e glauca da ilusão.

passa o Oswald de Andrade mariscando gênios entre a multidão!...

Mestres da Poesia - Mário de Andrade

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