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Sessão 3 Experiências de Serviço Social Digital em Portugal
ОглавлениеCOORDENADORES
• Jorge Manuel Leitão Ferreira, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa
TEMA A SER TRATADO NA SESSÃO DE TRABALHO
Vivemos na era da sociedade da informação, o que significa para todas as áreas profissionais, novos desenvolvimentos com impacto nas respostas e serviços sociais, o que, por sua vez pretende, melhorar o nível de vida das pessoas. Durante o período COVID-19, Portugal confrontou-se com uma crise sanitária, mas também com uma crise social. Assistimos a grandes dificuldades no setor social não tanto a capacidade política ou institucional, mas essencialmente ao nível da resposta social efetiva aos cidadãos. Uma grande parte destas dificuldades tem por razão principal o baixo conhecimento e domínio aplicado de competências digitais que facilitam as necessárias adaptabilidades do profissional de forma rápida e emergente ao contexto de emergência social. Com este simpósio procura contribuir com conhecimento para o aprofundamento do modelo colaborativo no campo da intervenção social com inclusão da participação dos utilizadores, a coordenação entre administrações, uma melhor gestão dos recursos, a antecipação e previsão das necessidades e a interação entre diferentes agentes virtuais. Temos por objetivo introduzir na reflexão o conhecimento produzido pela prática social mais centrado na dimensão técnica do processo de intervenção e resposta, tendo por finalidade melhorar os serviços prestados aos utilizadores e a aplicação de metodologias centradas na pessoa, de âmbito digital. Integramos também o processo comunicativo com públicos com Necessidades Educativas Especiais, demências e outras, como as pessoas com deficiências auditivas ou linguísticas que encontram nas respostas digitais os meios mais eficazes para comunicar as suas necessidades e fazer o seu trabalho com um profissional de ação social.
OBJETIVOS
− Estimular a aplicação das TICs nas práticas de Ação Social.
− Fomentar competências digitais nos profissionais de intervenção social.
− Analisar a competência comunicativa entre o presencial e o virtual.
− Coletivizar as práticas da ação social com recurso a ferramentas digitais e do E-Social Work.
DESTINATÁRIOS
− Conhecimento das competências e ferramentas digitais aplicadas á ação social.
− Intercâmbio de experiências promotoras de circulação de conhecimento sobre E-Social Work e Digital Social Work.
− Reflexão critica sobre o processo metodológico de intervenção social no quadro da Proteção de dados e das dimensões éticodeontológicas do Serviço Social.
− Promoção de uma nova reconfiguração da identidade e das práticas do Serviço Social na transição para modelos colaborativos de ação e de foco interprofissional.
− Introdução dos conceitos básicos da literacia sobre E-Social Work e ou Digital Social Work, numa relação de compromisso com as TICs.
PALAVRAS CHAVE
Práticas profissionais; Práticas digitais; Teletrabalho; Serviços Sociais
URL: https://canal.uned.es/video/5eec8c955578f25b1b150820
Comunicação 3.1. Aprender com a pandemia: desafios tecnológicos colocados pela COVID-19 aos trabalhadores sociais.
AUTORES
• Luís Capucha, University Institut of Lisbon (ISCTE-IUL)
RESUMO E OBJETIVOS
A pandemia da COVID-19 está a produzir um enorme impacto em todos os domínios das sociedades contemporâneas. Revelaram-se processos de que as pessoas não se tinham apercebido, aceleraram-se outros que já estavam em curso, e surgiram fenómenos novos. É impossível proceder a um balanço de todos eles e é cedo para se perceber em toda a extensão aquilo que de novo parece estar a acontecer. O objetivo da presente comunicação é, assim, debater algumas dessas dinâmicas com implicações no trabalho social tal como elas emergem e se manifestam em contexto de pandemia. Referiremos, nomeadamente, (i) a revalorização dos fenómenos sociais como “coisas” (no sentido Durkheimiano) com autonomia e, além disso, com efeitos determinantes em matérias como a propagação da doença e a sua prevenção, que poderiam passar por apenas médicas e biológicas; (ii) a alteração da perceção pública a respeito do Estado Social e da sua eficácia em relação ao mercado, num quadro de crise social, de saúde pública e económica; (iii) a vulnerabilidade de segmentos mais pobres e desprotegidos da população a esta pandemia, confirmando o que já se sabia de outras crises e catástrofes. Neste caso, foram mais atingidos os idosos (em particular internados em “estruturas residenciais”), os trabalhadores manuais da indústria e dos serviços pouco qualificados, mal remunerados e precarizados e os habitantes de bairros sociais e degradados ou as pessoas a viver em condições precárias de residência.
No modo como o SARS-CoV 2 infetou de modo diferenciado as populações manifestou-se uma flagrante desigualdade social que fere os direitos humanos, a dignidade das pessoas e a qualidade da sociedade. Mas ela tornou-se patente também noutros aspetos que emergiram na resposta à pandemia. Eis dois exemplos: a exclusão dos alunos pertencentes a famílias menos escolarizadas e mais pobres do acesso ao ensino à distância, estendendo e reforçando a exclusão de que são vítimas dentro dos muros das escolas; a impossibilidade de aceder aos benefícios do tele-trabalho e do uso dos computadores por parte de segmentos das classes populares que não possuem os recursos cognitivos para participar na economia do conhecimento e na sociedade de informação, nem tão pouco os recursos materiais para adquirir os necessários equipamentos.
Se quisermos estender um pouco o campo analítico, observaremos ainda como as diferentes classes sociais estão diversamente expostas a fenómenos como como o controlo e vigilância em massa, a utilização de informação sobre grandes quantidades de pessoas para fins particulares como os de marketing (também os houve para fins coletivos, como por exemplo a antecipação e interpretação da evolução da pandemia a partir de big data e de modelos matemáticos que apenas as máquinas proporcionam) e outros processos possibilitados pela inteligência artificial que colocam em risco as liberdades básicas das pessoas.
Os trabalhadores sociais lidam profissionalmente com todas estas situações. Eles trabalham e frequentemente dirigem instituições promotoras de equipamentos sociais para idosos; eles interpretam e intervêm muitas vezes no apoio e defesa dos direitos dos trabalhadores mais pobres; eles estão envolvidos de diversas maneiras em áreas de habitação degradada no sentido de promover o desenvolvimento comunitário; eles estão nos equipamentos de saúde a fazer a mediação entre as ações médicas, os cidadãos e as suas famílias; eles têm um compromisso com a liberdade e a igualdade. A questão que se coloca é, então, a de saber se nessas e noutras funções eles estão capacitados para 1) usar as tecnologias no que elas têm de potencial para quebrar barreiras à participação, por exemplo auxiliando a comunicação de pessoas com incapacidades nesses domínio, ajudando outras a trabalhar sem se deslocar para o local de trabalho, apoiando as aprendizagens comunitárias apoiadas nas TIC, 2) utilizar a automação e a digitalização como ferramentas capazes de aumentar significativamente o seu desempenho e a sua produtividades e, principalmente, 3) combinar o melhor de dois mundos, o da racionalização crescente dos processos e métodos de trabalho com a afetividade que o trabalho com pessoas exige.
Na presente comunicação ensaiar-se-ão pistas para a reflexão nestes domínios simultaneamente ameaçadores e promissores, sempre fascinantes, que a pandemia permitiu vislumbrar com uma nitidez impossível antes.