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COMUNICAÇÃO 3.3. TELETRABALHO DE ASSISTENTES SOCIAIS NA SAÚDE: CONSTRANGIMENTOS E POTENCIALIDADES
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• Sónia Guadalupe (ISMT, CEISUC)
RESUMO E OBJETIVOS
A comunicação apresenta resultados preliminares para Portugal de um estudo transnacional ibérico com o objetivo de caracterizar a reorganização do processo de intervenção dos assistentes sociais da área da saúde na reação às medidas de emergência da Pandemia COVID-19, focando as modalidades de trabalho privilegiadas, designadamente o teletrabalho e as suas implicações.
Um estudo com uma abordagem quanti-qualitativa, em que participaram no estudo 252 assistentes sociais em exercício profissional no Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou em entidades que prestam cuidados a utentes do SNS em Portugal. A maioria são mulheres (94.8%) com idades entre os 22 e os 65 anos de idade, com licenciatura (57,5%) ou estudos posgraduados (42,5%), a desempenhar a profissão há 18,9 anos, em média (DP = 8,8), trabalhando há 13,3 anos, em média (DP = 8,9), na unidade de saúde (Tabela 1).
A maior parte considera terem existido alterações muito significativas na organização do Serviço Social (n = 117; 46,4%), tendo-se reorganizado sobretudo em três modalidades de trabalho: 1) trabalho rotativo da equipa em tele-trabalho e trabalho presencial (n = 137; 54,4%); 2) trabalho presencial com alterações na equipa (n = 44; 17,5%); 3) teletrabalho (n = 32; 12,7%). A unidade de saúde autorizou o teletrabalho, mas não disponibilizou os instrumentos e materiais necessários (n = 56; 22,2%) ou disponibilizou parte dos instrumentos e materiais necessários (n = 84; 33,3%), tendo disponibilizado todos em 14,3% dos casos (n = 36). O teletrabalho não foi autorizado a 18,3% da amostra (n = 46). Os inquiridos classificaram em 6,07 (DP = 2,16; entre 1 e 10, em que 1 corresponde a nada adequado e 10 a muitíssimo adequado) o nível de adequação do teletrabalho à concretização dos objetivos da intervenção do Serviço Social (45% pontuaram de 1 a 5 vs. 55% de 6 a 10). Na mesma escala, classificaram em 6,18 (DP = 2,37) o nível de conciliação do teletrabalho a partir de casa com a vida familiar (40,8% pontuaram de 1 a 5 vs. 59,2% de 6 a 10).
Emergiu do discurso dos assistentes sociais sobre as potencialidades do uso de metodologías digitais, uma maior disponibilidade no contacto com os doentes, família e rede formal bemcomo na gestão do tempo, investigação e reflexividade. Por outro lado, emergem preocupações relativas ao compromisso da “comunicação e relação empática e de confiança com o utente e rede informal”, dimensões basilares do seu agir profissional. Destacando que a conveniência em adotar práticas digitais nunca podem ser “em exclusividade”, mas sim complementares.
Os resultados oferecem uma excelente oportunidade para refletir sobre a possibilidade de explorar o teletrabalhoe as plataformas digitaisem parte dos processos interventivos em Serviço Social, ainda que os assistentes sociais se dividam quanto à adequação da modalidade de trabalho para cumprir os objetivos da intervenção doServiço Social.
As ferramentas digitais podem ser uma “janela de oportunidade” na prestação de cuidados sociais àdistância. Trata-sede uma estratégia metodológicacom múltiplaspotencialidades, que urge refletir coletivamente, desde que fortemente balizada eticamente, focalizando os objetivos e as finalidades da profissão.