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XX.
A LAMENTAÇÃO.

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Como assim jaz e solitaria e quèda

Esta cidade outr'ora populosa!

Qual viuva ficou e tributaria

A senhora das gentes.

Chorou durante a noite; em pranto as faces,

Sósinha, entregue á dôr, nas penas suas

Ninguem a consolou: os mais queridos

Contrarios se tornaram.

Ermas as praças de Sião e as ruas,

Cobre-as a verde relva: os sacerdotes

Gemem; as virgens pallidas suspiram

Involtas na amargura.

Dos filhos de Israel nas cavas faces

Está pintada a macilenta fome;

Mendigos vão pedir, pedir a estranhos,

Um pão de infamia eivado.

O tremulo ancião, de longe, os olhos

Volve a Jerusalem, della fugindo;

Vê-a, suspira, cahe, e em breve expira

Com seu nome nos labios.

Que horror!—ímpias as mães os tenros filhos

Despedaçaram: barbaras quaes tigres,

Os sanguinosos membros palpitantes

No ventre sepultaram.

Deus, compassivo olhar volve a nós tristes:

Cessa de Te vingar! Vê-nos escravos,

Servos de servos em paiz estranho.

Tem dó de nossos males!

Acaso serás Tu sempre inflexivel?

Esqueceste de todo a nação tua?

O pranto dos hebreus não Te commove?

És surdo a seus lamentos?

Poesias

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