Читать книгу Poesias - Alexandre Herculano - Страница 36

XXIV.

Оглавление

Minha Patria onde existe?

É lá sómente!

Oh lembrança da Patria acabrunhada

Um suspiro tambem tu me has pedido;

Um suspiro arrancado aos seios d'alma

Pela offuscada gloria, e pelos crimes

Dos homens que ora são, e pelo opprobrio

Da mais illustre das nações da terra!


A minha triste Patria era tão bella,

E forte, e virtuosa! e ora o guerreiro

E o sabio e o homem bom acolá dormem,

Acolá, nos sepulchros esquecidos,

Que a seus netos infames nada contam

Da antiga honra e pudor e eternos feitos.

O escravo português agrilhoado

Carcomir-se lhes deixa juncto ás lousas

Os decepados troncos desse arbusto,

Por mãos delles plantado á liberdade,

E por tyrannos derribado em breve,

Quando patrias virtudes se acabaram,

Como um sonho da infancia!...

O vil escravo,

Immerso em vicios, em bruteza e infamia,

Não erguerá os macerados olhos

Para esses troncos, que destroem vermes

Sobre as cinzas de heroes, e, acceso em pejo,

Não surgirá jámais?—Não ha na terra

Coração português, que mande um brado

De maldicção atroz, que vá cravar-se

Na vigilia e no somno dos tyrannos,

E envenenar-lhes o prazer por noites

De vil prostituição, e em seus banquetes

De embriaguez lançar fel e amarguras?


Não!—Bem como um cadaver já corrupto,

A nação se dissolve: e em seu lethargo

O povo, involto na miseria, dorme.

Poesias

Подняться наверх