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Capítulo Nove
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No dia seguinte, Amber ficou surpreendida por não ter mensagens. Nenhuma chamada não atendida ou gravação de mensagem, nenhuma mensagem escrita. Nada. Será que se tinha enganado no dia? Não teria Jonathan estado à sua espera no dia anterior, quando ela tinha corrido de volta ao refúgio do avô e a Saffron Hall como se tivesse o diabo no seu encalço? Teria sorte se não apanhasse uma multa por excesso de velocidade.
Voltou a verificar a agenda. Tinha decididamente ido no dia certo, por isso, porque é que ele não tinha telefonado para descobrir a razão de ela não ter chegado para almoçar? Depois das suas várias mensagens anteriores, parecia-lhe estranho. E talvez tivesse ficado um pouco dececionada por não ter havido uma única mensagem a perguntar, admitiu. Até ela conseguia perceber que estava a ser do contra.
Felizmente que o avô não a tinha interrogado quando regressou, o seu hesitante «chegaste mais cedo do que estava à espera» foi recebido com um tenso «sim, cheguei» e isso foi o fim da conversa.
Amber decidiu pôr todos os pensamentos sobre Jonathan de lado, pelo menos durante algumas horas. Se não tivesse notícias dele até à hora do almoço, enviaria um pedido de desculpa e uma explicação. Antes de mais, estava deserta por começar algumas investigações aprofundadas sobre o pequeno livro de orações ancestral sem interrupções. O coração batia-lhe mais depressa de cada vez que pensava nisso, mas não quis iniciar o exame no dia anterior, depois de ter ficado perturbada e após a viagem para casa. Aquele objeto precioso exigia uma cabeça equilibrada. Calçou as luvas brancas.
No entanto, antes de ter hipótese de começar a abordar o latim, foi perturbada por uma batida forte na porta da frente, seguida do toque da campainha.
Praguejando entredentes — tinha a certeza de que o avô estava lá fora na estufa — tirou as luvas e marchou até ao hall de entrada, abrindo a porta.
— Oh. Estava à espera de que ligasses e não que conduzisses até aqui. — O seu choque ao encontrar Jonathan à porta fez com que ela disparasse um menos do que educado cumprimento.
— Se Maomé não vem à montanha… — Ele inclinou a cabeça para um lado e fez-lhe um breve sorriso apologético, com os olhos a enrugarem-se da forma que sempre lhe tinha provocado borboletas na barriga. Sentiu uma onda de vergonha pelo seu comportamento do dia anterior enquanto abria mais a porta para que ele pudesse entrar.
— Entra. Café? — perguntou. — Temo que só haja instantâneo.
— Eu aguento, obrigado. — A sua necessidade de beber café forte simples e acabado de fazer, tanto de dia como de noite, era uma fonte constante de piadas entre eles. — Não tinha percebido que os danos na torre que mencionaste eram tão maus. Vi o andaime em redor enquanto subia de carro vindo da aldeia.
Caminhando até à cozinha, ela explicou os problemas que Kenny e Pete tinham descoberto. Encheu a chaleira e pegou em chávenas, café e um saco de chá para ela do armário.
— Devo-te um pedido de desculpa — admitiu ela, por fim, obrigando-se a enfrentá-lo. — Ia ligar-te quando achasse que estavas em casa e não muito ocupado. Peço desculpa por ontem. Tudo aquilo me impressionou e não sabia o que te dizer. Ainda não sei. Visitei a campa da Saffron. A lápide parece…bem. Bom, não bem. Como é que algo sobre ela estar ali e não connosco pode estar bem? Mas sabes? Parece-se com aquilo que eu esperava que fosse. E continuo a gostar da citação de Yeats. Fico contente por termos escolhido aquela. — Sorriu-lhe com gentileza, suavizando as feições.
— Eu vi-te — admitiu ele.
— Desculpa? Viste-me? Onde? — Ela ficou confusa.
— Com a Saffron. Estava a observar-te da janela do quarto das traseiras. — Ela reparou que ele já não lhe chamava berçário. — Não estava a espiar. Por acaso olhei de relance e ali estavas. Depois foste embora e não apareceste à nossa porta, por isso supus que tivesses mudado de ideias.
Ela passou-lhe a bebida e espremeu o saco de chá na sua caneca, atirando-o para o recipiente de compostagem de comida. Não admira que as ervas daninhas crescessem tão profusamente no jardim, dado o tamanho da pilha de compostagem que o avô estava a construir.
— Não mudei de ideias — protestou ela, imediatamente na defensiva. Ele devia estar tão cansado da sua atitude picuinhas, pois estava claramente a esgotá-la a ela. Puxava-a para baixo, para um lugar onde ela não queria estar. — Fazes com que soe tão caprichoso. Eu simplesmente não consegui lidar com aquilo. Estava perturbada e não queria falar.
— Sobre a Saffron ou sobre nós? — Os seus ombros estavam tensos enquanto exalava acentuadamente.
— Não sei. — Encolheu os ombros. — Talvez ambos.
— Vamos ter de falar a dada altura, Amber. — A voz subiu-lhe de tom e ficou com os nós dos dedos brancos, que se apertavam na chávena. — Não podemos simplesmente andar assim à deriva para sempre.
— Eu sei, eu sei, mas não neste momento, por favor. Não é o momento certo. Ainda não. Recebemos alguma carta com marcação para o especialista? Lembras-te de terem dito que iríamos receber uma? — Mudando bruscamente de assunto, deitou leite no chá e sentou-se diante dele.
— Não, vou telefonar-lhes para ver o que se passa. — Bebeu um gole do seu café e olhou pela janela. — Já viste a Becky desde que chegaste? — Becky, a sua melhor amiga e colega de trabalho mais próxima. Ambas tinham começado a trabalhar na universidade com diferença de alguns meses, Becky como professora de História da Arte Medieval e Amber como arquivista no mesmo departamento, trabalhando frequentemente juntas em projetos. Poucas horas depois de se terem encontrado, tinham descoberto que Becky vivia na mesma aldeia que o avô, e essa tinha sido uma de muitas coincidências.
— Não, ainda não — confessou ela. — Telefonou-me quando aqui cheguei e eu disse que lhe ligaria, mas ainda não o fiz. Continuo a acobardar-me. Quanto menos falo com as pessoas, menos me sinto capaz de fazê-lo.
— Olha, eu sei que é difícil contactar e falar com as pessoas, mas pode ajudar. Ela é tua amiga e vai querer ajudar-te. Se não consegues falar comigo, talvez consigas com ela? Não tenhas vistas curtas, vai e conversa, mesmo que seja só para ter um ombro onde chorar.
— Mas chorar não é a resposta, pois não? — A sua mão desceu bruscamente sobre a mesa. — Passo metade da vida a chorar, mas isso não vai trazer a nossa bebé de volta e falar com alguém também não. Como é que posso fingir ser a velha Amber sorridente e feliz quando essa pessoa desapareceu e nunca mais vai voltar?
— Não sei, Amber, não tenho todas as respostas. Mas sei que tenho saudades de te ter em casa. Parece tão vazia, como se tivesses ido embora para sempre. Quero que as nossas vidas avancem de alguma forma. Quanto tempo é que ainda vai demorar o arquivamento dos livros aqui? — Ele ergueu-lhe as sobrancelhas. Dessa feita, era a vez de Amber admitir que não tinha quaisquer respostas.
— Ainda tenho mais de metade por catalogar — explicou. Quase lhe falou do precioso livro de horas, mas depois recuou. Queria guardá-lo para si só por mais algum tempo, pelo menos até ter desvendado os segredos que encerrava. — Ainda não posso voltar para casa. Sinto-me tão perturbada ali, com recordações em todo o lado. Aqui sinto-me mais calma, mais segura. Saffron Hall sempre foi especial para mim, sabes disso. Ambos decidimos chamar dar o nome deste lugar à nossa filha por causa da ligação que tenho com ele e neste momento sinto-me como se me estivesse a proteger do mundo.
— Sei como te faz sentir, mas será que te está também a proteger de mim? Não tens o monopólio da tristeza.
— Claro que de ti não. — Quando o disse, não teve a certeza se as palavras eram verdadeiras, mas odiava vê-lo assim, de ombros caídos enquanto se inclinava sobre a mesa, um homem abatido. — Mas tu tens a igreja e a tua vocação, uma razão para seguires em frente. De momento, não tenho isso. Não tenho nada.
— Tens algo. Tens-me a mim. Ficar aqui para sempre e chafurdar no desgosto não é a resposta, Amber. Carregaste no botão de «pausa» em ambas as nossas vidas, mas temos de tentar encontrar uma solução, de alguma forma. — Jonathan pôs as mãos sobre a mesa da cozinha, de palmas viradas para cima.
— Não estou a «chafurdar» — ripostou ela a fazer o sinal de aspas no ar com os dedos —, só preciso de uma pausa da vida por um bocadinho. Por vezes pergunto-me se me conheces de todo. Se alguma vez me conheceste. — Lamentou as palavras no momento em que lhe saíram da boca e ficou devastada quando Jonathan, o seu rochedo, sempre a sua torre de força, concordou com ela.
— Também eu, Amber, também eu. — Levantando-se, voltou a vestir o casaco, deixando o café em cima da mesa. — Não estamos a chegar a lado nenhum. Talvez tivesses razão em não ter ficado para almoçar ontem. Desculpa, não devia ter vindo. — Mexendo dentro dos bolsos, sempre cheios dos detritos da vida, localizou as chaves do carro. Deu a volta à mesa para lhe dar um beijo breve na face, os seus lábios secos e frescos ali e depois já não, tão breve que mal o sentiu. Moveu-se para abraçá-lo, mas ele já não estava. A porta da frente abriu-se e houve um momento de silêncio como se tivesse parado por um instante. Depois fechou-se e ela ouviu o motor do carro a arrancar. A casa voltou a ficar em silêncio, com cada fragmento dela a suster a respiração, de tão chocada que estava.
Amber deitou a chávena de chá no lava-loiça e começou de imediato a fazer outra. Agora desejava ter ido almoçar com ele no dia anterior. Se tivessem estado em público, nenhum deles se teria sentido capaz de lançar acusações um ao outro como tinham acabado de fazer. Sentia-se mais afastada dele do que nunca. Ainda o amava, amava-o de verdade, mas por detrás das barreiras que tinha erguido em seu redor, já não sabia como lho mostrar. Não tinha mais força para tentar.
Deixando o chá ao lado da chaleira, voltou para o escritório fazendo uma nota mental para ligar a Becky e ver se podiam ir tomar um café. Pelo menos aí teria feito uma pequena coisa que Jonathan lhe tinha pedido.
O livro de horas ainda estava a descansar no expositor onde o tinha deixado quando Jonathan bateu à porta. Sentou-se de novo diante dele, pegando nas luvas mas sem as calçar. Recostando-se na cadeira, olhou pela janela, mas a vasta extensão de nuvens claras e a luz brilhante de Norfolk, tão amada pelos artistas, não lhe ofereciam quaisquer respostas.
Por fim, dando a si mesma uma pequena sacudidela, virou-se para o livro. Não tinha quaisquer soluções, mas esperava que pudesse proporcionar-lhe alguma distração. Abriu-o na primeira página para reler a inscrição em latim que agora tinha transcrito na íntegra e na qual não conseguia parar de pensar.
infans filia sub pedibus nostris requiescit
nunc mihi tempus fugit
oro vos et spero in vobis
pro illa
ut ea in pace requiescat
O que é que aquilo significava? Abriu a aplicação de tradução que normalmente utilizava. Reconhecia algumas palavras, mas não o suficiente para fazer sentido. A tradução não era propriamente linear e eventualmente Amber tinha perante ela uma passagem de que ainda estava incerta. Os pelos eriçaram-se ao longo dos braços enquanto a lia e teve um arrepio involuntário.
Uma filha bebé jaz debaixo dos nossos pés
o tempo escapa-me agora
Suplico-vos e deposito a minha confiança
por ela
para que possa ficar em paz
O que é que Eleanor estava a pedir? Aquele livro tinha centenas de anos e, no entanto, Amber tinha a estranha sensação de que aquilo era uma mensagem pessoal para si que tinha atravessado séculos. Se ao menos soubesse o que Eleanor queria. Era desconcertante e, no entanto, havia uma ligação. Um depenar dos filamentos do tempo a tentar chamar-lhe a atenção.
Deixando a passagem por um momento, virou cuidadosamente a página. Ofegou de deleite com as miniaturas que se destacaram, com o seu brilho e cores, em vermelhos ricos e tons vibrantes de azul, com manchas de ouro brilhante. Parecia que o livro não tinha sido aberto desde que tinha sido originalmente escrito. Aquelas ilustrações eram santos, tinha a certeza, embora não fizesse ideia de quais. Becky certamente saberia. Virando de novo a página, estava desejosa de descobrir que outros segredos encerrava o livro entre as suas capas. Apesar do latim, reconheceu as primeiras palavras do Invitatório de outros livros de orações que tinha estudado, seguidas do Salmo noventa e quatro decorado com uma iluminura ainda mais delicada que rodeava não só a letra inicial, mas quase metade da página. Ou o escriba que trabalhou nela tinha sido pago à hora e quis arrastar o tempo que a demorou a fazer, ou era realmente dedicado ao seu trabalho. Seja como for, era requintada e estava incrivelmente bem conservada.
As duas páginas seguintes eram menos decorativas e continham um calendário de festividades da igreja, tal como esperava, mas arregalou os olhos e levou a mão à boca quando virou para a página seguinte e descobriu não mais orações, mas o que parecia ser uma entrada de um diário escrito por uma mão diferente. A página estava decorada à volta da margem com uma tentativa cuidadosa de alguma arte de iluminura em azuis e amarelos, embora não tão boa quanto a das páginas anteriores.
Escrita na mesma caligrafia distinta que as entradas no frontispício do livro, Amber achou quase tão difícil de decifrar como o latim que ela se tinha esforçado por compreender na primeira página, mas com o passar do tempo, achava mais fácil reconhecer as letras individuais. Quem quer que o tivesse escrito tinha de ser bem instruído — a escrita tinha sido executada com precisão. Por fim, com a ajuda da sua aplicação, conseguiu ler tudo, escrevendo no seu portátil enquanto repetia em voz alta.
«Eleanor Lutton, nascida a 29 de novembro do ano de Nosso Senhor de 1520. Casada neste 21 de março de 1538 com Sir Greville Lutton. Espero que o meu marido me ame e seja gentil para comigo.»
Aquele livro de orações devia ser também o diário de Eleanor. Os nomes no início e as datas correspondiam. Virou suavemente para a primeira página para verificar, enquanto fazia cálculos mentais. Em 1538, Eleanor teria dezassete anos, portanto, mais do que idade para casar. Greville teria quase trinta anos, por isso bastante mais velho. E a data de nascimento de Jane era 1534, então teria Eleanor já tido um filho? Viúva aos dezassete anos, teria tido Jane com catorze, o que não era inédito no século XVI. Mas a entrada dizia Jane Lutton, por isso parecia mais provável que Greville fosse o viúvo e a menina sua filha.
Porque é que ela esperava que ele fosse gentil com ela? Havia qualquer coisa na forma como o escreveu. Parecia assustada e preocupada, um pouco insegura. Amber teve um arrepio. Nos tempos Tudor, lembrou-se ela, alguém tão instruído quanto Eleanor deve ter sido, para ser capaz de escrever tanto em inglês como em latim, teria sido casada por razões familiares, políticas ou por dinheiro. Não por amor.
Devia ter estado a murmurar em voz alta enquanto trabalhava, pois o avô apareceu à porta, trazendo-a de volta ao presente e fazendo-a dar um pulo.
— Achei ter-te ouvido a falar. Perguntava-me se tinhas visitas — disse.
— Estava a trabalhar. Espera até eu te mostrar. Vais adorar isto. Mas sim, tive uma visita antes. O Jonathan esteve aqui.
O avô levantou as sobrancelhas.
— E?
— E nada. Discutimos, ele saiu disparado. Sinto-me tão culpada. Neste momento, parecemos não conseguir concordar em nada. Ele sugeriu que eu fosse visitar a Becky, para ver se isso ajuda.
— Devias ligar-lhe. É a tua melhor amiga e está apenas a cerca de um quilómetro de distância. Fechares-te aqui comigo e com os meus livros o tempo todo não te vai fazer bem nenhum. Tens de sair e ver outras pessoas de vez em quando. Conversar, desabafar. Ou convidá-la outra vez para jantar? — Ele lembrou-lhe da altura em que Becky tinha vindo jantar e fazer uma visita guiada à casa quando se aperceberam de que vivia na mesma aldeia que o avô.
— Veremos. Só concordei para agradar ao Jonathan. De qualquer modo, vem, senta-te na minha cadeira e deixa-me mostrar-te o que estava naquele pacote que o Pete encontrou na torre. Isto é realmente emocionante.
Colocando-se de pé num pulo, segurou a cadeira no sítio com as duas mãos, prendendo-a com a anca enquanto ele se sentava com cuidado. Ele pousou as mãos sobre a secretária e espreitou para o livro no expositor.
— Um genuíno livro de horas, perfeitamente preservado. Não é um Voynich. Acho que é mais tardio do que isso, embora esteja escrito à mão e não impresso. Mas a melhor parte é que também foi utilizado como diário. Há algumas datas de nascimento no frontispício, mas aqui, quatro páginas mais à frente, está a inscrição do casamento da dona, Eleanor, com um tal Greville Lutton. Não é espantoso? Como é que isto estava lá em cima na torre? Achas que esteve aqui o tempo todo? Sabes quem eram os Lutton? Com certeza que alguém esteve lá em cima e tê-lo-ia encontrado antes.
O avô abanou lentamente a cabeça.
— Tinha-me esquecido de que o Pete tinha encontrado aquele pacote. Que espantoso! Já te disse antes que sempre houve uma suspeita na família sobre a torre. Sempre pensei que fosse uma tontice. O meu pai disse-me que nunca ninguém deveria tentar subir à torre, que poderia estar assombrada ou amaldiçoada. Não que o seu aviso me tenha impedido. — Riu-se. — Quando eu era adolescente, fiz um esforço concertado para encontrar a chave. Alguns amigos voltaram comigo da escola para passar tempo e vasculhámos a casa, tentando encontrar uma forma de lá chegar. Uma ousadia, imagino que tenha sido isso, mas quando o meu pai descobriu o que andávamos a tramar, enlouqueceu por completo. Nunca o tinha visto tão zangado. Nunca mais senti o desejo de ir lá acima. Ele colocou-me o temor a Deus em cima. Parece que as histórias estavam corretas, embora duvide que o livro esteja amaldiçoado.
— Claro que não está. E deveria estar num museu, de facto. Podemos doá-lo ao Fitzwilliam quando estivermos prontos, mas importas-te que eu faça alguma pesquisa primeiro? Pergunto-me que tipo de ligação tem com a nossa família, se é que há alguma. Sei que Saffron Hall está na família há muito tempo, mas não achei que tivéssemos vivido aqui há tanto tempo como as datas deste livro.
— Não tenho qualquer problema que o investigues. Não te vejo tão animada desde… — Fez uma pausa. — …desde que vieste para ficar cá. Mas certifica-te de que fica guardado no cofre.
Amber concordou, ajudando-o a pôr-se de pé e oferecendo-se para aquecer sopa para o almoço. Depois de ter embrulhado cuidadosamente o livro na sua mortalha desfiada, trancou-o no cofre.