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3. A COMUNICAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS COMO SUPORTE DE APRENDIZAGEM

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As organizações têm procurado transformar os processos produtivos para torná-los mais eficientes, recorrendo às TIC, e é aqui que os alunos são chamados a desempenhar um papel fundamental nesta área, uma vez que que estão frequentemente na vanguarda do uso de novas tecnologias incorporando-as nas suas práticas cotidianas (González, 2008). O uso das tecnologias na escola deve facilitar o desenvolvimento de meios alternativos, de produção de conhecimento e pensamento; por outras palavras, fazendo uso das ferramentas tecnológicas e digitais, o professor deve questionar-se sobre o impacto destas práticas pedagógicas, o seu significado no processo de produção, o papel do conhecimento, a comunicação e a interação com outros através de redes. Além disso, as TIC são necessárias para a própria formação e desenvolvimento diário de professores e alunos; têm um impacto positivo no significado e qualidade do ensino-aprendizagem; contribui, entre outros benefícios, para a flexibilidade do ensino, aprendizagem cooperativa, ensino individualizado e autoestudo (Usela, Alexandra, Castañeda, 2015).

A utilização de tecnologias pode ter efeitos no tempo dedicado à interação entre estudantes e docentes, continuando para além das paredes da sala de aula, num processo de envolvimento, partilha de conteúdos e materiais de estudo e de comunicação. Dispositivos como smartphones, tablets, leitores eletrónicos e apps móveis têm-se destacado como ferramentas emergentes de apoio à aprendizagem no ensino superior (Stevenson, Hedberg, 2017), apoiando e transformando as interações entre docentes e estudantes e entre pares (Becker et al., 2017).

Num estudo realizado por Pinto & Leite (2020), concluiu-se que a internet é utilizada por todos os estudantes para fins académicos e nas diversas atividades do processo de aprendizagem. As tecnologias digitais utilizadas pelos estudantes no suporte à aprendizagem são: facebook; processador de texto word; vídeos; documentos eletrónicos como eBook ou eTextbook; wikipédia; whatsapp; dropbox; software específico. A rede social Facebook é a ferramenta proeminentemente mais usada pelos estudantes, para partilha de informação, colaboração e comunicação (Henderson et al., 2015), sobretudo no uso de grupos privados que esta rede social permite criar e gerir, para a partilha de informação, conteúdos e materiais de aprendizagem (como, por exemplo, documentos, links úteis, vídeos online), e para a comunicação entre estudantes acerca de questões relacionadas com o curso, professores e os estudos. Estes resultados são secundados por estudos internacionais, focados no uso de tecnologias por estudantes, confirmando uma elevada utilização de redes sociais (Dolch, zawacki-Richter, 2018), sobretudo do Facebook (Padilla-Carmona, Suárez-Ortega, Sánchez-García, 2016), principalmente para atividades de comunicação e colaboração em que os estudantes podem, entre si, colocar questões, partilhar informações e ideias e trabalhar em conjunto (Henderson et al., 2015). Pinto & Leite (2020), também concluíram no seu estudo que há dois tipos de tecnologias que suportam a comunicação entre estudantes, sendo o Facebook o mais usado, seguido do Whatsapp. O uso das redes sociais onde coexistem a partilha de informação e a comunicação entre pares revela que essas ferramentas têm vindo a ser mais frequentemente mobilizadas pelos estudantes, integrando diversas tipologias de uso, o que significa uma evolução relativa ao que foi apontado no estudo de Morais (2012).

No que se refere às tecnologias oficiais como suporte ao trabalho académico, ou seja, as tecnologias sugeridas pelos docentes e/ou oferecidas pela universidade, no estudo realizado por Pinto & Leite (2020) foram identificados cinco tipos usados pelos estudantes no suporte à aprendizagem, a saber: e-mail institucional; documentos eletrónicos como eTextbook e PowerPoint; sites de pesquisa bibliográfica; sistema de gestão da aprendizagem Moodle e software específico de uma unidade curricular. O e-mail institucional foi a tecnologia oficial e institucional referida como utilizada por todos os estudantes, e usam-na com a finalidade de comunicar com os docentes e para receber informação institucional. Também no estudo desenvolvido por Dolch & zawacki-Richter (2018), o uso do e-mail institucional foi a tecnologia que mais evidenciou um uso crescente por estudantes ao longo dos anos (2012-2015). A familiaridade no uso dessa ferramenta também pode ser apontada como um aspeto facilitador da sua utilização para fins académicos, assim como para situações que exigem mais formalidade (Bullen, Morgan, Qayyum, 2011).

Os contextos de aprendizagem dentro e fora da sala de aula são cada vez mais configurados pelo uso de vários dispositivos e tecnologias que beneficiam o acesso massificado à internet pelos estudantes nas suas casas e nas instituições de ensino superior que frequentam (Becker et al., 2017). Existe uma forte cooperação entre os estudantes que se reflete, sobretudo, na comunicação entre pares sobre os conteúdos curriculares, e na partilha de materiais de estudo formais resultantes das suas pesquisas individuais. Esses procedimentos permitem, aos estudantes, uma interação diferenciada com os conteúdos e um aprofundamento posterior aos momentos da aula. Nestes processos de comunicação, identifica-se como um dos fatores de sucesso relacionado com o uso de tecnologias digitais, o recurso ao e-mail entre estudante e docente para o apoio ao esclarecimento de dúvidas. No estudo realizado por Pinto & Leite (2020), os estudantes revelaram enquadrar-se num perfil de utilizadores com competências de pesquisa, avaliação, arquivo e partilha de informação em diversos formatos multimédia, e com a capacidade de estabelecer interações diferenciadas de comunicação entre pares.

O uso do e-mail institucional acontece quando há necessidade de comunicação com os docentes. No entanto, o seu uso acontece estritamente para fins académicos e é pouco promotor do desenvolvimento de competências de autonomia. Os estudantes selecionam, por iniciativa própria, ferramentas que lhes permitem criar e gerir espaços virtuais de cooperação na partilha de materiais de estudo e de comunicação. O uso de ferramentas, como redes sociais, mostra que essas são as mais frequentemente usadas simultaneamente para fins académicos e pessoais, gerindo os estudantes, no seu cotidiano, esses dois espaços que ganham assim uma presença ubíqua (Pinto, Leite, 2020).

Os estudantes apresentam competências de autonomia na seleção e uso das ferramentas mais adequadas para as suas necessidades de estudo, juntando competências de comunicação e cooperação na partilha de informação e conteúdo. Da pesquisa de Pinto & Leite (2020), emergiu, claramente, um perfil de estudante com mobilidade, capaz de recorrer às diversas tecnologias para apoiar o seu estudo, em qualquer momento e lugar, servindo-se, para isso, do uso de dispositivos móveis, sobretudo o computador portátil pessoal, o que confirma as tecnologias móveis como tendências emergentes no ensino superior (Stevenson, Hedberg; 2017). O estudante com mobilidade reflete a existência de ambientes híbridos de aprendizagem que podem ser ambientes presenciais, ou ambientes onde se combina o presencial e à distância, ou ainda serem ambientes mobile learning (Aresta, Pedro, Santos, 2015). Esse fator de flexibilidade do espaço de estudo virtual ou presencial, e de gestão do tempo de estudo suportados pelas tecnologias, é um fator promotor de sucesso académico, sobretudo relevante na vida de estudantes que frequentemente conciliam o estudo, em tempo parcial, com um emprego.

O uso das tecnologias no suporte à aprendizagem indica ser mais promotor de autonomia quando as ferramentas são escolhidas pelos estudantes, permitindo que estes definam e criem formas próprias de interação, comunicação e cooperação nos espaços digitais. No entanto, o uso das tecnologias digitais oficiais no suporte à aprendizagem dentro da sala de aula está, frequentemente, associado a práticas pedagógicas mais apoiadas na transmissão de informação e no acesso a materiais de estudo. Contudo, a facilidade acesso alargado à informação também tem efeitos positivos ao nível do sucesso académico e de autonomia (Pinto & Leite, 2020).

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