Читать книгу Tempo, o ancião recontando a história - Nestor Cobiniano de Melo Neto - Страница 11

Оглавление

TERRA E HOMEM

De madrugada o senhor galo afina o papo e se bota a cantar, dona galinha, a coitadinha, logo pula do poleiro, vai ciscando no terreiro querendo milho catar, o danado do galo, de mentiroso, faz-se que nada quer e vai logo lhe devorar.

A dona da casa recolhe cinza apagada no fogão, pega a lenha, faz o fogo, joga a água na marmita, chama a filha Carmelita pra cumprir sua obrigação.

Em pouco tempo o café já está feito, cada qual segue igual pleito, para ganhar o seu pão.

O dono da casa, seguindo a lida, vai tocando sua vida, do jeito que a vida oferece, do jeito que pede o chão.

Não é moleza a vida desse povo, que não tem nada de novo, a não ser o sol que nasce, cada dia em sua face, trabalhar é sua missão.

Os argumentos da família naquele campo é panela de barro preta, enxada, cabo de louro, bota velha, chinelo, chapéu de couro, foice, machado, cabaça e gibão. Tudo isso é de rotina, falta luz, sobra cruz, falta açúcar e sabão.

Mas quando a chuva vem no jeito, o homem estufa o peito, tem ovos, pato, galinha, guiné, alegria, melão, melancia e fé.

Pra quem trabalha, sempre acontece, se a natureza não fizesse trato mole e não quisesse com o trato voltar atrás. Pois o Senhor, lá de cima, nos fascina e quer, pra nós, enviar a vossa paz, sei que, na lida da vida, a terra faz o homem e o homem a terra faz!.

Tempo, o ancião recontando a história

Подняться наверх